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Normas de prescrição de medicamentos | Terapêutica

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Normas de prescrição de medicamentos 
Terapêutica – UFPE 
 
 
Larissa Albuquerque 
*Qualquer indicação de uso medicamentoso a um 
paciente, independente da finalidade, deve ser feito 
na forma de receita, em talonário próprio de 
receituário e por um profissional habilitado. 
*Segundo a Lei 5.081/66, o cirurgião-dentista tem 
competência para prescrever medicamentos de uso 
interno e externo que tenham indicação em 
odontologia. Dessa forma, o profissional poderá 
utilizar dois tipos de receita, a comum e a de controle 
especial. 
*A receita comum é utilizada para prescrição de 
medicamentos genéricos ou de referência ou para 
indicar manipulação de medicamentos em farmácias. 
Normas legais para prescrição 
* A Lei 5.991/73 estabelece que a receita deve ser 
escrita à tinta, de modo legível, observando a 
nomenclatura e o sistema de medidas e pesos. Pode 
ser manuscrita ou informatizada, precisando haver a 
data e assinatura do profissional de próprio punho. 
Ainda precisa ter o nome e o endereço do paciente, o 
modo de usar do medicamento, data e assinatura do 
profissional, endereço do consultório e o número de 
inscrição no Conselho Regional. 
*Segundo a regulação da Anvisa (RDC nº10/2001), 
no Sistema Único de Saúde (SUS), as prescrições 
deverão seguir a Denominação Comum Brasileira 
(DCB) ou a Internacional (DCI), que utiliza como 
nomenclatura o fármaco ou princípio ativo do 
medicamento. Já no sistema particular, a prescrição 
é à critério do profissional, podendo utilizar o nome 
genérico ou o comercial. 
*É importante ressaltar que, quando prescrever 
medicamentos pelo nome comercial e não aceitar 
troca dele por genérico, é preciso explicitar a não 
intercambialidade na receita, de modo claro e legível. 
Prescrição de receita comum 
*Identificação do profissional: 
• Em clínicas particulares, o talonário deverá 
ser próprio para receituário, contendo nome, 
especialidade (se houver), inscrição no CRO e 
o endereço do local e/ou residência. 
• Para atuação em serviços públicos de 
saúde, o talonário próprio para receituário 
deve conter o nome e o endereço da 
instituição. O nome do profissional e a 
inscrição no CRO deverá ser informado logo 
após a data e assinatura, juntamente com o 
carimbo do profissional. 
 
