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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE ODONTOLOGIA BEATRIZ PEREIRA FREITAS BRUNA ALVES DE SOUZA DARIANE MORANDIN CONTI FERNANDA FERNANDES FARALHE IGOR ALVES SILVA VANESSA LANGUE CONHECIMENTO E APLICAÇÃO DE ERGONOMIA POR GRADUANDOS DE ODONTOLOGIA E A OCORRÊNCIA DE LER/DORT. CAMPINAS 2018 BEATRIZ PEREIRA FREITAS BRUNA ALVES DE SOUZA DARIANE MORANDIN CONTI FERNANDA FERNANDES FARALHE IGOR ALVES SILVA VANESSA LANGUE CONHECIMENTO E APLICAÇÃO DE ERGONOMIA POR GRADUANDOS DE ODONTOLOGIA E A OCORRÊNCIA DE LER/DORT. Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência para obtenção do Título de Cirurgião Dentista pela Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Orientadora: Profa. Dra. Patrícia Fernanda Roesler Bertolini PUC-CAMPINAS 2018 Pontifícia Universidade Católica de Campinas Centro de Ciências da Vida Faculdade de Odontologia Autores: FREITAS, Beatriz P.; SOUZA, Bruna A.; CONTI, Dariane M.; FARALHE, Fernanda F.; ALVES, Igor C.; LANGUE, Vanessa. Título: Conhecimento e aplicação de Ergonomia por graduandos de Odontologia e a ocorrência de LER/DORT. Trabalho de Conclusão de Curso em Odontologia BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Orientadora: Profa. Dra. Patrícia Fernanda Roesler Bertolini _______________________________________________ 1ª Examinadora: Profa. Dra. Cândida Luiza Tonizza de Carvalho __________________________________________ 2º Examinadora: Profa. Ms. Marinês Risso Campinas, 29 de novembro de 2018. Dedicamos esse trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em nossas vidas, autor do nosso destino e sempre presente em todos os momentos. Aos nossos pais que são peças fundamentais nas nossas vidas, contribuíram dia a dia para que essa etapa fosse concluída , e a Professora Doutora Patrícia Roesler Bertolini, por nos orientar e nos ajudar a concluir a nossa jornada. AGRADECIMENTOS A Deus, primeiramente, por ter nos dado forças e saúde para superar todas as nossas dificuldades. A Pontifícia Universidade Católica de Campinas, por nos ter dado todo o suporte e direcionamento em todo o período de nossa formação. A todos os nossos professores, que de alguma forma passaram pela nossa vida ao longo desses anos, compartilhando todo seu conhecimento, não apenas racional, mas a manifestação de caráter e afetividade da educação no nosso processo de ensino superior. A nossa orientadora, Professora Doutora Patrícia Fernanda Roesler Bertolini, que foi nossa figura maternal durante esse trabalho, nos orientando, ensinando e principalmente acalmando cada um de nós, trazendo para um trabalho de conclusão de curso um espirito de grupo, para que tudo pudesse ser feito com cautela e excelência. Aos nossos pais, pelo amor, carinho paciência e ensinamentos, por depositarem toda confiança em nós, não medindo esforços para que pudéssemos ter a oportunidade de estudar, sempre se esforçando muito ao longo da nossa trajetória para que chegássemos até aqui, sem vocês, nada seria igual. E a todos que direta ou indiretamente colaboraram para nossa formação, o nosso, muito obrigado. “O que sabemos é uma gota. O que ignoramos é um oceano”. Isaac Newton (1643-1727) RESUMO FREITAS, Beatriz P.; SOUZA, Bruna A.; CONTI, Dariane M.; FARALHE, Fernanda F.; ALVES, Igor C.; LANGUE, Vanessa. Conhecimento e aplicação de Ergonomia por graduandos de Odontologia e a ocorrência de LER/DORT. 2018. 51f. Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Odontologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2018. Desde a graduação o cirurgião dentista deve aplicar conceitos de Ergonomia, pois, se submete a movimentos repetitivos, posturas estáticas e posições que podem favorecer ao aparecimento de sintomas dolorosos em seu sistema musculoesquelético. Este trabalho apresenta os relatos de graduandos de Odontologia sobre seus conhecimentos e aplicação de Ergonomia em suas atividades clínicas e a ocorrência de LER/DORT. Aplicou-se um questionário contendo 20 perguntas aos graduandos do oitavo período da Faculdade de Odontologia PUC-Campinas, que cursavam a disciplina de CO V. Constatou-se que a maioria dos graduandos obteve conhecimento de Ergonomia, e o praticava durante atividades clínicas. 64,2% dos estudantes relataram desconforto/dor em algum segmento corporal, sendo que as maiores prevalências de dores musculoesqueléticas foram em coluna (67,8%) seguido de ombro (37,5%) e braço (21,4%). Os resultados da pesquisa evidenciaram que os acadêmicos avaliados apresentaram uma prevalência significativa de dores musculoesqueléticas, mostrando que as doenças ocupacionais nos cirurgiões dentistas iniciam-se já no período acadêmico, mesmo sendo orientados e tendo conhecimento apropriado sobre ergonomia. Palavras-chave: Transtornos traumáticos cumulativos. Odontologia. Saúde do trabalhador. ABSTRACT FREITAS, Beatriz P.; SOUZA, Bruna A.; CONTI, Dariane M.; FARALHE, Fernanda F.; ALVES, Igor C.; LANGUE, Vanessa. Knowledge and application of Ergonomics by undergraduate students of Dentistry and the occurrence of LER / DORT. 2018. 51f. Monografia de trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Odontologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2018. From the surgeon's graduation, Ergonomics concepts should be used, for example, through repetitive exercises, postures and static that may favor the first painful symptom in his musculoskeletal system. This paper presents the reports of undergraduates of Dentistry on their questions and applications of Ergonomics in their clinical activities and the incidence of RSI / DORT. A questionnaire containing 20 questions was applied to the high school graduates of the Faculty of Dentistry of PUC-Campinas, who attended the doctoral course. It was verified that the majority of the graduates obtained the knowledge of Ergonomics, and practiced it during the clinical activities. 64.2% of the men reported the discomfort / pain at delivery, with a difference in the proportion between the sexes (63.8%) of the women and (66.7%) of the men, being higher than the prevalence of musculoskeletal pain in the The last 12 months were in a consecutive column (67.8%) of the shoulder (37.5%) and arm (21.4%). The evaluation of the progressive students along with the progressive students of music musculoskeletal, showing the as described occupational the circuitaries dentists active are now beginning in the educational, having been informed and having knowledge and correct knowledge on ergonomics. Key words: Cumulative Trauma Disorders. Dentistry. Occupational Health. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Caracterização do nervo mediano e os dedos afetados pela Síndrome do túnel do carpo estão destacados na cor azul. 20 Figura 2. Quarto e quinto dedos da mão representados em marrom e que podem ser acometidos pela Síndrome do Túnel Ulnar. 21 Figura 3. A)Região afetada pela epicondilite lateral. B) Região afetada pela epicondilite medial. 21 Figura 4. Inserção dos músculos extensores do punho e dos flexores do punho, relacionados com a ocorrência de epicondillite. 22 Figura 5. Área afetada pela bursite. 22 Figura 6. Musculatura do ombro afetada pela tendinite. 23 Figura 7. A) Área do punho afetada pela Tenossinovite. B) Dedos afetados pela Tenossinovite. 23 Figura 8. Região afetada pela cervicobraquialgia. 24 Figura 9. Área de irradiação da dor em casos de Síndrome do desfiladeiro torácico. 