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Unidade III - Processo de Ocupação da Amazônia

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Regionalização do 
Brasil 
Processo de Ocupação da Amazônia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Flavio Bezerra da Silva 
Revisão Textual:
Profa. Esp. Natalia Mendonça Conti
5
•	Processo de Ocupação e Planos 
Para a Amazônia
•	A ocupação do espaço na Amazônia 
pós 1953
•	O Período Neoliberal Pós Anos 1990
Para que haja um aproveitamento dos objetivos propostos para esta disciplina, é importante 
que os textos sejam lidos e refletidos com atenção e os respectivos exercícios, bem como as 
atividades propostas, devidamente realizados
Nesta unidade, é essencial perceber que há diferentes formas 
de definir o que seja a Amazônia, bem como reconhecer os 
períodos de sua ocupação mais recente, com as políticas dos 
governos militares e dos governos neoliberais. 
Desse modo, perceber que há diferentes territorialidades na 
Amazônia e inúmeras contradições espaciais na região. 
Processo de Ocupação da Amazônia
6
Unidade: Processo de Ocupação da Amazônia
Contextualização
Leia com atenção o texto produzido pelo IBGE sobre a Amazônia Legal:
Mapa da Amazônia Legal - Fronteira Agrícola
Apresentando grande diversidade natural, social, econômica, tecnológica e cultural, a Amazônia 
Legal constitui uma região em crescente processo de diferenciação que contraria, em muito, a 
imagem difundida pelo mundo de um espaço homogêneo caracterizado pela presença de uma 
cobertura florestal que o identifica tanto interna quanto externamente.
Na atualidade, esse espaço regional consolida sua participação no processo geral de transformação 
territorial do Brasil e, especificamente, naquele afeto às mudanças ocorridas no uso da terra, no 
qual a expansão/intensificação da agropecuária acaba determinando, em grande parte, a dinâmica 
econômica e demográfica desta imensa região, esta última revelada, no Mapa, pelos indicadores de 
densidade demográfica.
Assim, ao invés de reproduzir, como nas antigas áreas de incorporação agrícola, estruturas produtivas 
preexistentes, a expansão recente da fronteira agropecuária na Amazônia constitui, antes de mais 
nada, uma fronteira tecnológica na qual a inovação científica é o elemento central de explicação do 
novo perfil produtivo do agro regional.
Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/mapas_doc3.shtm 
Ao longo da história do século XX-XXI houve diversos discursos sobre o que é a Amazônia, 
bem como diversas políticas públicas dos governos federais que induziram à ampliação da 
ocupação da região. 
A concepção apresentada no texto do IBGE dá ênfase à concepção de Amazônia Legal, 
definida em 1953. Ao mesmo tempo, num discurso político governamental aponta a diversidade 
existente dentro da Amazônia. Podemos afirmar que há muitas regiões dentro da própria 
Amazônia, que esta possui diversas territorialidades ou diversos usos do território. 
O estado do Amazonas, por exemplo, tem uma ocupação e densidades maiores em torno da 
cidade de Manaus, com seu polo industrial na Zona Franca de Manaus; já o Pará, principalmente 
em sua porção leste-sudeste, teve, pós anos 1960, sua inserção na economia internacional, com 
a criação de grandes projetos agropecuários e principalmente minerais.
O texto do IBGE aponta as inovações tecnológicas que foram incorporadas ao território 
amazônico. Contudo, será que tais inovações são para o uso social de toda a população ou só 
para alguns segmentos e territórios?
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/mapas_doc3.shtm
7
Processo de Ocupação e Planos Para a Amazônia
Ao tratarmos da Amazônia, cabe lembrar que há diferentes regionalizações que a definem. 
Nesta unidade usaremos duas: a primeira refere-se a uma regionalização formal, criada pelo 
Estado brasileiro, denominada Amazônia Legal e a outra definida por Milton Santos e Maria 
Laura Silveira (2001).
Para o governo brasileiro a Amazônia Legal é uma unidade regional de política pública. 
Foi criada em 1953, com a criação da Superintendência do Plano de Valorização Econômica 
da Amazônia (SPVEA), como explica as informações do site1 da Superintendência do 
Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM):
Em 1953, através da Lei 1.806, de 06.01.1953,(criação da SPVEA), foram 
incorporados à Amazônia Brasileira, o Estado do Maranhão (oeste do meridiano 
44º), o Estado de Goiás (norte do paralelo 13º de latitude sul atualmente 
Estado de Tocantins) e Mato Grosso ( norte do paralelo 16º latitude Sul). Com 
esse dispositivo legal (Lei1.806 de 06.01.1953) a Amazônia Brasileira passou 
a ser chamada de Amazônia Legal, fruto de um conceito político e não de um 
imperativo geográfico. Foi a necessidade do governo de planejar e promover o 
desenvolvimento da região.
