Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso Administração de Empresas Disciplina: Estruturas Organizacionais Prof. Gilberto Ranalli COMUNICAÇÃO NOVAS PERSPECTIVAS NOVOS RUMOS Apesar de considerarmos um pequeno número de soluções estruturais utilizadas pelas organizações, este e um campo fértil para pesquisas e novos desenvolvimentos. O mundo se depara com mudanças cada vez mais rápidas e impõe a necessidade de implantar um intenso dinamismo em todas as atividades e tarefas. Os novos caminhos a serem seguidos pelas organizações apontam para o uso intensivo de equipes ou grupos de trabalho, tentando romper de maneira mais incisiva o paradigma individualista ainda vigente, resultado de uma forte tradição burocrática, ainda presente em grande parte das empresas. Dentre as novas propostas, podemos destacar: • Rede Criativa • Estrutura Circular • Estrutura Invertida • Estrutura em Teia de Aranha • Estrutura Tríplice Veremos cada uma a seguir. REDE CRIATIVA Os desenvolvimentos em comunicação e logistica tem resultado em impactos significativos no modo de agir das empresas, ao reduzir os custos de transação e de transportes. Como resultado, as cadeias de suprimento deixam de apresentar a sua forma mais tradicional, sequencial e unidirecional, para ficar mais parecida a uma rede, com interligações e relacionamentos em varias direções e níveis (CONKLIN; TAPP, 2003). A ideia de “Rede Criativa” vem da necessidade continua de inovação, para poder enfrentar as demandas organizacionais atuais. E uma ampliação do conceito de terceirização, já que em vez de simplesmente adquirir componentes ou produtos existentes, existe um interesse na colaboração ou cooperação. Esse novo modelo, apresentado por Brandenburger e Nalebuff, utiliza como analise de um setor a ideia de Rede de Valor: Segundo Conklin; Tapp (2003), as empresas individuais podem influenciar no sucesso umas das outras atraves da inovação, que pode aumentar o valor agregado de toda a rede, possibilitando a todos aumentar seus ganhos. Sao exemplos de empresas participantes de redes criativas: Intel, Nintendo, Nutrasweet, American Express. Sao atributos da rede criativa: • Foco na inovação e aprimoramento contínuos. O objetivo e aumentar o valor agregado dentro do grupo. • Envolve uma analise dinâmica em vez de estática. As respostas as demandas mudarão com o tempo. • Colaboração continua no processo de produção do grupo. Todos os membros do grupo estão do mesmo lado. Nalebuff; Brandenburger criaram ate mesmo uma nova palavra para essa situação: CO-OPETICAO. Competem e colaboram entre si. • Existe um organizador central, coordenando as ações da rede. Existe uma concentração de poder de decisão (a semelhança das cadeias tradicionais), próxima ao centro da rede. • Os relacionamentos envolvem fluxos multidirecionais, devido a interdependência. Os fluxos envolvem não somente decisões, mas também aportes financeiros ESTRUTURA CIRCULAR Projeto Saturno Apos as crises do petróleo da década de 1970, a General Motors (GM) enfrentava dificuldades crescentes, motivadas tanto pela recessão que ocorria nos Estados Unidos quanto pela concorrência externa, principalmente dos veículos japoneses. A resposta para sair dessa situação estaria na capacidade de construir um carro pequeno, de classe mundial (LeFauve; Há, 1993). Mas para tanto, seriam necessárias mudanças mais drásticas, incluindo uma nova estrutura organizacional. Estava definido o Projeto Saturno. A Saturno foi criada como uma companhia separada, encarregada de criar uma nova concepção de negócios, a ser incorporada posteriormente ao restante do grupo. Terra (1999) apresentou de maneira exemplar as ideias básicas do projeto: [...] Antes de mais nada, ha que se destacar os princípios e valores que pautaram a implantação deste projeto e o fato de o mesmo ter sido, desde o principio, uma iniciativa conjunta da empresa com o sindicato (U.A.W.). Os valores iniciais definidos foram os seguintes: • compromisso com o cliente; • compromisso com a excelência; • trabalho em equipe; • confiança e respeito pelo individuo; • melhoria continua (TERRA, 1999). A unidade de trabalho básica da empresa se constitui de equipes de trabalho com cerca de 15 pessoas. Durante a formação de cada célula de trabalho, a equipe dispõe de um líder e de duas outras pessoas com participação temporária: um representante