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Prévia do material em texto

1 
Redação 
Eixo temático MIX 
Teoria 
 
Temas já abordados pela prova 
• 2009 – “O indivíduo frente à ética nacional.” 
• 2010 – “O trabalho na construção da dignidade humana.” 
• 2011 – “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado.” 
• 2012 – “O movimento imigratório para o Brasil no século XXI.” 
• 2013 – “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil” 
• 2014 – “Publicidade infantil em questão no Brasil” 
• 2015 – “A persistência da violência contra a mulher no Brasil.” 
• 2016 – “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil.” 
• 2016 – “Caminhos para combater o racismo no Brasil.” (2ª aplicação). 
• 2017 – “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil.” 
• 2018 – “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet.” 
• 2019 – “Democratização do acesso ao cinema no Brasil.” 
• 2020 – “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. 
 
Tema I: Os limites da cultura do cancelamento no meio virtual 
 
TEXTO I 
O "Tribunal da Internet" e os efeitos da cultura do cancelamento 
 
De acordo com o dicionário australiano Macquarie, a "cultura do cancelamento" foi eleita o termo do ano de 
2019, e não é para menos. Mesmo não tendo um marco exato de origem, a cultura do cancelamento 
aparentemente teve início a partir da mobilização de vítimas de assédio e abuso sexual (Movimento #MeToo), 
que ganhou maior visibilidade em 2017 por força das denúncias realizadas em Hollywood. 
Desde então, mesmo o Movimento #MeToo traduzindo a coragem de se expor problemas há anos 
escondidos, a cultura do cancelamento vem seguindo um caminho que aparentemente diferencia-se da 
iniciativa de conscientização e debate de assuntos relevantes no âmbito digital e no âmbito real, como 
assédio, racismo, homofobia etc. 
A cultura do cancelamento tem chamado a atenção, principalmente nas redes sociais, por tratar-se de uma 
onda que incentiva pessoas a deixarem de apoiar determinadas personalidades ou empresas, públicas ou 
não, do meio artístico ou não, em razão de erro ou conduta reprovável. Nos termos da definição da palavra 
"cancelar", a ideia do movimento é literalmente "eliminar" e "tornar sem efeito" o agente do erro ou conduta 
tidos como reprováveis. 
Ao analisarmos o movimento sob o prisma das modalidades de regulação da Internet proposta por Lawrence 
Lessig, composta por direito, normas sociais, mercado e arquitetura, podemos considerar a cultura do 
cancelamento como uma sanção imposta pelos próprios usuários no âmbito da Internet, diante da violação 
de normas sociais existentes. Assim como as demais modalidades de regulação, as normas sociais são 
eficientes, uma vez que inibem o comportamento reprovável por parte da comunidade que assim o entende. 
 
 
 
 
2 
Redação 
Ocorre que, especificamente com relação à cultura do cancelamento, e ao contrário do Direito em que há um 
devido processo legal para justificar uma punição ou não, o "Tribunal da Internet" não costuma oportunizar 
sequer o exercício do contraditório. Na maioria das vezes, aliás, a cultura do cancelamento costuma ter efeitos 
imediatos, de modo que a onda de boicote tem início tão logo o erro ou conduta tidos como reprováveis são 
notados e expostos. Tal imediatismo, porém, traz à tona certa intolerância e muita polarização, demonstrando 
assim que a sanção antecede a defesa. Dessa forma, o ambiente virtual torna-se hostil, seletivo e, por vezes, 
injusto. 
Nota-se que, a partir da constatação de erro ou conduta reprovável por um grupo de pessoas, cria-se um 
movimento na rede social de exposição para que não somente os usuários deixem de "seguir" a pessoa ou de 
comprar determinada marca, por exemplo, mas também para que parem de dar visibilidade ao trabalho de 
alguém ou determinada empresa. Por meio da onda de ataque aos perfis em redes sociais, os efeitos são 
sentidos em todos os aspectos: na vida pessoal de pessoas físicas que perdem trabalhos, contratos, 
patrocínios e até desenvolvem problemas psicoemocionais, bem como na atividade de empresas que deixam 
de realizar vendas, atender clientes etc. 
Apesar dos julgamentos, porém, a cultura do cancelamento também pode gerar um efeito contrário ao 
pretendido, já que a proporção da exposição faz com que a pessoa ganhe mais visibilidade nas redes sociais 
e, a depender de seus próximos passos, acabe transformando a visibilidade do ocorrido a seu favor, fazendo 
mais sucesso e ganhando mais engajamento. Numa breve analogia, comparar o Direito com o "Tribunal da 
Internet" seria como se, após a sentença do "cancelamento", o recurso do "cancelado" fosse provido para 
afastar a condenação. (...) 
A cultura do cancelamento, na forma como praticada atualmente, afeta, ainda que de maneira indireta, o 
exercício dos direitos da livre manifestação de pensamento e da liberdade de expressão, obstando o debate 
de questões que, de forma saudável, traria benefícios para a sociedade e ainda promoveria o progresso 
intelectual e a evolução pessoal de cada um. 
Texto adaptado, disponível em: https://migalhas.uol.com.br/depeso/331363/o--tribunal-da-internet--e-os-efeitos-da-cultura-do-
cancelamento. Acesso em 27/11/2020. 
 