Atualmente, os estados que compõem a Amazônia Legal são: Acre, Amapá, Amazonas, Mato 
Grosso,	Pará,	Rondônia,	Roraima,	Tocantins	e	parte	do	Maranhão	(oeste	do	meridiano	44˚).	
Já na definição de Milton Santos e Maria Laura Silveira (2001) para a regionalização do 
Brasil, dos “quatro brasis”, a Amazônia é composta dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, 
Pará, Rondônia e Roraima, definindo-a como a última região brasileira a ampliar a mecanização 
do território, ou seja, de dotar infraestruturas que buscam dar fluidez ao capital das empresas.
Ao longo da história da formação socioespacial do Brasil a Amazônia foi alvo de diferentes 
interesses. É importante lembrar que originalmente pelo Tratado de Tordesilhas (1494) a 
região não pertencia a terras do governo português e sim da Espanha. No período da União 
Ibérica (1580-1640) no qual os governos de Portugal e Espanha ficaram unidos, houve certo 
afrouxamento nesta ocupação realizada pelos portugueses.
Roberto Lobato Corrêa (2006) propõe uma periodização da região, usando principalmente 
de critérios da ocupação e da formação de redes urbanas, nas quais aponta os seguintes eventos 
principais e seus respectivos períodos:
•	 Um período inicial da implantação da cidade de Belém em 1616, com o início da 
conquista do território; 
•	 A posterior expansão dos fortes e criação de aldeias missionárias, geralmente aldeias 
que futuramente tornaram-se vilas e depois cidades nos séculos XVII-XVIII. Estes fortes 
e aldeias situados às margens e confluências do rio Amazonas, caso de Santarém, no rio 
Tapajós; Óbidos, no rio Trombetas; Tefé no Rio Japurá, bem como as aldeias missionárias 
de Alenquer, Gurupatiba (Monte Alegre), Mariuá (Barcelos) etc.;
1 http://www.sudam.gov.br/amazonia-legal.
http://www.sudam.gov.br/amazonia-legal
8
Unidade: Processo de Ocupação da Amazônia
•	 No século XVIII, em 1755, com a fundação da Companhia Geral do Grão-Pará e 
Maranhão, por Marquês de Pombal, buscando monopolizar o comércio da região, 
mediante a exploração dos produtos tropicais- chamados de “drogas do sertão”; 
•	 A estagnação urbana nos séculos XVIII-XIX, relacionadas principalmente ao fim da Cia. 
Geral do Grão Pará e Maranhão e do interesse pelos produtos tropicais que arrefeceram;
•	 Da metade século XIX ao final da Primeira Guerra Mundial, o período de fundamental 
importância da região, com o boom da borracha, com grande expansão urbana. Este 
período foi o de inserção da região na divisão internacional do trabalho e da criação de duas 
centralidades mais importantes: Belém e Manaus, cidades por onde era exportada a borracha;
•	 Posterior estagnação urbana com a crise da borracha, após anos 1920;
•	 Por fim, pós 1960, com novos processos de urbanização, sobretudo com a indução das 
políticas governamentais de integração territorial e a implantação das rodovias. 
Optamos por discutir o período pós 1953, com a criação da Amazônia Legal, e acrescentar 
uma nova fase pós anos 1990 até hoje.
A ocupação do espaço na Amazônia pós 1953
Ao longo do século XX foram comuns discursos em prol da necessidade de “povoar” a região. Os 
discursos de governos e do meio acadêmico geralmente relacionavam-se aos seguintes aspectos: 
a necessidade de ocupar e povoar a região; a Amazônia era vista como um imenso vazio, uma 
extensa área de fronteira,ocupada pela Floresta Amazônica e pouco povoada, com o extrativismo 
vegetal como principal atividade econômica. Como se não houvesse povos na região.
A criação da SPVEA (atual SUDAM), ainda no governo Vargas (1950-1954) e também a 
formalização da Amazônia Legal, são eventos ou marcos importantes na política voltada ao 
planejamento regional. Segundo o geógrafo Orlando Valverde e o pesquisador Tácito Lívio Reis 
de Freitas a Amazônia Legal já começou como uma região gigante e cujos interesses políticos 
ampliaram-na. Conforme dizem os autores em 19822:
Desde o nascedouro, problemas de politicagem, do plano local até o nacional, 
atormentaram o desempenho das atividades da SPVEA. A simples área de 
sua atuação se compreendesse somente os estados do Pará, Amazonas, 
Acre e os Territórios do Amapá, Roraima e Rondônia, abrangeria 3.581.180 
km², equivalentes a 42% do território nacional. Não satisfeitos com isso os 
legisladores, vários deles desejosos de beneficiar seus estados ou áreas de seu 
eleitorado, dilataram brutalmente os limites oficiais da região, criando a chamada 
“Amazônia Legal”, com 5.035.070 km², isto é 59% da área do Brasil. Jamais, 
em qualquer país do mundo, um departamento de planificação regional teve 
a seu encargo uma superfície tão vasta (VALVERDE, FREITAS, 1982, p. 106). 