24 Figura 10. Característica do dedo em gatilho. 25 Figura 11. Característica da região afetada pela Lombalgia. 25 Figura 12. Exercícios recomendados para as mãos para a prevenção de LER e DORT durante atividades clínicas odontológicas. 30 Figura 13. Relatos sobre orientação de conceitos de ergonomia durante a graduação. 34 Figura 14. Aplicação dos conceitos de ergonomia durante as atividades clínicas dos graduandos de Odontologia. 35 Figura 15. Características da mão usada para empunhadura dos graduandos de Odontologia. 35 Figura 16. Posicionamento da coluna durante o atendimento clínico relatado pelos graduandos de Odontologia. 36 Figura 17. Ângulo do joelho relatado pelos graduandos quando estão sentados no mocho. 37 Figura 18. Relatos do posicionamento dos pés dos graduandos quando estão sentados no mocho.. 37 Figura 19. Parâmetro relatado pelos graduandos para determinar a altura da cadeira do paciente durante o atendimento clínico. 38 Figura 20. Regiões com maior relato de dor pelos graduandos durante o atendimento clínico. 39 Figura 21. Regiões relatadas pelos graduandos como desconfortáveis após o atendimento clínico. 40 Figura 22. Relato dos graduandos sobre o tipo de atividade física praticada. 41 Figura 23. Frequência da prática da atividade física relatada pelos graduandos. 41 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………………………11 2. REVISÃO DE LITERATURA…………………………………………………………………….14 2.1 Ergonomia: princípios aplicados à Odontologia …………………………………..……...14 2.2 Definição e caracterização de DORT e LER ……………………………………………..15 2.3 Incidência das principais doenças ocupacionais que afetam o cirurgião dentista ..…17 2.4 A importância do conhecimento de ergonomia no âmbito acadêmico ........................19 2.5 Patologias mais frequentes que afetam o cirurgião dentista ………….……………..…20 2.6 Possibilidades de intervenções para previnir a ocorrência das doenças ocupacionais ………………………………………………………………………………………………….25 3. PROPOSIÇÃO ……………………………………………………………………………………32 4. MATERIAL E MÉTODOS ………………………………...………………………………..……33 5. RESULTADOS ……………………………………………………………………………………34 6. DISCUSSÃO ………………………………………………………………………………...……42 7. CONCLUSÃO ………………………...………………………………………………………..…45 8. REFERÊNCIAS ……………………………………………………………………...…….……..46 ANEXO ……………………………...…………………………….…………………………..…..53 INTRODUÇÃO A prática odontológica apresenta como uma das suas principais características o risco ocupacional, em virtude de hábitos, posturas e patologias advindas do posicionamento profissional, o que pode resultar em doenças ocupacionais, que são caracterizadas como qualquer manifestação mórbida que surge em decorrência das atividades errôneas laborais do indivíduo. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). De acordo com Castro e Figlioli (1999), a ergonomia é um conjunto de saberes multidisciplinares aplicado na atividade laborativa, e tem como finalidade obter meios para diminuir o estresse físico e cognitivo. As consequências relacionadas ao mau conhecimento das práticas ergonômicas podem desencadear riscos ocupacionais, os quais são reconhecidos como aqueles que permeiam o ambiente de trabalho, influenciados por sua natureza, intensidade, tempo de exposição e utilização de instrumentos que não obedecem a requisitos corretos, que resultam em danos à saúde do trabalhador. (BRASIL, 2001). Segundo Pinheiro et al. (2017), os cirurgiões dentistas e demais colaboradores ficam vulneráveis a vários riscos ocupacionais caracterizados como físicos, que são originados a partir de ruídos, vibrações, pressão, calor. Já os riscos químicos são resultantes de produtos e substâncias tóxicas, enquanto, os biológicos provem da exposição a fluídos como sangue, saliva, que podem estar presentes nos instrumentos utilizados. Os riscos radiológicos são relacionados ao manuseio do aparelho de Raio-X e execução de exames radiográficos. Riscos ergonômicos abrangem a má postura e realização de movimentos repetitivos, que podem resultar em alterações circulatórias, ou, distúrbios osteomusculares, que poderão prejudicar e colocar em risco o profissional de saúde e cada integrante de sua equipe. Durante o atendimento odontológico são executados movimentos repetitivos, que exigem coordenação motora, habilidade, firmeza, segurança, e, ainda com o foco da visão do profissional para áreas diminutas, onde o profissional deve estar atento a manter uma postura ideal. Se não houver respeito a esta condição, em consequência de seu posicionamento incorreto durante o atendimento clínico, o cirurgião dentista pode ficar susceptível à ocorrência de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). Estes distúrbios podem se agravar e levar a períodos de afastamento do exercício da profissão, e, em casos mais graves, ao seu abandono precoce. (HYEDA; COSTA, 2017). DORT são caracterizados como lesões musculares, ou, em tendões de fáscias de nervos dos membros superiores, que englobam a cintura escapular e pescoço, principalmente, ocasionadas pelo posicionamento incorreto que causa um esforço inapropriado para biomecânica dessas estruturas, que resultam em dor, fadiga, com consequente queda de desempenho no trabalho, incapacidade temporária, e, conforme o caso pode evoluir para uma síndrome dolorosa crônica. Nesta fase pode ocorrer agravamento do distúrbio por fatores psíquicos, capazes de reduzir o limiar de sensibilidade dolorosa do indivíduo. Outra condição clínica relacionada com DORT, é a lesão por esforço repetitivo caracterizada pela sigla LER. (REGIS FILHO; MICHELS; SELL, 2005). As afecções mais comuns relacionadas a DORT entre os profissionais da Odontologia englobam a síndrome do túnel do carpo, síndrome do túnel ulnar, epicondilite lateral e medial, bursite, tendinites, a tenossinovite, a cervicobraquialgia, síndrome do desfiladeiro torácico e o dedo em gatilho. (ANDRADE, 2000). Os conceitos de Ergonomia aplicados à Odontologia visam proporcionar conforto e segurança, não só para o profissional, mas, também para o paciente, racionalizando o trabalho, eliminando manobras não produtivas e otimizando as ações para que o profissional produza mais e com qualidade, sendo assim, equilibrando a capacidade de trabalho com a demanda do ambiente, maximizando a eficiência, e mantendo a saúde do profissional. Muito do que se aprende na prática clínica durante a graduação é levado para a vida profissional, inclusive posturas de trabalho adequadas. (SANTOS et al., 2017). Para a prevenção da ocorrência de LER/ DORT em cirurgiões dentistas e profissionais de sua equipe, é recomendado a prática de exercícios físicos, para fortalecer a musculatura e seus ligamentos, tornando suas estruturas mais resistente às lesões. É necessário também a reorganização das tarefas repetitivas, incluindo intervalos ou fazendo rodízio de funcionários. O conjunto destas dinâmicas pode minimizar os casos de riscos ocupacionais. Tendo em vista o risco para a ocorrência de doenças ocupacionais, como DORT e LER relacionadas à prática odontológica, é de suma importância que desde a graduação, os futuros cirurgiões dentistas, recebam orientações sobre os princípios de Ergonomia,para que isso contribua minimizando a incidência destas condições. Sendo assim, este trabalho foi proposto para caracterizar o conhecimento de graduandos de Odontologia sobre ergonomia, ocorrência de sintomas relacionados à DORT, LER durante e após o