Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 SANGUE COMPOSIÇÃO DO SANGUE É composto pelo plasma sanguíneo e as células sanguíneas: hemácias ou eritrócitos, leucócitos e plaquetas. PLASMA SANGUÍNEO É uma solução aquosa contendo componentes que corresponde a 10% de seu volume. as proteínas correspondem a 7%, os sais inorgânicos a 0,9%, e o restante é formado por compostos inorgânicos diversos, tais como aminoácidos, vitaminas, hormônios, lipoproteínas e glicose. As principais proteínas são: albumina, gamaglobulinas e o fibrinogênio. A albumina é a proteína mais abundante e desempenham um papel fundamental na manutenção da pressão osmótica do sangue. As gamaglobulinas são anticorpos e, por isso, chamadas de imunoglobulinas. O fibrinogênio é necessário para a formação da rede de fibrina, na etapa final da coagulação sanguínea. CÉLULAS SANGUÍNEAS As células sanguíneas estão divididas em: hemácias ou eritrócitos, leucócitos e plaquetas. HEMÁCIAS ou ERITRÓCITOS ou GLÓBULOS VERMELHOS 2 Esfregaço sanguíneo, células HEMÀCIAS ou ERITRÓCITOS, visto ao microscópio de luz e ao microscópio eletrônico, respectivamente. As hemácias, também são denominadas de eritrócitos ou glóbulos vermelhos, são as células sanguíneas mais numerosas. Os eritrócitos ou hemácias são a anucleadas, apresentam forma de um disco bicôncavo, com aproximadamente 7,5µm de diâmetro. A superfície bicôncava proporciona um aumento de superfície facilitando a troca gasosa. As hemácias são flexíveis, passando facilmente pelas bifurcações dos capilares mais finos, sem se romperem. As hemácias com mais de 8µm de diâmetro e menos de 6µm de diâmetro são denominadas macrócitos e micrócito, respectivamente. Quando o sangue contém 3 hemácias com dimensões anormais, denominamos de anisocitose.A concentração normal é de 4,5 e 5,5 milhões por mm³, na mulher e no homem, respectivamente. As hemácias estão repletas de hemoglobina (proteína conjugada) é formada por 4 subunidades, cada uma contendo um grupo heme ligado a um polipeptídio. O grupo heme contém o ferro (Fe²+). Nos pulmões, onde a pressão de oxigênio é alta, cada molécula de hemoglobina se combina com quatro moléculas de oxigênio (O2), uma molécula de O2 para cada Fe²+ da hemoglobina, forma-se a oxi-hemoglobina. Esta combinação é reversível e o oxigênio é transportado pela hemoglobina para os tecidos, onde a pressão de O2 é baixa. As combinações de hemoglobina com o dióxido de carbono (CO2), normalmente produzido nos tecidos também são reversíveis e constituem a carbamino-hemoglobina. Mas a maior parte do CO2 é transportado, dos tecidos para os pulmões, dissolvida no plasma. A hemoglobina tem uma afinidade maior pelo monóxido de carbono (CO) do que pelo O2, portanto o monóxido de carbono (CO) aspirado desloca O2,, reage com a hemoglobina para forma a carbo-hemoglobina, causando uma deficiência de O2, nos tecidos, que pode levar à morte. As anemias são patologias caracterizadas por baixa de concentração de hemoglobina no sangue ou uma diminuição do número de hemácias. Quando o número de hemácias é normal, mas cada hemácia contém pouca hemoglobina, as hemácias se coram mal e, por isso, este tipo de anemia é denominado de hipocrômica (pouca coloração). As anemias podem ser causadas por: hemorragia; produção insuficiente de hemácias pela medula óssea; produção de hemácias com hemoglobina insuficiente, geralmente por deficiência de ferro na alimentação; e destruição acelerada das hemácias. As hemácias são formadas na medula óssea vermelha, ao penetrarem na corrente sanguínea, as hemácias ainda contém certa quantidade de ribossomos. Quando corados com azul-brilhante-de-cresil que precipita o RNA, surgindo uma delicada rede de material basófilo corado de azul. Estas hemácias recebem o nome de reticulócito e sua concentração no sangue normal é de 1% do número total das hemácias. 4 As hemácias são retiradas da circulação sanguínea após 120 dias (em média) principalmente pelos macrófagos presentes no baço. Esfregaço sanguíneo, RETICULÓCITOS, visto ao microscópio de luz e ao microscópio eletrônico, respectivamente. LEUCÓCITOS ou GLÓBULOS BRANCOS Os leucócitos são células esféricas, responsáveis na defesa do organismo. Quando os tecidos são invadidos por microorganismos os leucócitos são atraídos por quimiotaxia, isto é, substâncias que provocam a migração dos leucócitos, deixam os capilares por diapedese, passam entre as células endoteliais, para penetrar no tecido conjuntivo, nos locais onde existe maior concentração dos agentes químicos. O número de leucócitos no sangue no adulto é de 6.000 a 10.000. O aumento é denominado leucocitose e a diminuição de leucopenia. Há leucócitos denominados de granulócitos por possuírem numerosos grânulos citoplasmáticos, são: neutrófilo, eosinófilo e basófilo. E os leucócitos agranulócito que apresentam poucos grânulos citoplasmáticos, pouco evidentes ao microscópio de luz, são: linfócito e monócito. NEUTRÓFILO 5 São os leucócitos mais numerosos. O tamanho é de 12-15µm de diâmetro. Seus grânulos citoplasmáticos não são nem intensamente acidófilos e nem intensamente basófilos, o que deu origem a um dos nomes destas células. O número total de neutrófilos corresponde a 58% dos leucócitos, em torno de 4.500 neutrófilos. O núcleo dos neutrófilos é multilobulado, com 3 a 5 segmentos. No citoplasma, caracterizam-se por possuir duas populações de grânulos citoplasmáticos; os grânulos azurófilos ou primários e os grânulos específicos ou secundários. 