Buscar

Hipertrofia e Hiperplasia

Prévia do material em texto

4 EMESCAM – RICARDO BASTOS 
Hipertrofia 
A hipertrofia consiste no aumento no tamanho 
das células que resulta em aumento no 
tamanho do órgão. 
Na hipertrofia não há novas células, apenas 
células maiores contendo quantidades 
aumentadas de proteínas estruturais e organelas; 
O tamanho aumentado das células é devido à 
síntese e à incorporação de novos 
componentes estruturais intracelulares. 
A hipertrofia é o resultado do aumento na 
produção das proteínas celulares; 
Pode ser fisiológica ou patológica e é causada 
pelo aumento da demanda funcional ou por 
fatores de crescimento ou estimulação hormonal. 
EX: aumento fisiológico maciço do útero durante 
a gravidez ocorre como consequência de 
hipertrofia e hiperplasia do músculo liso 
estimulado pelo estrogênio que agem nos 
receptores de estrogênio do músculo liso, 
resultando em maior síntese de proteína no 
músculo liso e em aumento do tamanho celular. 
Os corpos levantadores de peso resultam 
unicamente da hipertrofia dos músculos 
esqueléticos individuais. 
EX: hipertrofia patológica é o aumento cardíaco 
que ocorre na hipertensão ou na doença valvar 
aórtica. 
No coração, o estímulo para a hipertrofia é 
geralmente uma sobrecarga hemodinâmica 
crônica, devido ou à hipertensão arterial ou a 
valvas deficientes 
 
 
Hiperplasia 
Se refere ao aumento no número de células 
em um órgão que resulta da proliferação 
aumentada de células diferenciadas ou, em 
alguns casos, de células progenitoras menos 
diferenciadas. 
A hiperplasia ocorre se o tecido contiver 
populações de células capazes de divisão; pode 
ocorrer simultaneamente à hipertrofia e muitas 
vezes em resposta aos mesmos estímulos. 
Refere-se ao aumento no número de células 
num órgão ou tecido 
Geralmente resulta em massa aumentada do 
órgão ou tecido. 
Fator imprescindível: ocorre se a população de 
células é capaz de se dividir aumentando assim o 
número de células. 
A hiperplasia pode ser: fisiológica ou patológica. 
Dividem-se em hiperplasia hormonal e 
compensatória. 
Pode ser fisiológica ou patológica; em ambas as 
situações, a proliferação celular é estimulada por 
fatores de crescimento que são produzidos por 
vários tipos de células. 
 Hiperplasia hormonal ou fisiológica 
Devido a ação de hormônios ou fatores do 
crescimento ocorre em várias circunstâncias: 
quando há necessidade de aumentar a 
capacidade funcional dos órgãos hormônios-
sensíveis; quando há necessidade de aumento 
compensatório após lesão ou ressecção. 
Exemplificada pela proliferação do epitélio 
glandular da mama feminina na puberdade e 
durante a gravidez. 
Aumenta a capacidade funcional de um tecido 
quando necessário. 
 
5 EMESCAM – RICARDO BASTOS 
EX: proliferação do epitélio glandular da mama 
feminina na puberdade e durante a gravidez. 
Geralmente acompanhadas por um aumento 
(hipertrofia) das células epiteliais glandulares. 
 Hiperplasia compensatória: 
A maioria das formas de hiperplasia patológica é 
causada pela ação excessiva ou inapropriada de 
hormônios ou fatores de crescimento sobre suas 
células-alvo; 
O tecido residual cresce após remoção ou perda 
de parte de um órgão. 
Por exemplo, quando parte de um fígado é 
ressecada, a atividade mitótica nas células 
restantes inicia-se 12 horas após, restaurando o 
fígado ao seu tamanho normal. 
Aumenta a massa de tecido após dano ou 
ressecção parcial; 
Principalmente causada por: excesso de 
hormônios: hiperplasia do endométrio; hiperplasia 
prostática benigna. 
Lembra-se: embora essas formas de hiperplasia 
sejam anormais, o processo continua controlado, 
porque não existem mutações em genes que 
regulam a divisão celular, e a hiperplasia regride 
se a estimulação hormonal é eliminada. 
Fatores de crescimento que atuam em células 
alvo: câncer; infecções virais. 
É uma resposta adaptativa de células capazes de 
replicação. 
O órgão hipertrofiado não tem novas células, 
apenas células maiores. 
Células capazes de divisão: podem responder ao 
estresse por sofrer tanto hiperplasia quanto 
hipertrofia. 
Células com baixa taxa de divisão celular: 
aumentam a massa tecidual devido a hipertrofia 
(p.e., fibras miocárdicas 
). 
Na hipertrofia e na hiperplasia muitos órgãos 
podem coexistir e contribuir para o aumento de 
tamanho. 
Pode ser fisiológica ou patológica causada por: 
1. Demanda funcional aumentada ou 
2. Estimulação por hormônios e fatores de 
crescimento. 
Hipertrofia do músculo (funcional): maior carga 
de trabalho resulta de um aumento no tamanho 
das fibras musculares individuais em resposta ao 
aumento da demanda 
A celular muscular aumento de volume pois 
aumenta o número de organelas, mitocôndrias e 
reticulo endoplasmático rugoso. 
HIPERTROFIA CARDÍACA 
 Estímulo para a hipertrofia: 
Sobrecarga hemodinâmica crônica, resultante de 
hipertensão ou válvulas defeituosas. 
Sobrecarga hemodinâmica crônica, faz com que 
o miocárdio aumente o volume e o afunilamento 
do ventrículo esquerdo; 
Hipertrofia funcional; 
Os mecanismos responsáveis pela hipertrofia 
cardíaca envolvem dois tipos de sinais: gatilhos 
mecânicos, tais como alongamento, e 
mediadores solúveis que estimulam o 
crescimento celular, como os fatores de 
crescimento e os hormônios adrenérgicos. 
Qualquer que seja a causa da hipertrofia, atinge-
se um limite no qual a dilatação da massa 
muscular não pode mais compensar o aumento 
da carga; 
Quando acontece no coração, ocorrem diversas 
alterações degenerativas nas fibras miocárdicas, 
e entre as mais importantes estão a 
 