atendimento odontológico e a prática de atividades físicas para prevenção de sua instalação. REVISÃO DE LITERATURA . Ergonomia: princípios aplicados à Odontologia A Ergonomia é uma palavra de origem grega, onde ergon significa trabalho, enquanto, nomos quer dizer regras. É definida como a ciência que estuda as leis naturais do trabalho humano, isto é, a interação do homem ao ambiente de trabalho e deste ao homem (NARESSI, 2005). A aplicação dos conhecimentos de Ergonomia é fundamental para que se possa obter um ambiente de trabalho adequado, que seja seguro, confortável e favoreça à saúde. (OLIVEIRA et al., 2017). Os princípios de Ergonomia para a Odontologia objetivam a racionalização do trabalho visando sua simplificação, a prevenção da fadiga e aumento do conforto tanto para o profissional, quanto para o paciente, além de avaliar as condições físicas do ambiente de trabalho (BARROS, 1991). Estudos nesta área abrangem a redução do estresse físico e cognitivo, prevenção de doenças ocupacionais, melhora da qualidade de vida, o conforto do profissional e do paciente, a interação entre o posicionamento do cirurgião-dentista e de seu paciente, como também a localização da mesa auxiliar e a disposição e pega dos instrumentos utilizados durante o atendimento clínico. (CASTRO e FIGLIOLI, 1999). Um dos grandes problemas no dia-a-dia do cirurgião dentista é a má postura. Primeiramente, não são todos os profissionais que têm o cuidado em escolher equipamentos ergonomicamente apropriados, e ainda assim, mesmo os que possuem essa preocupação com o lado ergonômico do consultório podem sofrer com dores nas costas, mãos, punhos e braços por adotarem uma postura incorreta. Oliveira et al. (2015) demonstraram que em torno de 70% dos profissionais da Odontologia queixam-se de algum tipo de dor, sendo que as áreas mais afetadas foram o pescoço, as costas e o ombro. Os movimentos realizados pelo cirurgião dentista durante a execução de procedimentos clínicos envolvem aplicação de pressão e preenssão de instrumentos, podendo associar a movimentação da mão, punho e braço, com seu deslocamento para frente, porém, devem ser evitados movimentos laterais, e principalmente, de giro do tronco. Os cotovelos devem ser mantidos o mais próximo possível ao tronco, para isto o instrumental, as canetas de alta e baixa rotação e o material utilizado devem estar dentro do chamado espaço de preensão, isto é, aproximadamente a 0,5 metro da boca do paciente. (NARESSI, 2005). Para a melhor distribuição dos espaços no consultório, deverá ser escolhido um local que permita a instalação ergonômica dos equipamentos, propiciando condições ideais de ambientação e de integração ao trabalho, melhorando sua qualidade e produtividade. Por isto, a instalação do consultório demanda dois importantes fatores: a adequação do imóvel e a infra- estrutura, representada por água, ar comprimido e eletricidade. (NARESSI, 2005). Definição e caracterização de DORT e LER Segundo Gonzales et al. (2008) há relatos da existência do trabalho repetitivo desde meados de 1700. O Japão foi um dos primeiros países a reconhecer a DORT e a LER como decorrentes do trabalho. No Brasil apenas por volta dos anos 80 é que foram diagnosticados os primeiros casos de LER, e eles estavam ligados à profissão dos digitadores. (BRASIL, 2001). Tanto LER quanto DORT são doenças relacionadas com a atividade laboral com grande frequência. Essas patologias são de difícil diagnóstico já que dependem do relato subjetivo de quem as possui, bem como de aspectos psicológicos e da suscetibilidade individual. (BORSOI; SANTOS; ACÁRIO, 2006). A LER é considerada um tipo de DORT, cujo termo abrange diversas enfermidades, dentre as mais conhecidas estão as tendinites, tenossinovites e epicondilites, que comprometem milhares de trabalhadores. Tanto LER quanto DORT prejudicam o trabalhador no auge de sua produtividade e experiência profissional, com maior incidência na faixa etária entre 30 a 40 anos, sendo as mulheres mais frequentemente acometidas. (FERNANDES; FERNANDES 2011). LER e DORT são relacionados como causas de morbidade na população adulta em vários países, inclusive no Brasil. (FREEMAN; MAIN; BURKE, 1995). A LER representa uma síndrome de dor nas extremidades superiores com queixa de grande incapacidade funcional, causada pelo uso dos membros superiores, ombro e pescoço em tarefas que envolvam movimentos repetitivos ou posturas forçadas. (FONSECA, 1998). O desrespeito aos fatores ergonômicos é considerado um fator de risco para desencadear LER e DORT. (OLIVEIRA et al., 2015). DORT tem origem pelo uso inadequado e excessivo do sistema que agrupa ossos, nervos, músculos e tendões, sem tempo para recuperação dessas estruturas. É comum em atividades intensas e repetitivas, devido à pressão existente no trabalho, afetando tanto física quanto psicologicamente o indivíduo. (COSTA et al., 2007; TRINDADE; ANDRADE, 2003). O termo DORT foi adotado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 1998, e, é mais abrangente para se referir às doenças ocupacionais, já que engloba um número maior de doenças, e, portanto, de casos, mesmo aqueles que ainda não atingiram uma lesão em estágio avançado. (OLIVEIRA et al., 2017). Regis Filho, Michels e Sell (2006) afirmaram que o aumento significativo da industrialização e da produtividade proporcionaram uma maior relevância na incidência dos casos de LER e DORT, e consideraram a possibilidade da existência de uma nova epidemia industrial pelas evidências de associação das patologias LER e DORT com o ritmo de trabalho. De acordo com Oliveira et al. (2015), pessoas que executam tarefas altamente repetitivas e forçadas têm 29 vezes mais risco de contraírem tendinite em punhos e mãos. Os sintomas de indício de uma possível lesão podem apresentar-se através de queimadura, dormência, formigamento, sensação e peso, perda de força e inchaço, dor em movimentação especifica ou dor generalizada ao repouso, movimento limitado ou ainda dores na região das costas, pescoço, ombros, braço, mão e pulso. É importante destacar que a dor crônica tem função biológica diferente da dor aguda, e gera incapacidade para as atividades profissionais, sociais e familiares. O comportamento dos indivíduos com dor crônica caracteriza-se pela ocorrência de depressão, ansiedade, insegurança, hostilidade, adoção de posturas introvertidas, aumento das preocupações somáticas e do período de repouso, com graves consequências financeiras e sociais. A depressão é associada com o agravamento da dor crônica. (ROCHA; FERREIRA JUNIOR, 2000). Incidência das principais doenças ocupacionais que afetam o cirurgião dentista Sabe-se que as doenças têm íntima relação com estilo de vida de cada um, e, este pode contribuir para o aparecimento ou agravo de doenças. No cotidiano tem-se observado cirurgiões-dentistas com mais de vinte anos de atividade profissional queixarem-se de doenças sabidamente relacionadas ao estresse psicológico tais como: distúrbios posturais, dores na coluna cervical, enxaquecas constantes, hipertensão arterial, depressão, fibromialgias, distúrbios da atividade sexual, infartos, insuficiências respiratórias, envelhecimento precoce e câncer. (LIMA; FARIAS, 2005). Distúrbios de origem musculoesqueléticos são comuns em cirurgiões- dentistas, devido sua posição de trabalho, posicionamento da cabeça do paciente em relação ao profissional e cavidade bucal sendo uma