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Terapia Cognitiva da Ansiedade Ta#ana Filomensky MS. Psic. Esp. CRP 06/66217 Bibliografia: Kapczinski, F. Margis, R. Transtorno de Ansiedade Generalizada. In: Knapp, P. Terapia Cognitivo-comportamental na Prática Psiquiátrica. Artmed 2004. cap.12 Ansiedade: o que é? Definição • Ansiedade é um estado psíquico de apreensão ou medo provocado pela antecipação de uma situação desagradável ou perigosa. • A palavra "ansiedade" tem origem no la#m anxietas, que significa “angús#a", "ansiedade”, de anxius = “perturbado", "pouco à vontade”, de anguere = “apertar", "sufocar” substan*vo feminino • 1. grande mal-estar Xsico e psíquico; aflição, agonia. • 2.desejo veemente e impaciente. • 3.falta de tranquilidade; receio. psicopatologia • estado afe#vo penoso, caracterizado pela expecta#va de algum perigo que se revela indeterminado e impreciso, e diante do qual o indivíduo se julga indefeso. Ansiedade: Normal ou Patológico? Definição DSM 5 Critérios Diagnós#cos A. Ansiedade e preocupação excessivas (expecta#va apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou a#vidades (tais como desempenho escolar ou profissional). B. O indivíduo considera diXcil controlar a preocupação. C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos úl#mos seis meses). Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 2. Fa#gabilidade. 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 4. Irritabilidade. 5. Tensão muscular. 6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insa#sfatório e inquieto). D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas Xsicos causam sofrimento clinicamente significa#vo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hiper#reoidismo). F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação nega#va no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumá#cos no transtorno de estresse pós-traumá#co, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas Xsicas no transtorno de sintomas somá#cos, percepção de problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante). Modelo Cognitivo da Ansiedade Os indivíduos com TAG se caracterizam por uma ansiedade intensa e uma preocupação incontrolável, sendo este um dos aspectos essenciais do transtorno. Dois aspectos importantes a considerar na intervenção terapêu#ca são: A preocupação excessiva e incontrolável A hiperexitabilidade persistente, que consiste em manifestações Xsicas incontroláveis relacionadas à tensão. A preocupação pode funcionar como um reforçador nega#vo, diminuindo a rea#vidade fisiológica ao processamento emocional A superes#mação de uma probabilidade e o pensamento catastrófico são distorções cogni#vas presentes nos indivíduos com ansiedade generalizada. A pessoa com TAG tem uma percepção de elevado perigo ou ameaça e a superes#mação do perigo está associada a uma percepção de baixa capacidade de lidar com essa ameaça. Triade Cogni#va na Ansiedade : Visão de si: com poucos recursos, incapaz Visão de Mundo: Ameaçador, perigoso Visão de futuro: Incerto Manejo Terapêutico Fisiológico Treinamento em relaxamento Muscular Progressivo Comportamental Prevenção do comportamento de preocupação Solução de problemas Manejo do tempo Cogni#vo Reestruturação Cogni#va Devido às caracterís#cas e sintomas envolvidos nos quadros de ansiedade, os tratamentos para ansiedade estão baseados em diferentes componentes, que se dirigem a cada um dos 3 sistemas de ansiedade: Manejo terapêutico Importante antes de engajar o cliente em qualquer técnica da TCC auxiliá-lo a iden#ficar a relação entre seus pensamentos e a ansiedade. Inicialmente é necessário iden#ficar, junto com o cliente, os indícios (ou situações) que servem como ga#lho para a ansiedade. Podem ser internos ou externos: • Internos: emoções, imagens, pensamentos, sensações corporais, comportamentos. • Externos: relacionados a eventos do meio em que o indivíduo vive, como demandas no serviço, comentários feitos por outras pessoas, etc. O terapeuta pode auxiliar o paciente a iden#ficar os indícios precoces de ansiedade solicitando que ele descreva em detalhes algumas situações que tenham gerado preocupação e a par#r disto detalhar os pensamentos, emoções e sensações corporais percebidas. Outra possibilidade é fazer isso durante a sessão, quando perceber mudanças no estado afe#vo do cliente. Com isso grada#vamente são iden#ficados alguns “sinais ou pistas” aos quais o cliente pode ficar atento para fazer um automonitoramento dos indica#vos de ansiedade. Ciclo da preocupação e ansiedade Percepção de determinado evento como estressor ou potencialment e ameaçador Desenvolvime nto de pensamentos ansiosos Respostas fisiológicas de ansiedade Mais pensamentos com conteúdo de Preocupação Gera mais ansiedade Técnicas Utilizadas Reestruturação Cogni#va • U#lizada para corrigir as distorções