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Patologia Material 4º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga VASOS SANGUÍNEOS Dois mecanismos principais são a base das doenças vasculares: o O estreitamento (estenose) ou obstrução completa da luz vascular, tanto progressivamente (aterosclerose) quanto abruptamente (trombose ou embolia). o O enfraquecimento das paredes dos vasos levando à dilatação ou ruptura. ESTRUTURA E FUNÇÕES VASCULARES Todos os vasos, exceto os capilares, compartilham uma arquitetura de três camadas: o Camada íntima o Camada média o Camada adventícia O espessamento e a composição das várias camadas diferem de acordo com: o Forças hemodinâmicas o Necessidades teciduais Artéria aorta: grande tecido elástico; acomoda forças pulsáteis altas; capacidade de retrair e transmitir energia ao fluxo sanguíneo dianteiro. Artérias musculares e arteríolas: anéis concêntricos de células musculares lisas na camada média; estado contrátil regula o calibre dos vasos (fluxo sanguíneo e pressão arterial). Sistema venoso: camadas musculares da média relativamente pouco desenvolvidas; grande capacitação. Capilares: apenas uma célula endotelial envolta por esparsos pericitos; difusão do oxigênio e nutrientes. PATOLOGIA VASCULAR NA HIPERTENSÃO Arteriolosclerose hialina Arteríolas: espessamento hialino homogêneo e róseo com estreitamento da luz associado. Essas alterações refletem: o Extravasamento de proteínas plasmáticas através das células endoteliais lesadas. o Aumento da síntese da matriz pelas células musculares lisas em resposta ao estresse hemodinâmico crônico da hipertensão. A parede arteriolar fica mais espessa com o aumento do depósito de proteínas (hialinizada) e a luz está diminuída. Arteriolosclerose hiperplásica Hipertensão grave. Os vasos exibem espessamento laminar e concêntrico das paredes (“lesões em casca de cebola”) e estreitamento da luz. As laminações consistem em células musculares lisas com membranas basais espessadas e reduplicadas. Hipertensão maligna: acompanhadas por depósitos fibrinoides e necrose da parede dos vasos (arteriolite necrosante), particularmente no rim. Arteriolosclerose hiperplásica (“casca de cebola”) causando a obliteração da luz - PAS. ARTERIOSCLEROSE Espessamento da parede arterial e perda da elasticidade. 3 padrões: o Arteriolosclerose: pequenas artérias e arteríolas; pode causar lesão isquêmica distal; 2 variantes anatômicas (hialina e hiperplásica). o Esclerose média de Mönckeberg: calcificação das paredes das artérias musculares, que envolvem tipicamente a membrana elástica interna. o Aterosclerose: padrão mais frequente e clinicamente importante. Patologia Material 4º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga ATEROSCLEROSE Lesão basicamente da íntima. Composta de uma capa fibrosa e um núcleo ateromatoso. Constituintes da placa: células musculares lisas, matriz extracelular, células inflamatórias, lipídios e restos necróticos. Aterogênese: determinada pela interação das lesões da parede vascular com processo inflamatório. Fatores de risco → causam disfunções nas células endoteliais, influenciando o recrutamento e a estimulação das células inflamatórias e musculares lisas. → Estrutura da placa aterosclerótica: lesão basicamente da íntima. Placas estáveis Sintomas relacionados com a isquemia crônica pelo estreitamento da luz vascular. Cápsulas fibrosas densas, acúmulo mínimo de lipídios e pouca inflamação. Placas instáveis Complicações isquêmicas potencialmente fatais relacionadas à ruptura aguda da placa, trombose ou embolização. Cápsulas mais finas, núcleo de lipídios mais amplos e infiltrados inflamatórios relativamente densos. → Evolução das alterações das paredes arteriais na hipótese da resposta à injúria Morfologia Estrias gordurosas o Compostas por macrófagos espumosos cheios de lipídios. o Múltiplos diminutos