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1 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 aul� 6 - ha�. clínica� Diarreias agudas e crônicas Diarréia Diarreia aguda - evento súbito com elevação da frequência (+ de 3x/ dia) ou diminuição da consistência das fezes (líquidas, pastosas), com elevação do peso (200g/ dia) das fezes por menos de 14 dias. - Provoca urgência ou desconforto abdominal Epidemiologia •Diarreia aguda é a nona causa de morte no mundo (países em desenvolvimento) •A maioria dos casos está associada a água e alimentos contaminados Agentes mais comuns Crianças de até 2 anos Rotavírus Crianças acima de 2 anos Giardia Lamblia Shigella Salmonella Adultos E. Coli Ambiente hospitalar e imunocomprometidos C. dif�icile Cla���fic�ção Tempo de duração dos sintomas ✓Aguda - possui duração menor que 2 semanas - Infecções são a principal etiologia ✓Persistente - possui duração entre 2 e 4 semanas ✓Crônica - Possui duração maior que 4 semanas Características clínicas e topográ�icas ✓Alta (intestino delgado) ✓Baixa (intestino grosso/ colite) ✓Não-in�lamatória: fezes aquosas, volumosas, sem sangue muco ou pus, geralmente sem febre. ✓In�lamatória: evacuações frequentes, pequeno volume, com muco ou pus, algumas com sangue. É comum febre, toxemia, dor abdominal intensa, tenesmo e leucocitose associada. Fis���a��l��i� Diarreia osmótica Ocorre por acúmulo de solutos osmoticamente ativos não absorvíveis no lúmen intestinal. Assim, ocorre retenção de líquidos intraluminais e consequentemente diarreia. •Pode ser causada por uso de antibióticos •Melhora com o jejum (não há diarreia noturna) •Melhora com a suspensão de substâncias osmóticas •Gap osmolar fecal alto (> 125 mOsm/L) Ex: De�iciência de dissacarídeos, alta ingestão de carboidratos pouco absorvíveis (sorbitol, manitol, lactulose), abuso de laxativos, diarreia dos antibióticos. ÂNION-GAP FECAL EXISTE UM EQUILÍBRIO OSMÓTICO ENTRE OS DOIS LADOS DA MUCOSA INTESTINAL. A força osmótica exercida pelo conteúdo luminal deve ser igual à força osmótica exercida pelas células da mucosa. Diarreia secretória Distúrbio no processo hidroeletrolítico pela mucosa intestinal, por meio do aumento de secreção de íons e água para o lúmen ou inibição da absorção, por meio de drogas ou toxinas. •Não melhora com jejum 2 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 •Apresenta-se como grande volume de fezes aquosas Invasiva: as toxinas, drogas ou substâncias estimulam a secreção ou inibem a absorção intestinal na mucosa Não invasiva ou in�lamatória: há uma liberação de citocinas e mediadores in�lamatórios por lesão direta da mucosa intestinal, estimulando a secreção intestinal e o aumento da motilidade. - Pode haver Presença de muco, pus ou sangue nas fezes (disenteria) - Pode ser infecciosa ou não (doença in�lamatória intestinal) Ex: E. coli enterotoxigênica, Vibrio cholerae, Salmonella sp, tumores secretores, toxinas alimentares, rotavírus Diarreia in�lamatória É causada por uma alteração in�lamatória, levando a produção de muco, pus e/ ou sangue nas fezes. - Há uma in�lamação direta na mucosa e submucosa que gera edema e consequentemente sangramento, in�iltração leucocitária levando a diminuição da absorção de �luidos, aumento da motilidade do cólon Ex: Doença de Crohn, retocolite ulcerativa Diarreia funcional É causada por hipermotilidade intestinal, estando a absorção e secreção normais. - O aumento do trânsito intestinal faz com que não haja tempo su�iciente para ocorrer a absorção dos nutrientes adequadamente *Diagnóstico de exclusão (não há doença orgânica que justi�ique o quadro clínico) Ex: Síndrome do intestino irritável. diarreia diabética (neuropatia autonômica), hipertireoidismo, pós cirúrgico Diarreia disabsortiva É causada pela baixa absorção dos lipídios no intestino delgado gerando esteatorreia. Pode ser causada por síndromes de má absorção ou má digestão. - Há destruição das células mucosas das vilosidades gerando uma diminuição da capacidade de absorção *Fezes amareladas, fétidas, oleosas (brilhantes), aderentes no vaso. Ex: Doença celíaca, Doença de