 
TEXTO II 
 
Cultura do cancelamento causa danos ao cancelado e ao cancelador, afirmam psicólogas 
 
[...] — O cancelamento gera uma sensação de isolamento, e isso impacta a saúde mental. Nós somos seres 
sociais, não somos feitos para vivermos sozinhos. Nós demandamos muito amor e acolhimento, e perder 
isso gera um grande desespero — explica Bárbara Carissimi, coordenadora de Psicologia da Universidade 
Veiga de Almeida (UVA). 
A cultura do cancelamento é a prática de deixar de seguir e/ou criticar uma outra pessoa nas redes sociais 
com a finalidade de puni-la por um erro considerado grave. Normalmente, a pessoa é acusada de praticar 
racismo, xenofobia, homofobia, preconceitos em relação à classe social, gênero, e outras demonstrações de 
intolerância às minorias. Quando o cancelamento ocorre com uma pessoa famosa, normalmente espera-se 
que esta perca contratos ou que seus produtos não sejam mais consumidos pela população em geral. 
— Viver em um ambiente em que você pode ser cancelado, em que você tá sempre sendo julgado, é muito 
difícil, porque andamos como se estivéssemos pisando em ovos, a qualquer momento eu posso desagradar 
o outro. Então, é o outro que chancela o que eu posso fazer e o que eu não posso fazer — afirma Daniela 
Generoso, psicóloga clínica pós-graduada em neuropsicologia. 
 
 
 
 
3 
Redação 
Quanto mais importância a pessoa que é cancelada dá às opiniões dos outros, mais afetada pelo 
cancelamento ela será. Dependendo do erro que é apontado pelos demais, a pessoa começa a se questionar 
sobre sua própria personalidade e seu ponto de vista. 
As especialistas apontam que é preciso tomar cuidado com a cultura do cancelamento, pois há casos em que 
o outro é cancelado apenas porque tem um ponto de vista diferente. E o cancelamento pode gerar inúmeros 
malefícios para alguém que apenas discordou de algo[...]. 
 
 
 
 
Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/cultura-do-cancelamento-causa-danos-ao-cancelado-ao-
cancelador-afirmam-psicologas-24882814.html 
 
 
https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/cultura-do-cancelamento-causa-danos-ao-cancelado-ao-cancelador-afirmam-psicologas-24882814.html
https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/cultura-do-cancelamento-causa-danos-ao-cancelado-ao-cancelador-afirmam-psicologas-24882814.html
 
 
 
 
4 
Redação 
Tema II: Diferenças e hierarquias nas atuais relações de gênero no Brasil 
 
TEXTO I 
 
Disponível em: https://afamiliaaumentou.files.wordpress.com/2013/12/f689a-igualdade\oportunidades_genero.jpg. 
Acesso em: 23 fev 2015 (adaptado). 
 
TEXTO II 
Igualdade ou Equidade de Gênero? 
 
