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ALEITAMENTO MATERNO

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INTRODUÇÃO
O leite materno é a melhor fonte de nutrição para bebês e a forma de proteção mais econômica e eficiente para diminuir as taxas de mortalidade infantil, sendo capaz de reduzir em até 13% os índices de mortes de crianças menores de 5 anos. 
Nas regiões das Américas, menos da metade das crianças mamam na 1° hora de vida. De acordo com ela, isso faz diferença na continuidade da amamentação porque desenvolve o movimento mais correto de sucção e ajuda a criar um vínculo entre a mãe e o bebê.
Desde 1981, o Ministério da Saúde coordena estratégias para proteger e promover a amamentação no Brasil. Atualmente, repassa-se R$ 18,2 milhões para os Hospitais Amigos da Criança por ano, que cumprem os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno. Hoje, o país tem 301 Hospitais Amigos da Criança em todos os estados e Distrito Federal.
O Brasil também conta com 222 bancos de leite humano e 219 postos de coleta. Com essa ampla rede, em 2020, cerca de 181 mil mulheres doaram mais de 226 mil litros de leite materno e até junho de 2021, 92 mil doadoras já arrecadaram 111,4 mil litros.
Em 2020, a Brasil investiu R$ 16,9 milhões, em caráter excepcional, na proteção e apoio ao aleitamento materno e na alimentação complementar adequada para crianças menores de 2 anos na Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), da Atenção Primária à Saúde.
Números revelam que os índices nacionais do aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses aumentaram de 2,9% para 45,7% quando se compara o período de 1986 até 2020. Também é possível observar grande evolução da prevalência de aleitamento materno continuado no 1° ano de vida, passou de 30% para 53,1%, de 1986 até 2020.
Por ano, cerca de 6 milhões de vidas são salvas por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o 6° mês de idade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A prática protege a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de evitar o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta.
10 PASSOS DO ALEITAMENTO MATERNO
1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno
2. Treinar toda a equipe de saúde, capacitando-a para implementar esta norma
3. Orientar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento materno
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira hora após o nascimento do bebe
5. Mostrar as mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser separados
6. Não dar ao recém nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tal procedimento tenha uma indicação médica 
7. 
8. Praticar o alojamento conjunto (mãe e bebe permaneçam juntos )
9. Encorajar o aleitamento materno sob livre demanda
10. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio. 
11. Encaminhar as mães, por ocasião da alta hospitalar, para grupos de apoio ao aleitamento materno na comunidade ou em serviços de saúde.
12. 
IHAC
Os hospitais devem seguir os 10 passos e enviar as comprovações, para receber um selo e o valor em dinheiro
SEMANA MUNDIAL DA AMAMENTAÇÃO
Ocorre entre o da 01 e 07 de agosto e foi criada para promover o aleitamento materno, é preciso aumentar as taxas de amamentação para alcançar a meta de 50% de amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida até 2025, uma das Metas Globais de Nutrição, e de 70% até 2030, uma das metas da Agenda 2030, ambas pactuadas junto à Organização das Nações Unidas (ONU)..
HORA DOURADA
Na primeira hora de vida o bebe, ele fica com a mãe estimulando a amamentação, mesmo que o bebe não mame, tem que ser estimulada.
Médicos e equipe de enfermagem devem estimular o ‘contato pele-a-pele’ na forma da técnica da “mãe canguru” imediatamente após o nascimento. Esse contato é muito importante porque ajuda o bebê a encontrar o seio e se vincular ainda mais à mãe. Se o bebê estiver bem e ativo, deve-se permitir que busque o seio da mãe, em lugar de oferecer. Basta deixar o bebê próximo e o seio disponível. Além de aquecer e acalmar o bebê, a prática estabiliza o batimento cardíaco da criança, reduz o risco de infecção hospitalar e favorece a 
amamentação.
Estratégias que podem colaborar com o aumento da produção de leite: aumentar a ingestão de líquidos, sobretudo água, manter a mãe junto ao bebê, consumir alfafa naturalmente ou em homeopatia e algumas medicações que têm como efeito colateral o aumento da produção de leite. Acompanhamento e orientação de profissionais de saúde especializados em lactação durante a amamentação, suporte no dia a dia de familiares e amigos e manter hidratação e alimentação adequadas fazem muita diferenças.