2 Importante lembrar que em 1982 ainda havia territórios federais no Brasil, caso do Amapá e Roraima
9
No governo JK (1956-1961), o Plano de Metas optou pela integração da Amazônia com o 
território brasileiro mediante construção de rodovias, caso, por exemplo, da Belém-Brasília. Já 
nos governos militares a lógica da integração se faz primeiramente pelo Programa de Integração 
Nacional (PIN) e outros 3 Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND). 
O PIN (1970) era um programa de integração nacional que tinha a Amazônia como seu alvo 
principal. Tal programa tinha como mote projetos de colonização agropecuária ao longo das 
rodovias Cuiabá-Santarém e Transamazônica (BR 230). A Transamazônica cortava a floresta no 
sentido Oeste-Leste (ver figura 1) e posteriormente foi estendida ao Nordeste. A rodovia começa 
a ser planejada e construída durante o governo Médici (1969-1974) com intuito principal de 
ocupar faixas em torno de 10 km para cada lado da rodovia, com projetos agropecuários, com 
propriedade familiar, denominada módulo, com trabalho de pequenos agricultores.
Figura 1: Transamazônica (BR 230) Atualmente. 
 
Fonte: Ministério dos Transportes 
Houve grandes equívocos nesta proposta apontados por vários pesquisadores, entre eles citamos:
•	 Os	 colonos	 contemplados	nem	 sempre	 tinham	conhecimento	de	 agricultura	 em	 região	
como a amazônica, o que acarretou na devastação da floresta, por meio do rocio e 
queimadas, intensificando o processo de lixiviação do solo;
•	 Não	havia	infraestrutura	urbana	adequada	para	que	houvesse	atendimento	aos	migrantes	
que se deslocaram para estas regiões e a própria Transamazônica carecia de condições 
para circulação de pessoas e mercadorias, já que não era pavimentada;
•	 O	apoio	técnico	aos	agricultores	foi	precário,	bem	como	houve	falta	de	insumos	e	capital	
para que houvesse um bom retorno econômico aos agricultores.
10
Unidade: Processo de Ocupação da Amazônia
“Integrar para não entregar” e “terra sem gente para gente sem terra” eram os lemas dos 
governos militares, buscando atrair colonos do Sul-Sudeste e os excedentes e/ou expropriados 
do Nordeste do Brasil, bem como fazendo um discurso ufanista de integração nacional. 
Conforme explica Daniel Huertas:
A abertura das polêmicas rodovias Transamazônica e Cuiabá-Santarém – cujas 
diretrizes eram a criação de facilidades de acesso às áreas em condições de 
exploração econômica e às faixas de solos mais favoráveis à implantação e 
desenvolvimento da agropecuária – simbolizava não apenas a integração física 
e mental da hiléia ao resto do país, mas o gigantismo intrínseco à idéia do “Brasil 
potência” desenhada pelos mentores do plano geopolítico do governo militar 
como elemento crucial da psicosfera do regime (HUERTAS, 2009, p. 120). 
Novamente cria-se um discurso – uma psicosfera – de que estes projetos “colonizadores” e 
depois, numa segunda fase, os grandes projetos minerais iriam alavancar o desenvolvimento da 
Amazônia; esquecendo-se, no entanto, dos povos tradicionais da Amazônia, caso dos ribeirinhos 
e indígenas, bem como da dinâmica natural da floresta e das diversas paisagens existentes. 
A geógrafa Bertha Becker resume a concepção dos motivos de levar migrantes a colonizarem 
a Amazônia: 
As motivações das políticas regionais na Amazônia, entretanto, diferem em 
relação ao Nordeste. Para a Amazônia tais políticas eram vistas como soluções 
para as tensões sociais internas decorrentes da liberação de mão de obra no 
campo devido à modernização da agricultura no Nordeste e no Sudeste; para 
evitar o surgimento de focos revolucionários no meio da floresta; e para reforçar 
a influência brasileira na região por meio de um maior povoamento e integração 
com o coração da economia brasileira (BECKER, 2012, p. 82).
Com o fracasso da política de colonização rural no entorno da Transamazônica e também 
em Rondônia, o governo no II PND optou por grandes projetos agropecuários e minerais, 
denominados de POLOAMAZÔNIA. Foram 15 grandes polos instalados em diversas regiões 
da Amazônia. Houve a entrada de capital estrangeiro, bem como a chegada de atores sociais 
hegemônicos da Região Concentrada do Brasil na Amazônia, com apoio do governo brasileiro.
Sobre isso, a geógrafa Neli Aparecida Mello explica:
A utilização dos mecanismos de incentivos fiscais gerenciados pela SUDAM foi dirigida aos 
projetos agropecuários e industriais, marcando fundamentalmente o tipo de ocupação e uso 
das terras amazônicas. Entre 1966 e 1977, a SUDAM aprovou 549 projetos para a implantação 
e modernização de empresas, dos quais 335 eram relativos ao setor agrícola e 214 ao setor 
industrial com investimentos de 7,2 bilhões de cruzeiros dos quais 5,5 bilhões na agricultura. 