Enquanto o sexo biológico é determinado por características genéticas e anatômicas,o gênero é uma 
identidade adquirida e refere-se à variedade de papéis e relacionamentos construídos pela sociedade para os 
dois sexos. Por isso, o gênero muda ao longo do tempo e varia grandemente dentro das diferentes culturas 
em todo o mundo. 
A igualdade de gênero descreve o conceito de que todos os seres humanos, tanto mulheres como homens, 
são livres para desenvolver as suas capacidades pessoais e fazer escolhas sem as limitações impostas por 
estereótipos. Igualdade de gênero não significa que as mulheres e homens têm de ser idênticos, mas que os 
seus direitos, responsabilidades e oportunidades não dependem do fato de terem nascido com o sexo 
feminino ou masculino. 
Assim, a equidade entre gêneros significa que homens e mulheres são tratados de forma justa, de acordo 
com as respectivas necessidades. O tratamento deve considerar, valorizar e favorecer de maneira equivalente 
os direitos, benefícios, obrigações e oportunidades entre homens e mulheres. 
Princípios de Empoderamento das Mulheres – Igualdade significa negócios, publicação do Pacto Global da 
ONU e ONU Mulheres [...]. 
Disponível em: https://premiowepsbrasil.com.br/sobre-o-premio/. 
 
 
 
 
 
 
5 
Redação 
TEXTO III 
Brasil levará 100 anos para igualar salários de homens e mulheres 
 
A diferença salarial entre mulheres e homens no Brasil é uma das maiores do mundo, e equiparar a condição 
dos dois sexos no país levará um século. Essas são algumas das conclusões do Relatório de Desigualdade 
Global de Gênero 2016 do Fórum Econômico Mundial, publicado nesta quarta-feira em Genebra. 
De acordo com o levantamento, as sociedades mais igualitárias são as escandinavas. Ao se considerar todos 
os aspectos econômicos, políticos, de saúde e de educação, o primeiro lugar é da Islândia, seguida por 
Finlândia, Noruega e Suécia. 
Entre 144 países avaliados, o Brasil ocupa apenas a 129ª posição quando avaliado isoladamente o quesito 
de igualdade de salários entre gêneros. Países criticados por violações aos direitos das mulheres, como Irã, 
Iêmen e Arábia Saudita, estão em melhor posição que o Brasil. 
Para equiparar as condições econômicas de homens e mulheres, serão necessários 95 anos, se o atual ritmo 
de progresso for mantido. Em termos gerais, incluindo política, educação e outros aspectos sociais, equiparar 
as condições entre gêneros no país levará 104 anos. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a taxa brasileira 
é melhor que a média mundial, de cerca de 170 anos. Mas, ainda assim, o ritmo de avanço é considerado 
“lento demais”. 
O estudo mostra que a presença de Dilma Rousseff no cargo de presidente nos últimos anos fez o Brasil subir 
no ranking geral da entidade, passando da 85ª posição para a 79ª entre 2014 e 2015. Mas a classificação 
ainda é pior do que a de dez anos atrás, quando o país ocupava a 67ª posição. Hoje, o Brasil fica atrás dos 
dezessete outros países latino-americanos. 
A disparidade econômica entre homens e mulheres é um dos fatores que mais impedem o avanço brasileiro 
no ranking. Nesse quesito, o país ocupa a modesta 91ª posição entre 144 países e é superado por Paraguai, 
China, Camboja e Chade. 
O Brasil é ainda um dos seis países do mundo onde a diferença salarial entre homens e mulheres em cargos 
executivos é de mais de 50%. Além disso, a presença de brasileiras no mercado de trabalho é menor, de 62% 
– a dos homens é de 83%. Isso coloca o país na 87ª posição por esse critério. A renda média das brasileiras 
é de 11.600 dólares por ano. A dos homens, por sua vez, é de 20.000 dólares. 
Na América Latina, os especialistas indicam que, se o ritmo for mantido, a “lacuna econômica de desigualdade 
de gênero” será fechada em apenas seis décadas. 
Na política, a presença feminina também é pequena, mesmo que em 2015 a Presidência da República tenha 
sido ocupada por uma mulher. O Congresso ocupa o 120º lugar entre os países com melhor representação 
feminina. Antes mesmo de Michel Temer assumir o governo, o Brasil era apenas o 83º quando o assunto era 
ministérios ocupados por mulheres. Na educação, a diferença entre homens e mulheres voltou a crescer pela 
primeira vez em cinco anos. 
Disponível em: http://veja.abril.com.br/economia/brasil-levara-100-anos-para-igualar-salarios-de-homens-e-mulheres/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Redação 
Tema III: O uso de pronomes “neutros” em língua portuguesa 
 