6 Os grânulos azurófilos ou primários se coram de azul ou púrpura com os corantes hematológicos do tipo Romanovsky. Durante a granulopoese se formam antes dos específicos por isso a denominação de primário. Os grânulos azurófilos são lisossomos, contém hidrolases lisossômicas e peroxidase. Os grânulos específicos ou secundários são menores e mais numerosos, e não se coram intensamente com os corantes de rotina. Possuem substâncias com propriedades bactericidas e bacteriostáticas, como por ex., lisozima, lactoferrina e fosfatase alcalina. Os neutrófilos imaturos são denominados de neutrófilos em bastonete por apresentarem os núcleos ainda não segmentados, correspondem aproximadamente a 4% dos leucócitos. FUNÇÃO: Fagocitose principalmente de bactérias. EOSINÓFILO Seu tamanho é semelhante aos neutrófilos, 12-15µm de diâmetro. È o segundo granulócito mais abundante no organismo, aproximadamente 2% dos leucócitos. Seu núcleo é bilobulado e apresenta grânulos fortemente acidófilos que se coram de rosa (eosina) e são claramente maiores do que dos neutrófilos. FUNÇÃO: Fagocitose do complexo antígeno-anticorpo. A quantidade de eosinófilos no sangue periférico aumenta nas infecções parasitárias e nas reações alérgicas. BASÓFILO São os granulócitos menos freqüentes. Possuem tamanho semelhante aos neutrófilos (12-15µm de diâmetro). Os grânulos apresentam forte basofilia se coram de roxo, são numerosos, relativamente grandes e irregulares. O núcleo de forma irregular, 7 geralmente está obscurecido pelo grande número de grânulos fortemente corados. Os grânulos contêm histamina e sulfato de heparana. FUNÇÃO: nas reações imunes, saem do sangue para atuar no tecido conjuntivo. È possível que desempenham um papel na hipersensibilidade e na anafilaxia. LINFÓCITO São leucócitos agranulócitos mais numerosos. Seu tamanho varia de pequeno (7 a 8µm de diâmetro) e médio (10 a 12µm de diâmetro), localizados no sangue periférico. E os linfócitos grandes (15µm de diâmetro) que são células mitóticas presentes no tecido linfático. Apresentam uma quantidade mínima de citoplasma que se torna difícil ser visualizado no microscópio de luz, e podem ser encontrados poucos grânulos azurófilos. Os linfócitos podem ser classificados como linfócitosT e linfócitos B. É impossível distinguiras células T das células B em esfregaços sanguíneos de rotina. São reconhecidos com colorações de inumocitoquímica (marcadores de superfície). Os linfócitos T se dividem e se diferenciam em diferentes células Killer citolíticas na resposta imune celular. E os linfócitos B se dividem e diferenciam em plasmóticos, presentes no tecido conjuntivo e cuja função é secretar as imunoglobulinas (anticorpos). FUNÇÃO: os linfócitos T atuam na resposta imune celular e os linfócitos B na resposta imune humoral. MONÓCITO São as maiores células presentes no sangue periférico, e podem chegar a ter 20µm de diâmetro. O núcleo possui uma morfologia variada, pode se esférico a ovóide com uma endentação (semelhante a um feijão ou uma ferradura). No citoplasma contém alguns grânulos azurófilos. 8 FUNÇÃO: Os monócitos quando migram para o tecido conjuntivo se tornam os macrófagos, células especializadas na fagocitose. PLAQUETAS São fragmentos anucleados de células delimitados por membrana. São liberados da superfície dos megacariócitos na medula óssea vermelha. FUNÇÃO: Agregação plaquetária, as plaquetas reagem às superfícies anormais, como podem ser encontradas em um ferimento com sangramento. Estas plaquetas são consideradas em ativação. E as plaquetas ativadas aderem às extremidades cortadas dos vasos sanguíneos. A massa de plaquetas é denominada de trombo. As plaquetas liberam fatores que participam da cascata da coagulação e da formação de fibrina. 9 ROTEIRO DE ESTUDO 1. Dê a constituição do sangue. 2. Qual é a composição protéica do plasma? 3. Quais são as células sangüíneas? 4. Descreva as características morfológicas das hemácias. 5. Qual é a principal função das hemácias. 6. O que são reticulócitos. 7. Cite os tipos de leucócitos. 8. Caracterize um Neutrófilo morfologicamente. 9. O que são bastonetes? 10. Dê a característica histológica e funções dos seguintes leucócitos: • Eosinófilo • Basófilo • Linfócito • Monócito 11. Diferencie linfócito B de T quanto suas características histológicas e funcionais. 12. Esquematize os leucócitos granulócitos e agranulócitos. 13. Qual é a origem das plaquetas. E cite sua função. 10 BIBLIOGRAFIA BURKITT, H. G.; YOUNG, B.; HEATH Wheater Histologia Funcional 3.ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1994 DI FIORE, M.S.H. Atlas de Histologia. 7.ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1995. JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica 9.ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1999 KERR, J. B. Atlas de Histologia Funcional 3 ed. São Paulo, Artes Médicas, 2000
Compartilhar