do sindicato e outro do “management”. A medida que a equipe se consolida, depois de dois a três anos, a função do líder desaparece e a equipe se torna, de fato, autodirigida. Estas unidades de trabalho tem ampla gama de responsabilidades: programação da produção, orçamento, qualidade, housekeeping, segurança e higiene, manutenção, controle de inventario, treinamento, alocação de tarefas individuais, reparos, seleção de pessoal etc. Cada membro da equipe, independentemente do grau de experiência profissional, passa por intenso treinamento antes de integrar o grupo de trabalho: entre 250 e 750 horas, em grande medida, sobre tópicos comportamentais. Estrutura organizacional do Projeto Saturno ORGANIZAÇÃO INVERTIDA Nas empresas com forma invertida, o principal ponto de geração do conhecimento situa-se no contato com os clientes, não no núcleo da organização. Sao exemplos dessas organizações hospitais e clinicas médicas, centros terapêuticos ou empresas de consultoria-engenharia. Como os contatos são feitos por profissionais qualificados e autossuficientes, a difusão do conhecimento e feita entre os próprios profissionais e destes para o núcleo da organização, numa evidente inversão da forma de atuação. nas organizações invertidas, a linha hierárquica anterior torna-se uma estrutura de “suporte”, intervindo apenas em emergências extremas – como seria o caso do CEO em um hospital ou do piloto-chefe em uma empresa aérea. A função dos gerentes de “linha” passa a ser destruir gargalos, desenvolver cultura, comunicar valores, desenvolver estudos especiais, consultar sob solicitação, acelerar movimentação de recursos e prestar serviços de economias de escala. Geralmente o que era gerenciamento de “linha” (dar ordens) agora desempenha essencialmente atividades “de apoio” (analíticas ou de suporte) (MINTZBERG et al., 2003, p. 324). A Nova CARE e exemplo de empresa com a organização invertida. E o maior prestador de serviços de reabilitação dos EUA e apresenta importante crescimento na assistência medica. Sao milhares de terapeutas que são apoiados por uma infraestrutura que negocia contratos com casas e redes de enfermagem, cuidam das atividades contábeis e de credito, promovem treinamentos e cuidam de estabilizar e aumentar os ganhos. Assim, tem condições de se dedicarem a atividade básica, que e prestar serviços individualmente para os pacientes. Organização Invertida Mas alguns desafios precisam ser enfrentados (MINTZBERG et al., 2003): • Traumas enfrentados pelos antigos “gerentes de linha”, pela aparente perda de autoridade. • Os especialistas, com poder formal reconhecido, podem resistir a seguir normas e regras da empresa. • Como lidam diretamente com os clientes, os especialistas podem ignorar os detalhes dos sistemas internos da empresa. • O poder colocado a pessoas sem informações e sem controle pode resultar em grandes riscos para a organização. ORGANIZAÇÃO TEIA DE ARANHA As organizações do tipo Teia de Aranha trabalham com projetos variados e que necessitam de grande qualificação para a resolução dos problemas encontrados. E composta de nódulos, basicamente formados por especialistas e de pontos de relacionamento com os clientes Nessa configuração não existe uma hierarquia que interfira nas atividades nem centralização de ordens. As equipes, inclusive seus lideres, são montadas de acordo com as necessidades, sendo basicamente ad hoc, e as soluções são buscadas entre os especialistasdos diversos módulos. Organização Teia de Aranha ESTRUTURA TRÍPLICE Borgatti Neto et al. (2003) propõem um modelo alternativo que inova ao colocar as pessoas no foco da estruturação da organização. Esses autores consideram que todas as tentativas anteriores não contemplam a abrangência necessária, exatamente porque não levam em conta uma atuação mais abrangente das pessoas na organização, de forma a estimula-las a tomar atitudes em prol da melhoria continua. A esse modelo alternativo deram o nome de estrutura tríplice. As premissas utilizadas para sua proposição foram as seguintes: • a estrutura organizacional influencia o comportamento individual, consciente e inconscientemente; • todas as empresas apresentam uma estrutura hierárquica formal, que serve como referencia para a distribuição e a coordenação das pessoas na organização; • as pessoas não precisam se limitar a suas atividades de especialização