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CONTRACEPÇÃO - MÉTODOS IRREVERSÍVEIS

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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
MÉTODOS IRREVERSÍVEIS
ANTICONCEPÇÃO CIRÚRGICA: VASECTOMIA E LIGADURA TUBÁRIA
A anticoncepção cirúrgica, tanto masculina como feminina, deve ficar reservada a casais que têm a prole planejada e estão absolutamente conscientes da irreversibilidade do método.
A vasectomia liga o ducto deferente e pode ser realizada com anestesia local. É segura e tem alta efetividade. A vasectomia não altera o aspecto do sêmen e não afeta o desempenho sexual do homem. Para ter certeza de que o procedimento foi eficaz, é indicado realizar um espermograma 3 meses após o procedimento ou após 20 ejaculações.
Na ligadura tubária (LT), realiza-se a obstrução do lúmen tubário, impedindo o transporte do óvulo e o encontro dos gametas femininos e masculinos. O local ideal para o procedimento cirúrgico é a região ístmica. Pode ser realizada por via videolaparoscópica, laparotômica (minilaparotomia) ou através do fundo de saco vaginal (culdotomia). A anestesia deve ser geral para a via laparoscópica e condutiva para a culdotômica. A via videolaparoscópica é a mais utilizada.
Entre as técnicas abertas de LT, estão a ligadura com fio cirúrgico e posterior secção da tuba na porção ligada (técnicas de Pomeroy, Parkland, Uchida, Irving) e a ressecção de um segmento tubário (salpingectomia) (técnicas de Kroener, Madlener, Aldrich). Além dessas, pode-se realizar a obstrução mecânica utilizando clipes ou anéis ou pode-se proceder à eletrocoagulação com cautério, com ou sem secção. A eletrocoagulação associa-se com menor morbidade do que os outros métodos, contudo, uma das complicações mais frequentes desse método é a lesão térmica de alça intestinal. Ao optar por algum dos métodos, é importante observar custos, capacitação do profissional e qualidade do material cirúrgico.
O índice de Pearl (falha teórica) das diversas técnicas é de 0,1 a 0,3 a cada 100 mulheres por ano.
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE PLANEJAMENTO FAMILIAR
Lei nº 9.26 3 de 12 de janeiro de 1996, artigo 10
Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações:
I – em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multiprofissional, visando desencorajar a esterilização precoce;
II – risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos.
§ 1o É condição para que se realize a esterilização o registro de expressa manifestação da vontade em documento escrito e firmado, após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes.
§ 2o É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores.
§ 3o Não será considerada a manifestação de vontade, na forma do § 1o, expressa durante ocorrência de alterações na capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente.
§ 4o A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será executada através da laqueadura tubária, vasectomia ou de outro método cientificamente aceito, sendo vedada através da histerectomia e ooforectomia.
§ 5o Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges.
§ 6o A esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes somente poderá ocorrer mediante autorização judicial, regulamentada na forma da Lei.
Em suma, todo casal tem direito ao PF, e cabe à equipe de profissionais de saúde esclarecer os métodos mais adequados, para que o casal entenda os prós e os contras de cada método, respeitando sempre a segurança, a eficácia e os critérios de elegibilidade de cada contraceptivo disponível.
Todas as pacientes são informadas sobre a irreversibilidade do método e da resposta pequena nos casos de reversão de ligadura tubária por salpingoplastia. No momento da consulta, deve-se oferecer à paciente a possibilidade de uso de todos os métodos reversíveis disponíveis. Em caso de recusa, devem ser registrados no prontuário os motivos que a levam a optar por um método definitivo, bem como seu desejo de não ter mais filhos. Se houver percepção de dúvida pela paciente, discordância entre o casal ou idade muito precoce (entre 25 e 30 anos), é recomendado encaminhamento para avaliação da equipe da psicologia. As demais pacientes recebem orientações sobre todos os métodos anticoncepcionais durante os 60 dias que antecedem a cirurgia, conforme previsto em lei, o que garante a certeza da paciente sobre o procedimento definitivo.
Fluxograma para atendimento das pacientes com desejo de anticoncepção cirúrgica

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