pequena área de atuação. Assim,o profissional adota posturas estáticas, inflexíveis e prolongadas, consequentemente, lesões por esforço repetitivo e doenças osteomusculares são prevalentes. (VIANA; OCAMPO, 2017). Segundo relatos de Araújo e De Paula (2003), os sintomas mais frequentes relatados pelos cirurgiões-dentistas acometidos por LER e DORT são: dor na coluna vertebral, no pescoço, ombros e inflamações nos tendões. DORT tem merecido atenção especial, principalmente na Odontologia, pois, o número de profissionais acometidos por esta alteração tem crescido cada vez mais, tornando os afastamentos temporários de suas atividades uma rotina constante. (POI; REIS; POI. 1999; SATO, 2001; REGIS FILHO; MICHELS; SELL, 2006; GARCIA; CAMPOS; ZUANON, 2008). Freeman, Main e Burke (1995) e Santana et al. (1998) relataram que a prática odontológica tem sido considerada como a mais estressante entre as profissões de saúde. O fator psicológico também influencia muito no desgaste muscular e das articulações. A pressão em atender um número cada vez maior de pacientes em um curto espaço de tempo, as metas a serem cumpridas sobrecarga de trabalho, preocupações financeiras, problemas com funcionários, defeito de equipamentos, condições deficientes de trabalho e a sua natureza monótona deixa o cirurgião dentista sob tensão, atingindo ainda mais os músculos e articulações. (SANTANA et al., 1998; OLIVEIRA et al., 2015). De acordo com especificações do Ministério da Saúde, LER e DORT são afecções decorrentes das relações e da organização existentes no trabalho do mundo moderno, no qual as atividades são realizadas com movimentos repetitivos, com posturas inadequadas, trabalho muscular estático, monotonia e sobrecarga mental, associados à ausência de controle sobre a execução de tarefas, o ritmo intenso de trabalho, pressão por produção, relações conflituosas com as chefias e estímulo à competitividade exacerbada. (BRASIL, 2001). Os cirurgiões dentistas utilizam os membros superiores em seu exercício profissional, principalmente as mãos, frequentemente com repetição de um mesmo padrão de movimento, compressão mecânica das estruturas localizadas na região, associados a postura incorreta pela inadequação operador/ equipamento/ instrumento. Consequentemente, na execução da tarefa ocorrem microtraumatismos, cuja somatória pode originar as tecnopatias odontológicas, dentre elas a LER. (DURATE; VILELA, 2001). Os distúrbios osteomusculares também se manifestam com a utilização de instrumentos rotatórios, pois, a constante vibração gerada pelos micromotores pode se propagar pelos tendões, músculos e ossos, gerando microlesões. (BARRETO, 2001; OLIVEIRA, 2011). Segundo Michelin, Michelin e Loureiro (2000), dentre as especialidades odontológicas com maior número de casos de distúrbios encontra-se a Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Endodontia, Periodontia, Dentística Restauradora, Odontopediatria e Prótese Dentária. A importância do conhecimento de ergonomia no âmbito acadêmico Muitos profissionais sofrem com problemas resultantes da não utilização das normas ergonômicas, e isso ocorre desde o tempo de faculdade. É necessário saber se durante o período da graduação, os conteúdos ministrados estão sendo corretamente repassados e se a metodologia é a mais adequada, avaliando o conhecimento agregado sobre ergonomia durante as etapas da graduação. (PERUCHINI, 2011). A forma de atendimento torna-se, com o passar dos anos, uma atividade mecânica, repetitiva. Dessa forma, faz-se necessário que os acadêmicos de Odontologia sejam avaliados quanto ao seu posicionamento em atendimento, para que possam, ainda na Universidade, reaprender e readequar sua postura, evitando assim a formação de hábitos deletérios. (RISING et al., 2005). Os alunos geralmente não têm as habilidades físicas e a preparação psicológica necessária para exercer a profissão quando comparados a um cirurgião dentista qualificado. Portanto, para reduzir o risco de desenvolvimento de lesões músculo-esqueléticas, é extremamente importante que o treinamento seja iniciado o mais cedo possível, enquanto, esses ainda estão sendo academicamente “modelados” para a profissão, o que possibilitará que os alunos sejam capazes de identificar possíveis erros posturais e corrigí-los o quanto antes. (BISWAS et al., 2012). Segundo Casarin (2008), 60% dos cirurgiões dentistas apresentam algum tipo de dor músculo-esquelética no ambiente de trabalho, sendo a região do pescoço, costas, ombros e membros superiores, os locais mais referidos de dor. Em seu estudo foram avaliadas quarenta voluntárias, estudantes de Odontologia com média de idade de 21 anos, na posição de trabalho, divididas por especialidades clínicas em quatro grupos: 1 - Periodontia, 2 - Cirurgia, 3 - Clínica Geral e 4 - não cirurgiões-dentistas. Os músculos mais ativos corresponderam às regiões transversas dos trapézios, deltóides e porções descendentes dos trapézios. Os mais fatigados foram os deltóides, em seqüência os trapézios, porções transversas e descendentes. Os músculos do antímero direito apresentaram-se mais ativos que os do esquerdo. Os componentes do grupo 3 apresentaram maior atividade eletromiográfica, enquanto que os do grupo 1 mostraram ser menos ativos. Os integrantes do grupo 4 apresentaram maior vulnerabilidade à fadiga muscular, enquanto que o grupo 2 mostrou ser mais resistente. Portanto, o procedimento odontológico executado por longos períodos diários levou os músculos da cintura escapular e cervicais à fadiga e dores musculares, independente da especialidade clínica. Patologias mais frequentes que afetam o cirurgião dentista As patologias mais frequentes relacionadas como manifestações de LER e DORT são: - Síndrome do túnel do carpo, que é caracterizada pela compressão do nervo mediano em nível de punho devido à inflamação dos tendões, espessamento e fibrose. Produz dor e impotência funcional durante a flexão do primeiro, segundo e terceiro dedos e borda interna do quarto dedo, como demonstrado na Figura 1. É a síndrome de maior interesse para o cirurgião-dentista, porque representa um distúrbio ocupacional frequente principalmente entre periodontistas e endodontistas, e, sua ocorrência está mais ligada à repetição do movimento do que à força empregada. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Figura 1. Caracterização do nervo mediano e os dedos afetados pela Síndrome do túnel do carpo estão destacados na cor azul. (Fonte: BANCO DA SAÚDE, 2013< https://www.bancodasaude.com/noticias/sindrome-do-tunel-do-carpo-nova- tecnica-com-taxa- de-sucesso-perto-dos-100/>). - Síndrome do túnel ulnar, que atinge a face flexora e extensora do quarto e quinto dedos e região hipotenar (Figura 2). É a compressão do nervo ulnar em torno do osso pisiforme. Provoca dor e impotência funcional atingindo a face ulnar da mão. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Figura 2. Quarto e quinto dedos da mão representados em marrom e que podem ser acometidos pela Síndrome do Túnel Ulnar. (NEUROSUL http://neurosul.com.br/sindrome-do-tunel- cubital.html). - Epicondilite lateral e medial provoca dor, que se dissemina para mão e ombro, causa hipertonia e edema (Figura 3). É a inflamação do local de inserção dos músculos epicondilianos (Figura 4). É uma condição que facilmente se torna crônica e se agrava com o retorno dos movimentos forçados e repetitivos. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Figura 3. A) Região afetada pela epicondilite lateral. B) Região afetada pela epicondilite medial. (Fonte A) Dr. Fabio A. Fernandes. http://movite.com.br/uploads/artigos/3_21052013141450.pdf e B) MOVITE http://movite.com.br/uploads/artigos/3_21052013141450.pdf ). Figura 4. Inserção dos músculos extensores do punho e dos flexores do punho, relacionados com a ocorrência de epicondillite. (Fonte:HONG, 2016, https://www.instagram.com/p/BM_t2aZj9U3/). - Bursite é a inflamação da membrana sinovial ocorrendo geralmente no ombro (Figura 5), provocada por movimentos de flexão e abdução do braço, causa bastante dor. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Figura 5. Área afetada pela bursite. (JANNE, 2017, https://www.janneirlandes.com/apps/blog/show/44809418-is-acupunctureeffective-for-frozen- shoulder-0998-539-92-24). A B - Tendinites são inflamações que acometem os tendões. As mais comuns são as que acometem os músculos supraespinhoso e bíceps braquial (Figura 6), ambos da articulação do ombro. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Figura 6. Musculatura do ombro afetada pela tendinite. (GLOBO ESPORTE, 2017, http://globoesporte.globo.com/eu- atleta/saude/noticia/2017/02/saiba-quais-sao-causas-e-melhores-formas-de-tratartendinite-no- ombro.html). -Tenossinovites são inflamações das bainhas tendinosas, geralmente acometem os músculos flexores do punho e dedos (Figura 7A e 7B), causando dor e dificuldade de realizar movimentos. Há presença de edema e perda de força muscular. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Figura 7. A) Área do punho afetada pela Tenossinovite. B) Dedos afetados pela Tenossinovite. (DOCTOR FIT, 2018, http://www.doctorfit.com.br/blog/tendinite-outenossinovite/). - Cervicobraquialgia é a dor na região cervical da coluna (Figura 8), podendo se disseminar para os membros superiores. É provocada por fadiga muscular, movimentos repetitivos e posturas incorretas. Os músculos mais susceptíveis são o trapézio, o elevador da escápula, os rombóides, o supraespinhoso e os cervicais. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). A B Figura 8. Região afetada pela cervicobraquialgia. (Fonte: COLUNA BLUMENAL https://www.colunablumenau.com.br/copia-tipos-de-dor-lombar-e-ciatica) - Síndrome do desfiladeiro torácico (Figura 9) é a compressão do feixe vásculo-nervoso da região cervicobraquial quando ele atravessa os músculos do pescoço, em nível de escalenos. Causa dor em todo o membro superior. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Figura 9. Área de irradiação da dor em casos de Síndrome do desfiladeiro torácico. (Fonte: GAZETA VIRTUAL, 2014 http://www.gazetavirtual.com.br/compressao-do-desfiladeiro-toracico/) - Dedo em gatilho caracteriza-se pela constrição inflamatória do tendão, com formação de nódulo. Atinge a superfície palmar das articulações entre falanges e metacarpo, impedindo a extensão normal dos dedos da mão (Figura 10). Quando o movimento de extensão é forçado o dedo salta, por isso o nome (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Figura 10. Característica do dedo em gatilho. (Fonte: ORTOPEDIA SUGISAWA, 2017 http://ortopediasugisawa.com.br/dedo-em-gatilho e WESCO, 2017 http://wesco.com.br/saiba-quais-causas-formigamento/) - Lombalgia se refere à dor na coluna lombar (Figura 11). Essa é uma disfunção que pode variar de uma dor súbita à dor intensa e prolongada, geralmente de curta duração, porém, com padrão de recorrência em 30% a 60% dos casos quando relacionados ao trabalho (BRIGANÓ; MACEDO, 2005). Tem como causas condições congênitas, degenerativas, inflamatórias, infecciosas, tumorais e mecânico-posturais. Pode estar relacionada com a posição estática em que a região lombar adota para estabilizar o movimento necessário, assumindo a posição de rotação com inclinação de tronco por um período de tempo exacerbado. (ANDRADE; ARAÚJO; VILLAR, 2005). Figura 11. Características da região afetada pela Lombalgia. (Fonte: Bruna Palmieri, 2018). https://fisiop.napoli.it/blog?month=2-2018) Possibilidades de intervenções para previnir a ocorrência das doenças ocupacionais Os cirurgiões-dentistas compõem uma categoria que pode sofrer de problemas no sistema musculoesquelético. Alterações, principalmente, nos membros superiores e coluna vertebral são frequentes entre esses profissionais, muitas vezes, se manifestando através de sinais e sintomas que podem interferir negativamente na sua capacidade funcional, o que torna relevante a sua conscientização quanto ao cuidado de seu maior patrimônio, seu próprio corpo. (GRAÇA; ARAÚJO; SILVA, 2006). Um princípio muito importante para prevenir LER e DORT é a ergonomia, que é uma ciência que estuda a atividade do homem no trabalho e tem como objetivo a racionalização e simplificação do processo de trabalho, permitindo ao trabalhador que ele produza mais e melhor, e tenha mais conforto e menos fadiga. A ergonomia sustenta alguns pontos importantes, como manter as articulações numa posição neutra e próximas ao corpo, evitar a flexão ventral da coluna vertebral, evitar a rotação do tronco e a pressão sobre os discos vertebrais, evitar forças e movimentos rápidos, alternar postura e movimentos, prevenir a exaustão muscular e executar pausas frequentes durante a jornada diária. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). As queixas de dor são muito comuns em cirurgiões-dentistas, pois, estes profissionais ficam sentados em uma mesma posição por grandes períodos de tempo, e, na maioria das vezes de forma não ergonômica, como observado no estudo de Garbin, Garbin e Diniz (2009), mantendo a coluna inclinada, braços estendidos e pernas flexionadas. A longa jornada de trabalho de 40 horas ou mais, mediante à postura inadequada, movimentos repetitivos, desconforto, fadiga e situações de stress, pareceram predispor o profissional a um risco maior para o desenvolvimento de LER e DORT, principalmente, para o gênero feminino. Assim, o estudo revela a necessidade da implantação de programas educativos específicos, de modo a garantir a promoção e prevenção em saúde do cirurgião dentista. (SILVA; BOSCHIROLI; RIBEIRO, 2017). É importante ressaltar a relevância de medidas quanto a organização do espaço, do material de trabalho, planejamento do consultório odontológico para fins ergonômicos e também a indústria de equipamentos odontológicos voltar suas atenções para a Ergonomia visando o bem estar do cirurgião dentista, melhorando seu dia a dia clínico, o que reflete na qualidade de vida do profissional. (FARIA, 2017). O tratamento para a LER e DORTé feito de forma multidisciplinar, onde profissionais de diferentes áreas trabalham de forma integrada, associando diferentes recursos terapêuticos, desde o uso de medicação, fisioterapia, exercícios físicos e até bloqueios anestésicos e cirurgias nos casos mais avançados. Terapias alternativas como acupuntura, homeopatia e laserterapia tem sido bastante difundidas. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Inicialmente, quando surgem os sintomas, a primeira coisa a fazer é afastar-se de imediato dos fatores de risco, cessando atividades que demandam esforço repetitivo e imobilizando a região afetada. Recomenda-se ainda fazer repouso e procurar um médico imediatamente. Na verdade, como os sintomas aparecem lentamente, o profissional muitas vezes se acostuma com eles, postergando a consulta ao médico, o que acaba comprometendo o sucesso do tratamento, já que a doença evolui, e quanto mais tardio o tratamento, pior o seu prognóstico. A adoção de um estilo de vida saudável, a prática de esportes, a realização de exercícios de alongamento, medidas para controlar ou minimizar situações de estresse, organização no trabalho e adoção de princípios ergonômicos são fatores de proteção contra estas doenças. A cinesioterapia, que se refere ao tratamento através do movimento, compreende a utilização de exercícios e procedimentos manuais para devolver a função ao indivíduo. Pode ser passiva, com aplicação de massagens e manipulações, ou, ainda, ativa-assistida, que engloba a reeducação postural global (RPG) e hidroterapia. Já a cinesioterapia ativa engloba o fortalecimento muscular com a realização de exercícios físicos. Atividades de alongamento são muito importantes naprevenção, e, se realizadas durante as atividades diárias na forma de ginástica laboral, serão extremamente protetoras contra estas doenças. Todos os músculos do corpo devem ser alongados durante a realização dos exercícios, mas, preferencialmente os mais exigidos é que devem receber atenção especial. A ginástica laboral é muito recomendada porque além de promover a melhora da condição física do profissional também contribuirá para aumentar a sua disposição, a motivação e o humor durante o trabalho. (MEDEIROS; SEGATTO, 2012). Os exercícios de alongamento têm como objetivo obter flexibilidade das articulações dos ombros, cotovelos, punhos e dedos, melhorar a circulação, soltar as áreas tensas, preservando a saúde e possibilitando maior qualidade de vida dos seus praticantes. (POI; REIS; POI, 1999). Além destas medidas preventivas é recomendado que os cirurgiões dentistas incluam em sua rotina diária exercícios de relaxamento, que têm como objetivo aliviar a dor e a tensão muscular, manter a amplitude de movimento e manutenção do equilíbrio muscular. (HELFENSTEIN; FELDMAN, 2001; LIMA, 2001; BARRETO 2001; RIBEIRO, 2002). LER e DORT são patologias de difícil diagnóstico e tratamento, que apresentam um alto índice de recidiva, sendo que a melhor forma de controlá-los é através dos programas de prevenção, que devem englobar: - Alternância entre períodos de esforço muscular (LOPES & VILLANACCI NETO, 1994; CALDEIRA-SILVA; BARBOSA; FRAZÃO, 2000; HELFENSTEIN; FELDMAN, 2001; SATO 2001; BARRETO, 2001) e alternância de tarefas que exijam maior e menor esforço. (LIMA, 2001). - Evitar posição estática por um período de tempo prolongado. (LOPES; VILLANACCI NETO, 1994; LIMA, 2001; SATO, 2001). - Evitar forças e movimentos repetitivos. (LOPES; VILLANACCI NETO, 1994). - Adoção de posturas ergonômicas corretas que: a) Mantenham as articulações numa posição neutra e os membros próximos ao corpo; evitem a flexão da coluna vertebral para frente; previnam a exaustão muscular. Sendo que os profissionais deveriam executar paradas curtas com freqüência (CALDEIRA-SILVA; BARBOSA; FRAZÃO, 2000); manter, sempre que possível, os punhos em posição neutra, isto é, estirados. (LOPES & VILLANACCI NETO, 1994); b- Quanto à posição de trabalho do profissional, esta dependerá, principalmente, da característica do operador, da superfície dentária associada à região da arcada a ser realizado o procedimento e do tipo de visão adotada pelo operador. Porém, não há um consenso quanto a melhor posição a ser adotada, sendo sugerido que o profissional trabalhe sentado na posição de 9h ou de 12h. Quanto à posição do paciente, é preconizado que esteja na posição supina para a maior parte dos procedimentos. (CALDEIRA-SILVA; BARBOSA; FRAZÃO, 2000; HELFENSTEIN; FELDMAN, 2001); c- Reduzam a velocidade e a força compressiva dos instrumentos manuais. (LOPES; VILLANACCI NETO, 1994); d- Rio (2000) fez recomendações aos profissionais para que escolham equipamentos ergonomicamente adequados, para isso deverão observar a cadeira do paciente, o mocho odontológico e o armário odontológico. e- Meias de média compressão devem ser utilizadas para prevenção de varizes. (BARRETO,2001); f- Evitem o uso de luvas que apertam o punho. (RIBEIRO, 2002). Caldeira-Silva, Barbosa e Frazão (2000) elaboraram exercícios (Figura 12) que consistem em: 1- Massagear a palma da mão do centro para fora por alguns minutos. 2- Com a mão espalmada para baixo, realize a semiflexão dos dedos. 3- Como no exercício 2, agora com o polegar apoiado. 4- Realizar e manter a flexão do polegar da mão passiva, combinando o desvio do punho em direção ao solo. Mantenha os ombros relaxados. 5- A mão ativa envolve e flexiona os dedos da mão passiva em forma de concha. 6- A mão ativa flexiona o punho da mão passiva, mostrando a concha para si. Figura 12. Exercícios recomendados para as mãos para a prevenção de LER e DORT durante atividades clínicas odontológicas. (Fonte: Caldeira-Silva, Barbosa e Frazão (2000). Disponível em: http://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/Educacao1.pdf) Lazeris et al. (1999) e Medeiros e Segatto (2012) recomendaram que o tratamento de LER e DORT seja individualizado para cada paciente, compreendendo desde intervenções fisioterápicas, massagem, imobilização até o uso de medicamentos como analgésicos e anti- inflamatórios para controlar a sintomatologia dolorosa e repouso. É importante salientar a relevância da elaboração e implementação de programas de segurança do trabalho visando as regras de ergonomia, biossegurança e os padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com intuito de manter uma boa qualidade de vida dos profissionais. (BRANDÃO, 2006). Fazem-se necessários até mesmo estudos que possibilitem o redesenho das tarefas para permitir a redução de tensões biomecânicas sobre os membros superiores e regiões adjacentes e que incentivem a criação de instrumentos obedecendo a requisitos ergonômicos. O projeto de novos instrumentos deve ter por finalidade evitar altas forças de contato e posicionamento estático, posturas extremas ou inadequadas das articulações, movimentos repetitivos dos dedos e vibrações que possam prejudicá-las. O instrumento não deve ser simplesmente efetivo para a realização de determinada tarefa, mas, também precisa ser julgado adequado pelo usuário em termos de balanço, peso, forma, vantagem biomecânica, sensibilidade ao contato e no modo de utilização, minimizando o desenvolvimento do processo de fadiga e da tensão acumulada ao longo do dia de trabalho. (REGIS FILHO, 2006). PROPOSIÇÃO Caracterizar os relatos de um grupo de graduandos de Odontologia sobre conceitos de ergonomia, e se estes são empregados durante o atendimento odontológico, e caracterizar relatos de sintomatologia associadas às doenças ocupacionais LER/DORT durante e após suas atividades clínicas. MATERIAL E MÉTODOS Após obter a aprovação do comitê de ética, foi realizado um estudo descritivo, quantitativo, qualitativo, transversal pela aplicação de um questionário com intuito de verificar o conhecimento de graduandos de Odontologia sobre ergonomia e a ocorrência de dor musculo-esquelética. - Seleção dos voluntários do estudo e critérios de inclusão Um total de 56 graduandos foram selecionados para compor a amostra deste estudo, sendo 9 do gênero masculino, e 47 do gênero feminino. Os critérios de inclusão se basearam em graduandos matriculados no 8º período da Faculdade de Odontologia da PUC-Campinas, que cursavam a disciplina de Clínica Odontológica