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TOXICOLOGIA AMBIENTAL

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TOXICOLOGIA AMBIENTAL
PROF.A MA. FRANCINE FERNANDES PALERMO
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional:
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Mariana Tait Romancini 
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA TOXICOLOGIA ...................................................................................................... 5
2 - CONCEITOS E ELEMENTOS BÁSICOS ............................................................................................................... 9
3 - INTERAÇÃO ENTRE AS SUBSTÂNCIAS .............................................................................................................. ..
......................................................................................................... 14
4 - SUSCEPTIBILIDADE ........................................................................................................................................... 14
5 - RELAÇÃO DOSE-EFEITO E DOSE-RESPOSTA .................................................................................................. 15
6 - PRINCIPAIS ÁREAS DA TOXICOLOGIA .............................................................................................................. ..
......................................................................................................... 15
HISTÓRICO, EVOLUÇÃO E CONCEITOS 
BÁSICOS DA TOXICOLOGIA
PROF.A MA. FRANCINE FERNANDES PALERMO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
TOXICOLOGIA 
AMBIENTAL
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Neste estudo, abordaremos os principais momentos históricos da Toxicologia, bem como 
sua evolução até os dias de hoje, pois os problemas ambientais relacionados com a introdução 
de substancias tóxicas no meio ambiente aumenta a cada dia e, parte de seus recursos naturais 
se encontram comprometidos devido à essa contaminação. Faremos uma análise dos principais 
acontecimentos ao longo dos anos envolvendo o uso da toxicologia, desde o seu surgimento até 
os dias atuais, bem como dos conceitos e elementos básicos envolvendo essa ciência.
O foco principal desse estudo está relacionado com a interação das substâncias com 
o meio e com os organismos. Sendo assim, estudaremos as principais rotas de entrada desses 
contaminantes, os tipos de organismos afetados, os efeitos causados devido à essa contaminação 
e, como tais organismos reagem à essas substâncias químicas: sua susceptibilidade, a relação 
dose-resposta e por fim, as principais áreas que a Toxicologia atua de forma a lidar com os efeitos 
adversos ocasionados por essas substâncias tóxicas. 
Ao final desse estudo, o aluno passará a entender a dinâmica dos contaminantes e avaliar 
seus efeitos adversos sobre o meio ambiente e sobre a saúde dos organismos vivos que nele 
habitam. Essas e outras reflexões farão parte de nossas discussões no decorrer dos textos rumo 
ao mundo da Toxicologia Ambiental. 
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA TOXICOLOGIA 
Para compreendermos a Toxicologia, é importante verificarmos como ocorreu a sua 
evolução, desde as informações de seus primeiros sinais de uso até a sua consolidação como uma 
Ciência. Desse resgate histórico, refletiremos sobre a importância de conhecer as substâncias 
químicas, bem como os efeitos adversos que elas podem ocasionar no meio e nos organismos, 
entre eles, o ser humano. Para isso, faz-se necessário retomar alguns fatos históricos, pois acredita-
se que o conhecimento dos venenos tanto de animais quanto de vegetais teve sua aparição antes 
mesmo do surgimento da história escrita.
Figura 1 - Toxicologia. Fonte: Martin (2015).
Para compreendermos a Toxicologia, é importante verificarmos como ocorreu a sua 
evolução, desde as informações de seus primeiros sinais de uso até a sua consolidação como uma 
Ciência. Desse resgate histórico, refletiremos sobre a importância de conhecer as substâncias 
químicas, bem como os efeitos adversos que elas podem ocasionar no meio e nos organismos, 
entre eles, o ser humano. Para isso, faz-se necessário retomar alguns fatos históricos, pois acredita-
se que o conhecimento dos venenos tanto de animais quanto de vegetais teve sua aparição antes 
mesmo do surgimento da história escrita. 
Os homens primitivos tinham o conhecimento do que é venenoso (ou tóxico) pois ao 
longo do tempo eles percebiam que a ingestão de determinados alimentos ocasionava reações 
adversas, inclusive a morte dos indivíduos e assim, através da observação de acontecimentos 
do seu dia a dia, perceberam a capacidade de alguns venenos, tanto de animais quanto vegetais. 
Após essa percepção, eles passaram a utilizá-los para guerrear e caçar e, ao longo da sua história, 
a humanidade percebeu a importância dessas substâncias químicas tanto para o mal quanto para 
o seu próprio benefício.
Há relatos de que as substâncias químicas foram utilizadas para ocasionar morte por 
envenenamentos desde os tempos mais longínquos. Um exemplo clássico é o envenenamento 
por cicuta. Antigamente, nos grandes reinados, era muito comum possuir um provador oficial 
de refeições antes de seus superiores provarem tal alimento, pois, as mortes ocasionadas por 
substancias químicas nessas situações eram muito comuns nessa época. 
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Na idade antiga, locais como Egito, Grécia e Roma, foram os maiores contribuintes para 
o histórico da Toxicologia e, para cada lugar, as substâncias tóxicas eram vistas de uma forma. 
No Egito permanecia a ideia do uso do veneno para a cura, na Grécia a ideia médica legal e, em 
Roma a ideia criminal e política. Vejamos a seguir alguns exemplos de cada ideia apresentada.
Foi no Egito que encontraram um dos documentos mais antigos que se tem datado, é o 
Papiro de Ebers (cerca de 1500 a.C.), um dos dois mais antigos tratados médicos ainda mantidos 
nos dias de hoje, sendo o principal registro da história médica Egípcia que detalha informações de 
muitos venenos incluindo a cicuta, ópio, acônito, e metais como ochumbo e o cobre, interferindo 
na saúde humana.
Na Grécia em 399 a.C. o filósofo Sócrates foi condenado a morte através da ingestão de 
cicuta. Nessa mesma época Hipócrates estudou uma série de venenos e criou o que chamamos 
atualmente de toxicologia clínica, com informações sobre a disponibilidade das substâncias e 
as doses que elas são encontradas no meio. Por volta de 350 a.C. um discípulo de Aristóteles 
chamado Teofrasto fez referência em sua obra De História Plantarum sobre diversas plantas 
tóxicas. A primeira tentativa de classificação dos venenos de diferentes reinos (animal, vegetal e 
mineral) foi realizada pelo médico grego Dioscórides (60 d.C.) em seu livro De Matéria Medica. 
Ele classificou os venenos através de desenhos e descrições com base na sua origem e função 
biológica. 
Em Roma, aproximadamente 70 a.C., foi registrado que o rei romano Mitríades VI ingeria 
regularmente vários venenos na esperança de que se tornasse imune a eles, pois, tinha o receio 
de ser assassinado por envenenamento e assim, surgiu a palavra mitridato, em sua homenagem, 
significando um xarope de mistura de substâncias, muito comum na Antiguidade, que se supunha 
ser eficaz contra várias doenças e, também, contra o envenenamento, era conhecido como o 
antídoto Mithridaticum.
Na idade Média destacou-se a fase criminal do uso das substâncias tóxicas. Na Itália 
destacou-se a misteriosa Toffana que produzia cosméticos envenenados a base de Arsênico. Na 
França a Marquesa de Brinvillers fazia testes de misturas venenosas e testava principalmente 
em crianças. Catarina de Médici, rainha da França, testava misturas de substâncias tóxicas em 
humanos e observava os efeitos e sintomas clínicos. Acredita-se que ela envenenou o rei Henrique 
de Navarra.
Para ampliar seus conhecimentos sobre 
a Toxicologia dos alimentos:
- Livro: Introdução à Toxicologia dos 
Alimentos.
- Autores: Leonard F. Bjedanes e Takayuki 
Shibamoto
- Editora: Campus – 2 ed. – 2014. 
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No Renascimento foi a fase revolucionária, na qual os usos de substâncias tóxicas passaram 
a ser praticados com um olhar médico e científico. O grande responsável por essas ideias foi 
Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493-1541) – autodenominado 
como Paracelso (Figura 2).
Paracelso considerou os efeitos das substâncias tóxicas a elas mesmas, visto que, 
antigamente eram atribuídos aos maus espíritos ou a um deus. Foi por meio da experimentação 
que ele passou a analisar as respostas e efeitos de cada substância química, diferenciou as 
propriedades terapêuticas e tóxicas das mesmas, sendo que, as vezes são distinguíveis apenas 
pela dose, e verificou o grau de especificidade e seus efeitos terapêuticos ou tóxicos. Por meio 
desses princípios que Paracelso formulou o conceito da “relação dose-resposta”, uma das bases 
da toxicologia.
Figura 2 - Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493-1541) – autodenominado 
como Paracelso. Fonte: Rego (2017).
Paracelso é considerado o fundador da toxicologia como ciência objetiva. Seus 
estudos e pesquisas foram responsáveis por revolucionar o mundo da toxicologia. 
Segundo Paracelso: “Todas as substâncias são venenos; não há nenhuma que 
não seja um veneno. A dose correta distingue o veneno do remédio”.