Entre pagar impostos ou beneficiar- se de incentivos, o momento foi propício ao envolvimento 
de grandes empresas nacionais ou transnacionais: Camargo Corrêa, Liquigás, Nestlé, Goodyear, 
Ultra, Volkswagen, etc. (MELLO, 2005, p. 42). 
Um destes projetos foi o projeto Jari, instalado entre o Amapá e o Pará. O empresário e 
bilionário norte-americano, Daniel Keith Ludwig, com o apoio dos governos militares, adquire 
em 1967 aproximadamente três milhões e trezentos mil hectares (ha.) em plena floresta, na 
divisa do Pará com o Amapá, numa área maior do que o estado do Sergipe (OLIVEIRA, 1987). 
11
Tratava-se de um megaprojeto agropecuário para a produção de gado e arroz, e também 
para a exploração mineral de caulim e bauxita. Além disso, havia a produção de celulose por 
meio do reflorestamento, que destruiu a flora e a fauna regional para plantar eucaliptos para a 
produção de celulose, trazendo uma planta exótica à Amazônia, a chamada gmelina arborea. 
Para isso, houve a importação diretamente do Japão, via marítima, de uma fábrica de celulose, 
que foi rebocada até o local em 1978. 
Por outro lado, foi necessário dinheiro público para a construção de portos e vias para que 
pudessem escoar a produção. Formaram-se ocupações sem infraestrutura com trabalhadores 
braçais do projeto, uma delas conhecida como “beiradão”, que hoje é o município de Laranjal 
do Jari, no Amapá. 
Em 1981, quando o governo do General Figueiredo não autorizou a construção de uma 
usina hidrelétrica particular nas terras do Jari, Ludwig abandona o projeto e o governo do Brasil 
assume as dívidas e repassa o projeto a um grupo brasileiro, que é associado a grandes grupos 
internacionais de mineração. 
O geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira comenta como os interesses de grandes 
corporações e empresariado estrangeiro se apossou de terras brasileiras com o 
apoio e anuência dos governos militares:
O curioso a esse respeito é que os termos gerais do DecretoLei permitiam que todo 
e qualquer outro projeto aprovado por “órgão competente” (SUDAM, INCRA etc.) 
tivesse suas terras liberadas das malhas da lei, desde que, evidentemente, fosse 
considerado de interesse para a economia nacional, o que quer dizer que o projeto 
Jari, destinado a derrubar a floresta amazônica para plantar gmelina numa extensão 
total de 200.000 ha., necessitava da propriedade de mais de 3,5 milhões de hectares 
de terras. Esse mesmo caminho foi percorrido pela GEORGIA PACIF para escapar 
da nova legislação sobre a venda de terras para estrangeiros, uma vez que também 
ela havia sido citada na CPI, e, em 20/03/70, o governo militar do então General 
Médici, aprovou seu projeto na SUDAM, através da Cia. Amazonas Madeiras e 
Laminados. Assim, esta empresa foi reconhecida como indústria madeireira 
e de reflorestamento, passando a gozar, como o Jari, da isenção de impostos 
de importação, passando esta multinacional a ser também “empreendimentos 
industriais considerados de interesse para a economia industrial”; logo suas terras 
estavam “legalizadas” perante a nova lei e os resultados da CPI. O regime militar 
mais uma vez revelava sua intenção de proteger os interesses norte-americanos no 
Brasil a qualquer custo. 
Fonte: Extraído de OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino, 1987, p. 24. 
Desse modo, os grandes projetos da Amazônia ao longo dos governos militares e mesmo 
atualmente fazem parte do interesse das grandes empresas nacionais e internacionais. 
Houve também garimpos que não foram destinados a grandes companhias, caso do ouro de 
Serra Pelada, no sudeste do Pará, que na década de 1980 levou a uma verdadeira corrida do 
ouro, sendo explorada diretamente por garimpeiros, estimados em mais de 80 mil. 
O quadro a seguir mostra um pouco desta expropriação dos recursos minerais na Amazônia 
nas décadas de 1970-80:
12
Unidade: Processo de Ocupação da Amazônia
Quadro 1: Alguns minerais explorados na Amazônia - Décadas 1970-1980
Minerais Localização Exploração
Cassiterita –Minério 
de Estanho
Rondônia
Grupos Econômicos: Itaú, Paranapanema, 
Patiño; Englardt, Brascan e Dramin. 
Manganês Amapá
ICOMI de propriedade da CAEMI do grupo 
Antunes e da Bethlehem Steel Corporation, 
que teve autorização do governo de explorar 
as jazidas até 2003, por 50 anos. 