pontos planos amarelados → coalescem em estrias alongadas com ≥ 1 cm de comprimento. Placa aterosclerótica o Processos fundamentais na aterosclerose: espessamento da íntima e acúmulo de lipídios (em conjunto formam a placa. o São branco-amareladas e invadem a luz das artérias. o Variam no tamanho, podendo coalescer e formar grandes massas. o O trombo superposto às placas ulceradas é marrom- avermelhado. Patologia Material 4º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga → Aterosclerose leve composta de placas fibrosas. → Doença grave, com lesões difusas e complicadas: placa ulcerada (seta aberta) / lesão com trombo sobrejacente (seta fechada). Lesões ateroscleróticas o São focais, geralmente envolvendo apenas uma parte de qualquer parede arterial. o A disposição focal é atribuível às características da hemodinâmica vascular. o Distúrbios locais do fluxo deixa certas porções da parede dos vasos mais suscetíveis à formação de placa. o Podem se tornar maiores, mais numerosas e mais amplamente distribuídas com o passar do tempo. o Em qualquer vaso, costumam coexistir lesões em vários estágios. VASOS MAIS ENVOLVIDOS (ORDEM DESCENDENTE) Aorta abdominal inferior Artérias coronárias Artérias poplíteas Artérias carótidas internas Vasos do círculo de Willis Morfologia As placas ateroscleróticas têm 3 componentes principais: o Células musculares lisas, macrófagos e células T. o Matriz extracelular, incluindo colágeno, fibras elásticas e proteoglicans. o Lipídios intra e extracelulares. CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS DA PLACA ATEROMATOSA NA ARTÉRIA CORONÁRIA Capa fibrosa (F) e núcleo necrótico central (C) contendo colesterol e outros lipídios. A luz (L) foi comprometida moderadamente. Note que um segmento da parede não tem placa (seta); a lesão é, portanto, “excêntrica”. Colágeno corado em azul (tricrômico de Masson). Coloração para elastina (preto), demonstra que as lâminas elásticas interna e externa estão atenuadas e a camada média arterial está mais fina sob a placa mais avançada (seta). Células inflamatórias dispersas, calcificação (cabeças de setas) e neovascularização (setas). Morfologia As placas ateroscleróticas são suscetíveis às seguintes alterações patológicas: o Ruptura, ulceração ou erosão da superfície da placa: expõem substâncias altamente trombogênicas, acarretando trombose, podendo ocluir parcial ou totalmente a luz vascular. o Hemorragia dentro da placa: devido a ruptura da capa fibrosa sobrejacente ou dos vasos com paredes finas nas áreas de neovascularização. o Ateroembolismo: a ruptura da placa pode soltar resíduos ateroscleróticos na corrente sanguínea, produzindo microêmbolos. o Formação de aneurisma: a pressão induzida pela aterosclerose ou a atrofia isquêmica da camada média subjacente, com perda de tecido elástico, causa fraqueza e potencial ruptura. RUPTURA DA PLACA ATEROSCLERÓTICA A. Ruptura da placa sem trombo superposto, em paciente com morte súbita. B. Trombose coronariana aguda superposta a uma placa aterosclerótica com ruptura focal da capa fibrosa, levando a um infarto do miocárdio fatal. Patologia Material 4º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga CONSEQUÊNCIAS DA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA TGPI 1. Dois mecanismos principais são a base das doenças vasculares: I. O estreitamento (estenose) ou obstrução completa da luz vascular, tanto progressivamente (aterosclerose) quanto abruptamente (trombose ou embolia). II. O enfraquecimento das paredes dos vasos levando à dilatação ou ruptura. A respeito das afirmativas acima, marque a opção correta: a. Apenas I é verdadeira. b. Apenas II é verdadeira.c. I e II são verdadeiras. d. Nenhuma é verdadeira. 