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Foi com a Revolução industrial (1775) através do aumento do número de fábricas 
e indústrias que várias substâncias começaram a ser produzidas e emitidas no meio, gerando 
consequências drásticas para a saúde humana e para o ambiente. Nessa época as doenças 
ocupacionais também foram intensificadas e o uso de substâncias tóxicas durante o trabalho estava 
causando diversas enfermidades. Nessa fase surge a toxicologia ocupacional e com isso, várias 
publicações reconhecendo os riscos de determinadas profissões perante o uso de substâncias 
tóxicas em suas práticas. Tais descobertas possibilitaram o desenvolvimento de práticas médicas, 
e sobretudo sua prevenção.
 Na Idade Moderna ficou caracterizado o uso de substâncias químicas como a fase 
científica. Mateo José Buenaventura Orfila Rotger (1787 -1853) – conhecido como Mattieu 
Orfilla – teve um papel importante na história da toxicologia, papel este que o nomeou como “pai 
da toxicologia”. Orfilla foi o primeiro a usar análises químicas e material de autópsia de forma 
sistemática como prova legal de envenenamento, ramo este que ficou definido como Toxicologia 
Forense. Foi nessa fase que a Toxicologia passa a ser considerada ciência separada da farmacologia. 
Após esses acontecimentos muitos outros cientistas aperfeiçoaram os conhecimentos sobre a 
Toxicologia. Nomes como Marsh (1836), Reinsh (1841), Frezenius e Babo (1846), Erlich e Bernard 
desenvolveram a toxicologia analítica e mecanística contribuindo para a evolução dessa ciência.
A partir da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) os estudos referentes às substâncias 
tóxicas passaram a ganhar mais impulso e abrangência, fase esta considerada como Toxicologia 
Moderna que vai muito além dos efeitos adversos das substâncias químicas e, conta com uma 
capacidade de incorporar quase todas as ciências básicas para testar suas hipóteses. A Toxicologia 
é uma ciência multidisciplinar, que trabalha com as diferentes disciplinas em conjunto, visando a 
proteção e a melhoria da qualidade de vida homem.
É fascinante o que o renomado cientista Arnold Lehman, pioneiro da toxicologia 
americana, disse por volta do ano de 1955: “Você também pode ser um toxicologista com apenas 
duas simples lições, cada uma com duração de dez anos” (LEHMAN, 1955). Esse fato nos leva a 
entender que os efeitos das substâncias tóxicas podem perdurar por muitos anos e que precisamos 
de estudos ininterruptos tanto nas bases farmacológicas e bioquímicas quanto nas respostas e 
efeitos dos diversos agentes tóxicos que estão disponíveis em nosso planeta.
Na década de 1960 muitos acontecimentos foram marcantes e decisivos para a evolução da 
Toxicologia. O trágico acidente com talidomida, um fármaco muito utilizado por gestantes, que 
provocou o nascimento de milhares de crianças com sérios defeitos congênitos. Logo depois, nos 
EUA aconteceu a publicação do best seller Silent Spring (1962) (Primavera Silenciosa) de Rachel 
Carson que alertava para outro tipo de problema época, o uso de agrotóxicos. Nesse livro a autora 
faz relatos dos efeitos dessas substâncias tóxicas lançadas no meio ambiente, principalmente em 
pássaros e, expõe o impacto desses resíduos no ecossistema em geral.
Para ampliar seus conhecimentos assista o documentário sobre a vida de Rachel 
Carson e o impacto do seu livro Primavera Silenciosa publicado em 1962 e 
que revolucionou o mundo com suas pesquisas e publicações sobre o uso de 
agrotóxicos. 
Documentário disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kgC7D90EJEc>
PBS American Experience / Documentary 2017
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Vários outros acontecimentos com substâncias químicas foram marcantes e ganharam 
impulso na mídia por seus terríveis danos causados à saúde humana e ao ambiente. Exemplos: 
Despejo de mercúrio na Bacia de Minamata no Japão (1930-1960); acidente de Seveso na Itália 
com dioxina (1976); acidente em Bophal na Índia com isocianato de metila (1984) e tantos outros 
que marcaram a história da toxicologia e que, atualmente, ainda são realizados estudos para 
avaliar os efeitos crônicos (à longo prazo) dessas substâncias.
Com os inúmeros casos de acidentes com essas substâncias tóxicas, a Toxicologia teve 
um grande avanço e desenvolveu-se de forma que a avaliação de risco se tornou o principal 
objetivo das investigações toxicológicas. Podemos afirmar que a Toxicologia é uma ciência básica 
e multidisciplinar, pois não apresenta somente um objetivo, e sim aplicações diretas que servea 
comunidade em geral e o mundo científico. 
Atualmente, a toxicologia é uma ciência consolidada e praticada por centenas de 
profissionais, organizações governamentais e científicas. É sabido sua extrema importância tanto 
para a saúde humana, quanto para os ecossistemas e seus componentes. Os estudos relacionados 
com as substâncias tóxicas vêm crescendo a cada dia e, diversas revistas científicas se preocupam 
com a publicação de suas pesquisas de forma que a população fique atenta aos efeitos adversos 
de tais elementos químicos. Existe um Congresso Internacional de Toxicologia composto por 
diversos membros toxicológicos da Europa, América do Sul, Ásia, África e Austrália que se 
reúnem para divulgação de trabalhos científicos e pesquisas relacionadas com as substancias 
químicas, de forma a alertar as autoridades e a comunidade em geral para os danos e efeitos do 
uso desses produtos.
2 - CONCEITOS E ELEMENTOS BÁSICOS
O termo Toxicologia tem procedência das palavras de origem grega “Tókson” que significa 
arco e flecha e “Tóksikón” que significa veneno das flechas – amplamente usado para a caça desde 
a antiguidade até nos dias de hoje (Figura 3).
Figura 3 - Índios de uma tribo amazônica que utilizam flechas envenenadas para caça. Fonte: Gonzaga 
(2012).
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O termo Toxicologia é definido como o estudo científico dos efeitos adversos que ocorrem 
nos organismos devido sua exposição às substâncias químicas. O Toxicologista é o profissional 
que estuda esses efeitos – a nível molecular, celular, bioquímico – e estabelece o uso seguro 
desses compostos, de forma que nem o manipulador e nem o ambiente sofram consequências da 
presença desses tóxicos.
Como podemos saber se determinada substância é tóxica? A resposta dessa questão é muito 
simples, basta apenas considerar a dose (quantidade) administrada e o organismo ou ambiente 
que a recebeu. A partir do momento que provocam determinadas alterações de desequilíbrio na 
homeostase do organismo ou ambiente e produzir uma resposta nociva, podemos considerar tal 
substância tóxica.
De acordo com Sissino & Oliveira-Filho (2014), na toxicologia são consideradas as 
interações entre três elementos básicos:
• A substância química, que será capaz de produzir um efeito; 
• O sistema biológico ou organismo, que será o receptor da substância; 
• O efeito adverso (resposta) considerado nocivo ao sistema (Figura 4). 
Figura 4 - Inter-relação dos três elementos básicos estudados na Toxicologia. Fonte: Oliveira-Filho (2013, 
p. 06).
As substâncias químicas podem variar sua nomenclatura de acordo com a situação em 
que se encontra no meio. Podemos denominá-las de agentes tóxicos, contaminantes, poluentes, 
xenobióticos e classificá-las de acordo com sua utilização, origem, efeitos, ou até de acordo com 
o órgão em que essa substância se encontra.
Os agentes tóxicos ou toxicantes são qualquer substância exógena em quantidade 
suficiente que, ao interagir com o organismo ou com o meio seja capaz de causar alterações 
estruturais ou funcionais e que pode levar até a morte dos organismos atingidos. Este termo é o 
mais amplo e usual quando se refere às substâncias químicas em geral.
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A contaminação ocorre quando determinado agente (físico, químico ou biológico) 
ocasiona uma contaminação no meio em que se encontra e provoca danos nocivos aos integrantes 
que ali vivem e ao próprio ambiente. Denomina-se contaminante quando o referencial é o meio 
ambiente, sendo que, o uso mais habitual do termo ocorre no âmbito da ecologia, principalmente 
quando se trata de contaminação ambiental. Há também a possibilidade de o ambiente estar 
contaminado, mas não causar dano aparente, pois a concentração em que se encontra no meio 
não é suficiente para afetar a saúde da população. 
O poluente causa poluição, palavra esta que deriva do latim poluere, que significa 
“sujar”. O termo poluente é empregado quando determinada substância é introduzida direta ou 
indiretamente no meio de forma antropogênica, provocando um efeito negativo no seu equilíbrio, 
causando assim, danos à saúde humana, aos seres vivos e aos ecossistemas
A palavra Xenobiótico tem origem do grego xenos que significa estranho, sendo assim, 
a sua definição é qualquer substância química qualitativa ou quantitativamente estranha ao 
organismo ou sistema biológico. Essas substâncias podem ser produzidas pelo homem com 
efeitos benéficos, como os medicamentos ou trazer malefícios a ele próprio e ao meio, como o 
uso de metais em industrias; ou também podem ser produzidas pela natureza através de fungos 
e vegetais, por exemplo. 