Bauxita
Vale do Rio 
Trombetas e 
Barcarena-Pará
Região do Poloamazônia; com da Alcan 
Aluminium Ltda, empresa canadense no Vale 
do Rio Trombetas; e de grupos japoneses, 
com a Nippon Amazon Aluminium Co. 
(Nalco), para o projeto Albrás-Alunorte 
em Barcarena.
Ferro, Manganês e 
Cobre
Serra dos Carajás 
-Pará
No início de 1970, com a companhia 
Amazônia Mineração S.A., com participação 
da Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD) 
e da Cia. Meridional de Mineração 
(US.STEEL) para explorar o ferro. Em 1977, 
a CVRD compra a parte americana.
Fonte: Informações obtidas in OLIVEIRA, 1987, p. 36-58. 
Atualmente, algumas dessas jazidas minerais encontram-se ainda em exploração, caso da 
bauxita em Barcarena e do ferro de Carajás (fig. 2). Contudo, há casos das jazidas terem sido 
exploradas e não terem mais produção que a tornem importante economicamente, caso, por 
exemplo, do manganês na Serra do Navio, no Amapá, região hoje abandonada.
Figura 2: Minério de Ferro - Carajás - Pará
Fonte: NASA Earth Observatory, 2009
Dessa forma, houve a expropriação de minerais em território brasileiro com a complacência 
dos governos brasileiros, com concessões às empresas nacionais e estrangeiras. 
13
Neli Aparecida de Mello explica como se deu na época o projeto Grande Carajás:
A CVRD serviu-se de todos seus meios técnicos e científicos para implementar 
o projeto Grande Carajás (1985-1991) e de investimentos externos. O governo 
brasileiro ofereceu vantagens para que o projeto pudesse ser viabilizado: 
matéria-prima (ferro, manganês, níquel, bauxita e cobre), energia e mão-de-
obra barata, transportes eficientes e controle de poluição pouco rigoroso. O 
projeto envolveu siderurgia na transformação do ferro-manganês, ferro-níquel 
e alumínio e valorizou a descoberta de jazidas que se encontravam em suas 
proximidades, além da articulação com projetos de exploração agropecuária 
e agroflorestal, explorando-se áreas de reflorestamento. Além dos incentivos 
fiscais já existentes na política de ocupação amazônica, o Tesouro Nacional 
podia avalizar empréstimos internacionais necessários ao desenvolvimento dos 
projetos pelas empresas (MELLO, 2005, p. 45). 
Tais megaprojetos foram responsáveis por criar cidades no interior da Amazônia em função 
da existência das empresas, o que Roberto Lobato Corrêa (2006) denominou de company 
towns, ou seja, as cidades companhias. É o caso de Parauapebas, cidade próxima a Marabá que 
foi construída com intuito de abrigar trabalhadores de Carajás. 
Por outro lado, os diversos atores sociais da região entram em conflitos por disputas por terras, 
minerais etc., são eles principalmente: as comunidades tradicionais (indígenas, ribeirinhos, 
caboclos etc.), os garimpeiros, as companhias mineradoras, os produtores do agronegócio, 
posseiros, entre outros. 
O Período Neoliberal Pós Anos 1990
Com o final dos governos militares em 1985 o Brasil passa por um período de transição política 
e com a nova Constituição Federal em 1988 estabelecem-se novas políticas no governo federal.
As influências do processo de globalização da economia induzem um discurso da pró-
globalização proveniente dos atores sociais hegemônicos, sobretudo proveniente das 
grandes empresas, requerendo menor intervenção do Estado na política, ao mesmo tempo, 
contraditoriamente, ganham os discursos ambientalistas, colocando novas temáticas na agenda 
nacional, caso da concepção de desenvolvimento sustentável. 
Neste período, denominado de neoliberal, a participação do Estado na gestão do território 
vai diminuir, num primeiro momento com uma onda de privatizações e criação de agências 
reguladoras e fiscalizadoras das empresas privadas. 
Por outro lado, contraditoriamente, há várias normatizações da Política de Meio Ambiente que 
serão revistas e/ou aprofundadas neste período e que têm relação especialmente com a Amazônia. 
14
Unidade: Processo de Ocupação da Amazônia
Houve também a morte, por assassinato, do ambientalista e seringueiro Chico Mendes em 
1988, que foi líder sindical dos seringalistas em Xapuri no Acre, lutando pela posse da terra 
dos seringalistas. Chico Mendes entrou em conflito com os interesses de grandes proprietários - 
sobretudo criadores de gado, de madeireiras e donos de seringais. 
Este tipo de conflito, embora comum na Amazônia, tornou-se mundialmente conhecido, 
já que Chico Mendes tornou-se uma pessoa símbolo pela luta na Amazônia pela criação das 
reservas extrativistas para preservar terras e a territorialidade indígena e das comunidades 
tradicionais de seringueiros. 