BINÔMIO MÃE BEBE
O aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil.
Vantagens do aleitamento:
· Facilita o estabelecimento do vínculo afetivo mãe-filho;
· Previne as complicações hemorrágicas no pós-parto e favorece a regressão uterina ao seu tamanho normal;
· Contribui para o retorno mais rápido ao peso pré-gestacional;
· É um método natural de planejamento familiar, entretanto somente antes de 6 meses, quando a criança está em aleitamento materno exclusivo, em livre demanda, inclusive durante a noite, e que a mãe não tenha ainda menstruado (LAM – lactação e amenorreia como método);
· Pode reduzir o risco de câncer de ovário e mama; e pode prevenir a osteoporose.
· É o alimento completo para o lactente menor de 6 meses, tanto no aspecto nutricional, como digestivo;
· Facilita a eliminação de mecônio e diminui o risco de icterícia;
· Protege contra infecções (especialmente diarreias e pneumonias), pela ausência do risco de contaminação e pela presença de anticorpos e de fatores anti-infecciosos;
· Aumenta o laço afetivo mãe-filho, promovendo mais segurança ao bebê;
· Colabora efetivamente para diminuir a taxa de desnutrição proteico-calórica e, consequentemente, para a diminuição dos índices de mortalidade infantil;
· Diminui risco de processos alérgicos, pelo retardo da introdução de proteínas heterólogas existentes no leite de vaca;
· Melhor resposta às vacinações e doenças.
· O leite materno não custa nada;
· É limpo e não contém micróbios;
· Já vem pronto e está na temperatura certa;
· Diminui os custos de internações por problemas gastrointestinais, respiratórios e outras doenças;
· Representa uma economia doméstica quanto ao uso de gás de cozinha, porque dispensa o aquecimento e preparo;
· Diminui o falta dos pais ao trabalho, uma vez que a criança se mantém mais saudável.
RISCOS DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR PRECOCE
· Maior número de episódios de diarréia.
· Maior número de hospitalizações por doença respiratória.
· Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, como, por exemplo, quando os alimentos são muito diluídos.
· Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco.
· Menor efeito anticoncepcional da lactação.
· Menor duração do aleitamento materno.
FISIOLOGIA 
A produção de leite se dá por um estímulo neuroendócrino e três órgãos são importantes neste processo: placenta, hipófise e mama:
Placenta: (estrógenos e progesterona) deposição de gorduras, o crescimento dos ductos e alvéolos.
Hipófise: anterior: libera prolactina, estimula produção de leite pelos alvéolos; posterior: libera ocitocina, estimula a descida, contrai células mioepiteliais, contração e expulsão de leite para os ductos, contrai as fibras musculares uterinas,
MAMA: apojadura ou "descida“, 48-72h pós parto, marca a mudança do controle endócrino para o autócrino.
PREPARO NA GRAVIDEZ: 
Recomendar banhos de sol nas mamas, por 15 minutos, até 10 horas da manhã ou após as 16 horas, durante a gravidez, ou banhos de luz com lâmpadas de 40 watts, a cerca de um palmo de distância.
Expressão do peito (ou ordenha), durante a gestação, para a retirada do colostroestá contraindicada.
PEGA CORRETA
• O uso de sutiã é necessário para manter a mama sempre elevada, evitando estases nas porções inferiores da mama.
• O banho de sol nos mamilos continua recomendado com o objetivo de aumentar a resistência da região mamilo-areolar.
• A lubrificação da região mamilo-areolar deve ser feita com o leite materno.
• Após amamentar, a mãe deve proceder à palpação das mamas. Se estiverem pesadas e com pontos de dor, retirar o excesso de leite até o ponto de conforto, ou seja, até o desaparecimento da dor.
PROBLEMAS
· FISSURAS DO MAMILO 
Lesão no mamilo por vezes dolorosa, decorrente de má pega da aréola
Tratamento: Corrigir a posição da mamada. Orientar a mãe a continuar amamentando; Aconselhar a mãe a lavar os mamilos apenas uma vez ao dia; Massagear os mamilos com leite materno após as mamadas para facilitar a cicatrização.
· INGURGITAMENTO MAMÁRIO
É o aumento do volume das mamas e elas ficam dolorosas quentes, vermelhas, brilhantes e tensas por causa do edema.