Crohn, giardíase, pancreatite crônica Diarréia aguda Considerações •As primeiras suspeitas são infecções e intoxicações alimentares •A maioria das diarreias infecciosas tem transmissão fecal-oral (água, alimentos contaminados, contato interpessoal) •A maioria é autolimitada Epidemiologia Viral: maioria dos casos - Norovírus - 50% Bactérias mais comuns - Salmonella, Campylobacter, E. coli Há 4,5 bilhões de casos/ ano Mortalidade de < 0,05 (+ alto em países em desenvolvimento) Etiologia Infecções (vírus, bactérias, protozoários, helmintos) Ingestão de medicamentos Açúcares pouco absorvidos Impactação fecal In�lamação pélvica Doença in�lamatória intestinal As diarreias agudas estão mais associadas a gastroenterites virais, como o rotavírus, bacterianas, como E. coli, Shigella, Campylobacter, Cólera, ou parasitarias, helmintos e protozoários. Pacientes imunocomprometidos ou em antibioticoterapia prolongada, podem ter diarreia causada por: Klebsiella, Pseudomonas, Aerobacter, C. dif�icile, Cryptosporidium, Isospora, VIH, e outros agentes. Vírus Bactéria Protozoário s Helmintos 3 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Norovírus Rotavírus Adenovírus Astrovírus Salmonella Shigella Campyloba cter E. coli Clostridium dif�icile S. aureus Vibrio Cholerae Giárdia Entamoeba histolytica Ascaris Estrongiloid íase Necator americanus Ancylostom a Duodenalis Tênia Características das diarreias Rotavírus Inverno, período de maior contágio Período de incubação: 2-3 dias Mais comum aos 2 anos de idade Quadro clínico: dor abdominal, cólica, vômito *Início súbito Diarréia osmótica Gastroenterites bacterianas Ocorrem mais no verão e outono Diarreia invasiva ou secretória Síndrome pós gastroenterite - recidiva dos sintomas. O vírus destrói as vilosidades intestinais, fazendo com que haja diminuição das enzimas presentes na borda em escova dos enterócitos (lactase), resultando em diarreia osmótica. - Retirar leite e derivados da dieta da criança Características •Em geral são leves •Cursando com 3-7 evacuações diárias •Perda de menos de 1 litro de líquido nas fezes. SÍNDROME DE GASTROENTERITE AGUDA Quadro clínico: diarréia, náuseas, vômitos e dor abdominal difusa Causada por infecções virais ou intoxicação alimentar (ingestão de toxinas pré-formadas presentes em alimentos mal preparados ou “estragados”), os quais foram previamente contaminados por algum microrganismo (quer dizer, a síntese dessas enterotoxinas ocorreu fora do trato digestivo). A maior causa de gastroenterite aguda são as infecções virais (ex.: Norovírus em adultos, Rotavírus em crianças). O principal causador de intoxicação alimentar é o STAPHYLOCOCCUS AUREUS. Anamnese •Volume das evacuações •Frequência das evacuações •Sangue, muco ou pus nas fezes •Características das fezes (coloração, odor, consistência) •Presença de febre •Dor abdominal associada, náuseas, vômitos ou outros sintomas •Ausência de melhora após 48h •Surtos na comunidade •Uso recente de antibióticos •Idade do indivíduo (> 70 anos) e imunocomprometidos (ambos sinais de alarme) •Doenças pré-existentes (pancreatite crônica) •Ingestão de alimentos •Viagens recentes (países endêmicos) •Atividade sexual (Giardia Lamblia, homossexual) *Deve-se determinar se a diarreia é do tipo in�lamatória invasiva ou não invasiva. Antibióticos Atenção para os pacientes que estão fazendo uso de antibiótico e desenvolvem quadro diarreico! A microbiota bacteriana normal pode ter sido destruída, permitindo a proliferação do Clostridium Dif�icile, causando uma colite pseudomembranosa na mucosa intestinal. Geralmente é leve. - A diminuição da �lora colônica pode prejudicar a metabolização de alguns nutrientes fazendo com que eles se acumulem no lúmen intestinal e provoca diarreia osmótica. Bactéria invasiva *Ter certeza de qual etiologia. Ex: se a diarreia for causada por um rotavírus, o antibiótico pode piorar o quadro. Diarreia aguda in�lamatória Geralmente afetam o cólon, manifestando-se com diarreiade pequeno volume e múltiplos episódios ao dia, além de dor no quadrante inferior esquerdo do abdome, tenesmo e urgência fecal (sinais de “irritação” do retossigmoide). Diarreia aguda não in�lamatória 4 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Geralmente afetam o delgado, manifestando-se com diarreia de grande volume, poucos episódios e dor periumbilical, não raro sendo acompanhadas pelos demais sinais e sintomas que constituem a SÍNDROME DE GASTROENTERITE AGUDA *Em mais de 90% das vezes trata-se de quadros brandos e autolimitados, com resolução espontânea dentro dos primeiros cinco dias. Nas diarreias agudas não in�lamatórias não costuma ser necessário realizar exames para investigação do diagnóstico etiológico, tampouco se indica qualquer tratamento especí�ico além de medidas de suporte visando manter a hidratação (por exemplo: soro de reidratação oral ± antidiarreicos). Exame �ísico *Determinar a severidade da diarreia •Avaliação da desidratação (pele, mucosas, PA, FC) - Sinais de desidratação: hipotensão, pele e mucosas secas, taquicardia •Febre: associada a infecção por microrganismo invasivo •Sinais sistêmicos •Exame abdominal (excluir outras patologias que podem se manifestar como diarreia) •Toque retal (avaliar presença de sangue e fezes na ampola retal) Desidratação leve - sem sinais clínicos - Reidratação: 35- 50ml/ Kg p/h Desidratação moderada (perda de 10% de peso) - Reidratação: 75 ml/ Kg p/h Desidratação grave (perda de + de 10% de peso) - Reidratação: - Paciente anúrico Hidratação Ringer Lactato - Casos graves - Não tolera o uso da via oral. *Ringer lactato: Pois o lactato é transformado em bicarbonato pelo �ígado, corrigindo e prevenindo a acidose metabólica (soro “alcalinizante”) O Soro �isiológico (NaCl 0,9%): contém um discreto excesso de cloro e, quando ministrado em grande volume, ocasiona uma acidose metabólica hiperclorêmica que pode agravar e prolongar a duração da acidose metabólica secundária à diarreia (soro “acidi�icante”). Diagnóstico CLÍNICO •Cultura das fezes (bactérias e vírus) - Shigella - Salmonella - Campylobacter •Parasitológico de fezes - 3 amostras diferentes - Verminoses, protozoários •Imunoensaios para toxinas 5 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 •Hemograma (leucocitose, eletrólitos, anemia) - Ureia e creatinina (função renal) - Hematócrito - íons (sódio e potássio) - Glicemia •Endoscopia Esses exames devem ser solicitados em pacientes com mais de 70 anos, duração maior que uma semana, ≥ 6 episódios/dia, desidratação grave, toxemia, imunossupressão, etiologia hospitalar ou sinais de diarreia in�lamatória para um tratamento mais especí�ico. Diarreia aquosa: vírus, toxinas, coli, Cólera e Clostridium dif�icile. Diarreia com sangue: Shigella, Salmonella, Campylobacter, E. coli êntero-hemorrágica. Tratamento Hidratação + correção de distúrbios hidroeletrolíticos •Orientação dietética (aumentar a ingestão de líquidos e alimentos laxativos e irritantes à mucosa - lactose e açúcares em excesso) - Ex.: Sopas, chás, biscoito cream-cracker, torradas, arroz e frutas, como a banana •Hidratação oral (SRO) - O risco de desidratação é maior em extremos de idade (crianças e idosos) •Hidratação venosa (casos graves - paciente não tolera o uso da VO) - Ringer lactato •Antibioticoterapia* - Não utilizar em casos não invasivos em que não haja sinais sistêmicos •Sintomáticos •Probióticos (pode-se administrar em todas os quadros de diarreia) Antibióticos - indicado para pacientes com febre, disenteria, presença de leucócitos fecais, frequência de evacuação maior que 8x por dia, idosos e imunocomprometidos e pacientes hospitalizados (fazer cultura, parasitológico de fezes para identi�icação do agente etiológico). *Pode-se usar probióticos - são espécies de bactérias que colonizam e se replicam no trato intestinal humano e promovem um efeito bené�ico no hospedeiro. - Recolonização da mucosa intestinal Uso de antidiarreicos Podem dar conforto diminuindo o número de evacuações e a sensação de urgência fecal, além de aumentar a consistência das fezes. Só pode ser cogitado em quadros de diarreia aguda “não in�lamatória” Em casos infecciosos, não se deve para a diarréia, pois é a forma em que o corpo