TEXTO I 
Linguagem neutra: proposta de inclusão esbarra em questões linguísticas 
(…) 
A linguagem neutra, ou linguagem não binária, não é obrigação imposta por nenhum movimento da causa 
LGBTQI+. No entanto, trata-se de uma discussão que propõe uma modificação na língua portuguesa para 
incluir pessoas trans não binárias, intersexo e as que não se identificam com os gêneros feminino e 
masculino. Assim, a ideia é criar um gênero neutro para ser usado ao se referir a coletivos ou a alguém que 
não se encaixa no binarismo. 
Para além do universo preto-no-branco das redes sociais, essa discussão vem crescendo nos últimos anos 
entre acadêmicos de linguística e estudos de gênero. Certamente, uma crítica comum é a dificuldade em 
implementar esse sistema na língua portuguesa e seus efeitos na aprendizagem e alfabetização. 
(…) 
 
Não é capricho 
A proposta de criação de um gênero neutro na língua portuguesa e de mudanças na forma com que nos 
comunicamos nem sempre é aceita, e costuma ser vista como “capricho”. Para Monique Amaral de Freitas, 
doutoranda em Linguística pela USP (Universidade de São Paulo), apresentadora do podcast “Linguística 
Vulgar” e colunista no blog “Cientistas Feministas”, o debate está longe de ser irrelevante. “Há dois problemas 
com esse tipo de afirmação. O primeiro é que ela pressupõe que a língua seria apenas um reflexo da 
sociedade, o que, a essa altura, no campo das ciências da linguagem, já sabemos que não é verdade. A relação 
entre língua e sociedade não é de mão única. As coisas que dizemos são, por elas mesmas, ações no mundo, 
elas têm consequências. O segundo problema é que refletir sobre a linguagem não nos impede de agir a 
respeito de outras questões”, explica. 
A implementação da linguagem neutra, portanto, seria uma forma de inclusão de grupos marginalizados. Isso 
é o que acredita Jonas Maria, de São Paulo, criador de conteúdo LGBTQI+ e graduado em Letras. 
“Não é uma simples mudança gramatical, mas uma mudança de perspectiva”, afirma. “Quando falamos em 
linguagem neutra, estamos falando sobre gênero, relações de poder. Sobre tornar visível uma parcela da 
sociedade que é sempre posta à margem: pessoas transgêneras”, disse Maria ao TAB. 
 
O masculino genérico 
A discussão sobre um gênero neutro na linguagem deriva do uso do gênero gramatical masculino para 
denotar homens e mulheres (“‘todos’ nessa sala de aula precisam entregar o trabalho”) e do feminino 
específico (“[Clarice Lispector] é incluída pela crítica especializada entre os principais autores brasileiros do 
século 20”). 
Na gramática, o uso do masculino genérico é visto como “gênero não marcado”. Ou seja, usá-lo não dá a 
entender que todos os sujeitos sejam homens ou mulheres — ele é inespecífico. Por ser algo cotidiano, é difícil 
pensar nas implicações políticas de empregar o masculino genérico. Porém, o tema foi amplamente discutido 
por especialistas como uma forma de marcar a hierarquização de gêneros na sociedade, priorizando o 
homem e invisibilizando mulheres. Então, o masculino genérico é chamado, inclusive, de “falso neutro”. 
Entretanto, essa abordagem não é unânime no campo da Linguística. Para muitos estudiosos, a atribuição 
sexista ao masculino genérico ignora as origens latinas da língua portuguesa. 
 
Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/10/07/linguagem-neutra-proposta-de-inclusao-esbarra-em-questoes-
linguisticas.htm 
 
https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/10/07/linguagem-neutra-proposta-de-inclusao-esbarra-em-questoes-linguisticas.htmhttps://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/10/07/linguagem-neutra-proposta-de-inclusao-esbarra-em-questoes-linguisticas.htm
 
 
 
 
7 
Redação 
TEXTO II 
Aula sobre “pronomes neutros” em escola do Recife gera críticas 
 
Imagens de uma aula ocorrida em uma escola particular do Recife (PE) deixaram usuários de redes sociais 
atônitos. Isso porque a aula inovou com um slide sobre “pronomes neutros” e trouxe como exemplos os 
termos “obrigade”, “elu” e “chamade”. (…) 
O caso ocorreu durante uma aula da turma do 8º ano do Colégio Apoio. Ao veículo, uma funcionária informou 
que a atividade ocorreu em sala de aula. No entanto, o tema foi proposto pelos alunos. 
 
 
Reprodução de slide da aula sobre pronomes neutros 
 
O slide afirma que o uso de pronomes neutros “são uma forma de nos referirmos a alguém de forma com que 
essa pessoa se sinta confortável. Precisamos respeitar o próximo. Isso inclui respeitar seus pronomes e a 
forma como elu se sente mais confortável em ser chamade”. 
Fonte: https://pleno.news/brasil/cidades/aula-sobre-pronomes-neutros-em-escola-do-recife-gera-criticas.html 
 
TEXTO III 
Pronomes neutros ganham espaço nas ruas, redes sociais e até em empresas 
 
BRASÍLIA – “Bom dia a todos, a todas e a todes.” Foi assim que a escritora Conceição Evaristo se dirigiu no 
último dia 7 ao público que lotou a Bienal do Rio. A saudação inclusiva, que acolhe não apenas homens e 
mulheres, mas também pessoas não binárias (que não se identificam nem com o gênero masculino nem o 
feminino), levou ao delírio o público do evento (…). Além disso, a referência a “todes” também lançou luz sobre 
a vida cada vez mais visível dos pronomes neutros no vocabulário utilizado no dia a dia – seja nas redes 
sociais, nas ruas ou na rotina empresarial. No dia 13, a questão voltou a ganhar o debate internacional. O 
cantor Sam Smith pediu em suas redes sociais para que as pessoas passem a usar os pronomes de gênero 
neutro da língua inglesa “they” e “them” para se referirem a ele. 
Certamente, o uso de uma linguagem neutra é uma das principais batalhas de Pri Bertucci, um dos poucos 
CEOs trans do País, que comanda a Diversity BBox, consultoria voltada para questões de gênero e 
 
 
 
 
8 
Redação 
sexualidade. “Você gostaria que alguém te chamasse de um gênero que não te representa? Você, homem, 
gostaria de ser chamado de ‘ela’? É isso que eu experimento todos os dias. As pessoas podem achar que (a 
questão da linguagem) é um capricho, mas não é”, diz Pri. “Vivemos em uma sociedade que não pensa em 
gênero para além de genital e que vê apenas duas possibilidades de existência: a caixinha rosa e a caixinha 
azul. Então, é um paradigma de 2 mil anos, não dá para quebrar em uma palestra ou em uma semana de 
diversidade. Dessa forma, tem de ser um esforço constante”, afirma. 
Em 2015, Pri lançou um manifesto para uma comunicação “radicalmente inclusiva”. “Nossa língua não é 
flexível o suficiente pra designar alguém que não se sente nem homem, nem mulher. Ou melhor, pra designar 
alguém que se sente ora um, ora outra. Ainda, pra designar quem não se conforma com as normas de gênero. 
Portanto, pra falar de quem vive seu gênero de uma forma que é fora da caixa”, dizia o texto. 
Um dos desafios para a disseminação de uma linguagem neutra é “superar” a lógica da língua portuguesa, 
apontada como “sexista” por alguns. Por exemplo: você pode ter 10 mulheres e um homem numa sala, mas 
para fazer menção ao conjunto de pessoas, vai optar por um pronome masculino – “eles”. Na linguagem 
neutra, usada para se referir a pessoas sem delimitar o gênero, “amigues” substitui “amigos”, por exemplo. 
“Brasileires” é usado no lugar de “brasileiros” ou “brasileiras”. 
 
