Buscar

Processo sensibilização e dor do membro fantasma

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
1 Farmacologia clínica | 5º semestre | Débora Sousa | 01/02/2022 
Processo sensibilização e dor do membro fantasma
FISIOPATOLOGIA DA SENSIBILIZAÇÃO 
Fibras Aδ: responsáveis pela dor aguda (dor rápida), 
interligada com a dor nociceptiva 
Fibras C: responsáveis pela dor difusa (dor lenta) 
Hiperalgesia primária: sensibilidade diretamente no 
tecido lesado 
Hiperalgesia secundária: sensibilidade não ocorre 
exatamente no local ocorre nos nervos periféricos 
não lesados 
SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA 
As lesões e os processos inflamatórios teciduais 
alteram profundam ente a constituição química do 
ambiente externo dos terminais dos nociceptores. 
Células lesadas: liberam o seu conteúdo nesses 
tecidos, como ATP | íons potássio. Células 
inflamatórias (atraídas p/ local da lesão): geram 
diminuição do pH | citocininas | quimiocininas | 
fatores de crescimento. 
Alguns desses elementos atuam diretamente sobre 
os terminais nociceptores para ativá-los e produzir 
dor (ativadores de nociceptores). 
Outros sensibilizam esses terminais, tornando-os 
hipersensíveis aos estímulos subseqüentes 
(sensibilizadores dos nociceptores). 
SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA: diminui o limiar de 
excitação de nociceptores (limiar alto de excitação) 
e de nociceptores silentes aumenta sensibilidade 
aos estímulos nociceptivos e não-nociceptivos. 
Origem: interação de nociceptores com a “sopa 
inflamatória” de substâncias liberadas quando o 
tecido é lesado. 
Produtos de lesão tecidual: prótons extracelulares | 
ácido araquidônico | outros metabólitos de lipídeos 
|bradicinina | histamina | serotonina | 
prostaglandinas | nucleotídeos | fator de 
crescimento nervoso (NGF, de nerve growth factor) 
todos podendo interagir com receptores ou canais 
iônicos em fibras nociceptivas aumentando suas 
respostas. 
 
Resposta inflamatória ao dano tecidual. Substâncias liberadas 
por tecidos lesados aumentam a resposta das fibras 
nociceptivas. Além disso, a ativação elétrica dos nociceptores 
causa a liberação de peptídeos e neurotransmissores que 
contribuem para a resposta inflamatória. 
Respostas do receptor TRPV1 ao calor: podem ser 
potencializadas pela interação direta do canal com 
prótons extracelulares e metabólitos de lipídeos. 
NGF e a bradicinina: também potencializam a 
atividade de receptores TRPV1, mas o fazem de 
forma indireta por meio de ações sobre receptores 
de superfície distintos (TrkA e receptores da 
bradicinina, respectivamente) e suas vias de 
sinalização intracelulares. 
Prostaglandinas: ligam-se a receptores acoplados à 
proteína G aumentam os níveis de AMP cíclico 
dentro dos nociceptores | reduzem o limiar de 
despolarização necessário p/ gerar potenciais de 
ação pela fosforilação de uma classe específica de 
canais de sódio resistentes a TTX (expressos em 
nociceptores). 
Atividade elétrica nos nociceptores: os faz liberar 
peptídeos e neurotransmissores como a substância P 
e ATP todos contribuindo ainda mais para a 
resposta inflamatória (vasodilatação | edema | 
liberação de histamina por mastócitos). 
Propósito da complexa cascata química que surge no 
local de lesão: protege a área lesada | promovem 
cicatrização | protegem contra infecções por meio 
 