As substâncias químicas podem também ser classificadas de acordo com:
• Sua utilização, exemplo: vermicidas, pesticidas, carrapaticida, inseticida; 
• Sua origem, exemplo: toxina animal, toxina vegetal; 
• Seus efeitos: mutagênicos, teratogênicos, carcinogênicos;
• Partes do organismo afetados: hepatotóxica (figado), genotóxico (DNA).
Quando uma substância apresenta propriedades nocivas ou perigosas, trata-se de um 
agente tóxico e sua capacidade potencial é sua toxicidade. O conceito de toxicidade complementa 
a ideia que se tem sobre agente tóxico, sendo que, toxicidade é a capacidade que esse agente 
possui de produzir efeitos nocivos sobre os organismos com os quais interagem.
O grau de toxicidade de uma substância é avaliado quantitativamente pela medida da 
“DL50” (DOSE LETAL 50%), que é a dose de um agente tóxico, obtida estatisticamente, capaz 
de produzir a morte de 50% da população em estudo. Assim, um agente será tanto mais tóxico, 
quanto menor for sua DL50. 
Pode-se avaliar a toxicidade de uma substância a partir da provável dose letal oral para 
humanos. Segundo esse critério os agentes tóxicos podem ser agrupados segundo seis diferentes 
categorias de toxicidade, como podemos observar na Tabela 1 abaixo:
CLASSIFICAÇÃO DL 50
1 - praticamente não tóxico acima de 15g/Kg
2 - Ligeiramente tóxico entre 5 e 15 g/Kg
3 - moderadamente tóxico entre 0,5 – 5 g/Kg
4 - muito tóxico entre 50 – 500 mg/Kg 
5 - extremamente tóxico entre 5 - 50mg/Kg
6 - super tóxico abaixo de 5mg/Kg
Tabela 1 - Classificação da DL 50 a partir da dose letal oral para humanos. Fonte: Bernardo (2008).
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Nota-se, a partir da tabela apresentada, que os menores valores da DL 50 apontam a 
maior toxicidade da substância, causando assim, maiores efeitos quando administrados em 
determinados organismos. Esta classificação está baseada apenas na toxicidade intrínseca 
das substâncias e existem outros fatores que também deverão influenciar significativamente a 
toxicidade, vejamos alguns exemplos: 
• A concentração da substância considerada; 
• A espécie do organismo receptor;
• Os fatores genéticos; 
• O sexo, a idade e o tamanho do organismo; 
• A sensibilidade ou resistência do organismo; 
• A fisiologia de cada organismo;
• Condições climáticas como a temperatura e pressão ambiental; 
De acordo com Sissino & Oliveira-Filho (2014) existem três fatores principais que 
influenciam na toxicidade:
1) A rota de administração – o caminho que a substância faz até entrar no organismo ou 
sistema biológico.
2) Duração e frequência de exposição – qual é o tempo e quantas vezes o organismo ou o 
sistema biológico ficam expostos ao agente tóxico.
3) Existência de processos físicos, químicos e biológicos no ambiente – os quais 
influenciam no transporte e persistência da substância no sistema biológico.
A rota de entrada pode variar de acordo com o sistema biológico. Para ambientes pode 
ser de origem natural ou antropogênica. Para seres humanos as formas mais comuns são: 
• Via oral através do trato gastrointestinal, por ingestão;
• Via pulmonar, através da inalação,
• Via cutânea, através da absorção da pele.
A duraçãoque cada substância permanece no meio vai depender da ação e frequência da 
mesma. Podemos classificar a exposição em aguda e crônica. 
• Exposição aguda → esse termo significa de “curta duração de exposição”. A exposição 
ao agente tóxico decorre de um único contato, através de uma dose única, ou então, através de 
múltiplos contatos (efeitos acumulativos) em um curto período de tempo, que possa ter duração 
medida em segundos, minutos ou horas, desde que, ocorra em um prazo médio de até 24h.
• Exposição sobreaguda ou subcrônica → exposições repetidas a substâncias químicas que 
vão de 1 a 3 meses.
• Exposição crônica→ esse termo se refere a “longos períodos de exposição”. A exposição 
ao agente tóxico ocorre de forma lenta, com pequenas quantidades, e em um período prolongado, 
vários meses ou anos. Os seus efeitos podem ser observados após o término da exposição ou 
somente nas gerações seguintes, comprometendo assim, a saúde dos seus descendentes.
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ENSINO A DISTÂNCIA
A intensidade da exposição depende da concentração, duração, frequência da exposição, 
e das condições ambientais que, dependem dos processos físicos, químicos e biológicos, por 
exemplo: temperatura, umidade, pressão (físicos), salinidade, composição química (químicos) e 
saúde e estado do organismo receptor (biológicos). 
Após o contato com o agente tóxico ocorre a intoxicação, que é definida como um processo 
patológico causado pela exposição às substâncias químicas nocivas ao indivíduo, caracterizando 
desequilíbrio fisiológico e consequentes alterações bioquímicas, genéticas, morfológicas, ou 
fisiológicas no organismo. O processo de intoxicação é evidenciado por sinais e sintomas ou 
mediante testes laboratoriais e pode ser dividido em quatro fases: exposição, toxicocinética, 
toxicodinâmica e clínica.
Os efeitos ocasionados pela administração de substâncias tóxicas podem ser agudos, 
sobreagudos, subcrônicos ou crônicos:
• Efeitos agudos → provenientes da exposição aguda, na qual as respostas são rápidas e 
severas comprometendo as funções fisiológicas. As consequências não se prolongam no tempo, 
sendo detectadas em um curto período, até 24h. 
• Efeitos sobreagudos → resultado da exposição sobreaguda, na qual as respostas 
provenientes da exposição se referem a um período menor ou igual a 1 mês. 
• Efeitos subcrônicos → resultado da exposição subcrônica, na qual as respostas 
provenientes da exposição se referem a um período entre 1 e 3 meses.
• Efeitos crônicos → provenientes da exposição crônica, na qual as respostas são detectadas 
após longos períodos de exposição através do efeito acumulativo da substância. 
Dentre os exemplos de efeitos crônicos temos: 
• Mutagênese: alteração do material genético. Ex. radiações ionizantes, raios X.
• Carcinogênese: processo anormal de diferenciação e proliferação celular, não controlado, 
levando o indivíduo à morte. Exemplos: substâncias químicas presentes no fumo do cigarro, em 
alimentos e em poluentes ambientais. Radiações, metais pesados e vírus.
• Teratogênese: malformações estruturais e funcionais gerando anomalias em células 
e tecidos, em um organismo em desenvolvimento. Exemplos: Uso da substância Talidomida, 
polifenóis biclorados (PCB) e metais, como o chumbo e arsênio; vírus da rubéola e radiações.
Qualquer substância pode ser tóxica?
“O efeito é proporcional à dose administrada”. 
“Quanto menor a dose necessária para produzir um efeito nocivo, mais tóxica é a 
substância”.
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3 - INTERAÇÃO ENTRE AS SUBSTÂNCIAS
 Uma vez lançada no meio as substâncias podem sofrer combinações com outras e 
influenciar as respostas dos organismos frente a determinado agente tóxico. As interações entre 
duas substâncias químicas podem variar de acordo com suas afinidades, podendo alterar uma série 
de fatores (absorção, ligação proteica, metabolização e excreção) e assim, aumentar ou diminuir 
as respostas dos organismos. Os efeitos de dois ou mais agente tóxicos agindo simultaneamente 
podem ser divididas em quatro categorias:
• Efeitos aditivos: quando o efeito final é igual à soma dos efeitos de cada um dos agentes 
envolvidos;
• Efeitos sinérgicos: quando o efeito final é maior que a soma dos efeitos de cada agente 
em separado;
• Efeitos de potenciação: quando o efeito de um agente é aumentado se combinado com 
outro agente.
• Efeitos antagônicos: quando o efeito de um agente é diminuído, inativado ou eliminado 
se combinado com outro agente.
 
Acrescentado ao tipo de efeito que esse processo produz é necessário obter outras 
características que influenciam a toxicidade e, elas são destacadas pelos autores Leite & Amorim 
(2003):
[...] Os fatores que influenciam a toxicidade de uma substância são a frequência 
de exposição, a duração da exposição e a via de administração da mesma. Para 
isso, deve-se conhecer o tipo de efeito que ela produz, a dose para produzir o 
efeito, as informações sobre as características/propriedades de uma substância e 
as informações sobre a exposição e o indivíduo.
4 - SUSCEPTIBILIDADE
A susceptibilidade dos sistemas biológicos está relacionada com as diferentes respostas 
que cada um deles apresenta após a exposição a diferentes agentes tóxicos. Ela está relacionada 
com o grau de sensibilidade e tolerância apresentada por cada sistema. 
• Grau de sensibilidade ao agente tóxico → refere-se à afinidade frente ao contaminante, 
ou seja, o estado de aumento da resposta aos efeitos de uma substancia química como resultado 
de uma exposição prévia da mesma. Está relacionada com os fatores hereditários (genéticos) da 
espécie como idade, sexo, raça, altura; estado fisiológico, nutricional e de hidratação.
• Grau de tolerância ao agente tóxico → refere-se à resistência frente ao contaminante, ou 
seja, ao estado de diminuição da resposta aos efeitos de uma substância química como resultado 
de uma exposição prévia da mesma.