Preconceito 
Outra barreira a ser superada é a do preconceito. Da sopa de letrinhas que une a comunidade LGBTQIA+ 
(lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, queer, pessoas intersexo, assexuais e outras 
orientações e identidades), o ‘T’ é um dos mais “invisibilizados” e alvo de agressões mundo afora. Assim, um 
relatório da ONG Transgender Europe apontou que 868 transgêneros foram assassinados no Brasil entre 2008 
e 2016, mais que o triplo do México, segundo colocado no ranking (259 mortes). 
De acordo com Pri, as empresas fugiam do assunto diversidade quando eram confrontadas com o tema no 
início desta década. Hoje, a Diversity Box é procurada, em média, por dez clientes a cada semana. “As 
empresas descobriram que não vai ter inovação sem diversidade. Assim, por conveniência ou convicção, 
perceberam que têm de falar de diversidade”, diz. 
Uma das maiores companhias do setor petroquímico, a Braskem lançou no ano passado um guia de 
‘comunicação inclusiva’ para melhorar o relacionamento entre funcionários no ambiente de trabalho. Desse 
modo, o material, por exemplo, orienta os funcionários a evitarem expressões como “homossexualismo” (o 
sufixo “ismo” indica doença) e “opção sexual” e a utilizarem, por outro lado, os termos “homossexualidade” e 
“orientação sexual”. 
Para falar com pessoas de gêneros “não-binários”, o guia recomenda o uso dos artigos “x/ile/dile”, ao invés 
de “a/ela/dela” ou “o/ele/dele”. “Respeite sempre o nome social das pessoas trans e nunca pergunte ‘qual o 
seu nome ‘verdadeiro’? Isso é indelicado e cautsa um constrangimento desnecessário”, recomenda o 
documento. 
Para Debora Gepp, responsável pelo programa de diversidade e inclusão da Braskem, a iniciativa representa 
uma quebra de paradigmas em uma indústria vista como formal e heteronormativa. Portanto, uma das metas 
da empresa é aumentar o número de funcionários trans, o que já vem ocorrendo. “Aqui é um local de respeito. 
Sê você tem uma crença que diverge disso, da Braskem pra fora você pode ter a sua opinião, mas aqui dentro 
a gente preza o respeito”, frisa Debora. 
Disseminar uma linguagem neutra requer ainda um trabalho de conscientização entre líderes e funcionários 
da empresa. “É uma transformação. Temos passos para dar, está caminhando ainda”. Assim disse Debora, 
que inicia treinamentos e palestras desejando bom dia para “todes”. 
 
Disponível em: https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,pronomes-neutros-ganham-espaco-nas-ruas-redes-sociais-e-ate-em-
empresas,70003012260 
 
 
 
 
 
9 
Redação 
TEXTO IV 
Pronomes neutros 
“O gênero neutro se encontra nos pronomes mostrativos isto, isso e aquilo, que são proximal, medial e distal, 
respectivamente, sendo invariáveis em número e, na maioria das vezes, considerados inanimados ou não-
humanos. Contudo, não há uma forma oficial ou dicionarizada de ilo, pronome de terceira pessoa derivado 
de aquilo, neutro de aquele e aquela, no português.” 
 
Gênero epiceno 
“O gênero epiceno refere-se ao gênero gramatical de palavras que não distinguem o gênero natural dos 
seres animados, bem como substantivos sobrecomuns, especialmente aquelas que apresentam uma forma 
invariável em gênero, como em "a testemunha" ou "o tigre", sendo gramaticalmente incorreto usar o masculino 
para se referir à testemunha, como seria em "o testemunho" designando uma pessoa testemunha, por 
exemplo, pois testemunha, mesmo sendo uma palavra de gênero gramaticalmente feminino, não 
atribuimuma feminilidade, femealidade ou mulheridade identitária, biológica, social ou psicológica. Contudo, 
palavras podem sofrer feminização e neutralização, como formas neologísticas ou dicionarizadas, 
como presidenta e membre.” 
 
Gênero Vacilante 
“O gênero vacilante denota substantivos que vacilam em gênero, aqueles que podem ser denotados tanto no 
masculino quanto no feminino, como moral, alguns podem mudar de significado, quando mudam de gênero, 
como capital, ou quando viram adjetivos, como pessoal, que viraria comum de dois gêneros na forma 
adjetivada.” 
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_neutra_de_g%C3%AAneros_gramaticais

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