V e aceitaram assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. - Instrumento na coleta dos dados A coleta dos dados foi feita através da aplicação de um questionário composto por 20 perguntas de múltipla escolha e abertas. Os nomes dos graduandos participantes foram codificados para que não fossem identificados. O questionário é apresentado no ANEXO 1. -Descrição da coleta de dados Os questionários foram distribuídos aos graduandos da Faculdade de Odontologia da PUC-Campinas, que se enquadraram nos critérios de inclusão do estudo, no período em que estavam sem aula, os quais foram orientados que deveriam responder a todas as perguntas em ordem sequencial. -Análise dos resultados Após a obtenção das respostas, as mesmas foram armazenadas em um banco de dados e submetidas à análise de frequência e suas correlações. RESULTADOS Os relatos dos participantes do estudo caracterizaram que houve orientação sobre conceitos de ergonomia durante a graduação, e, que estes conceitossão aplicados durante suas atividades clínicas, como observado nas Figuras 13 e 14, respectivamente. Figura 13. Relatos sobre orientação de conceitos de ergonomia durante a graduação. Figura 14. Aplicação dos conceitos de ergonomia durante as atividades clínicas dos graduandos de Odontologia. A característica da mão usada para empunhadura do cirurgião dentista determina qual o lado em que ele ficará da cadeira odontológica para executar o tratamento dos pacientes, a Figura 15 caracteriza este perfil dos participantes do estudo. Figura 15. Características da mão usada para empunhadura dos graduandos de Odontologia. Em relação a sua localização ao redor da cadeira odontológica, todos os graduandos relataram ocupar o lado correspondente ao de sua empunhadura. O posicionamento da coluna e dos pés em associação com a angulação do joelho, quando o cirurgião dentista está sentado no mocho para execução de procedimentos na cavidade bucal, possuem características biomecânicas importantes favorecendo a ergonomia profissional e minimizam o impacto das atividades clínicas para favorecer a ocorrência de LER/DORT. As Figuras 16, 17 e 18 demonstram este posicionamento dos graduandos de Odontologia que participaram deste estudo. Figura 16. Posicionamento da coluna durante o atendimento clínico relatado pelos graduandos de Odontologia. Figura 17. Ângulo do joelho relatado pelos graduandos quando estão sentados no mocho. Figura 18. Relatos do posicionamento dos pés dos graduandos quando estão sentados no mocho. A altura determinada para a cadeira do paciente facilita o acesso as diferentes arcadas da cavidade bucal e influencia diretamente na postura adotada pelo cirurgião dentista durante o atendimento clínico. Os relatos dos parâmetros utilizados para o posicionamento da altura da cadeira dos graduandos de Odontologia são apresentados na Figura 19. Figura 19. Parâmetro relatado pelos graduandos para determinar a altura da cadeira do paciente durante o atendimento clínico. Para a intervenção realizada na arcada superior, 38 graduandos de Odontologia, correspondente a 67,8% dos participantes totais do estudo, relataram posicionar o acento da cadeira e o seu encosto das costas paralelos ao chão. Trinta e um graduandos do gênero feminino, correspondente a 65,9%, relataram aplicar este posicionamento corretamente, enquanto, 7 graduandos do gênero masculino, correspondente a 77,8%, relataram ter esta prática. Em relação ao posicionamento da cadeira do paciente para a intervenção na arcada inferior, um total de 46 participantes do estudo, correspondente a 82,1%, relataram posicionar o encosto das costas inclinado em relação ao chão, o que equivale a 38 das participantes do gênero feminino, correspondente a 80,9%, e 8 participantes do gênero masculino, correspondente a 88,9%. Os 9 participantes do estudo do gênero masculino relataram se preocupar com o posicionamento do encosto da cabeça durante as intervenções na cavidade bucal. Enquanto, 44 participantes do gênero feminino, correspondente a 93,6%, relataram adaptar o encosto da cabeça para a intervenção odontológica. A falta de cuidado com a aplicação dos princípios de ergonomia pelo cirurgião dentista durante o atendimento odontológico pode ser um risco para o desenvolvimento de doenças ocupacionais, como DORT e LER. As Figuras 20 e 21, apresentam os relatos dos graduandos sobre a ocorrência de sintomatologia e as áreas com desconforto durante e após o atendimento odontológico respectivamente. Figura 20. Regiões com maior relato de dor pelos graduandos durante o atendimento clínico. Figura 21. Regiões relatadas pelos graduandos como desconfortáveis após o atendimento clínico. Trinta e seis graduandos de Odontologia, correspondente a 64,2% dos participantes totais do estudo relataram algum tipo de desconforto após a atividade clínica, isto corresponde a 6 voluntários do gênero masculino, 66,7%, e 30 do gênero feminino, 63,8%. Além da aplicação de conhecimentos de Ergonomia durante a prática clínica, outra maneira de prevenir a ocorrência de riscos ocupacionais relacionados a DORT e LER é a prática de exercícios. Vinte e nove graduandos, 51,7%, relataram fazer alguma atividade física, destes participantes, 24 foram do gênero feminino, 51,1%, enquanto, 5 foram do gênero masculino, correspondente a 55,6%. O tipo de atividade física praticada e sua frequência são apresentados nas Figuras 22 e 23, respectivamente. Figura 22. Relato dos graduandos sobre o tipo de atividade física praticada. Figura 23. Frequência da prática da atividade física relatada pelos graduandos. . DISCUSSÃO Devido à alta incidência de LER e DORT em cirurgiões dentistas relacionada a não utilização da prática da Ergonomia em seu dia a dia clínico, o presente trabalho caracterizou o conhecimento de graduandos do 8° período de Odontologia sobre Ergonomia e os relatos de dor e desconfortos relacionados a LER e DORT durante e após suas atividades clínicas. Moura et al. (2013) afirmaram ser necessário conhecer os princípios da ergonomia, que caracteriza o estudo anatômico, fisiológico e psicológico do homem e o seu ambiente de trabalho. Os cirurgiões-dentistas muitas vezes apresentam dor e desconforto, pois, trabalham em um ambiente ergonomicamente desfavorável, atendendo a um número excessivo de pacientes, em concordância Barbosa et al. (2004) afirmaram que o uso de instrumentos que não obedecem a requisitos ergonômicos pode favorecer ao desenvolvimento de doenças ocupacionais, como LER e DORT. No presente estudo pode-se observar que a maioria dos graduandos possuem conhecimento sobre os conceitos de Ergonomia e os aplica em suas atividades clínicas devido aos seus relatos sobre o posicionamento ao redor do paciente, posicionamento da coluna e dos pés em associação com a angulação do joelho, o que propicia que o graduando ao estar sentado no mocho para execução de procedimentos na cavidade bucal, favoreça características biomecânicas importantes para minimizar o impacto de suas atividades clínicas ao aparecimento de sintomatologia relacionada à LER e DORT. Esses conceitos de Ergonomia citados pelos graduandos durante as suas atividades clínicas estão de acordo com os observados por Regis Filho, Michels e Sell (2006), que afirmaram que a aplicação dos conceitos de Ergonomia na clínica odontológica diminui o desenvolvimento de fadiga e da tensão acumulada ao longo do dia de trabalho. Porém, Helfenstein e