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A tolerância confere resistência para o sistema biológico e isso se deve a dois fatores:
1) Diminuição da quantidade de substância que chega onde o efeito é produzido;
2) Diminuição das respostas aos efeitos das substâncias químicas de acordo com a 
frequência e o tempo de exposição. 
A susceptibilidade é um fator muito importante na Toxicologia, pois, é a responsável por 
determinar o quão aquele sistema biológico será afetado quando exposto a determinados agentes 
tóxicos.
5 - RELAÇÃO DOSE-EFEITO E DOSE-RESPOSTA
As relações dose-efeito e dose-resposta são fundamentais para a avaliação de risco à saúde 
dos organismos e, são através desses parâmetros que é mensurado as alterações causadas pelos 
agentes químicos. Para uma melhor compreensão da diferença entre os dois tipos de relações, 
torna-se necessário conceituar dose, efeito e resposta:
- Dose: é a quantidade ou a concentração de um uma substância química administrada 
que atinge um determinado receptor, em determinado espaço de tempo. Comumente a dose 
é expressa através da relação m/m (massa da substância administrada / massa corporal do 
indivíduo receptor).
- Efeito → é a alteração biológica observada no receptor, seja ele um indivíduo ou uma 
população, 
- Resposta → é a proporção de uma população que manifesta um efeito definido, mediante 
a administração de uma determinada dose.
Portanto, dose-efeito é a concentração necessária do agente nocivo suficiente para causar 
uma alteração biológica em um indivíduo ou população e, dose-resposta é o índice percentual da 
dose administrada que apresentou determinado efeito em um organismo ou população, ou seja, é 
a taxa de incidência de um efeito. É somente com base nessas relações que se pode, seguramente, 
permitir uma dose tolerável e aceitável do agente tóxico, de tal modo que o organismo ou população 
exposta a determinadas substânciasquímicas não sofram danos em sua saúde. Com base nesse 
pressuposto teórico entende-se que, quanto maior a dose, maior será o efeito e consequentemente 
a resposta, sendo assim, dose-efeito e dose-resposta são diretamente proporcionais.
6 - PRINCIPAIS ÁREAS DA TOXICOLOGIA
A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos adversos das substâncias químicas em 
determinado sistema biológico com a finalidade principal de prevenir seus aparecimentos e, 
estabelecer o uso seguro desses agentes tóxicos. Possui diferentes âmbitos de pesquisas, fazendo 
dela uma ciência multidisciplinar que, abrange uma vasta área de conhecimentos científicos que 
vai desde a sua entrada no meio até seu destino final, registrando suas consequências.
 As áreas de estudos variam de acordo com a natureza do agente, a maneira que ele 
alcança o organismo, como ele produz seus efeitos, as respostas frente a determinada exposição. 
Cada área se dedica a um campo específico de estudo e realiza seus próprios métodos e técnicas, 
permitindo assim, o aperfeiçoamento dos conhecimentos e o desenvolvimento dessa ciência.
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Por se tratar de uma ciência tão abrangente algumas áreas de pesquisa se tornaram 
exclusivas. Dentre as principais, destacamos as seguintes:
- Toxicologia Clínica ou Médica → está relacionada com a identificação e tratamento 
provenientes das intoxicações ocasionadas pelas substâncias químicas.
- Toxicologia Ocupacional → estuda os efeitos causados pelas substancias químicas sobre 
a saúde do trabalhador, durante o exercício de suas atividades laborais.
- Toxicologia Forense →se preocupa com os aspectos médico-legais das intoxicações para 
elucidar crimes e dopings.
- Toxicologia Reguladora→ é executada por órgãos governamentais e estuda a substância 
para ser comercializada.
- Toxicologia de Alimentos → analisa a presença de contaminantes nos alimentos e seus 
efeitos na saúde humana.
- Toxicologia Ambiental → estuda os efeitos de agentes químicos presentes no ambiente 
sobre os organismos vivos e a saúde humana.
Essas diferentes áreas se encontram correlacionadas em sua grande maioria e assim, faz 
da Toxicologia uma ciência interdisciplinar. 
Com base nessa definição de Toxicologia Ambiental, daremos ênfase ao estudo dessa 
grande área da Toxicologia, a fim de melhor compreender como as substâncias químicas podem 
gerar danos ao ser humano e ao meio em que ela se encontra.
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 18
1 - CONTAMINAÇÃO E POLUIÇÃO AMBIENTAL .................................................................................................... 19
2 - CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................................... ..
........................................................................................................................ 22
3 - FONTES DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL ..................................................................................................... 23
4 - ECOTOXICOLOGIA .............................................................................................................................................. 25
5 - ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS ........................................................................................................................ 29
FUNDAMENTOS DA TOXICOLOGIA
AMBIENTAL
PROF.A MA. FRANCINE FERNANDES PALERMO
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DISCIPLINA:
TOXICOLOGIA
AMBIENTAL
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INTRODUÇÃO
Nos estudos anteriores, fizemos uma breve síntese quanto o longo caminho da evolução 
da toxicologia até os dias atuais. Vimos, também, os diversos conceitos básicos e como as 
substâncias químicas interagem entre elas, com o meio e com os organismos que nele habitam. 
Agora, por meio dos Fundamentos da Toxicologia, vamos explorar as fontes de contaminação e 
poluição ambiental assim como o uso da Ecotoxicologia para estudo do destino e dos efeitos das 
substâncias químicas sobre os componentes de um ecossistema, baseado no emprego de métodos 
de laboratório e de campo.
Salientamos que a Ecotoxicologia surgiu diante das necessidades humanas de integrar 
os estudos ecológicos com a toxicologia, de forma que as informações tóxicas das substâncias se 
relacionem com as informações químicas dos ambientes, a fim de, mensurar os efeitos adversos 
das substâncias sobre os ecossistemas. Nesse contexto, discutiremos sobre esses Fundamentos da 
Toxicologia Ambiental e a associação entre ecologia e toxicologia.
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1 - CONTAMINAÇÃO E POLUIÇÃO AMBIENTAL
A partir do século XVIII, com a Revolução industrial na Europa, deu início a um conjunto 
de mudanças que determinaria grandes alterações ambientais nos anos seguintes. A principal 
particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com 
o uso de máquinas. Desde então, por meio delas, o homem passou a utilizar substâncias que 
antes não manuseava e, as mesmas acabaram por se instalar no ambiente, sendo muitas delas 
consideradas hoje grandes problemas ambientais.
Figuras 5 - Água contaminada X água poluída. Fonte: Google Images (2018).
Como consequência da Segunda Guerra Mundial, no século XIX, houve um grande 
aumento tecnológico, os usos de substâncias químicas aumentaram drasticamente, marcando 
uma nova era Química, na qual muitas delas foram usadas deliberadamente e sem medir as 
consequências que seriam geradas ao ambiente.
O fato era que os danos ambientais provenientes do uso desses produtos químicos 
integrados ao meio ambiente e aos seres vivos, na maioria das vezes, era desconhecido, ou 
passavam despercebidos, até o momento em que as consequências começaram a ficar evidentes 
incluindo doenças, mortes, desaparecimento de espécies, gerando assim, um desequilíbrio no 
ecossistema. 
Foi a partir desses acontecimentos que surgiu a preocupação com o uso das substâncias 
químicas e o homem passou a estudar mais especificamente sobre cada uma delas: seu modo de 
ação, transformações, interações com o meio e com os seres vivos, suas consequências e o uso 
correto de cada uma delas, de forma que não prejudique nem o ambiente e nem os organismos 
que o habitam, inclusive o homem.
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As alterações provocadas por esses agentes químicos aumentaram o uso dos 
termos contaminação e poluição. Apesar de muitas vezes serem usados como 
sinônimos, há diferenças consideráveis entre eles.
- Contaminação: ocorre quando há a presença, num ambiente, de seres patogênicos, 
que provocam doenças, ou substâncias, em concentração nociva aos seres 
vivos, causando alterações ecológicas. No entanto, se estas substâncias não 
alterarem essas relações ao longo do tempo e não causar dano óbvio aparente, 
esta contaminação não é uma forma de poluição. O homem pode contaminar o 
ambiente através da liberação de agentes nocivos.
- Poluição: é uma alteração ecológica, ou seja, uma alteração direta na relação 
entre os seres vivos, provocada pelo ser humano, que prejudique, direta ou 
indiretamente, nossa vida ou nosso bem-estar, como danos aos recursos naturais 
como a água e o solo e impedimentos a atividades econômicas como a pesca e 
a agricultura. 
De modo a integrar estes conceitos, no contexto desse texto, entende-se que 
contaminação é o aumento dos níveis naturais de certas substâncias e que podem 
provocar danos à saúde da população, e poluição é o resultado deste aumento 
implicando em danos evidentes aos organismos vivos e, consequentemente, em 
riscosà saúde humana.
A seguir, na figura 1 fica evidente a relação entre poluição e contaminação de forma que 
fica nítida suas diferenças.
Figura 6 - Representação esquemática da relação entre contaminação e poluição. Fonte: Oliveira-Filho 
(2013, p. 20).