funcional e de atuação departamental; • a estrutura define e esclarece as diferentes naturezas das atividades realizadas pelas pessoas em uma organização dinâmica. Para os autores, os modelos anteriores falham ao não conciliar quatro questões fundamentais para enfrentar ambientes competitivos: • A consideração da autoridade como algo necessário para qualquer organização social, pois sempre existem relações de poder. • Algumas pessoas inevitavelmente terão que executar tarefas ate certo ponto repetitivas, constantes, que fazem parte das tarefas básicas da organização. • Além de realizar suas tarefas repetitivas, algumas pessoas podem atuar em outras atividades, geralmente em multitarefas ou em ações interdepartamentais, como um comitê de fabrica ou uma junta medica. • Também existe a necessidade de pessoas que atuem em atividades temporárias, por causa de contingencias ou emergências. Essa demanda exigiria a formação de equipes. Assim, a estrutura tríplice e resultante de uma visão tridimensional da estrutura organizacional, contemplando que, além das atividades básicas, pode-se demonstrar que as pessoas podem contribuir de maneira tríplice para a organização, sem se limitar ao seu cargo funcional, enriquecendo a sua atuação. Para explica-la, criou-se a imagem de uma pirâmide com base triangular, de forma que diferentes perspectivas de atuação das pessoas na organização pudessem ser apreciadas ao mesmo tempo, não sendo excludentes, nem ficando sobrepostas. Assim, a forma de atuação de cada pessoa passa de uma perspectiva única para uma perspectiva tríplice. Ao planificar a pirâmide, podem ser visualizadas as três perspectivas formais e concomitantes, e que potencialmente permite a atuação de qualquer um da organização. 1. Estrutura de base permanente E a estrutura formal, convencional, destinada as atividades continuas e básicas da organização. Emprega as formas tradicionais de departamentalização e de definição de cargos. Demonstra o eixo de autoridade e responsabilidade necessárias para o cumprimento das atividades rotineiras. E a estrutura usada como referência para contratação de pessoal é representada nos organogramas segundo a função desempenhada pelas pessoas, pelos recursos e pelas atividades. 2. Estrutura semipermanente Destina-se a atividades intermitentes, que envolvem a atuação periódica de equipes multifuncionais (típicas dos níveis tático e estratégico) e funcionais (típicas de níveis operacionais), que executam tarefas distintas das habituais e cuja finalidade e permanente. Normalmente engloba atividades conjuntas de planejamento e controle. 3. Estrutura temporária Como diz o nome, destina-se a atividades que duram um tempo determinado. São desempenhadas por equipes ad hoc, isto e, por forças-tarefa – times compostos provisoriamente para realizar projetos específicos. Esta estrutura e apropriada para a troca e ampliação de conhecimentos necessários para lidar com situações mais complexas ou que envolvam inovações. Completando a representação, a base da pirâmide representa as relações informais, não explicitas e a-estruturais. Um dos pontos diferenciais da proposta é seu foco nas pessoas e não nos aspectos formais de relacionamento, como autoridade, especialização, processos ou projetos. A dinâmica estrutural que a configuração oferece não só permite que as pessoas ultrapassem os limites de suas funções como também os níveis de decisão. A dinâmica na estrutura tríplice E uma proposta inovadora, e não tem a pretensão de ser definitiva ou mesmo revolucionaria. Como já dissemos anteriormente, ela desloca o foco da estrutura para dirigi-lo para as pessoas. Segundo Borgatti Neto et al.: A própria vivência na utilização da estrutura tríplice poderá originar ideias para novas estruturas. O principal e que qualquer estrutura seja estabelecida com base nas pessoas e na forma como elas atuam, ou podem atuar, a fim de gerar desenvolvimento empresarial e pessoal. (NETO et al., 2003, p. 14). Apostila UNIP – Professor online disciplina – 2020 Livro Texto – Unidade III - UNIP Interativa – Estruturas Organizacionais. Autor: Prof. Roberto M. Tomaoka. Colaboradores: Prof. Flavio Celso Muller Martin; Prof. Fabio Gomes da Silva Prof. Mauricio Martins do Fanno. www.ipea.gov.br/pub/bemt/mt 26h.pdf http://www.ipea.gov.br/pub/bemt/mt 26h.pdf http://www.ipea.gov.br/pub/bemt/mt 26h.pdf
Compartilhar