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SUA_PETICAO_S1_CIVIL_ESTÁGIO SUPERVISIONADO

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Seção 01 
Seção 1 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
CIVIL 
Seção 1 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
Nesta disciplina vamos aprimorar os conhecimentos da realidade profissional envolvendo o Direito 
Civil perante o Poder Judiciário. A proposta, por meio de uma problematização casuística, é conhecer 
o enfrentamento da atividade jurídica, otimizar a interpretação jurisprudencial e promover o 
amoldamento da normal material à situação prático-processual, o que lhe tornará pronto para o 
desafio do exame da OAB. Agora que entende a importância deste conteúdo, lhe convido à resolução 
do caso. Posso contar com você? Então vamos lá! 
Na condição de advogado(a), você foi procurado(a) pelo Sr. Joffrey Lannister, holandês, com 72 
anos, residente em Dorne, interior de São Paulo, o qual afirma possuir dois irmãos, Myrcella e 
Tommen, ambos brasileiros. Joffrey alega que sua irmã Myrcella, de 64 anos, com endereço 
eletrônico myrcela@got.com, esta internada em uma clínica de recuperação na cidade de Porto Real 
– BA, desde 2004, devido a problemas psiquiátricos, vício em substâncias tóxicas e um histórico 
recorrente de prodigalidade, com episódios em que gastou fortunas em uma única noite com drogas. 
Ante ao falecimento de seu pai, Robert Baratheon, que deixou uma vasta fortuna, avaliada em 
aproximadamente R$ 1 bilhão de reais, Joffrey e Tommem pretendem impedir que sua irmã Myrcella 
faça mal uso do dinheiro. 
Cabe apontar que o falecido pai de Myrcella, Tommen e Joffrey tinha grande proximidade com a 
primeira, razão pela qual, mesmo diante de suas condições, confiou a ela antes de sua morte, um 
caderno contendo todas as suas senhas bancárias. 
Joffrey Lannister aponta que seu irmão, também residente em Dorne, concorda com a decisão 
tomada e o acompanhará nos atos necessários à proteção do patrimônio, porém, apesar da vasta 
fortuna deixada pelo pai, Joffrey e Tommen não possuem acesso às contas bancárias, não tendo, 
desta forma, condições de arcar com as custas processuais no momento da interposição da ação 
sem prejuízo de seu próprio sustento, até porque sua esposa, Margaery Tyrell, assim como ele e seu 
irmão, não possuem emprego fixo ou fonte de renda. 
Com as informações prestadas por Joffrey Lannister, a fim de impedir que sua irmã Myrcela faça mal 
uso do dinheiro herdado, até porque, não possui condições de administrar seu patrimônio, analise o 
direito que lhe assiste, elaborando a peça adequada, demonstrando a pretensão jurídica do(s) 
interessado(s) e buscando a satisfatividade processual e a eventual tutela de urgência que o caso 
reclama junto ao Poder Judiciário. Meu (minha) caro(a), agora é com você, mãos à obra! 
 
Sua causa! 
Fundamentando! 
 