 
*Cabeçalho: 
• Deve conter o nome e o endereço do 
paciente, além da forma de uso do 
medicamento, que pode ser interno (somente 
quando é deglutido e passa pelo tubo 
gastrointestinal) ou externo (demais formas 
farmacêuticas). 
*Inscrição: 
• Deve conter o nome do medicamento, a 
concentração (quando não for padrão) e a 
quantidade para o tratamento. 
*Orientação: 
• É destinado ao paciente e deve conter as 
informações de como utilizar a medicação, 
indicando as doses, horário de tomada ou 
aplicação e duração do tratamento, escritos 
por extenso e evitando abreviaturas. 
• Pode-se incluir precauções sobre a 
medicação, recomendações a depender do 
procedimento realizado, como cirurgias em 
que não é recomendado fazer bochechos nas 
24 horas seguintes, ou em relação à dieta. 
Essas informações devem estar contidas fora 
do corpo da prescrição ou em folha a parte 
anexa. 
*Data e assinatura/rubrica: 
• Devem ser inseridos ao final da receita, à tinta 
e de próprio punho. 
Receita de controle especial 
*É a receita utilizada para prescrição de 
medicamentos à base de substâncias sujeitas a 
controle especial, que geralmente são os princípios 
ativos com capacidade de produzir modificações nas 
funções nervosas superiores, necessitando também 
da notificação de receita. 
*A receita de controle especial deve ser preenchida 
em duas vias, sendo a primeira para a farmácia e a 
segunda para orientação do paciente. 
*Para o profissional ter acesso ao receituário de 
notificação deve se dirigir ao órgão de vigilância 
sanitária do seu estado para realizar o cadastro e 
preencher a Requisição da Notificação de Receita, 
que permite a retirada de numeração para 
confeccionar os talonários de NRB ou NRB2 
(normas), sob controle da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA). 
Notificação de receita 
*É o documento que autoriza a dispensação de 
medicamentos à base de substâncias sujeitas a 
controle especial. 
Terapêutica Larissa Albuquerque 
*Notificação de receita A (amarela): 
• Lista A1: são entorpecentes independente da 
dose, como a morfina. 
• Lista A2: são entorpecentes dependentes da 
dose, como a codeína e tramadol. 
• Lista A3: são psicotrópicos, como as 
anfetaminas, de uso exclusivo médico. 
*Notificação de receita B (azul): 
• Lista B1: são psicotrópicos, como todos 
benzodiazepínicos. 
• Lista B2: são psicotrópicos anorexígenos, 
como derivados de anfetaminas, de uso 
exclusivo médico. 
*Notificação de receita especial (branca): 
• Lista C2, C3 e C5: são substâncias retinóicas, 
imunossupressoras ou anabolizantes, de uso 
exclusivo médico. 
*A notificação de receita é o documento que segue as 
normas da Portaria nº 344/98, que aprovou o 
regulamento técnico sobre as substâncias e 
medicamentos sujeitos a controle especial, contendo 
as informações: 
• Sigla da Unidade da Federação: a de PE é 
26. 
• Identificação numérica: é a sequência 
numérica fornecida pela Autoridade Sanitária 
competente, precedida pela numeração da 
UF, impresso pela gráfica. 
• Identificação do emitente: deve conter o 
nome do profissional com o número de 
inscrição no CRO, com sigla da UF ou nome 
da instituição, endereço completo e telefone 
(com CNPJ). Esses dados podem ser 
impressos pela gráfica ou inseridos por 
carimbo. 
• Identificação do usuário: nome e endereço 
completo do paciente. 
• Nome do medicamento/substância: deve 
seguir a DCB, com dosagem/concentração, 
forma farmacêutica, quantidade (em 
algarismos arábicos e por extenso) e 
posologia. 
• Data de emissão. 
• Assinatura do prescritor. 
• Identificação do comprador (não 
necessariamente o usuário): nome completo, 
documento de identificação, endereço e 
telefone. 
• Identificação do fornecedor: nome e endereço 
completo, nome do responsável pela 
dispensação e data do atendimento. 
• Identificação da gráfica: nome, endereço e 
CGC impressos no rodapé de cada folha do 
talonário, numeração inicial e final concedida 
ao profissional/instituição e o número da 
autorização para confecção de talonários 
emitida pela Vigilância Sanitária. 
Sistema nacional de gerenciamento de produtos 
controlados (SNGPC) 
*É o sistema pelo qual a ANVISA recebe informações 
sobre a movimentação de entrada e saída dos 
medicamentos sujeitos ao controle especial. Por meio 
disso, consegue monitorar os hábitos de prescrição e 
consumo de substâncias controladas em 
determinadas regiões e propor políticas de controle, 
captar dados para geração de informação atualizada 
e fidedigna para o SNVS para tomada de decisões e 
dinamizar as ações da vigilância sanitária. 
 