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- A imagem à esquerda é do Lago Karachay localizado na Rússia, nas montanhas do sul 
de Ural, e leva o título do lago mais contaminado do planeta. A contaminação não conseguimos 
identificar visualmente, pois se trata da presença de agentes tóxicos que causam danos à saúde 
do homem e que, somente através de análises laboratoriais é possível identificá-los. A grande 
contaminação desse lago é através da presença de elementos radioativos, pois, a União Soviética 
o usou como lixeira para suas instalações nucleares até a década de 1990 e assim, ocasionou 
diversos danos na saúde para a população deste local.
- A imagem à direita é do Rio Citarum localizado a oeste da ilha de Java, na Indonésia, 
nele são despejados os resíduos industriais e o lixo doméstico da população, o tornado assim, o rio 
mais poluído do mundo e visualmente podemos detectar tamanha poluição e que podem causar 
danos à saúde da população. É encontrado nesse rio lixo de todos os tipos, desde embalagens 
plásticas e garrafas até móveis e animais mortos. Tamanha poluição até impede os pequenos 
barcos de transitarem sobre ele, mas muitos moradores arriscam sua saúde para “pescarem” o 
lixo reciclável que se encontra em sua superfície para vender e ganhar algum dinheiro.
Na Figura 1 no início desta Unidade existem duas imagens, sendo que, uma delas 
possui água poluída e a outra contaminada. Você consegue distinguir qual é cada 
uma delas?
Para ampliar seus conhecimentos assista o documentário da série 'Unreported 
World', e embarque em uma jornada descendo pelo Rio Citarum, na Indonésia. 
O vídeo revela o problemático impacto ambiental da explosão populacional e da 
poluição das indústrias têxteis ocasionando a poluição nesse rio, de forma que ele 
é considerado o mais poluído mundo.
Documentário disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?time_continue=25&v=Tsb3vgeZF-c>
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2 - CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL 
Como o foco da Toxicologia ambiental são as substâncias químicas e os danos adversos 
que elas podem causar nos organismos vivos e na saúde humana, vamos dar ênfase ao estudo 
da contaminação ambiental que é uma forma de poluição. Após o crescimento e consolidação 
das diversas indústrias, em meados do século XVIII, com o principal objetivo de aumentar a 
qualidade de vida das pessoas, um novo problema passou a gerar preocupação: o crescente 
aumento populacional. Nesse contexto, a explosão demográfica e seus decorrentes problemas 
sociais fizeram com que a contaminação ambiental emergisse de forma acentuada e perigosa. 
Esse fato fez com que as necessidades humanas aumentassem fortemente, e assim, as explorações 
ambientais passaram a ser cada vez maiores, pois as necessidades humanas também eram e, desta 
forma, o aumento das produções também levou a um aumento do uso de substâncias químicas 
e consequentemente seu descarte no meio ambiente, gerando então, a contaminação ambiental, 
preocupação esta que está cada vez maior, principalmente nos dias atuais.
O homem percebeu no decorrer dos anos que sem a natureza não é possível sobreviver que 
ele dependia dela direta e indiretamente, e assim, passou a se preocupar em preservar os recursos 
naturais e a entender como determinadas substâncias causam contaminação no ambiente e seus 
efeitos para o ecossistema. Para funcionar de maneira correta o ambiente e seus componentes, 
inclusive as substâncias químicas, precisam estar em situação de equilíbrio de forma que não afete 
seu funcionamento natural. Quando o meio se encontra em homeostase (equilíbrio natural) ele 
próprio consegue assimilar, transformar e eliminar as substâncias químicas. A partir do momento 
em que há o acúmulo dessas substâncias ele perde sua capacidade de transformar ou eliminar esse 
excesso e passa a acumular tais substâncias gerando assim uma alteração no equilíbrio ambiental 
e seus componentes certamente sofrerão as consequências e serão prejudicados.
Os problemas ocasionados pelo desequilíbrio ambiental devido ao excesso de substâncias 
químicas no meio, podem gerar problemas graves, evidentes e imediatos ou então, a contaminação 
pode se prolongar no tempo e espaço causando danos futuros, comprometendo assim, as próximas 
gerações. Tudo se inicia através dos lançamentos dessas substâncias no meio, que pode ocorrer de 
duas formas: natural ou antropogênica, descritas a seguir:
• Contaminação natural → ocorre devido as atividades da natureza. 
Exemplos: erupções vulcânicas eliminando substâncias químicas no ar e no solo; alimentos 
contaminados por micotoxinas provenientes de fungos, queimadas naturais, entre outros.
• Contaminação antropogênica → proveniente das atividades humanas. 
Exemplos: descarte de rejeitos industriais e domésticos sem tratamento diretamente 
no ambiente, lançamentos de gases tóxicos na atmosfera; uso desenfreado de agrotóxicos nas 
plantações; queima de combustíveis fósseis, entre outros.
As fontes de contaminação antropogênicas são as mais comuns, e podem ser minimizadas 
com as devidas medidas preventivas de acordo com cada fonte contaminante.
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3 - FONTES DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL 
De acordo com a natureza do contaminante ambiental as fontes de contaminação podem 
pertencer a três grupos como evidencia o esquema a seguir:
Figura 7 - Esquema relacionando os as fontes de contaminação ambiental. Fonte: o autor.
A seguir descreveremos cada fonte de contaminação:
• Contaminação Biológica → ocorre quando a contaminação é realizada por organismos 
vivos, como fungos, através de micotoxinas; microrganismos como bactérias, vírus ou 
protozoários; e vegetais ou animais invasores ou exóticos. Esse tipo de contaminação refere-se 
aos danos causados por espécies que não fazem parte, naturalmente, de um dado ecossistema, 
mas que se adaptam, passam a se disseminar e provocam mudanças em seu funcionamento, 
atrapalhando ou não permitindo sua recuperação natural.
Os contaminantes biológicos, com o passar do tempo, gradativamente, tendem a aumentar 
sua concentração no meio, devido sua alta taxa de dispersão e multiplicação, e assim, acabam por 
aumentar os danos, de forma que a autorregeneração desses ambientes fica comprometida. Esse 
tipo de contaminação é bastante séria, pois se agrava com o passar do tempo e, em certas ocasiões, 
compromete os processos ecológicos do meio e provoca a extinção de espécies. Exemplos: uma 
contaminação ambiental proveniente da introdução de uma espécie de planta ou animal exótico, 
que acaba por dizimar outra espécie em busca de espaço ou alimento. Esse tipo de contaminação 
biológica é de difícil recuperação ambiental, pois, se a espécie introduzida se adaptar de forma 
rápida ao novo ambiente em que se encontra, certamente sua reprodução também o será, e assim, 
gera um desequilíbrio ambiental com consequências drásticas para todo o ecossistema.
Caso a contaminação for ocasionada por microrganismos de solo, água, alimento ou o ar, 
ela pode ser controlada com certa facilidade pois, seus efeitos adversos são percebidos em curto 
prazo, facilitando a identificação desses contaminantes. Pode também ser evitada por meio de 
medidas de saneamento, higiene e saúde. Exemplos: contaminação de um lago (meio hídrico) 
através de rejeitos de indústrias, contaminação de alimentos através de proliferação de fungos 
(micotoxinas), contaminação atmosférica por meio do lançamento de resíduos tóxicos no ar e 
contaminação do solo através de bactérias.
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• Contaminação Física → acontece devido a presença de fatores físicos que ultrapassam 
os níveis toleráveis por determinado meio. Podem ser fatores climáticos, como temperatura, 
umidade, pressão; ruídos (som) e a radiação, provenientes de elementos radioativos. 
Esse tipo de contaminação é de difícil detecção, identificação e controle, podendo levar 
anos para ser percebida. De acordo com suas propriedades seus efeitos são sutis e de longo 
prazo, impedindo assim, a associação causa-efeito de ser estabelecida, uma vez que os efeitos só 
serão evidenciados depois de um longo tempo após a contaminação. Esse tipo de contaminação 
ocasiona diversos efeitos biológicos, tais como: mortes de espécies tanto da fauna quanto da flora; 
alterações genéticas, como mutações; câncer, etc. Exemplo: Exposição de organismos a radiação 
em determinado meio, gerando problemas em seu material genético que só será observado nas 
gerações futuras.
• Contaminação Química → ocasionada através do acúmulo de substâncias químicas 
em meios acima dos níveis toleráveis e normalmente gerada pelo descarte incorreto de resíduos 
químicos, mas também pode ocorrer de forma natural. 
São exemplos de substâncias químicas: 
• Produtos tóxicos minerais: sais de metais pesados, sais minerais, mercúrio, ácidos, 
chumbo, álcalis, cádmio.
• Produtos tóxicos orgânicos: fenóis, hidrocarbonetos, detergentes.
Os contaminantes químicos podem ser classificados em:
• Biodegradáveis: aqueles que são decompostos pela ação microbiana após determinado 
tempo. Alguns exemplos são os inseticidas e fertilizantes.
• Persistentes: se mantêm por longos períodos no meio ambiente e nos organismos. Estes 
podem causar a contaminação de peixes e crustáceos. Alguns exemplos destes poluentes são o 
DDT e o mercúrio.