2. Sobre os tipos e causas da hipertensão, assinale a alternativa INCORRETA: a. A hipertensão essencial representa a grande maioria dos casos. b. Doença crônica renal representa uma causa renal de hipertensão secundária. c. Diminuição do débito cardíaco representa uma causa de hipertensão secundária. d. O hipertireoidismo (tireotoxicose) está entre as causas de hipertensão secundária. 3. Sobre os fatores de risco da aterosclerose, é correto afirmar que: a. Hiperlipidemia é um fator não modificável. b. Anormalidades genéticas são fatores modificáveis. c. Histórico familiar é um fator não modificável. d. Tabagismo é um fator não modificável. 4. Sabe-se que durante o processo de evolução das alterações das paredes arteriais nos quadros de arteriosclerose ocorrem diversas alterações. Analise as afirmativas abaixo: I. Em resposta a uma lesão endotelial crônica observa-se disfunção endotelial, adesão de monócitos e emigração. II. Em uma etapa do desenvolvimento do processo ocorrerá ativação de macrófagos e recrutamento de células musculares lisas. III. Após a ativação de macrófagos e recrutamento de células musculares lisas haverá, por essas células, englobamento de lipídios. Estão corretos os itens: a. I, II e III. b. I e II apenas. c. II e III apenas. d. I e III apenas. 5. Quanto a morfologia das lesões ateroscleróticas, é INCORRETO afirmar que: a. São focais, geralmente envolvendo apenas uma parte de qualquer parede venosa. b. A disposição focal é atribuível às características da hemodinâmica vascular. c. Distúrbios locais do fluxo deixa certas porções da parede dos vasos mais suscetíveis à formação de placa. d. Podem se tornar maiores, mais numerosas e mais amplamente distribuídas com o passar do tempo. 6. São componentes principais das placas ateroscleróticas: I. Células musculares lisas, macrófagos e células T. II. Matriz extracelular, incluindo colágeno, fibras elásticas e proteoglicans. III. Lipídios intra e extracelulares. Estão corretos os itens: a. I e II apenas. b. II e III apenas. c. I e III apenas. d. I, II e III. 7. As placas ateroscleróticas são suscetíveis às seguintes alterações patológicas: I. Ruptura, ulceração ou erosão da superfície da placa que expõem substâncias altamente trombogênicas, acarretando trombose, podendo ocluir parcial ou totalmente a luz vascular. II. Hemorragia dentro da placa devido a ruptura da capa fibrosa sobrejacente ou dos vasos com paredes finas nas áreas de neovascularização. Patologia Material 4º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga III. Ateroembolismo significa que a ruptura da placa pode soltar resíduos ateroscleróticos na corrente sanguínea, produzindo microêmbolos. IV. A formação de aneurisma se deve a pressão induzida pela aterosclerose ou a atrofia isquêmica da camada média subjacente que causa aumento da densidade do tecido elástico com hipercalcificação. Das alterações patológicas descritas acima, a única que apresenta erro é: a. I b. II c. III d. IV 8. Representa consequência da doença aterosclerótica, comumente em jovens, na fase pré-clínica: a. Placa fibroadiposa. b. Aneurisma e ruptura. c. Oclusão por trombos. d. Estenose crítica. 9. Sobre a arteriosclerose hiperplásica: I. Os vasos exibem espessamento laminar e concêntrico das paredes (“lesões em casca de cebola”) e estreitamento da luz. II. É uma hipertensão benigna acompanhada por depósitos fibrinoides e necrose da parede dos vasos (arteriolite necrosante), particularmente no baço. É correto afirmar que: a. I e II estão corretos. b. Apenas I está correto. c. Apenas II está correto. d. I e II estão incorretos. 10. A respeito das placas ateroscleróticas, é ERRADO dizer que: a. Apresentam espessamento da íntima e acúmulo de lipídios, que em conjunto formam a placa. b. Variam no tamanho, podendo coalescer e formar grandes massas. c. São branco-amareladas e frequentemente acometem vasos linfáticos adjacentes. d. O trombo superposto às placas ulceradas normalmente é marrom-avermelhado.
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