cogni#vas presentes na Ansiedade. • Deve-se iden#ficar pensamentos, imagens interpretações ou crenças que geram ansiedade e, após, considerar estes como hipóteses, mais do que como fatos, e assim avaliar se essas hipóteses são verdadeiras ou falsas e considerar a probabilidade de ocorrência das mesmas. Os erros cogni#vos mais frequentemente observados entre indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada são: • Magnificação de riscos • Minimização de recursos • Pensamento dicotômico • Personalização • Atenção sele#va • Supergeneralização Técnicas utilizadas Exposição à preocupação A exposição à preocupação é cons#tuída dos seguintes passos: Iden#ficar e registrar as esferas de maior preocupação do cliente e ordena-las hierarquicamente. Treinar a imaginação com cenas agradáveis e com cenas que causem desconforto e preocupação (nestas, considerar o pior desfecho possível). Quando esta fase es#ver acontecendo com ni#dez, passa-se a próxima. Escolher a preocupação menos perturbadora do registro inicial e pra#car o treinamento da imaginação: evocando a preocupação por meio de pensamentos ansiosos e na imaginação do pior resultado que teme Assim que o cliente completar a fase 3, o terapeuta deve es#mular a rememoração desses pensamentos por 25 a 30 minutos Gerar alterna#vas para os resultados temidos e propostos nos itens anteriores. Após estas etapas o cliente deve ser orientado a repe#r esse processo para outras esferas de preocupação, segundo a hierarquia previamente assinalada, quando es#ver sen#ndo apenas um nível leve de preocupação com este essmulo. Após estar certo de que o cliente está realizando a técnica corretamente, o exercício passa a ser recomendado como tarefa de casa. Técnicas UtilizadasPrevenção do comportamento preocupado O comportamento preocupado provoca, muitas vezes, uma redução temporária na ansiedade. Muitas das preocupações, referidas por indivíduos com TAG, estavam relacionadas a comportamentos corre#vos, preven#vos ou ritualís#co. Estes comportamentos preocupados são nega#vamente reforçadores para o cliente, uma vez que possibilitam uma temporária redução da ansiedade Convém intervir com a prevenção sistemá#ca de respostas que funcionalmente estejam ligadas à preocupação.: 1. Fazer uma lista dos seus comportamentos preocupados mais comuns 2. Automonitorize e registre a frequência com que o comportamento ocorre na semana 3. Evite ter o comportamento do #po preocupado. Deve-se avaliar com o paciente o que ele acredita que possa ocorrer com a prevenção da resposta. Após a realização do exercício compara-se o ocorrido com as previsões do cliente. Outra técnica u#lizada é propor ao cliente que controle o momento do dia em que ficara preocupado, buscando definir um período de 30 minutos por dia para se preocupar, e que esse período ocorra todos os dias no mesmo horário e local, não estando associado a trabalho ou relaxamento. A ideia ‘’e desenvolver um senso de controle sobre a preocupação. Técnicas utilizadas Solução de problemas Inicialmente é importante ensinar o cliente a avaliar seu problemas de forma obje#va, em termos específicos, dividi-los em segmentos mais manejáveis e resolve-los por partes. Processo divide-se em 5 partes: Orientação em relação ao problema Definição e formulação do problema Busca de alterna#vas Tomada de decisão e execução Verificação da solução Técnicas Utilizadas Manejo do tempo A habilidade de manejar o tempo e estabelecer prioridades pode ser ú#l para a redução da ansiedade diária e ainda possibilitar um aumento da sensação de domínio em relação ao seu dia-a-dia e seus compromissos. Fundamental auxiliar o cliente a distribuir as a#vidades no tempo, evitando sobrecarregar os horários. Estabelecimento de agenda e lista de tarefas com prioridades. Trabalhar a capacidade de delegar responsabilidades ( impacto do perfeccionismo, e que gera sobrecarga) Desenvolver a Asser#vidade Técnicas Utilizadas Treinamento em Relaxamento O relaxamento tem o obje#vo de aliviar os sintomas ligados ao componente fisiológico da ansiedade, visando à interrupção da associação aprendida entre hiperexcitabilidade autonômica e preocupação. Existem diversos métodos para relaxamento como: Respiração Diafragmá#ca Relaxamento muscular progressivo Técnicas de imaginação (lugar/situação agradável) Próxima Aula: Técnicas Cognitivas e Comportamentais Ta#ana Filomensky MS. Psic. Esp. CRP 06/66217 Bibliografia: Beck, JS. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre. Artmed. 2013 – Outras Técnicas Cognitivas e Comportamentais. cap. 15 Knapp, P . Terapia Cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre. 2004 – Principais Técnicas. Cap 8. Rangé, B. Psicoterapias Cognitivo-comportamentais: Um diálogo com a Psiquiatria. Técnicas Cognitivo e Comportamentais. Cap 13.
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