encontrou de expulsar o patógeno. Parar a diarréia, nesses casos, pode piorar o quadro com disseminação do patógeno. Contraindicação - Sinais in�lamatórios sistêmicos - Doenças invasivas - Crianças - Imunode�icientes Diarréia crônica De�inição - diarreia com duração superior a 30 dias ou ocorrência de 3 episódios de diarréia no período de 60 dias. Epidemiologia •Mais prevalente em países desenvolvidos Etiologia •Síndrome da má absorção/ disabsortivas •Diarréia secretória •Síndrome do intestino irritável •Diarréia in�lamatória (alteram o desenvolvimento puberal) •Infecção crônica (bacteriana, protozoários, helmintos) Anamnese • Volume das evacuações • Frequência das evacuações • Sangue, muco ou pus nas fezes 6 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 - Doença in�lamatória intestinal • Características das fezes (coloração, odor, consistência) • Presença de febre • Presença de artralgia (doença de Crohn) • Dor abdominal associada, náuseas, vômitos ou outros sintomas • Consumo de álcool (pancreatite) • Diarreia após consumo de laticínios e glúten (doença celíaca, intolerância a lactose) • Patologia autoimunes prévias (doença de Crohn, doença celíaca, retocolite ulcerativa) Quadro clínico *Varia de acordo com a etiologia •Alternância dos hábitos intestinais (constipação, diarreia) •Sintomas extra intestinais •Distensão abdominal Sinais de alarme • Idade > 70 anos • Imunodeprimidos • Evolução para desidratação • Presença de febre alta • Características in�lamatórias • Mais de 6 evacuações diárias • Dor abdominal intensa em maiores de 50 anos Exames complementares • Hemograma • Eletrólitos - Ureia e creatinina (a desidratação pode causar IR) - Sódio e potássio - Albumina sérica • Parasitológico de fezes (3 amostras) • Coprocultura • Pesquisa de leucócitos fecais, sangue oculto • Teste quantitativo de gordura fecal Exames mais especí�icos ASCA - Doença de Crohn p-ANCA - Retocolite ulcerativa Amilase e lipase - Pancreatite Anti-gliadina, Anti-transglutaminase - Doença celíaca Anemia poderia sugerir processo crônico ou sangramento oculto. Além disso, o leucograma pode sugerir também infecções. No caso de infecções crônicas pode cursar apenas com neutro�ilia, sem desvio à esquerda. Trombocitose em doença de Crohn ou retocolite pode indicar doença ativa e com risco de complicação tromboembólica. Síndrome da má absorção •Podem ocorrer por comprometimento da digestão intraluminal, absorção pela mucosa ou transporte dos nutrientes até a circulação sistêmica. •Esteatorreia (característica principal da má absorção) - Fazem com gordura Nem sempre má absorção causa diarreia. Podem ocorrer sinais clínicos de de�iciências de vitaminas e minerais sem que haja diarreia. Exames de imagem • Trânsito intestinal (detectar calci�icações pancreáticas e doenças in�lamatórias intestinais) • Endoscopia (Doença de Crohn, doença celíaca) Doença celíaca Considerações • Síndrome de má absorção • Afecção difusa e crônica da mucosa do intestino delgado • Etiologia genética (autoimune) • Intolerância ao glúten (cereais, trigo, cevada) Alterações histológicas (1) atro�ia difusa e intensa das vilosidades intestinais, as quais, em alguns casos, desaparecem completamente (2) hiperplasia das criptas em grau su�iciente para compensar a atro�ia vilositária, de modo que a espessura total da mucosa �ique pouco diminuída (3) invasão da lâmina própria por um in�iltrado in�lamatório no qual predominam as células mononucleares Manifestações clínicas *Varia com a extensão, intensidade e localização do processo in�lamatório no intestino. • Diarreia aquosa • Esteatorreia • Distensão abdominal 7 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 • Anemia ferropriva • Astenia (estado nutricional) • Perda de peso • Retardo de crescimento • De�iciência de vitaminas e sais minerais - Ferro,ácido fólico, vit. B12 Diarreia A diarreia é causada devido a diminuição da área de super�ície para absorção de água e eletrólitos, efeito osmótico dos nutrientes não absorvidos no lúmen intestinal, aumento da área de super�ície para secreção de cloreto (hiperplasia da cripta) e