Outro evento fundamental pós 1990 foi a “Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento”, realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992, conhecida 
como “Rio 92”. Neste evento levantam-se questões tais como: o Mecanismo de Desenvolvimento 
Limpo (MDL), usando políticas ambientais, caso do crédito de carbono, da certificação de 
madeiras; a diminuição da emissão de gás carbônico; bem como a Convenção da Diversidade 
Biológica; entre outras, que levaram à necessidade do cumprimento de políticas provenientes 
do mundo também no território nacional. 
Trata-se de verticalidades provenientes do mundo, mas cuja política nacional territorial 
brasileira vai procurar atender, mediante políticas de preservação e/ou conservação da natureza, 
por exemplo. No Brasil, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), vinculado 
ao Ministério do Meio Ambiente é o responsável pela definição das unidades de conservação e 
seus diferentes tipos e formas de uso, sejam elas federais, estaduais ou municipais. 
Nestas unidades, há a classificação inicial em dois subtipos: as unidades de Proteção 
Integral, as quaistêm necessidade de maior proteção e as de Uso Sustentável, que podem ter 
ocupação humana. 
Figura 33: Unidades de Conservação e Territórios Indígenas na Amazônia Legal
Fonte: Imazon.org.br - junho de 2012
3 Segundo o SNUC, são unidades de conservação de Proteção Integral as seguintes categorias: estação ecológica, reserva biológica, parque 
nacional, monumento natural, refúgio de vida silvestre. As unidades de conservação de Uso Sustentável engloba as seguintes categorias: área 
de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento 
sustentável, reserva particular do patrimônio natural.
15
Como observamos no mapa da Amazônia Legal (figura 3), a região tem inúmeras unidades 
de conservação e também terras indígenas. No entanto, isto não significa que não haja inúmeros 
problemas socioambientais, decorrentes de disputas territoriais, diversificadas intencionalidades 
dos atores sociais que estão na região. Há, por exemplo, madeireiras clandestinas, bem como 
queimadas que induzem à ocupação do solo, sobretudo para criação de gado. O Estado de 
Rondônia foi um dos que mais desmatou com a pavimentação da BR 364 (Cuiabá-Porto Velho). 
Em relação às terras indígenas, estas são unidades territoriais constituídas formalmente pelo 
governo brasileiro e na Amazônia está a maioria delas. 
Modalidades de Terras Indígenas
Nos termos da legislação vigente (CF/88, Lei 6001/73 – Estatuto do Índio, Decreto 
n.º1775/96), as terras indígenas podem ser classificadas nas seguintes modalidades:
• Terras Indígenas Tradicionalmente Ocupadas: São as terras indígenas de 
que trata o art. 231 da Constituição Federal de 1988, direito originário dos povos 
indígenas, cujo processo de demarcação é disciplinado pelo Decreto n.º 1775/96.
•	 Reservas Indígenas: São terras doadas por terceiros, adquiridas ou 
desapropriadas pela União, que se destinam à posse permanente dos povos 
indígenas. São terras que também pertencem ao patrimônio da União, mas não 
se confundem com as terras de ocupação tradicional. Existem terras indígenas, 
no entanto, que foram reservadas pelos estados-membros, principalmente 
durante a primeira metade do século XX, que são reconhecidas como de 
ocupação tradicional. 
•	 Terras Dominiais: São as terras de propriedade das comunidades indígenas, 
havidas, por qualquer das formas de aquisição do domínio, nos termos da 
legislação civil.
•	 Interditadas: São áreas interditadas pela Funai para proteção dos povos 
e grupos indígenas isolados, com o estabelecimento de restrição de ingresso 
e trânsito de terceiros na área. A interdição da área pode ser realizada 
concomitantemente ou não com o processo de demarcação, disciplinado pelo 
Decreto n.º 1775/96.
Fonte: Texto disponível em: http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/terras-indigenas. 
Neste período, continuaram vários problemas decorrentes das frentes de expansão capitalista 
na Amazônia, que ocasionou mais disputas territoriais com territórios indígenas. Um conflito que 
se tornou conhecido recentemente foi o “Território Indígena Raposa Serra do Sol”, em Roraima. 
Embora em 2005 tenha sido definida por Decreto presidencial a retirada dos arrozeiros do território 
delimitado aos grupos indígenas em 1993, num processo que se arrastava por décadas. 
As comunidades indígenas Barro, Maturuca, Jawari, Tamanduá, Jacarezinho e Manalai 
reivindicavam seu território, que havia sido delimitado formalmente, mas que apesar disso foi 
ocupado por produtores de arroz. Em 2009, a questão foi decidida pelo Supremo Tribunal 
Federal (STF) e uma indígena, representando os demais grupos, deu o seguinte depoimento:
http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/terras-indigenas
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Unidade: Processo de Ocupação da Amazônia
Excelentíssimos senhores Ministros, nós como comunidades indígenas do Barro, Maturuca, 
Jacarezinho, Tamanduá, estamos esperando que esse julgamento bote um ponto final em toda 
violência que os povos indígenas da Raposa Serra do Sol têm vivido pela disputa sobre suas 
terras. Esperamos que nossos valores espirituais, nossos valores culturais sejam considerados 
na aplicação dos artigos da nossa Constituição Federal de 1988. [...] Há mais de 30 anos 
estamos esperando que o processo de regularização fundiária de nossa terra seja concluído. 