6 EMESCAM – RICARDO BASTOS 
fragmentação e a perda de elementos 
contráteis mio fibrilares. 
HIPERTROFIA NO ÚTERO 
Hormônios; 
Gravidez há aumento no tamanho do órgão que 
resulta principalmente de hipertrofia das fibras 
musculares. 
Ação de hormônios estrogênicos sobre os 
receptores de estrogênio de músculo liso: 
Há aumento da síntese de proteínas do músculo 
liso e um aumento no tamanho da célula. 
Endométrio: células epiteliais; crescer por 
hiperplasia. 
Miométrio: células musculares lisas, não tem 
estrias; hipertrofia. 
Perimétrio: tecido conjuntivo (cresce por 
hiperplasia) e tecido adiposo (após os 20 anos de 
idade cresce por hipertrofia); 
Entre célula epitelial e célula muscular lisa, a célula 
lisa faz mais hipertrofia. 
 
Hipertrofia fisiológica do útero durante a gravidez. 
A aparência de um útero normal (direita) e um 
útero gravídico (removido para sangramento 
pós-parto (à esquerda). B, pequenas células 
musculares lisas fusiformes de um útero normal, 
comparado com (C) células do útero gravídico 
hipertróficas, com a mesma ampliação. 
OBS: 
Visão tradicional: músculo cardíaco e esquelético 
em adultos são considerados tecidos capazes de 
prolifera e, portanto, o seu aumento de tamanho 
é inteiramente um resultado de hipertrofia. 
Novas evidências: há evidências de que mesmo 
esses tipos de células são capazes de proliferar, 
bem como repovoar áreas a partir de 
precursores, em adição à hipertrofia. 
MECANISMOS DE HIPERTROFIA 
A hipertrofia pode ser induzida por: 
1. Agentes vasoativos: produto que age sob 
os vasos sanguíneos. 
a-Adrenérgicos, endotelina-1 e angiotensina II; 
2. Fatores de crescimento: 
Fator de crescimento transformante beta, fator 
de crescimento de insulina e fator de 
crescimento de fibroblastos; 
3. Ações ligadas aos sensores mecânicos. 
(Que são acionados por carga de trabalho 
aumentada). 
A hipertrofia pode estar associada também: 
Fatores de permuta de proteínas contráteis do 
adulto para formas fetal ou neonatal. 
Por exemplo: na hipertrofia muscular a isoforma 
Alfa da miosina de cadeia pesada é substituída 
pela isofroma da Beta. A beta possui um ritmo 
lento de contração e mais econômica 
energeticamente. 
Expressão gênica em células hipertróficas: 
Alguns genes que são expressos somente 
durante o desenvolvimento precoce são re 
expressos em células hipertróficas. 
Por exemplo: Gene para o fator natriuréticoatrial 
(ANF) 
É expresso no átrio-ventrículo do coração 
embrionário, mas é regulada após o nascimento. 
 
7 EMESCAM – RICARDO BASTOS 
A hipertrofia cardíaca, no entanto, está associada 
a reindução da expressão gênica do ANF. 
HIPERTROFIA SELETIVA 
Envolvimento de organela subcelular. 
O álcool causa hipertrofia seletiva. 
Por exemplo: indivíduos tratados com drogas 
(barbitúricos): 
Há hipertrofia do retículo liso endoplasmático 
(ER) dos hepatócitos: 
Devido ao aumento da quantidade de citocromo 
P-450 oxidases: detoxificação. 
Ao longo do tempo, os pacientes respondem 
menos à droga por causa desta adaptação. 
Adaptação a uma droga pode resultar em uma 
maior capacidade de metabolizar outras drogas. 
Por exemplo: ingestão de álcool versus utilização 
de barbitúricos: 
A ingestão de álcool provoca hipertrofia do ER e 
pode reduzir os níveis de barbitúricos 
administrados. 
A P-450 é polimórfica: cada individuo possui uma 
sensibilidade. 
A ação da P-450 gera Erro’s = injúria. 
CÂNCER 
(fatores de crescimento) 
Os mecanismos de controle de crescimento 
tornam-se desregulados ou ineficazes por causa 
de aberrações genéticas. 
Resultado: proliferação desenfreada. 
A hiperplasia é diferente de câncer. 
EX: câncer do endométrio 
INFECÇÕES VIRAIS 
(fatores de crescimento) 
Hiperplasia como resposta característica de 
certas infecções virais, 
Fatores de crescimento produzidos pelos genes 
virais ou por células infectadas podem estimular 
a proliferação celular. 
EX: vírus do papiloma (HPV). 
CÉLULAS ESTÁVEIS 
(células em repouso): 
Dividem-se com pouca frequência, porque estão 
normalmente na fase G0 (de repouso); 
Devem ser estimuladas (por exemplo fatores de 
crescimento, hormônios) para entrar no ciclo 
celular; 
EX: hepáticos, astrócitos, células musculares lisas. 
Podem sofrer hiperplasia ou hipertrofia como 
uma adaptação à lesão celular. 
CÉLULAS PERMANENTES 
Célula altamente especializada que não podem 
replicar; 
EX: neurônios e células musculares esqueléticas 
e cardíacas; 
Podem sofrer hipertrofia (apenas músculo)

Continue navegando