Feldman (2001) citaram que muitas das características do posicionamento do operador são influenciadas pela região da cavidade bucal a ser realizado o procedimento e do tipo de visão adotada pelo operador. Isto pode ser envidenciado no presente estudo pelos relatos dos graduandos quanto ao posicionamento da cadeira do paciente em relação a inclinação do encosto da cabeça e do apoio das costas, quanto o procedimento clínico foi realizado na arcada superior ou inferior. Durante e após a realização dos procedimentos clínicos, observou-se que a maioria dos graduandos relatou sintomatologia dolorosa indicativa de dor musculoesquelética, com sintomatologia relacionada a LER ou DORT, sendo que as áreas que apresentaram frequente queixa de desconforto foi a coluna, seguida do ombro, mesmo que a maioria dos graduandos relatou conhecer os princípios de ergonomia. Esses resultados estão em concordância com os observados por Siqueira et al. (2010), onde os graduandos de Odontologia relataram sintomatologia semelhantes ao quadro relacionado com LER e DORT, caracterizado por desconforto nos membros superiores e inferiores. Já Pradeep (2008) utilizou de metodologia semelhante ao do presente estudo, onde um questionáriofoi aplicado para a avaliação de estudantes do 1º ao 5º ano do curso de graduação em Odontologia, e, os seus resultados revelaram que todos os acadêmicos analisados apresentaram sintomas dolorosos na região lombar; todavia, com maior intensidade e prevalência nos alunos do 4º ano, e se referiram com a região lombar, sugerindo que uma intervenção imediata com para prevenir e promover a saúde entre os estudantes de Odontologia deveriam ser realizada. De acordo com Michellin e Michelin (2000), índices tão elevados de cirurgiões- dentistas com dores decorrentes de DORT estão relacionados ao fato desses profissionais, em sua maioria, não darem a devida importância ao uso de métodos, para prevenir este tipo de lesão, apesar de terem conhecimento sobre os riscos e implicações a que estão sujeitos, informação essa discordante com a realidade observada no presente estudo, onde os cirurgiões dentistas mostraramse interessados em conhecer os métodos para evitar a LER e DORT, além das atividades físicas que já realizavam. Vilagra, Vilan e Moro (2011), observaram que a frequência das queixas dolorosas em relação ao segmento corporal foram as seguintes: ombro e região escapular; coluna lombar, seguida da cervical, punho, coluna torácica, joelhos e pernas, seguido dos dedos das mãos, cotovelo, antebraço, tornozelos e pés. Enquanto, Pereira e Graça (2008) realizaram uma pesquisa com profissionais na rede do SUS e observaram maior prevalência de dor na região de cervical e região lombar, seguida dos ombros, punhos/mãos e dedos e região dorsal. No presente estudo, a queixa de dor após a realização dos procedimentos clínicos envolveu coluna e braço. Há necessidade de conscientização dos dentistas sobre as LER e Dort, bem como de formas de prevení-las. Medeiros e Segatto (2012) citaram que a adoção de um estilo de vida saudável, a prática de esportes, a realização de exercícios de alongamento, medidas para controlar ou minimizar situações de estresse, organização no trabalho e adoção de princípios ergonômicos são fatores de proteção contra estas doenças estas doenças ocupacionais. No presente estudo a maioria dos graduandos relataram realizar algum tipo de atividade física, exercendo esta rotina 3 vezes por semana. Para evitar o desenvolvimento das DORT e LER, o cirurgião-dentista necessita conhecer e adotar os princípios ergonômicos na prática clínica: organizar, de modo mais racional, o fluxo de atendimento dos pacientes bem como os procedimentos a serem realizados e praticar um programa de condicionamento físico. Outras ações incluem a organização da agenda e o estabelecimento de pequenos intervalos entre as consultas. Sendo assim, novos estudos devem ser realizados buscando caracterizar a ocorrência de LER e DORT entre profissionais e graduandos de Odontologia, e seu acompanhamento a longo prazo para caracterizar se medidas de promoção de saúde auxiliariam a reduzir o risco da incidência destas doenças ocupacionais. CONCLUSÃO Dentro dos limites deste trabalho pode-se afirmar: - A maioria dos graduandos participantes relatou ser destro, e conhece conceitos de ergonomia e os aplica na clínica odontológica, caracterizado pelo relato do posicionamento de sua coluna, joelhos e pés. - Para intervenção na arcada superior, os graduandos do gênero masculino demonstraram maior conhecimento em seu posicionamento, enquanto, para a arcada inferior não houve diferença entre os gêneros. Quanto à altura da cadeira do paciente durante o atendimento, a maioria dos graduandos relatou usar o parâmetro da altura do cotovelo do operador em relação a cavidade bucal do paciente. - Apesar dos cuidados relatados com aplicação dos conceitos de ergonomia os graduandos afirmaram ter desconforto durante e após atendimento clínico, com prevalência de dor na coluna, seguida pelo ombro, o que caracteriza um risco para o desenvolvimento de DORT. - Os graduandos relataram praticar atividade física, e, isto pode ser um fator favorável para evitar maior incidência de LER e DORT na graduação, como também em seu futuro profissional. REFERÊNCIAS ANDRADE S.C.; ARAÚJO A.G.R.; VILAR M.J.P. Escola de Coluna: Revisão Histórica e Sua Aplicação na Lombalgia Crônica. Revista Brasileira de Reumatologia. v. 45, n. 4, p. 224-8, jul./ago. 2005. ARAUJO, A. M.; De Paula, M.V.Q. LER/DORT: Um Grave Problema de Saúde Pública Que Acomete os Cirurgiões-Dentistas. 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( )Sim ( ) Não 6) Tem dores no ombro durante o atendimento odontológico? ( )Sim ( ) Não 7) Aplica conhecimentos de ergonomia durante o atendimento clinico? ( )Sim ( ) Não 8)Você é: ( )destro ( ) canhoto 9) Qual o lado da cadeira do paciente você fica em sua posição de trabalho? ( ) direito ( )esquerdo 10) Quando você está sentado no mocho qual a posição da sua coluna? ( ) ereta ( )levemente curvada para frente ( )curvada para frente 11) Quando você está sentado no mocho qual o ângulo formado pelo seu joelho? ( ) 90 graus ( ) < 90 graus ( )>90 graus 12) Quando você está sentado no mocho como ficam seus pés? ( ) apoiados nos pés do mocho ( )um deles está no ar, pois a perna esta cruzada ( ) apoiados no chão 13) Qual o parâmetro usado para determinar a altura da cadeira do paciente durante o atendimento? ( ) boca do paciente e cotovelo operador ( )facilidade de visualização independente características do operador ( ) na mesma posição sempre encosto inclinado 14) Para arcada superior você mantém a cadeira do paciente: ( ) com acento encosto paralelos ao chão ( )com encosto inclinado em relação ao chão 15) Para arcada inferior você mantém a cadeira do paciente: ( ) com acento e encosto paralelos ao chão ( )com encosto inclinado em relação ao chão 16) Você costuma adaptar a posição do encosto cabeça do paciente? ( )Sim ( ) Não 17) Você sente desconforto ao finalizar suas atividades clinicas? ( ) Sim ( )Não 18) Em caso afirmativo para ocorrência de desconforto caracterize aonde: ( )pernas ( ) coluna ( ) braço ( ) punho 19) Você pratica atividades físicas? ( ) Sim ( ) Não Quais? ( ) caminhada ( ) pilates ( )academia ( ) outros ___________________________ 20) Qual a frequência? ( ) 1 vez semana ( ) 3 vezes na semana ( ) mais de 3 vezes na semana