2 
2 Farmacologia clínica | 5º semestre | Débora Sousa | 01/02/2022 
de efeitos locais aumento do fluxo sanguíneo e 
migração de leucócitos para o local. 
SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL 
Aumento da excitabilidade de neurônios no corno 
dorsal da medula espinhal, de surgimento imediato 
e dependente de atividade ocorre após altos níveis 
de atividade dos aferentes nociceptivos. 
Níveis de atividade dos aferentes nociceptivos que 
eram subliminares antes do evento sensibilizante 
tornam-se suficientes para gerar potenciais de ação 
nos neurônios do corno dorsal contribuindo para 
um aumento da sensibilidade à dor. 
SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL: amplifica e facilita a 
transferência sináptica do estímulo nociceptivo 
oriundo do terminal nociceptor central em direção 
ao neurônio nociceptivo medular. 
Requer estimulação nociceptiva rápida ou 
prolongada, porém intensa, para ser iniciada. 
Início: nos neurônios do corno dorsal pela atividade 
dos nociceptores os efeitos se generalizam para 
outras entradas que provêm de mecanorreceptores 
de baixo limiar. 
 Estímulos que, sob condições normais, seriam 
inócuos (como passar um pincel na superfície da 
pele) passam a ativar neurônios de segunda ordem 
no corno dorsal recebem entradas nociceptivas dá 
origem à sensação de dor. 
Esse tipo de sensibilização dá início a uma cascata 
de eventos no corno dorsal da medula, a qual é 
gerada pela liberação de uma série de 
neurotransmissores nos terminais dos nociceptores 
centrais origina alterações na densidade de 
receptores sinápticos | no seu limiar | na sua 
cinética e ativação aumentando o tráfego de sinais 
nociceptivos na transmissão medular. 
Contribui para a hiperresponssividade da dor pós-
operatória | hemicrania | dor neuropática | 
fibromialgia | dor do trato gastrintestinal. 
Relaciona-se com a dor nociceptiva. 
Mecanismos independentes de transcrição: 
Windup (dar corda) progressivo aumento da taxa 
de disparos nos neurônios do corno dorsal em 
resposta à ativação repetida de baixa frequência dos 
aferentes nociceptivos. 
 Apesar de a intensidade de estimulação ser 
constante, a intensidade percebida do estímulo 
aumenta a cada apresentação do estímulo. 
NEURÔNIOS WDR: mecanismo feedback -> quanto 
mais hiperextimulado ele for, mais canais iônicos irá 
abrir, aumentará o limiar de dor etc 
Caso clínico 
Paciente, 45 anos, etilista, tagabista, morador de 
rua, vem a unidade trazido por terceiros por ferida 
na perna. Ao indagar informação ao paciente, ele 
refere que tudo se iniciou há 5 meses. No começo, 
quando sentia dor, ele bebia pra esquecê-la, com o 
passar do tempo não sentia mas dor. Qual a hipótese 
diagnóstica? 
 
HD: a inibição da dor ocorreu devido à neuropatia 
diabética (microangiopatia diabética). Houve 
processo de sensibilização diminuiu o limiar da 
dor. 
DOAP (Doença Arterial Periférica - descarta 
palpando pulso e com US doppler arterial) e 
neuropatia diabética: causas para doença obstrutiva 
periférica 
OSTEOMIELITE: rarefação na falange, representada 
por hipodensidade -> representação clara no Raio-X 
desse caso. 
 
 
3 
3 Farmacologia clínica | 5º semestre | Débora Sousa | 01/02/2022 
DOR DO MEMBRO FANTASMA 
Envolve sensação de dor de uma parte do corpo que 
tenha sido removida, de membro ou órgão de 
maneira traumática ou congênita 
Ex.: pcte de anemia falciforme que já tirou o baço 
e chega com dor em hipocôndrio esquerdo baço 
 