Durante esses 30 anos, tivemos 21 lideranças indígenas assassinadas, várias casas queimadas, 
muitas ameaças feitas e registradas na Polícia Federal. [...] Muitas pessoas não sabem que as 
casas indígenas não se resumem apenas nas moradias, mas incluem os lugares onde se pesca, 
caça, caminha, onde se mantém os locais sagrados, a espiritualidade, a nossa cultura. Estes são 
pontos fundamentais para que nós tenhamos garantida a nossa importância, da nossa terra, 
não só para agora, mas para amanhã também. Nós queremos isso!
Estas e outras questões de disputas continuam a ocorrer na Amazônia e demonstram 
as tensões das diversas territorialidades existentes na região. Com o período neoliberal, a 
fluidez para o desenvolvimento do grande capital, sobretudo o relativo ao agronegócio e 
aos projetos mineradores, vai ocupando novas regiões da Amazônia ou consolidando as 
antigas regiões.
Em 1993, com a nova lei de modernização dos portos (Lei n. 8.630), e com a criação da figura 
dos Terminais de Uso Privativo (TUP), os portos brasileiros passaram a ter terminais portuários 
privativos para suas empresas, de uso misto ou especialmente para algumas empresas.
Isto facilita o transporte das cargas portuárias, privilegiando os atores sociais hegemônicos 
em detrimento dos usos sociais do transporte de passageiros. Há maior densidade de projetos 
agropecuários e minerais na Amazônia Oriental ou especificamente no leste-Sudeste do Pará 
(vide figura 4), cuja principal centralidade é a cidade de Marabá. 
Esta região é mais dotada de densidade técnica, com rodovias, portos e ferrovias que visam a 
facilitar o transporte de mercadorias da região. Há também a maior usina hidroelétrica totalmente 
nacional que é Tucuruí, situada no rio Tocantins, no município de Tucuruí no sudeste do Pará. 
Este conjunto de sistemas de objetos e sistemas de engenharia no leste-sudeste do Pará tem 
relação com os grandes empreendimentos da região, caso da região de Carajás, explorada pela 
Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD), privatizada, dentro da política neoliberal dos anos 
1990. Atualmente o ferro de Carajás é transportado pela E.F. Carajás, interligando a província 
mineral de Carajás, no Pará, com o Terminal de Uso Privativo (TUP) da CVRD em Ponta da 
Madeira, adjacente ao Porto de Itaqui, em São Luís, Maranhão.
Já na porção oeste-noroeste do Estado do Pará a dinâmica territorial está ainda muito atrelada 
aos rios, ao regime fluvial, do rio Tapajós e Rio Amazonas. Desse modo, nesta região inserida 
na mesorregião do Baixo Amazonas, cuja principal centralidade é a cidade de Santarém (vide 
figura 4) há inúmeras empresas de mineração e do agronegócio que se apropriam dos portos 
existentes em detrimento do uso da população. 
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Figura 4: Imagem de Região do Pará e Entorno - Usina de Tucuruí
 
Fonte: Reprodução Google Maps, 2014. 
Em Oriximiná, próximo a cidade de Santarém, existe a exploração da bauxita por um grupo 
- “A Mineração Rio do Norte (MRN)”, maior produtora de bauxita do Brasil – matéria prima do 
alumínio – e opera na região de Oriximiná desde 1979. A MRN é composta por oito empresas 
acionistas: Vale do Rio Doce, BHP Billiton, Rio Tinto Alcan, Companhia Brasileira de Alumínio, 
Alcoa Alumínio, Alcoa World Alumina, Hydro e Alcoa Awa Brasil Participações.
Sobre o uso do território na Amazônia Daniel Huertas comenta:
Em Santarém, a instalação do terminal porturário da Cargill alterou profundamente a 
paisagem da orla da cidade e incrementou a infra-estrutura do porto organizado. Por outro lado, 
os barcos regionais com destino a Óbidos, Juruti, Monte Alegre, Prainha, Oriximiná, Itaituba,Curuá, Alenquer, Terra Santa e Faro continuam utilizando o “Porto” da Praça Tiradentes, na 
verdade uma balsa flutuante em péssimas condições estruturais atada à margem do rio Tapajós 
por cordas e acessada pelos usuários por pranchas de madeira (HUERTAS, 2009, p. 283). 
 Desse modo, verifica-se que as modernizações no território são disponibilizadas para o 
uso das grandes empresas, caso da Cargill (empresa alimentícia), enquanto a população local tem 
dificuldades para se locomover ou usar o transporte fluvial de passageiros com transporte adequado. 
