Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Semiologia Material 4º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga INTRODUÇÃO Sintoma mais comum relacionada às doenças do intestino delgado. Ocorre redução da consistência das fezes e aumento do número de evacuações (acima de 3 vezes) MECANISMOS 1. Diarreia osmótica = aumento da pressão osmótica do conteúdo intraluminal Diarreia osmótica ocorre quando há acumulo de substancias não absorvíveis no lúmen do intestino delgado, retardando a absorção de água e eletrólitos ou promovendo a passagem de líquidos para o lúmen. Deve diminuir com o jejum ou quando o paciente para de ingerir o soluto pouco absorvido Ex.: diarreia causada por má absorção = defeito na digestão/absorção. 2. Diarreia secretora Aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal. É consequência do estimulo para síntese de AMP intracelular, resultando na secreção ativa de água e eletrólitos. Persiste 24 a 48 h de jejum Ex.: diarreia causada por enterotoxinas bacterianas ou medicamentos. 3. Diarréia exsudativa Aumenta a permeabilidade da mucosa intestinal. Ocorre em casos de acometimento da mucosa, seja por reações inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas resultando numa passagem anormal de líquidos para o lúmen do intestino delgado. 4. Diarreia motora Relacionada com a alteração na motilidade. Decorre de modificações no trânsito. Ex.: hipertireoidismo. DIFERENCIAR DIARREIA VERDADEIRA DE DIARREIA PARADOXAL A diarreia paradoxal, também chamada de falsa diarreia ou diarreia por transbordamento, é caracterizada pela saída de um muco contendo pequenos vestígios de fezes pelo ânus, causada, na maioria das vezes, pela prisão de ventre crônica. CLASSIFICAÇÃO Quanto a duração o Aguda: poucos dias de evolução e duração até 4 semanas. ▪ Inicio súbito, duração limitada, causada principalmente por infecções virais ou bacterianas. • Ex.: rotavírus, Shigella, Salmonella. ▪ Ingestão de toxinas pré-formadas. o Crônica: duração ultrapassa a 4 semanas. ▪ As causas são de diagnósticos mais difíceis, exigindo uma clínica apurada. ▪ Ex.: síndrome da má absorção (conjunto de sinais e sintomas comum a várias enfermidades que vão interferir na absorção de nutrientes com repercussão no estado nutricional do paciente) = como ocorre na doença celíaca. • Tríade: perda de peso, anemia e quadro de diarreia crônica. Quanto a origem o Alta: Diarreia de alto volume e baixa frequência, geralmente contendo muco, pus ou sangue, acompanhada da sensação de urgência retal e tenesmo. ▪ Comprometimento normalmente no intestino delgado, com grande volume e presença aparente de muito liquido. o Baixa: representa um comprometimento das porções distais do intestino grosso. ▪ Menor quantidade de fezes e com maior número de evacuações. SÍNDROME DIARREICA X SÍNDROME DISENTÉRICA Síndrome diarreica: caracterizada pelo aumento do numero e volume de evacuações, com diminuição da consistência das vezes que vai se tornando mais pastosa ou liquefeita podendo conter restos alimentares. Síndrome disentérica: associada com a presença de muco, pus ou sangue nas fezes, além de tenesmo traduzindo uma lesão orgânica do reto e cólon distal. o Manifestação frequente na amebíase ou retocolite ulcerativa. NA ANAMNESE Ao avaliar o paciente, temos que nos fazer 5 perguntas o A diarreia é aguda ou crônica? o A diarreia é alta ou baixa? o Pode ser caracterizada como esteatorreia? ▪ Esteatorreia indica defeitos de digestão e absorção. o Tem causa infecciosa ou não infecciosa? o Existem outras manifestações clinicas indicativas de uma condição clinica especifica? Indague sobre as características da diarreia incluindo volume, frequência e consistência das fezes Existe muco, pus ou sangue? Existe tenesmo associado? A diarreia ocorre à noite? As fezes são gordurosas? Oleosas? Espumosas? Com odor fétido? Flutuam na superfície da água do vaso sanitário em função de gases em excesso? Semiologia Material 4º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga Explore as características que são importantes na identificação de causas possíveis. o Uso de medicamentos o Viagens recentes o Ritmo intestinal prévio o Existe fator de risco para imunocomprometimento Pergunte sobre febre, náuseas e dores abdominais. No caso de diarreia crônica perguntar sobre anorexia e emagrecimento. Estabeleça se há fatores precipitantes. o Ingestão de alimentos que podem ter sido contaminados com toxinas ou microrganismo. Pergunte sobre prurido anal e da região anoperineal. TERMOS Disquezia: evacuação difícil e dolorosa. Tenesmo: manifestação que acompanha a disenteria sendo a sensação da necessidade de evacuação sem que haja material a ser eliminado ou com eliminação de pequenas quantidades de muco. Esteatorreia: aumento do número de evacuações, mas no qual as fezes são pastosas e não líquidas, relacionadas ao aumento do teor de gordura. Acolia fecal: é a coloração acinzentada das fezes que ocorre quando há uma menor chegada de bile no intestino. COLITE PESEUDOMEMBRANOSA Colite pseudomembranosa é causada pela toxina do Clostridium difficile (anaeróbio Gram positivo). Principal fator de risco para o desenvolvimento da diarreia aguda por C. difficle é o uso de antibióticos, diurético e idade avançada. Pode cursar desde a primeira semana diarreia e cólica abdominais após o início do antibiótico ou até a sexta semana. Forma grave é o megacólon tóxico. Tratamento: hidratação venosa, suspensão do antibiótico se possível, metronidazol ou se necessário vancomicina. CAUSAS DE DIARREIA Doença celíaca Doença autoimune, caracterizada pela má absorção resultante de lesão inflamatória da mucosa após a ingestão do glúten. Manifestação clássica: diarreia, perda de peso e fadiga. Má absorção de vitaminas lipossolúveis, ferro, ácido fólico e cálcio são sintomas relativamente comuns. Adultos: anemia ferropriva Manifestações extra-intestinais: defeitos esmalte dentário, lesões aftosas orais, dermatite herpetiforme. Diagnóstico definitivo: avaliação histopatológica intestinal infiltrado linfocitário intraepitelial. Doença de Crohn Doença granulomatosa crônica Etiologia desconhecida Acomete todo o sistema gastrintestinal (mais comum íleo distal). Início em adultos jovens Principais manifestações: diarreia, dor abdominal e emagrecimento. Diagnóstico: quadro clínico, endoscopia com biopsia (retossigmoidoscopia e colonoscopia), TC de abdome, enema opaco e estudo radiológico do trânsito intestinal. Tumores carcinoides Tumor originário das células argentafins, produtoras de prostanglandinas, cininas, peptídeos com ação endócrina e aminas vasoativas. Localização mais requente íleo terminal. Síndrome carcinoide se caracteriza por episódios de palpitação, rubor facial intenso, tosse, dispneia com sibilos, diarreia com cólicas, meteorismo e flatulência. Sintomas podem ocorrer espontaneamente ou após a ingestão de bebida alcoólica, após o exercício físico ou durante períodos de tensão emocional. Síndrome do intestino irritável Necessário excluir doença orgânica associada Sexo feminino predomina Manifestação principal: dor abdominal, quase sempre acompanhada de distúrbios do ritmo intestinal, alternando diarreia com períodos de obstipação. Os seguintes achados NÃO são característicos dessa síndrome: diarreia volumosa, fezes sanguinolentas, fezes gordurosas, perda de peso significativa, anemia, sangramento, sangramento gastrointestinal oculto ou evidente ou acordar a noite sentindo dor ou com diarreia. Colite Processo inflamatório de qualquer segmento do intestino grosso, incluindoa colite amebiana, a tuberculosa, granulomatosa ou doença de Crohn, a isquêmica. Colite amebiana o Provocada pela Entamoeba histolytica o Infecção pela ingesta de alimentos contaminados por fezes ou fecal-oral o Caracteriza-se por diarreia crônica, com muco e às vezes sangue e pus. o Diagnóstico: quadro clínico, EPF, retossigmoidoscopia e/ou colonoscopia (nos casos de localização ileocecal e para excluir outras possibilidades etiológicas).
Compartilhar