As substâncias podem ser classificadas em duas categorias de acordo com sua origem: 
Natural, denominadas de meios naturais, ou então, serem fabricadas pelos homens, denominadas 
sintéticas. A maior frequência de ocorrência é a da forma sintética, sendo o tipo mais comum 
desses contaminantes. Alguns contaminantes de natureza química podem ser, por exemplo, 
resíduos industriais, esgotos domésticos e resíduos descartados incorretamente, de forma 
proposital ou não. Esse tipo de contaminação acontece principalmente na água, ar e solo, através 
da introdução de substâncias químicas em excesso, gerando desequilíbrio e alterações em seu 
funcionamento.
Quando ocorre de forma natural a contaminação química pode ser facilmente identificada 
devido suas circunstâncias biogeoclimáticas específicas, de forma que, em alguns casos pode até 
ser eliminada, como é o caso de erupções vulcânicas, por exemplo.
São muitos os danos ocasionados por esse tipo de poluição, vejamos alguns deles:
• Exemplo: Caso o contaminante se concentre na água ele pode tornar esse meio impróprio 
para a vida além de contaminar os organismos que o habitam. Um agravante é que se for um 
meio de água corrente a substância química pode ser transportada para outros lugares distante da 
fonte contaminante. Outro fato peculiar é a possibilidade desse resíduo químico ser acumulado 
no meio e nos organismos ao longo do tempo e passá-lo para organismos de outros ambientes ao 
longo da cadeia alimentar. 
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• Exemplo: No solo esses contaminantes químicos podem torná-lo infértil e comprometer 
a agricultura e a flora local. Caso eles penetrem em grandes profundidades podem chegar até 
os lençóis freáticos e as nascentes de água que podem ser contaminadas, tornando essa água 
imprópria para uso.
• Exemplo: No ar os contaminantes são liberados de diversas formas, principalmente por 
emissão de gases tóxicos pelas indústrias e meios transportes, ou pela queima de combustíveis 
fósseis, e até mesmo, de forma natural como a erupção vulcânica, liberando substâncias para a 
atmosfera.
Existe um processo de descontaminação de ambientes que foram afetados por substâncias 
químicas, denominado remediação. Esse método pode ser aplicado no solo e na água, porém, 
tem um custo elevado, além de ser um processo muito demorado, por isso, encontramos muitos 
ambientes contaminados por longos períodos. Esse processo visa a redução de riscos ambientais 
através da remoção da fonte de contaminação e redução do contaminantes para níveis aceitáveis 
ambientalmente de forma que não prejudique o meio e nem os organismos ali presentes. Ao 
aplicar a remediação tal ambiente pode demorar décadas para ser recuperado. 
4 - ECOTOXICOLOGIA 
A Ecotoxicologia surgiu a partir da necessidade de estudar os efeitos adversos 
proporcionados pela introdução de substâncias químicas em diferentes ambientes e espécies. 
Observou-se que, dependendo do meio em que habitava, cada espécie reagia de maneira 
diferente à determinada substância. Foi então que houve a necessidade de associar a Ecologia 
com a Toxicologia, ou seja, associar o habitat, a espécie e o agente químico responsável pela 
contaminação. Criou-se, então, a ciência denominada de Ecotoxicologia. No esquema a seguir 
evidenciamos essa junção:
Você sabia? Contaminar o meio ambiente é considerado um crime ambiental. 
Pessoas ou empresas que geram poluição química podem ter que pagar multas 
elevadas ou até mesmo serem presas por esta prática. Os crimes ambientais 
estão embasados no 
 Art. 54 Lei n0 9.605/98
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Figura 8 - Esquema evidenciando o surgimento da Ecotoxicologia. Fonte: o autor.
O termo ecotoxicologia foi discutido e aceito durante uma reunião do Committee of the 
International Council of Scientific Unions (ICSU) em Estocolmo, 1969 e proposta pelo toxicologista 
francês René Truhaut, membro da Academia de Ciências da França que a definiu como: “Ciência 
que estuda os efeitos adversos de substâncias químicas (naturais ou sintéticas) sobre os organismos 
vivos, populações e comunidades, animais ou vegetais, terrestres ou aquáticos, que constituem a 
biosfera” (TRUHAUT, 1977). A partir desse momento surgiu uma nova ciência multidisciplinar 
que passaria a estudar os efeitos tóxicos de agentes físicos e químicos sobre organismos vivos, 
particularmente sobre populações e comunidades em seus ecossistemas, incluindo as formas de 
transporte desses agentes e suas interações com o ambiente. 
Na figura abaixo é possível notar as principais diferenças entre a Toxicologia e a 
Ecotoxicologia.
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Figura 9 - Principais diferenças entre Toxicologia e Ecotoxicologia. Fonte: Oliveira-Filho (2013, p. 25).
A Toxicologia Ambiental e a Ecotoxicologia são ciências que se complementam. Enquanto 
a primeira é utilizada somente para os estudos dos efeitos diretos das substâncias químicas, 
poluentes ou xenobióticos ambientais sobre os seres humanos, a segunda é utilizada apenas para 
os estudos dos efeitos desses compostos sobre os ecossistemas e seus componentes não humanos, 
cita Azevedo & Chasin (2003).
A Ecotoxicologia utiliza em seus estudos informações ecológicas, toxicológicas e químicas, 
a fim de conhecer o destino e os efeitos das substâncias que chegam até os componentes de um 
ecossistema. O objetivo da ecotoxicologia seria então entender e prever efeitos de substâncias 
químicas em seres vivos e comunidades naturais.
O ecossistema que possui mais informações disponíveis é o aquático, pois, além de serem 
fontes de contaminação direta, acaba por recebê-la de outros meios, como o ar e solo, possuindo 
assim, uma maior relevância para ser amplamente estudado. Apesar do meio aquático ter uma 
ampla capacidade de assimilar as mudanças físicas e químicas causadas pela introdução de 
substâncias nesse meio, os organismos que nele vivem podem ser prejudicados, tanto a nível 
de locomoção, desenvolvimento, reprodução, assim como parâmetrosmoleculares, podendo até 
comprometer suas gerações futuras. 
A biota aquática é muito utilizada em ensaio ecotoxicológicos por apresentar menor 
complexidade e ter uma biologia conhecida e amplamente divulgada. Esses estudos têm como 
objetivo analisar os limites permissíveis de várias substâncias químicas e sua interferência no 
ecossistema. 
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Comparado com o meio aquático, os estudos dos organismos que vivem em ambiente 
terrestre são encontrados em números muito inferiores, isso se deve ao fato deles possuírem uma 
complexidade muito maior que os aquáticos e também uma mobilidade superior, atrapalhando 
assim as pesquisas. Inúmeros fatores intrínsecos e extrínsecos estão relacionados a esses animais 
dificultando seus estudos. Além de fornecer subsídios para a proteção das populações e dos 
organismos presentes nos ecossistemas, a ecotoxicologia também colabora indiretamente para a 
proteção da vida humana, principalmente porque o homem utiliza os recursos naturais.
Nos estudos ecotoxicológicos é necessário conhecer a fonte, o agente transportador e 
o trajeto que as substâncias químicas percorrem no meio até chegar aos organismos além de 
quantificar e analisar os efeitos provocados por elas em determinada espécie daquele ecossistema. 
Os autores Sissino & Oliveira-Filho (2013) caracterizam o comportamento químico das 
substâncias:
[...] é necessário quantificá-las nos diferentes compartimentos ambientais (ar, 
água, solo, sedimento e biota) e compreender o movimento e o transporte 
destas substâncias dentro (intrafase) e entre (interfase) esses compartimentos. 
Além disso, deve-se levar em consideração a ocorrência de reações bióticas e 
abióticas, que resultam em mudanças nas propriedades físicas e químicas dos 
compostos. A combinação dessas abordagens facilita a predição da concentração 
química nos compartimentos ambientais e servem como recurso para planejar 
experimentos toxicológicos usando as concentrações apropriadas e a forma da 
substância em questão [...] (SISSINO & OLIVEIRA-FILHO, 2013).
Nesse contexto, fica evidente a importância em conhecer o comportamento das 
substâncias químicas no ambiente, lembrando que, elas podem sofrer transformações durante 
sua permanência no meio. Através dessas informações é possível estabelecer concentrações 
específicas para cada organismo e os níveis toleráveis de cada espécie, de modo que, a presença 
dessas substâncias no meio não as prejudiquem. Devido a tamanha importância estudaremos a 
seguir sobre os testes ecotoxicológicos e suas aplicações.
Para ampliar seus conhecimentos sobre 
a Ecotoxicologia e suas aplicações.
- Livro: As bases toxicológicas da 
Ecotoxicologia
- Autores: Alice A. da Matta Chasin e 
Fausto Antonio de Azevedo
- Editora: Rima-InterTox– 2003. 
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5 - ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS 
A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA 357/2005 – diferencia 
os ensaios ecotoxicológicos dos toxicológicos. Ambos são realizados com o mesmo objetivo: 
determinar os efeitos deletérios de agente físicos e químicos, mas o foco de estudo para cada tipo 
é diferente. Para o ensaio ecotoxicológico, são os organismos de um determinado ecossistema, já 
para o toxicológico, visa avaliar o potencial de risco à saúde humana.