 
O caso aqui refere-se claramente ao instituto da interdição, enquanto medida de proteção à parte 
incapaz, devendo-se observar, para tanto, as disposições do art. 1.767 do Código Civil e 747 do 
Código de Processo Civil. 
E para exteriorizar o direito material, é imperioso que tenha noção da utilização das ferramentas 
processuais, verificando se a causa exige procedimento especial ou se abarca a regra geral do 
art.318 do Código de Processo Civil. 
PEÇA PROCESSUAL 
Caro aluno(a), de posse das informações, é necessário primeiro identificar o endereçamento a qual 
juízo se destina, analisando a regra de jurisdição e competência para ação que recaia sobre direito 
pessoal (vide art. 46 do CPC), principalmente por se tratar de ação protetiva do incapaz, aplicando-
se assim, a regra geral do CPC. 
O Poder Judiciário não age por iniciativa própria, exige uma provocação do indivíduo para resolução 
do conflito, dando ensejo ao impulso oficial, necessário. É a chamada da inércia da jurisdição do 
art.2º do CPC, a saber: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso 
oficial, salvo as exceções previstas em lei”. 
Em observância a esta máxima, notamos que a petição inicial é um dos instrumentos mais 
importantes onde as alegações do interessado devem ser consistentes, de forma a provar para o juiz 
que seus fundamentos são sustentáveis e que se moldam à situação concreta. 
O interesse de agir deverá estar demonstrado, assim como a legitimidade para o ingresso da ação, 
devendo-se observar, assim, as disposições do art. 1.768 do Código Civil, no que concerne a 
legitimidade para o ingresso de interdição e sua aplicabilidade na situação apresentada. 
Do art.319 ao art.321, ambos do CPC, nos orientam que a petição inicial indicará o juízo, a 
qualificação das partes, os fatos, os fundamentos jurídicos, o pedido, o valor da causa (vide art. 291 
do CPC). Da mesma forma nos cabe apresentar os documentos indispensáveis (art.320 do CPC), 
as provas e apontar as que pretendemos produzir (vide art.373 e 429 do CPC). 
O cabeçalho é a indicação para onde a petição inicial está sendo dirigida, o endereçamento é feito a 
determinado órgão jurisdicional detentor da competência para apreciar o direito material alegado (e 
não o nome da autoridade que ocupa o cargo). 
E quanto a competência, existem vários critérios para defini-la, seja em razão do valor da causa, do 
território, da matéria, ou funcional dos órgãos que formam o Poder Judiciário (estadual ou federal). 
Outro ponto relevante sobre o tema é a competência originária, quando a ação deva ser proposta 
diretamente sobre determinado juízo ou tribunal (vide art.42 ao art.53 do CPC). 
Não é somente o CPC que carrega normas de competência, a Constituição Federal, por excelência, 
o faz com maestria, tratando da matéria como norma materialmente constitucional (eficácia plena de 
aplicabilidade imediata). Da mesma forma faz as Normas de Organização Judiciária de cada Estado. 
A qualificação das partes é requisito indispensável para a petição inicial, a fim de promover a perfeita 
identificação, evitando homônimos (nome, prenome, estado civil, casado/união estável, RG, CPF, 
 