estimulação da secreção de líquido intestinal por mediadores in�lamatórios e ácidos graxos não absorvidos. Manifestações extraintestinais •Dermatite •Osteoporose •Rash cutâneo •Distúrbios neurológicos (neuropatia periférica, ataxia) •Distúrbios psiquiátricos (depressão, paranoia) •Distúrbios da reprodução •Atraso puberal •Infertilidade Fatores de risco •Diabético •Doenças reumáticas •História familiar •Síndrome de Down e Turner Diagnóstico - Endoscopia Digestiva Alta + biópsia e sorologia - Anti-transglutaminase IgA e IgG - Anti-endomísio IgA e IgG - Anti-gliadina IgA e IgG - IgA sérica (paciente possui de�iciência) Tratamento •Dieta sem glúten (permanente e de�initiva) •Corticoterapia •Reposição de micronutrientes em pacientes cronicamente sintomáticos Intolerância a lactose •Síndrome de má absorção de lactose •Ausência/ de�iciência da enzima lactase - Corpo não consegue digerir a lactose •As manifestações clínicas aparecem após a ingestão de leite e derivados Classi�icação Primária Envelhecimento Secundária Resultado de alguma doença ou ferimento Congênita O indivíduo já nasce com a de�iciência enzimática Quadro clínico *Ocorrem cerca de 30 minutos a 2 horas depois de a pessoa ingerir alimentos ou bebidas que contenham lactose. •Distensão abdominal •Náuseas, vômitos •Gases •Dor abdominal em cólica •Diarreia osmótica A lactose que não é hidrolisada se acumula no colón onde é fermentada pela �lora intestinal. Essa fermentação leva a formação de gases como o metano (CH4), hidrogênio (H2) e dióxido de carbono (CH2), que são os responsáveis por �latulências, dores abdominais e distensão - O ácido lático produzido é osmoticamente ativo e capta a água para dentro do intestino, causando diarréia. - Esses sinais e sintomas podem se agravar e levar a desidratação e acidose metabólica, e, ainda, em alguns casos levar à desnutrição. Diagnóstico Exame de tolerância à lactose - Paciente ingere um líquido rico em lactose para, depois, realizar um exame de sangue e veri�icar a quantidade de glucose na corrente sanguínea. Exame de hidrogênio expirado - Paciente também ingere um líquido com altas quantidades de lactose para que o médico, depois, analise a quantidade de hidrogênio expelida pelo hálito do paciente. Medidor de ácidos - A lactose não ingerida produz ácido láctico no organismo, que consegue ser identi�icado por meio de um medidor de ácidos. Tratamento - Dieta sem lactose (pode-se tomar comprimidos e cápsulas contendo enzimas lactase antes de ingerir alimentos contendo lactose) Muitas doenças intestinais causam, 8 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 secundariamente, de�iciência de lactase reversível, por exemplo gastroenterite viral, doença celíaca, giardíase e supercrescimento bacteriano. *Hipersensibilidade ao leite de vaca Doença de Crohn Considerações •Doença in�lamatória intestinal •Pode acometer qualquer parte do tubo digestivo, desde a boca até anus - Os locais mais comumente acometidos são o íleo terminal e o cólon ascendente •Não acomete o trato intestinal de forma homogênea, contínua. É descontínuo (intercala áreas normais de mucosa e áreas in�lamadas) - Lesões salteadas - Pode acometer diferentes locais ao mesmo tempo •Alterações transmurais (todas as camadas da parede do intestino) - Isso explica o espessamento da parede intestinal, com estreitamento do lúmen (formação de estenoses), e também explica a potencialidade para formação de �ístulas para o mesentério e órgãos contíguos •Há períodos de remissão e recidiva Alterações patológicas Fase mucosa: acomete a camada mucosa •Linfedema: acúmulo de linfa nos tecidos do organismo, o que causa inchaço, mais frequentemente em braços e pernas. •Hiperplasia linfóide: aumento no número de linfócitos •Úlceras aftóides em paralelepípedo (cobblestone) Fase transmural: acomete a camada serosa - A extensão é transmuralmente, até a serosa. Fase extramural: Acomete o mesentério e órgãos adjacentes Quadro clínico •Intensa dor abdominal •Diarreia crônica invasiva •Febre, anorexia e perda de peso; •Fístulas •Massa palpável no quadrante inferior direito; - Pode representar