A Ecotoxicologia realiza seus estudos baseados em técnicas e metodologias de laboratório 
e campo, utilizando ensaios específicos para cada ambiente e espécie. Múltiplos tipos de ensaios são 
desenvolvidos para avaliar os efeitos das substâncias sobre diversos organismos, inclusive, alguns 
encontram-se inclusos na legislação brasileira, como obrigatoriedade para registro e renovação 
de algumas substâncias químicas. Os ensaios acontecem em laboratório com organismos vivos 
denominados bioensaios, nos quais são simuladas as condições ambientais para determinar 
o efeito biológico de uma determinada substância. Neles, são considerados a concentração 
do contaminante, o que irá influenciar nas respostas dos organismos-testes frente ao nível de 
exposição; e o tempo de exposição do organismo-teste ao agente tóxico, o que caracteriza se 
o ensaio será agudo (curto período de tempo) ou crônico (longos períodos). Os organismos 
utilizados para esse fim são conhecidos como organismos-teste. 
Segundo Magalhães & Filho (2008), somente os sistemas biológicos podem detectar os 
efeitos tóxicos das substâncias, evidenciando assim, o quão importante são a realização desses 
testes ecotoxicológicos, tanto a nível de estudos para entender todo o processo de contaminação 
até seu destino final, quanto de caráter preventivo, a fim de se evitar novas contaminações e danos 
aos organismos.
Existem procedimentos padrões para os bioensaios com normas e técnicas estabelecidas 
por órgãos competentes internacionais, espécies diferentes para a realização dos bioensaios, como 
a Society of Environmental Toxicology and Chemistry (SETAC), International Organization for 
Standardization (ISO) e United States Environmental Protection Agency (USEPA) e brasileiros como 
o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT). Portanto há um cuidado especial em aproximar ao máximo as condições encontradas 
no meio ambiente para serem reproduzidas em laboratório e, para tal, é seguido um padrão de 
escolha desses organismos, na qual são utilizadas espécies nativas como organismo-testes, que 
seriam mais representativas para os locais de estudos e aumentar o grau de confiabilidade nos 
resultados; além de possuir uma biologia conhecida e amplamente divulgada, e haver capacidade 
de acumular diversos contaminantes.
Os laboratórios específicos para realização desses ensaios são frequentemente avaliados 
através de constantes auditorias. Nelas são verificadas as condições de trabalho, os equipamentos, 
os organismos-testes e se os protocolos utilizados estão atualizados, de forma que eles tenham 
um padrão de qualidade internacional requerido para tais atividades.
De acordo com Truhaut (1977) os estudos ecotoxicológicos compreendem três etapas 
principais:
1) Estudo das emissões e entradas de contaminantes no ambiente abiótico, distribuição e 
destino nos diferentes compartimentos;
2) Estudo da entrada e destino dos contaminantes nas cadeias biológicas e suas formas de 
transferência como alimento via cadeia trófica; 
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3) Estudo qualitativo e quantitativo dos efeitos tóxicos dos contaminantes ao ecossistema 
com consequências ao homem
Por meio dos bioensaios pode-se chegar a diversas conclusões, por exemplo:
• Concentração na qual a substância provoca efeito adverso observado em 50% dos 
indivíduos observados (EC50);
• A substância é capaz de provocar câncer (carcinogenia)
• A substância é capaz de provocar danos ao feto (teratogenia)
• A substância é capaz de desregular a atividade endócrina (desruptor endócrino) 
• A substância é capaz de deformar alguma estrutura do tecido (ex. calcificações) ou da 
célula (ex. deformações no retículo endosplasmático, lisossomo, etc).
• A substância tem tendência a se acumular em tecido específico (ex. adiposo, nervoso) 
ou órgão (ex. fígado, rim).
Em um bioensaio após o período de adaptação é verificado o efeito da amostra sobre 
alguns parâmetros biológicos, como mortalidade, crescimento, reprodução, comportamento, 
dentre outros. Os efeitos observados são analisados estatisticamente e os resultados são expressos 
em unidades numéricas, tais como CL50, CE50 e CENO, as quais correspondem a efeitos de 
letalidade, letalidade/imobilidade e concentração de efeito não observado, respectivamente, 
afirma Zagatto (2006).
Para a avaliação de uma resposta severa e rápida dos organismos aquáticos ZAGATTO 
(2006) sugere:
[...] em geral, num intervalo de 0 a 96 horas, érealizado o ensaio de toxicidade 
aguda. O efeito observado é a mortalidade ou a imobilidade. Através do ensaio, 
é determinada a concentração efetiva (CE50) que causa a morte ou imobilidade 
a 50% dos organismos-teste. Quando se deseja avaliar os efeitos sobre funções 
biológicas, tais como reprodução e crescimento, utilizam-se ensaios de toxicidade 
crônica, nos quais é determinada a maior concentração do agente tóxico que não 
causa efeito deletério estatisticamente significativo aos organismos (CENO) ou a 
menor concentração que causa efeito deletério estatisticamente significativo aos 
organismos (CEO) [...] (ZAGATTO, 2006).
No Brasil, em 1976, foram estabelecidos os primeiros testes, visando assegurar a 
qualidades das águas interiores. É recomendado a realização de ensaios com três organismos-
testes pertencentes a diferentes níveis tróficos do ambiente aquático.
Os ensaios ecotoxicológicos podem ser realizados com diversos organismos-testes, dentre 
eles os mais utilizados são:
• Microrganismos: como bactérias do gênero Spirillum e Pseudomas;
• Microalgas: dulcícolas do gênero Selenastrum, e marinhas dos gêneros Isochrysis e 
Tetraselmins; 
• Microcrustáceos: do gênero Daphnia e Artemia 
• Invertebrados bentônicos: como Chironomus e Hyalella; 
• Peixes: principalmente ensaios com Dario rerio e Poecilia reticulata; 
• Aves: cujo grupo mais utilizado é a codorna.
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Associado ao uso de organismos-testes nos ensaios ecotoxicológicos temos os 
biomarcadores. Eles são amplamente utilizados e indicam o uso de parâmetros bioquímicos ou 
celulares que expressam a interação entre uma determinada substância química e um ser vivo. 
Segundo Oost (2003), os biomarcadores refletem a interação entre o sistema biológico e um ou 
mais contaminantes e são normalmente os primeiros sinais de alterações biológicas a serem 
detectados. Além disso, são sensíveis a várias classes de poluentes, apresentam alta especificidade 
e fornecem informações a respeito do efeito metabólico causado pelo contaminante. Tal avaliação 
pode detectar alterações químicas em componentes, processos, estruturas e funções celulares ou 
bioquímicas de um indivíduo ou de uma amostra biológica.
Os objetivos da utilização de biomarcadores dependem da finalidade do estudo e do tipo 
da exposição química. São eles:
• Avaliar a exposição (quantidade absorvida ou dose interna);
• Avaliar os efeitos das substâncias químicas;
• Avaliar a suscetibilidade individual;
• Elucidar a relação de causa-efeito e dose-efeito na avaliação de risco à saúde; para fins 
de diagnóstico clínico; para fins de monitorização biológica;
• Fornecer uma ligação crítica entre a exposição e à substância química, entre a dose 
interna e prejuízo à saúde.
Muitos estudos têm sido desenvolvidos com a finalidade de comprovação da necessidade 
de redução dos limites de exposição aos impactos na saúde causados por níveis de poluição 
próximos aos recomendados pela Resolução n.3/90 do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA), explica Brasil (1990).
Os estudos ecotoxicológicos constituem importantes ferramentas para o monitoramento 
ambiental, pois as informações que fornecem a respeito dos ambientes degradados dão subsídios 
para comparações com estudos paralelos em habitats menos afetados, o que pode ajudar a avaliar 
os danos e identificar as causas dos impactos, além de auxiliar o entendimento das relações entre 
a poluição e suas consequências biológicas. Assim, o conhecimento das aplicações dos processos 
biológicos no controle da poluição e a compreensão das sérias consequências dos impactos no 
ambiente possibilitam oferecer subsídios para especialistas de outras áreas, tais como químicos, 
engenheiros, administradores e legisladores, que dividem a responsabilidade do manejo dos 
recursos naturais. Dando sequência a essa discussão, compreenderemos a seguir como se realiza 
o transporte dos contaminantes e suas transformações através de suas rotas de exposição até seu 
destino final causando efeitos adversos nos organismos.
