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2 As perspectivas da Organizacao

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Curso Administração de Empresas 
Disciplina: Comportamento Humano nas Organizações 
Prof. Gilberto Ranalli 
COMUNICAÇÃO As 
Perspectivas 
da 
Organização 
Mesmo considerando as grandes transformações 
que presenciamos, velhas e novas organizações 
podem conviver no mesmo espaço, da mesma 
forma que as diversas abordagens administrativas 
são encontradas simultaneamente em qualquer 
sistema de gestão. 
 Assim, é natural que existam diversas maneiras de 
se enxergar as organizações, dando-nos uma ideia 
de como é o seu funcionamento. A literatura nos 
indica duas visões mais importantes: a abordagem 
sistêmica e a configuração organizacional. 
ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS 
Dentro do processo evolutivo da Teoria da Administração, 
podemos apontar as abordagens mais significativas e identificar 
suas aplicações práticas: 
Clássica e Científica – a clássica apresentava ênfase na 
estrutura com Fayol e a científica ênfase nas tarefas com 
Taylor. Nesse contexto surgiu o Fordismo, ou seja, o 
modelo de produção em massa através de linha de 
produção que não exigia qualificação de pessoal 
reduzindo custos e aumentando produtividade. A 
aplicação prática deste modelo pode ser observada nas 
grandes indústrias, como automotiva, alimentícia entre 
outras. 
ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS 
Comportamental ou Humanística- apresentava ênfase 
nas pessoas, o homem e seu bem-estar é o foco 
principal na organização. Conceitos como liderança, 
motivação em equipe, comunicação organizacional, 
passou a ter importância na conquista de 
produtividade. Destaque para a Teoria da Hierarquia 
das Necessidades de Maslow. A aplicação prática deste 
modelo pode ser observada através da implantação 
dos departamentos de RH nas organizações, bem 
como suas aplicações como treinamentos, verificação 
das condições de trabalho, segurança entre outras. 
ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS 
Neoclássica – A ênfase encontra-se nos objetivos, no 
foco de resultados, na própria prática da administração. 
É a redenção da Teoria Clássica devidamente atualizada 
e redimensionada às organizações de hoje. Valoriza o 
papel do administrador e se baseia no cumprimento dos 
objetivos. Destaque para Peter F. Drucker. A aplicação 
prática deste modelo pode ser observada nas 
organizações através da busca da eficácia, enquanto 
alcance de resultados, encabeçada pelo administrador. 
ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS 
Contingencial- apresenta a ênfase no ambiente e 
posteriormente também na tecnologia. Defende 
que cada organização moldará seu próprio modelo 
de administração de acordo com às necessidades 
operacionais e seus recursos. A aplicação prática 
deste modelo pode ser observada na maioria das 
micro e pequenas empresas, que são 
administradas dentro das possibilidades de cada 
uma. 
ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS 
Desenvolvimento Organizacional – a ênfase é na própria 
organização, baseada na mudança. Envolve todos os 
departamentos da organização de forma participativa e 
democrática. Ressalta a administração de conflitos 
internos através de negociações, descentralização de 
decisões. A aplicação prática deste modelo pode ser 
observada através do papel que as consultorias 
desempenham dentro das organizações, buscando 
soluções e orientando todos os departamentos na busca 
dos objetivos através do diagnóstico, planejamento da 
ação, implementação da ação e níveis de mudança. 
ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS 
Nova Administração- a ênfase é na tecnologia e na 
informação. Valoriza a capacidade de adaptação do 
homem às rápidas mudanças e fluidez da informação. 
Também considera a sustentabilidade social, no sentido 
de que o bem estar não deve ser negligenciado em 
detrimento dos resultados. A aplicação prática deste 
modelo pode ser observada através das mudanças que 
as corporações sofrem a partir de fusões e também na 
adoção de tecnologias como CRM ("Customer 
Relationship Management" ), big data para tomadas de 
decisões inteligentes com base nos dados e informações. 
PERSPECTIVAS: ABORDAGEM SISTÊMICA 
No início da Administração, o mundo apresentava-se muito menos 
dinâmico e mais previsível que atualmente. Naquelas condições, o 
foco se direcionava para a resolução dos problemas internos de cada 
organização, aproximando-se de uma abordagem de sistemas 
fechados. 
Entretanto, tal isolamento era uma condição idealizada e distante da 
realidade, insuficiente para lidar com as diversas demandas das 
organizações, que se mostravam pelo contrário integradas e 
interdependentes. 
Uma solução originou-se da aplicação da Teoria Geral de Sistemas 
(TGS), de Ludwig Von Bertalanfy, que acreditava que análises e 
intervenções separadas provocavam brancos ou falhas que somente 
poderiam ser preenchidos considerando-se todos os objetos de 
estudo como sistemas abertos. 
Karl Ludwig von Bertalanffy foi um biólogo austríaco. Foi o criador da teoria geral dos 
sistemas, autor do livro de mesmo nome. Cidadão austríaco, desenvolveu seu 
trabalho científico na Áustria até 1948 quando se mudou para a América do Norte, 
trabalhando no Canadá e nos Estados Unidos 
PERSPECTIVAS: ABORDAGEM SISTÊMICA 
Aplicando a TGS ao ambiente organizacional, consideram-se as 
empresas ou organizações como sistemas abertos. 
PERSPECTIVAS: ABORDAGEM SISTÊMICA 
Nessa sociedade de organizações, empresas que se 
fecharam e “esqueceram” do mundo, pagaram um preço 
muito alto. É interessante verificar o caso da Xerox, que de 
um virtual monopólio passou a amargar sucessivos 
fracassos 
Podemos expandir ainda mais o conceito e considerar 
que além da sociedade de organizações temos uma 
sociedade de organização em rede. As novas 
tecnologias, especialmente relacionadas à informação e 
às telecomunicações seriam os motores de uma nova 
ordem social. 
PERSPECTIVAS: ABORDAGEM SISTÊMICA 
Segundo Manuel Castells Olivan – Sociólogo Espanhol, 
 