SENSAÇÃO DE MEMBRO FANTASMA X DOR DO 
MEMBRO FANTASMA 
SENSAÇÃO DE MEMBRO FANTASMA: 
Sensação desejável e geralmente indolor que pode 
melhorar o sentido que indica a posição do membro 
acompanhada ou não de dor 
Pode ocorrer após a aplicação de bloqueio nervoso 
local para fins cirúrgicos. 
 Exemplo: durante a recuperação da anestesia do 
plexo braquial, há caso de o paciente experimentar 
a sensação de um braço-fantasma, percebido como 
inteiro e intacto, mas deslocado do braço real. 
Tais fantasmas sensoriais demonstram que a 
maquinaria central para o processamento da 
informação somatossensorial não está inativa na 
ausência de estímulos periféricos. 
 Parece que o aparato de processamento sensorial 
central continua a operar, de maneira independente 
da periferia, dando origem a essas sensações. 
CLÍNICA: dormência | queimação | câimbra | 
pontadas | ilusão vívida do movimento do membro 
fantasma ou apenas a sensação 
de sua existência. 
DOR DO MEMBRO FANTASMA 
Considerada pela disfunção do sistema nervoso 
central ou periférico. 
Acreditava-se ser de origem psíquica, hoje já se tem 
embasamento fisiológico agregado.Quanto + próximo da amputação, mais fácil de 
sentir a dor do membro fantasma 
Uso de raquianestesia e anestesia geral: risco da dor 
fantasma é diminuído |caso seja feito sem alguma 
anestesia, há mais chances de ocorrer 
FISIOPATOLOGIA 
Não é bem esclarecida! 
UMA DAS TERORIAS: Ocorre uma considerável 
reorganização funcional dos mapas somatotópicos 
no córtex somatossensorial primário de amputados. 
Essa reorganização inicia-se logo após a amputação 
e tende a se desenvolver ao longo dos anos. Um dos 
efeitos desse processo é que os neurônios que 
tiveram suas aferências originais perdidas 
(juntamente do membro removido) respondem à 
estimulação tátil de outras partes do corpo. 
 Exemplo: a estimulação da face ser 
experimentada como um toque no membro perdido. 
OUTRAS TEORIAS: baseadas em mecanismos 
periféricos, “espinhais”, centrais e psicogênicas. 
 Não há uma teoria amplamente aceita 
suposição: podem coexistir múltiplos mecanismos! 
CLÍNICA: 
Dor em queimação | pulsátil | como formigamento 
associada com a redução da temperatura no coto, 
Dor como cãibra precedida por e associada a 
alterações na eletromiografia (EMG). 
Formigamento difuso que “reconstrói” toda a 
extensão do membro amputado. 
Sensação de dor em facada| ardor ou dor, 
principalmente localizada na parte distal do 
membro fantasma essas dores parecem pouco ou 
não tem nenhuma semelhança com uma experiência 
sensorial anterior 
DOR AGUDA: dura segundos, dias ou semanas 
sinal de alerta após cirurgias, traumatismo, 
inflamação ou infecção 
DOR CRÔNICA: dor aguda s/ tratamento adequado 
| duração de meses ou anos. 
TRATAMENTO: 
Uma das causas + comuns de dor crônica e difícil de 
ser tratada 
Em virtude da natureza difusa do processamento 
central da dor, a ablação do trato espinotalâmico, 
 
4 
4 Farmacologia clínica | 5º semestre | Débora Sousa | 01/02/2022 
de porções do tálamo ou até mesmo do córtex 
sensorial primário, em geral, não alivia o 
desconforto experimentado por esses pacientes. 
FARMACOLÓGICO: 
➢ Antidepressivos tricíclicos 
▪ Amitriptilina 
▪ Nortriptilina 
➢ Relaxantes musculares de efeito central 
▪ Ciclobenzaprina 
➢ Anticonvulsivantes (análogo do GABA) 
▪ Gabapentina 
▪ Pregabalina 
➢ Bloqueadores de canais de sódio 
▪ Carbamazepina 
NÃO-FARMACOLÓGICOS: 
Resultados discutíveis! 
➢ Aplicação de calor; 
➢ Massagem na área da amputação; 
➢ Biofeedback para reduzir a tensão muscular no 
membro residual; 
➢ Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea 
(TENS) do membro residual. 
 
REFERÊNCIAS: 
PURVES, D. et al. Neurociências. 2ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2005. 
NETO, O. A. et al. Dor: princípios e práticas. 1ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2009. 
POLAKIEWICZ, R. Dor do membro fantasma: como 
cuidar do paciente? Disponível em: 
<https://pebmed.com.br/dor-do-membro-
fantasma-como-cuidar-do-paciente-com-
ela/#:~:text=Na%20maioria%20das%20vezes%20%C3
%A9,sistema%20nervoso%20central%20ou%20perif%C
3%A9rico.>. Acesso em: 7 mar. 2022.

Continue navegando