Tratamento: Manter a criança sugando, retirar o leite em excesso por expressão manual, usar o sutiã firme a fim de tornar o ingurgitamento menos doloroso, aplicar compressas geladas ou quentes sobre o seio por 1 min massageando-os e retirando o leite logo após para aliviar a dor 
· MASTITE E DUCTO BLOQUEADO
É um processo infeccioso agudo com inflamação focal, apresenta sintomas como febre, mal-estar geral, pode apresentar abscessos e septicemia. Acomete, em média, 2 a 6% das mulheres que amamentam. Os fatores predisponentes fadiga, estresse, fissuras por mamilos, obstrução ductal e ingurgitamento mamário.
Tratamento: Aplicar calor local e-ou frio sobre a área afetada, orientar para não interromper a amamentação, massagear delicadamente a mama afetada seguida da auto-ordenha, usar sutiã que sustente bem a base das mamas, só suspender o aleitamento na mama afetada se houver abcesso. 
· MASTITE PUERPERAL
Incidência de 2-10% das lactantes. Processo inicialmente inflamatório, que resulta da estase láctea, distensão alveolar e obstrução ao fluxo do leite, ou seja, ingurgitamento mamário. 
Posteriormente ocorre proliferação bacteriana, especialmente na presença de traumas mamilares, e o processo se torna infeccioso, podendo evoluir inclusive para quadros mais graves, com abscessos mamários e sepse.
Patógenos: Staphylococcus (aureus, epidermidis, albus), Streptococcus (hemolítico, não-hemolítico) e Escherichia coli. 
EPIDÊMICA: cepas altamente virulentas de S. aureus produtor de penicilinase, precoce (4º dia pós-parto), associada a piodermite do recém-nascido.
ENDÊMICA: S. aureus (60%), sSaphylococcus epidermides, Streptococcus, Escherichia coli, tardia, (2ª semana ou no desmame).
TRATAMENTO INICIAL: hidratação oral, esvaziamento da mama afetada (ordenha manual, mecânica ou elétrica), posicionamento adequado das mamas, analgésicos e anti-inflamatórios (paracetamol, ibuprofeno, piroxicam). Não há indicação para inibição da lactação. Antibióticos podem ser necessários.
· ABCESSO MAMÁRIO
Processo infeccioso agudo decorrente da mastite, formação de “lojas” (únicas ou múltiplas), e que pode evoluir para necrose do tecido mamário.
Cursa com dor intensa, pontos de flutuação, com ou sem febre ou prostração.
TRATAMENTO: antibioticoterapia, preferencialmente com cultura e antibiograma; esvaziamento das lojas por punção guiada por USG (para abscessos < 5cm) ou, quando mais extenso, drenagem cirúrgica, remoção de áreas necróticas e colocação de dreno por 24 h.
O aleitamento materno pode ser suspenso provisoriamente na mama afetada, com esvaziamento por ordenha manual, mecânica ou elétrica.
· MASTITES CRÔNICAS – FÍSTULAS LÁCTEAS
Intercorrência tardia, meses após episódio de mastite ou abscesso.
 Apresenta tecido conjuntivo no tecido mamário e fenômenos exsudativos, com surtos redicivantes e drenagem espontânea formando fístulas lácteas.
EXAMES: USG, e RNM pode ser necessária em alguns casos.
TRATAMENTO mais eficaz é a ressecção completa do sistema ductal afetado, muitas vezes necessitando de cirurgia reparadora, além de uso de antibióticos no pré e pós-operatório.
CONTRAINDICAÇÕES 
Materna: Câncer de mama tratado ou em tratamento, HIV+ (só podem dar o próprio leite se este for pasteurizado), mulheres com distúrbios da consciência ou comportamento grave.
Neonatal: Alterações da consciência da criança de qualquer natureza, Baixo peso com imaturidade para sucção ou deglutição (dar leite materno por sonda orogástrica), Fenda palatina que impossibilite o ato de sugar (oferecer leite materno ordenhado).
Medicamentosa: Tamoxífeno, Andrógenos, Estrógenos, Bromocriptina, Cabergolina, Misoprostol, Mifepristone, Amiodarona, Anti-neoplásticos Citotóxicos ou Imunossupressores, Substancias Radioativas, Fenindiona, Anfetaminas, Cocaína, Heroína, LSD, Maconha, Sais de Ouro.

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