Redes constituem a nova morfologia de nossas sociedades, e a 
difusão da lógica de redes modifica, de forma substancial, a 
operação e os resultados dos processos produtivos e de 
experiência, poder e cultura. Embora a forma de organização social 
em redes tenha existido em outros tempos e espaços, o novo 
paradigma da tecnologia da informação fornece a base material 
para sua expansão penetrante em toda a estrutura social (Castells, 
M. A sociedade em rede. Paz e Terra, 2000, p.497) 
AMBIENTE EXTERNO – AMBIENTE OPERACIONAL 
 
Refere-se à parte do ambiente externo que tem influência direta 
e quase imediata nas operações da organização 
Ambiente operacional e 
seus componentes 
AMBIENTE OPERACIONAL 
 
Fornecedores Agentes que fornecem os insumos da 
organização (entradas) 
Clientes São os agentes que usufruem das 
saídas da organização – produtos e 
serviços. 
Mão de obra São os executores das atividades das 
organizações 
Concorrentes São os agentes que concorrem com as 
mesmas entradas e saídas da 
organização 
Agências reguladoras São os órgãos que possuem formas de 
controle legal sobre as atividades da 
organização. 
Grupos de interesses São pessoas, grupos ou organizações 
que podem influenciar as operações 
da organização. 
AMBIENTE GERAL 
 
É o meio mais amplo que envolve toda a sociedade 
AMBIENTE GERAL 
 
ECONOMIA Observação dos principais indicadores da 
economia, em especial os macroeconômicos 
POLÍTICA Comporta os elementos relacionados à 
governança do país. 
SOCIEDADE & 
CULTURA 
Engloba os aspectos relacionados às questões 
demográficas e outros aspectos ligados aos 
valores, tradições e cultura, que definem 
comportamentos e decisões. 
TECNOLOGIA Envolve o desenvolvimento de novas formas 
para a produção de bens e serviços. 
LEGISLAÇÃO São as leis e regulamentações que definem as 
práticas legais. 
CONTEXTO 
INTERNACIONAL 
Consideração dos impactos da globalização 
CONFIGURAÇÃO ORGANIZACIONAL 
 
Segundo Henry Mintzberg, toda atividade humana 
organizada origina duas exigências fundamentais e 
opostas: a divisão do trabalho em tarefas mais 
simplificadas e a coordenaçãodessas tarefas para a 
obtenção dos resultados desejados, ou 
resumidamente, a sua configuração organizacional. 
EXIGÊNCIAS 
FUNDAMENTAIS 
DIVISÃO DO 
TRABALHO 
COORDENAÇÃO DAS 
TAREFAS 
CONFIGURAÇÃO ORGANIZACIONAL 
 