 Nos anos 1990, houve dois planos federais, denominados de “Brasil em Ação” (1996-
1999) e “Avança Brasil” (2000-2003), que não eram específicos para a Amazônia, mas tratavam 
de eixos de desenvolvimento, voltados à consolidação da integração amazônica, bem como da 
integração regional com a América do Sul.
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Unidade: Processo de Ocupação da Amazônia
Os projetos do programa “Brasil em Ação” priorizaram a recuperação das estradas BR-164 
(Brasília-Acre) e BR-163 (Cuiabá-Santarém); o asfaltamento da BR-174 (Manaus-Boa Vista), 
bem como com a implantação das vias navegáveis Araguaia-Tocantins a Altamira e Itaituba. Já 
o programa “Avança Brasil” se concentrava nos investimentos previstos para a Amazônia Legal 
em quatro corredores multimodais de transportes. 
Mais recentemente, houve avanços de dotar o território da Amazônia de infraestruturas, 
caso de novos gasodutos, novos terminais portuários, entre outros, mas que significaram novos 
problemas ambientais e geralmente desconsideraram as territorialidades das comunidades 
tradicionais e nem sempre são por eles usados.
Mais recentemente, em 2008, houve a criação do “Plano Amazônia Sustentável”, com 
propostas como turismo sustentável, exploração de recursos da biodiversidade, regularização 
fundiária, zoneamento ecológico-econômico, monitoramento e controle ambiental, entre outros 
segmentos definidos no Plano, usando como referência a Amazônia Legal (figura 4), chamada 
de Amazônia brasileira.
Figura 5: Amazônia Legal - 2008
 
Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2008. 
São avanços do ponto de vista das políticas e planos, mas ainda há muito a avançar concretamente. 
Estas questões apontadas no texto desta unidade evidenciam que este novo período da 
história brasileira não tem conseguido coibir as pressões do grande capital na região e tampouco 
diminuir os conflitos no campo, embora tenha havido avanços do ponto de vista das políticas 
ambientais propostas. 
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Material Complementar
 
Para aprofundamento dos temas discutidos nesta unidade sugerimos:
BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Plano Amazônia 
Sustentável: diretrizes para o desenvolvimento sustentável da Amazônia 
brasileira. Brasília, MMA, 2008. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/
sca/_arquivos/plano_amazonia_sustentavel.pdf. 
HUERTAS, Daniel Monteiro. Da fachada atlântica à imensidão amazônica: 
fronteira agrícola e integração territorial. São Paulo: Annablume, 2009.
Documentário: projeto Jari. 5min, Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=SC9xn04eBT0
Filme: Xingu, 1h42min, mostra a criação do Parque Nacional do Xingu. Filme de 
Cao Hamburguer, 2002, conta a história dos irmãos Villas-Boas.
Filme: Amazônia em Chamas (1994), filme americano sobre Chico Mendes. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DI6mhtMgr_o
http://www.mma.gov.br/estruturas/sca/_arquivos/plano_amazonia_sustentavel.pdf
http://www.mma.gov.br/estruturas/sca/_arquivos/plano_amazonia_sustentavel.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=SC9xn04eBT0
https://www.youtube.com/watch?v=SC9xn04eBT0
https://www.youtube.com/watch?v=DI6mhtMgr_o
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Unidade: Processo de Ocupação da Amazônia
Referências
BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Plano Amazônia Sustentável: 
diretrizes para o desenvolvimento sustentável da Amazônia brasileira. Brasília, 
MMA, 2008. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/sca/_arquivos/plano_amazonia_
sustentavel.pdf. 
BECKER, Bertha. Manual do candidato: geografia. Bertha Becker; apresentação do 
Embaixador Georges Lamazière. – Brasília: FUNAG, 2012. Disponível em: http://funag.gov.br/
loja/download/1014-Manual_do_candidato_-_Geografia.pdf. 
BECKER, Bertha. Redefinindo a Amazônia: o vetor tecno-ecológico. In: CASTRO, Iná Elias de. 
(orgs). Questões atuais da reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 
1996, p. 223-244.
CORRÊA, Roberto Lobato. A periodização da rede urbana da Amazônia. In: CORRÊA, Roberto. 
Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2006, p. 181-253. 
HUERTAS, Daniel Monteiro. Da fachada atlântica à imensidão amazônica: fronteira 
agrícola e integração territorial. São Paulo: Annablume, 2009.
MELLO, Neli Aparecida de. Políticas territoriais da Amazônia. São Paulo: Annablume, 2005. 
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Amazônia: monopólio, expropriação e conflitos. 
Campinas: Papirus, 2000. 
SANTOS, Milton. & SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do 
século XXI. São Paulo: Ed. Record, 2001.
VALVERDE, Orlando; FREITAS, Tácito Lívio Reis de Freitas. O problema florestal da 
Amazônia brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980.
21
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
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CEP 01506-000
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Tel: (55 11) 3385-3000
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