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................33
1 - DESTINOS DOS CONTAMINANTES .....................................................................................................................34
2 - TRANSPORTE DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ...................................................................................................35
2.1. NO AMBIENTE ATMOSFÉRICO ...........................................................................................................................36
2.2. NO AMBIENTE AQUÁTICO...................................................................................................................................37
2.3. NO AMBIENTE TERRESTRE ................................................................................................................................38
2.4. ENTRE OS ORGANISMOS VIVOS ........................................................................................................................39
3 - TRANSFORMAÇÕES DOS CONTAMINANTES ....................................................................................................40
4 - ROTAS DE EXPOSIÇÃO .......................................................................................................................................... 41
5 - METAIS ...................................................................................................................................................................42
5.1. MERCÚRIO (HG) ...................................................................................................................................................42
5.3. CHUMBO (PB) .....................................................................................................................................................43
5.4. ARSÊNICO (AS) ....................................................................................................................................................44
6 - AGROTÓXICOS .......................................................................................................................................................45
7 - HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS (HPAS) ............................................................................48
DINÂMICA, TRANSFORMAÇÃO E 
DESTINO DOS CONTAMINANTES 
NO AMBIENTE
PROF.A MA. FRANCINE FERNANDES PALERMO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
TOXICOLOGIA
AMBIENTAL
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INTRODUÇÃO
Entre a entrada do contaminante no meio e seu destino final há uma série de processos 
que envolvem interações com os elementos do próprio meio e com os organismos, assim como 
possíveis transformações e ao final uma provável degradação. Para melhor compreendermos 
esses procedimentos, estudaremos a dinâmica e transformações dessas substâncias químicas, 
desde sua formação até sua disposição final, denominados essas etapas de ciclos de vida dessas 
substâncias.
Por meio desse estudo, uma vez introduzida no ambiente essa substância, pode-se, 
através de diferentes mecanismos de transportes, possuir destinos específicos de acordo com o 
meio em que se encontra. Estudaremos nesse momento a dinâmica, transformação e destino dos 
contaminantes a fim de entender o seu deslocamento no ambiente e entender os efeitos adversos 
que ocasionam aos organismos e ao meio em que se encontra.
 
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1 - DESTINOS DOS CONTAMINANTES 
Com esse estudo, pretendemos analisar e compreender como ocorre todo o processo 
dinâmico dos contaminantes e suas transformações até ele chegar nos organismose provocar 
suas alterações biológicas. A partir do momento em que os contaminantes são introduzidos 
nos ecossistemas, eles iniciam um processo de dispersão, sendo que, ao longo desse trajeto, eles 
podem sofrer interações com os elementos do próprio meio, tanto com a parte biótica como a 
abiótica, e também passar por transformações antes do seu destino final ou degradação.
A dinâmica desse contaminante é conhecida como o ciclo de vida da substância e irá 
depender das características e propriedades químicas tanto do agente tóxico quanto do receptor, 
podendo haver diferenças nos efeitos para cada sistema biológico. Essas propriedades são 
fundamentais para determinar sua persistência no ambiente; e as formas com que essas substâncias 
são liberadas e as vias de exposição são determinantes para definir o seu grau de toxicidade.
O ciclo de vida do contaminante compreende todas as etapas que o envolvem, desde 
sua produção (fonte), seu lançamento no meio, transporte, interações, transformações, até seu 
destino final, onde é degradado ou imobilizado. Mas, infelizmente, a maioria dos ciclos de vida das 
substâncias químicas não são conhecidos. São poucos os ciclos de vida que se tem conhecimento, 
mas é esperado que esse número aumente, visto a importância que esses estudos trazem, não 
só pela saúde do homem, mas também pela saúde ambiental, pois, homem e natureza precisam 
viver em harmonia em um sistema equilibrado.
De acordo com Sissino e Oliveira-Filho (2013), uma vez que o contaminante foi 
introduzido no ambiente ele pode seguir as seguintes etapas:
• Dispersão → o contaminante pode se alastrar no meio de origem de lançamento.
• Interação → quando há influência mútua da substância química com outros componentes 
do meio, seja abiótico ou biótico.
• Transporte → o movimento percorrido por esse agente tóxico.
• Transferência → quando a substância química passa do meio de origem para outro 
ambiente. 
• Degradação → etapa na qual o agente tóxico sofrerá deterioração e será eliminado do 
seu destino final.
• Transformação → fase em que a substância química sofrerá alterações em sua composição 
ou então seus efeitos no receptor serão alterados.
• Imobilização → quando o contaminante se encontra estabilizado ou isolado no ambiente. 
 
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De acordo com os mesmos autores Sissino & Oliveira-Filho (2013), os principais 
fatores que interagem e influenciam na dinâmica das substâncias químicas quando já se 
encontram no ambiente são: quantidade da substância, frequência na emissão da substância, 
características físico-químicas próprias da substância, características físico-químicas próprias 
do compartimento ambiental receptor, presença e natureza dos organismos vivos – tanto micro 
como macrorganismos – presentes no ambiente, grau e tipo de interação entre os organismos 
vivos e as substâncias. A interação do conjunto destes elementos condiciona o modo e a extensão 
como a substância pode ingressar no organismo humano e executar suas funções benéficas ou 
maléficas. 
As substâncias químicas, quando introduzidas pelo homem ao meio, ocorrem através de 
duas formas: direta ou indireta:
• Liberação de forma direta → consiste na liberação da substância para o meio como 
resultado primário da atividade, sem a interferência de nenhum fator que comprometesse suas 
características e propriedades de origem, e seu descarte ocorre diretamente no meio; 
• Liberação de forma indireta → o lançamento das substâncias químicas não decorre da 
atividade principal, mas sim como decorrência dessa atividade, sendo um resultado secundário 
a ela, e neste caso, pode acontecer a eliminação das substâncias com suas propriedades alteradas, 
gerando subprodutos e resíduos que podem variar sua toxicidade de acordo com as propriedades 
ambientais daquele ambiente.
O destino final do contaminante é certo: ou ele permanece no ambiente – aquático, 
terrestre ou aéreo – ou ele é introduzido nos organismos vivos desse meio. Vejamos a seguir como 
é realizado o transporte desses agentes químicos em cada um desses compartimentos ambientais.
2 - TRANSPORTE DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
O transporte dos agentes químicos irá depender de qual estado ele foi gerado na fonte 
emissora e como se encontra no meio. Segundo Chasin e Pedrozo (2004), as propriedades físico-
químicas dos agentes químicos determinam seu transporte entre as diferentes fases do meio 
ambiente. Eles podem ser introduzidos no ambiente sob várias formas: sólidos, líquidos, gasosos, 
vapores, fumaças, aerossóis, pós e serem introduzidos por diversas vias de propagação. Além 
dessas características, dependem, também, de fatores intrínsecos do meio receptor e de fatores 
climáticos que irão influenciar no transporte e destino desses contaminantes. 
De acordo com Sissino & Oliveira-Filho (2013), podemos listar os seguintes fatores 
climáticos e físicos do local que influenciam nesse transporte: taxa de precipitação anual, 
temperatura, velocidade e direção dos ventos, características geomorfológicas, características 
hidrogeológicas, canais de águas superficiais, características e cobertura do solo, características 
da vegetação, flora e fauna, obras púbicas, entre outros.
 Por conveniência, o meio ambiente pode ser dividido em quatro compartimentos 
distintos: ar (atmosfera), água superficial (hidrosfera), superfície terrestre (solo ou litosfera) e 
organismos vivos (biosfera) como evidencia o esquema a seguir:
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Figura 10 - Esquema evidenciando as vias de transferência entre os meios. Fonte: OPAS/USEPA (1996).
Vejamos detalhadamente como essas substâncias são transportadas nos principais meios 
de propagação: ar, água e solo.
2.1. No ambiente atmosférico 
Figura 11 - Contaminação do ar. Fonte: Google Images (2018).
Nesse ambiente o transporte das substâncias é realizado de acordo com o movimento do 
ar, por meio dos ventos, podendo atingir lugares muito distante do local em que foi lançado, ou 
seja, da fonte contaminante. A dispersão do agente tóxico vai depender de uma série de fatores 
locais e ambientais, como as características geográficas da área da fonte emissora, além das 
condições atmosféricas, predominantes durante a lançamento, segundo Walker (2001).
As principais fontes de contaminação do ar são de origem antropogênica. As principais 
são as indústrias, como as siderúrgicas, refinarias, fábricas de cimento e papel; queimadas e 
incineração do lixo doméstico, meios de transporte, através da queima de combustíveis fósseis 
e por agrotóxicos, mas também ocorre de forma natural por meio das erupções vulcânicas, 
queimadas naturais e liberação de toxinas produzidas por microrganismos. As formas mais 
comuns dessas substâncias serem transportadas pelos ventos é sob a forma de gases, vapores, 
fumaças, aerossóis e partículas que ficam suspensas no ar.
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2.2. No ambiente aquático
Figura 12 - Contaminação da água. Fonte: Google Images (2018).
A dispersão da substância química no ambiente aquático acontece de forma muito mais 
complexa que na atmosfera, pois determinados parâmetros e características desse meio interferem 
diretamente nesse processo, a exemplo temos: a velocidade entre os diferentes corpos d’águas (rios, 
lagos, riachos, mares, estuários, oceanos); o volume de diluição a qual os contaminantes estarão 
submetidos nesse meio; as misturas e interações que poderão sofrer com outros componentes 
químicos já presentes na água.
Ao adentrar o ambiente aquático a substância química sofrerá alguns processos, como os 
listados por Sissino & Oliveira-Filho (2013):
• Dispersão → processo de espalhamento pelo meio.
• Interação → com o material particulado em suspensão no corpo hídrico.
• Deposição → processo de sedimentação nos substratos e no fundo do corpo hídrico.

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