A DIVISÃO DO TRABALHO 
 
Muitos associam a divisão do trabalho à visão de 
Taylor ou de Ford, mas existem registros muito 
anteriores. Mas o objetivo é utilizá-la como um 
fator multiplicador da produção, como forma de 
gerar uma riqueza que de outra maneira seria 
muito difícil ou mesmo impossível. 
CONFIGURAÇÃO ORGANIZACIONAL 
 
A COORDENAÇÃO DE TAREFAS 
 
 Dividir o trabalho em tarefas mais elementares pode 
resultar em ganhos de produtividade, mas por outro 
lado as pessoas passam a ter dificuldade de coordenar 
as ações, pois muitas vezes falta-lhes uma visão de 
unidade e conjunto. Mintzberg propõe cinco 
mecanismos básicos para se efetuar essa coordenação: 
o ajustamento mútuo, a supervisão direta, e três tipos 
de padronização. 
COORDENAÇÃO DE TAREFAS – O Ajustamento Mútuo 
 
O ajuste entre as operações é feito através de um processo 
simples de comunicação informal. Por exemplo, caixas de 
supermercado podem ajustar trocos ou breves períodos de parada 
(como uma ida ao banheiro). 
 
COORDENAÇÃO DE TAREFAS – Supervisão Direta 
 
 
Define-se uma pessoa para ser responsável pelo trabalho de 
outras. É o clássico caso de hierarquia. Considerando-se o exemplo 
anterior, podemos considerar a nomeação de um “líder de caixas”, 
responsável pelo gerenciamento da equipe. 
 
 
 
COORDENAÇÃO DE TAREFAS – Padronização 
 
 
 
 
Neste caso, significa definir, previamente, como serão executadas 
as tarefas, quais serão as especificações dos produtos, quais 
deverão ser os resultados do desempenho de cada um e as 
habilidades que deverão possuir os funcionários para realizar o 
trabalho. Mintzberg apresenta três formas básicas de 
padronização: 
PADRONIZAÇÃO 
PADRONIZAÇÃO DE 
PROCESSOS 
PADRONIZAÇÃO DE 
SAÍDAS 
PADRONIZAÇÃO DE 
HABILIDADAES E 
CONHECIMENTOS 
COORDENAÇÃO DE TAREFAS – Padronização 
 
 
 
 
A ORGANIZAÇÃO EM CINCO PARTES 
 
 
 
As organizações são formadas por subsistemas ou componentes, 
como indicado na figura abaixo. 
A ORGANIZAÇÃO EM CINCO PARTES 
 
 
 
A função desses componentes é garantir a operação e 
sobrevivência da organização. 
 
 
o Núcleo técnico (núcleo operacional) 
É composto pelas pessoas que efetivamente realizam a 
produção da organização. 
 
o Suporte técnico (tecnoestrutura) 
Sua função é auxiliar a organização a se adaptar ao ambiente. 
Buscam soluções para os problemas e oportunidades para 
novos desenvolvimentos. 
 
A ORGANIZAÇÃO EM CINCO PARTES 
 
 
 
 o Suporte administrativo (assessoria de apoio) 
É responsável pela operação e conservação da organização, 
considerando tanto os elementos físicos como humanos. 
 
 
o Alta administração e média gerência (cúpula estratégica e linha 
intermediária) 
São responsáveis pela direção e coordenação das outras partes da 
organização. A alta administração define as estratégias e rumos gerais, 
ficando com a média gerência as atividades de mediação entre a alta 
gerência e as outras áreas e pela implementação das diretrizes. 
Exemplos de membros e unidades de empresa fabril 
 
 
 
COMPONENTE MEMBROS E UNIDADES 
Alta direção Conselho de direitos, Presidência, Comissão 
Executiva, Diretoria. 
Núcleo Técnico Encarregados, operadores, montadores, 
vendedores, Despachantes. 
Suporte Técnico Planejamento estratégico, controladoria, 
treinamento, pesquisa operacional, 
programação de produção, estudo de trabalho, 
apoio técnico. 
Suporte 
Administrativo 
Assessoria jurídica, relações públicas, relações 
industriais, pesquisa e desenvolvimento, preços, 
folha de pagamento, portaria e recepção, 
restaurante. 
Apostila UNIP – Professor online disciplina – 2020 
Artigo: Mercado de Trabalho, evolução recente e perspectivas. Passos, Ansiliero e Paiva. 
www.ipea.gov.br/pub/bemt/mt 26h.pdf 
http://www.ipea.gov.br/pub/bemt/mt 26h.pdf

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