Medicamento genérico 
*Os medicamentos genéricos foram implantados por 
meio da Lei nº 9787 de 10 de fevereiro de 1999, em 
que ampliou o acesso da população a tratamentos 
eficazes, seguros e mais baratos por meio da 
comercialização de medicamentos com patentes 
expiradas por empresas que tivessem o interesse de 
produzi-los. 
*Os genéricos possuem o mesmo princípio ativo, 
dosagem, forma farmacêutica e método de 
administração que os medicamentos de referência. 
*Para serem comercializados precisam ter garantia 
de qualidade atestada pela ANVISA e todo laboratório 
deve se submeter a inspeção de boas práticas de 
fabricação. 
*Além disso, os genéricos estimulam a concorrência 
e a variedade de oferta no mercado de 
medicamentos, reduz os custos para a população e 
facilita o acesso e a adesão ao tratamento de 
doenças. 
*Esses medicamentos são identificados pelo princípio 
ativo na embalagem, em que é indicado a Lei dos 
genéricos e a identificação em tarja amarela. 
Medicamentosimilar 
*É o medicamento que contém o mesmo princípio 
ativo que o de referência e só pode diferenciar 
algumas características relativas ao tamanho e forma 
do produto, prazo de validade, embalagem, 
rotulagem, excipiente, veículo. Ele deve sempre ser 
identificado por nome comercial ou de marca, 
enquanto que os genéricos só possuem o nome do 
princípio ativo. 
Medicamentos essenciais 
*São os medicamentos destinados a atender as 
necessidades prioritárias de saúde, sendo definidos 
pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É um 
objetivo da Politica Nacional de Medicamentos (PNM) 
e da Política de Assistência Farmacêutica. 
*O Rename (Relação Nacional de Medicamentos 
Essenciais) é uma lista de medicamentos que deve 
atender as necessidades de saúde prioritárias da 
população e é um instrumento mestre para as ações 
de assistência farmacêutica do SUS. 
Terapêutica Larissa Albuquerque 
*O Rename foi regulamentado pela Lei nº 8.080/90 
como a seleção e padronização de medicamentos 
indicados para atendimento de doenças ou de 
agravos no âmbito do SUS e que seria atualizado a 
cada dois anos. 
Formas farmacêuticas 
*Sólidas: são a base de pó, provenientes de drogas 
vegetais, animais ou de substâncias químicas 
sintéticas. O comprimido tem tamanho e formato 
variado, obtidos a partir da compressão de pó de 
substâncias medicamentosas secas, com ou sem 
excipiente. Eles podem se dissolver na cavidade oral, 
estômago, intestino ou em água antes de serem 
ingeridos. São de fácil administração, podem ser 
fracionados e conservados por maior tempo. 
• Cápsulas: tem estrutura gelatinosa, de forma 
e dimensão variadas. O interior da cápsula 
contém substâncias sólidas, líquidas ou 
pastosas. Pode ser gelatinosa queratinizada 
glutarinizada ou revestida por resina 
polivinílicas resistentes ao suco gástrico, 
permitindo a administração de drogas com 
sabor desagradável e também de liberar o 
princípio ativo de forma prolongada. 
• Drágeas: são comprimidos com um ou mais 
revestimentos, seguido de polimento, a fim de 
evitar alteração dos princípios ativos. Além 
disso, evita úlceras sobre a mucosa, elimina 
sabor e odor desagradável e facilita a 
deglutição. 
*Líquidas: são representadas pelas emulsões, 
suspensões e soluções. 
• Emulsão: é constituída por dois líquidos que 
não se misturam. 
• Suspensão: é uma fórmula líquida viscosa 
que deve ser agitada antes de usar. 
• Solução: é uma solução homogênea 
formada de água e álcool, administrada por 
via oral, via cavitária ou injetável. Pode ter 
corretivo de sabor, cor, conservantes, 
estabilizantes e veículo. 
⇾ Xarope: é a forma aquosa que 
contém 2/3 de seu peso em sacarose 
ou açúcares. 
⇾ Elixir: é a forma líquida hidro-
alcoólica, aromática, edulcorante, 
com sacarose ou sacarina sódica. 
⇾ Solução injetável: são soluções ou 
suspensões estéril, livre de 
pirógenos, geralmente isotônica e 
acondicionada em ampola ou frasco 
ampola. Tem a vantagem de ter 
absorção rápida, segura e não sofre 
ação do suco gástrico. Como 
desvantagem, precisa de assepsia, 
tem dor na aplicação, dificulta a auto-
administração e custo geralmente 
maior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
• Terapêutica medicamentosa em odontologia 
[recurso eletrônico] / Organizador, Eduardo 
Dias de Andrade. – Dados eletrônicos. – 3. 
ed. – São Paulo: Artes Médicas, 2014. 
• ANVISA / Ministério da Saúde 
Terapêutica Larissa Albuquerque

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