uma alça intestinal edemaciada, de diâmetro bastante aumentado, geralmente dolorosa à palpação, ou um abscesso intra-abdominal. •Doença perianal •A presença de sangue nas fezes é pouco frequente *Pode ocasionar obstrução do intestino delgado e grosso O acometimento extenso e crônico do intestino delgado geralmente cursa com síndrome disabsortiva grave, seguida por desnutrição e debilidade crônica; Complicações •Sangramentos •Obstruções •Fístulas •Abcessos •Estenose •Megacólon tóxico •Neoplasias Diagnóstico •PCR, HHS •Hemograma •Con�irmação diagnóstica: Endoscopia/ colonoscopia Achados de imagem Radiogra�ia Trânsito intestinal e enema opaco Alterações precoces Alterações tardias Hiperplasia linfóide (elevação da mucosa) Nodularidade Úlceras mucosas Fístulas Espessamento mural In�lamação transmural Áreas normais intercaladas com segmentos acometidos; Aspecto de pedra de calçamento Perda de haustrações (sinal do cano de chumbo) Abscesso intramural Estreitamento luminal segmentar (sinal da corda) 9 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 Estenoses Fissuras Estenoses Padrão pedras de calçamento Úlceras murais Fístulas Tomogra�ia computadorizada + contraste Sinal do halo (estrati�icação das camadas com hiperrealce mucoso e hipoatenuação da submucosa) Sinal do pente (ingurgitamento dos vasos mesentéricos) Fístulas e abcessos Estenoses Deformidade e encurtamento do cólon Densi�icação in�lamatória da gordura pericólica Sinal do halo Sinal do pente Sinal do cano de chumbo Retocolite ulcerativa Considerações •Doença exclusiva do cólon e reto •Acomete somente a mucosa (super�icial) •É tipicamente ascendente e uniforme (contínua) Quadro clínico •Diarreia invasiva (sangue, muco e pus), que variam de intensidade e duração e são intercalados por períodos assintomáticos. •Diarreia sanguinolenta (frequente) •Dor abdominal •Febre (muitas das vezes) •Sintomas gerais nos casos mais graves •Náuseas e vômitos •Tenesmo Início dos sintomas é insidioso (o diagnóstico é feito em média após 9 meses do início do quadro), com: •Crescente urgência para defecar (re�letindo a diminuição da complacência do reto in�lamado) •Leves cólicas abdominais baixas •Aparecimento de sangue e muco nas fezes Inflamação Retossigmóide - fezes estão normais ou endurecidas, podendo haver constipação. In�lamação difusa no cólon - fezes tornam-se amolecidas, e sobrevém diarreia, cólicas intensas e tenesmo Geralmente não há pausa à noite, as fezes são pastosas ou líquidas-pastosas e costumam conter sangue, muco e pus. Exames laboratoriais •Hemograma (anemia ferropriva - perda crônica de sangue) 10 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5 - In�lamação intensa - leucocitose com desvio à esquerda - Hipoalbuminemia (perda de proteínas por exsudação do cólon in�lamado - perda da permeabilidade do epitélio) Achados de imagem Alterações precoces Alterações tardias •Estreitamento colorretal por espasmo e irritabilidade •Espessamento haustral •Padrão mucoso �inamente granular por edema e hiperemia. •Padrão mucoso pontilhado devido a erosão de abscessos das criptas. •Úlceras em "botão de camisa". •Pólipos, Pseudopólipos in�lamatórios e pseudo in�lamatórios. •Encurtamento do cólon. •Perda das haustrações, assumindo o aspecto de "cano de chumbo". •Ileíte ele re�luxo (10%-40% dos pacientes): válvula ileocecal �ixa e aberta, associada a íleo distal dilatado e com padrão granular mucoso. •Anormalidade valvar retal: espessamento valvar maior que 6,5mm. Perda das haustrações Padrão mucoso granular A- Espessamento do reto B- Espessamento da parede intestinal Diagnóstico •Avaliação da históriaclínica •Exames das fezes, exame endoscópico e achados histopatológicos Tratamento Medicamentoso - Corticoides - Imunossupressores - Antibióticos Cirúrgico - Proctocolectomia com ileostomia - Colostomia *Ver parasitoses (tutorias 4 período) Síndrome do cólon irritável •Não há queixas noturnas •Mais prevalente em crianças do sexo feminino •Está muito envolvido ao componente emocional 11 Hab. clínicas丨Mariana Oliveira丨P5
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