CNPJ, e-mail, domicílio e residência). O atual CPC trouxe inovação quando obriga a parte apontar a 
existência de união estável e informar o e-mail. 
Todas essas ferramentas auxiliam na localização das partes, todavia, não dispondo o autor de 
maiores informações, poderá requerer judicialmente diligências, na forma do §1º do art.319 do CPC. 
Desta forma, mesmo faltando estas identificações do inciso II do art.319 do CPC, o juiz não indeferirá 
a petição inicial (§2º do art.319 do CPC). 
Dentro da normatividade do Código de Processo Civil não basta que o autor sustente que é o titular 
do direito alegado, sendo necessário explicar os fatos que se somaram à formação daquele direito. 
É o princípio da consubstanciação, onde se exige a motivação da fundamentação jurídica, se 
referindo à causa de pedir próxima (os fatos) e a remota (consequências jurídicas). 
Já o pedido precisa ser concatenado com os fatos e fundamentos relatados na petição inicial. É 
apresentado depois dos fatos e do direito apresentado onde se requer providências judiciais 
(sentença de procedência, declaratória, condenatória ou constitutiva), e medidas para restabelecer 
o bem jurídico tutelado. 
Nesse sentido o pedido deve ser certo (vide art.322 e art.324 do CPC), expresso, identificando o 
gênero, de forma clara. O §1º do mesmo artigo afirma que se compreende no principal os juros legal, 
correção monetária e verbas sucumbenciais, até mesmo os honorários advocatícios. 
A interpretação do pedido deve considerar o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-
fé (vide §2º do art.322 do CPC), e havendo por objeto o cumprimento de obrigação em prestações 
sucessivas, estar serão consideradas incluídas no pedido, mesmo que o autor não as tenham 
postulado, ou que o juiz não as tenham informado na sentença. 
O valor da causa deve constar da inicial, pois é exigido um valor certo, ainda que não tenha conteúdo 
econômico aferível, como por exemplo, em ações de interdição, onde se discute a capacidade da 
pessoa e não os bens que serão administrados(vide art.291 do CPC). O valor da causa serve 
também para identificar e determinar a competência das ações julgadas pelo juizado especial, nas 
causas até 40 salários mínimos. Até mesmo para estipulação dos honorários advocatícios o valor da 
causa é essencial (vide arts.291 a 293 do CPC). 
As provas devem ser indicadas pelo autor ao magistrado a fim de demonstrar os fatos para o 
surgimento do seu direito (vide art.319, VI do CPC). É requisito essencial na petição inicial, onde 
auxilia até mesmo o réu no contraditório e ampla defesa. Entretanto há outros momentos processuais 
em que o magistrado poderá ser instado, sem prejuízo. 
A Lei nº13.105/15, que deu nova estrutura ao Código de Processo Civil, afirmou no seu art.318 que 
se aplica a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário, inclusive 
subsidiariamente aos procedimentos especiais e os de execução. 
Quanto à forma, a petição inicial deve ser escrita (ressalvadas as hipóteses da Lei nº9.099/95), 
fazendo remissão a data e deixando espaço para assinatura, como se real fosse a pretensão, tal 
como exigido para o exame da OAB, evitando a identificação do candidato (ex.: “Por fim, o 
fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB). 
 
Lembrando que nenhuma informação é perdida no texto, sempre estará lá para orientá-lo(a) ou 
confundi-lo(a). Daí importante verificar a idade das partes, o local onde se encontram, dentre outros. 
Em havendo dificuldades econômicas poderá pedir gratuidade da justiça (que não se confunde com 
a assistência judiciária da defensoria pública e convênio com a OAB). O CPC, reconhecido como é 
pelo seu conteúdo normativo em conformidade constitucional, traz o tema dentre os artigos 98 a 102 
c/c art.5º, LXXIV da CRFB. 
É muito importante identificar se o enunciado informou algum risco iminente de prejuízo, por parte do 
seu cliente, somado a algum direito subjetivo ou potestativo que lhe assiste. Se assim o for, deve ser 
requerida tutela de urgência (cautelar/antecipada), LIMINARMENTE (art.300, §2º do CPC c/c o art.9º, 
parágrafo único, inciso I), além de justificar previamente o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”. 
É possível postular também a tutela de evidência do art.311 do CPC, que poderá ser concedida 
independente da demonstração do perigo do dano e de risco ao resultado útil do processo. Ela tem 
a finalidade de dar efetividade ao direito do autor em detrimento da possível morosidade do processo. 
Observe que o problema menciona valor expressivo ao qual somente a Sra. Myrcella teria acesso, 
mesmo diante de suas condições psicológicas, demonstrando assim, a possibilidade de graves riscos 
patrimoniais. 
Quanto à citação, o Código de Processo Civil traz nos art.238/259 todas as formas contempladas, 
entretanto, o examinador sempre dará uma dica no texto, ou uma especialidade que lhe reportará na 
identificação correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De posse e tais informações, elabore a peça processual adequada, observando cada ponto 
abordado, pois lhe trará o rumo necessário que precisa para resolver qualquer tipo de demanda, em 
especial a do processo de conhecimento. 
Uma vez identificada a jurisdição e competência, é importante que você 
saiba identificar se é o caso de vara especializada em razão da matéria, 
como também qual a pretensão do seu cliente, certo que é possível 
identificar o rito processual e critérios específicos que guiará à solução 
do caso. 
 
PONTO DE ATENÇÃO 
Vamos peticionar!

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