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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ALVES FARIA – UNIALFA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO THAYS OLIVEIRA DOS SANTOS REVITALIZAÇÃO URBANA NA CIDADE DE ITAUÇU ATRAVÉS DA ACUPUNTURA URBANA GOIÂNIA, GOIÁS 2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ALVES FARIA – UNIALFA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO THAYS OLIVEIRA DOS SANTOS REVITALIZAÇÃO URBANA NA CIDADE DE ITAUÇU ATRAVÉS DA ACUPUNTURA URBANA Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Alves Faria para obtenção de nota. Professor orientador: Guilherme de Sena Esteves GOIÂNIA, GOIÁS 2021 Thays Oliveira dos Santos REVITALIZAÇÃO URBANA NA CIDADE DE ITAUÇU ATRAVÉS DA ACUPUNTURA URBANA Trabalho final apresentado à banca examinadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Alves Faria - UNIALFA, sob orientação professor orientador: Guilherme de Sena Esteves Goiânia _____ de _____________ de 2021. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Prof.: Guilherme de Sena Esteves Orientador _______________________________________________________ Avaliador GOIÂNIA, GOIÁS 2021 Agradecimentos Agradeço a Deus por me conduzir e me fortalecer em todos os momentos. Agradeço aos meus avós Clarita Maria e Newton Oliveira, e minha mãe, Mônica Oliveira, por serem meus grandes exemplos de força e fé, e apoiarem meus sonhos. Agradeço toda minha família por me apoiar e incentivar meus estudos. Ao meu namorado, Daniel, pelo apoio, compreensão e incentivo. A Carla Rubia e Ismael Martins por me auxiliarem no levantamento de dados para desenvolvimento deste projeto. Aos amigos de faculdade, em especial Yasmin Bárbara por compartilhar conhecimento. Agradeço aos professores em especial meu orientador Guilherme Esteves, professora Flávia Cirqueira, e ao professor Vinícius Antonelli de Souza por auxiliarem no desenvolvimento deste trabalho. E em homenagem ao arquiteto e urbanista Jaime Lerner, que apresenta o conceito de acupuntura urbana utilizado no desenvolvimento deste trabalho. RESUMO O município de Itauçu, localizado na região central do estado de Goiás a 70 km de Goiânia, se originou a partir da passagem de tropeiros que abriram caminho ligando a capitania de Goiás a região sul no século XIX. Atualmente o município apresenta problemáticas causadas pela inexistência de legislações municipais que direcionem as construções, o crescimento urbano e a falta de planejamento urbano da cidade. A partir dessa análise é possível identificar a necessidade de um projeto de revitalização para a cidade. Trata-se de um trabalho de conclusão de curso elaborado utilizando como instrumento de revitalização os princípios do pensamento da Acupuntura Urbana que consiste em melhorias pontuais em bairros e cidades, podendo ser físicas ou sociais de modo que essas ações implicam em transformações em seu entorno, podendo gerar modificações sociais, culturais, naturais e até no desenvolvimento econômico e urbano. Tem-se por objetivo geral elaborar um projeto de revitalização urbana a partir dos princípios da acupuntura urbana, para a cidade de Itauçu, visando otimizar o funcionamento da cidade e formas de proporcionar espaços de lazer seguros e atrativos e, melhorias na infraestrutura básica como iluminação pública e mobiliários para uso da população da cidade tendo como ponto de partida os estudos e análises feitas da cidade de Itauçu. A metodologia para a elaboração deste trabalho consiste em uma revisão bibliográfica para formulação de uma base de dados e conceitos, posteriormente, um levantamento de estudos de casos e, após, a elaboração de um projeto de revitalização urbana. Palavras-chave: Itauçu; Revitalização Urbana; Acupuntura Urbana. ABSTRACT The city of Itauçu, situated at the central region of the estate of Goiás, seventy kilometers of distance of the capital Goiânia, originated itself through the animal troop’s conductors passing that created a route from the South region of Brazil to the estate of Goiás in the XIX century. In the present time, the city has problematics caused by the absence of city laws that regulate the buildings, the urban growth and the lack of urban planning. Throughout this analysis, it is possible to identify that the city needs an urban revitalization. This is a completion of course work, elaborated with the principles of the urban acupuncture thought as instrument, it is consists on punctual improvements in neighbors and cities that can be socials or physical and they imply on changing the culture, the nature, the society and even the urban and economic development. The main objective is to elaborate an urban revitalization project to the city of Itauçu based on the urban acupuncture principles, aiming to improve the city’s functioning, its infrastructure, and creating safe and attractive leisure spaces. The methods consist in a literature review to formulate a database and concepts, after, a survey of case studies and then the construction of an urban revitalization project. Keywords: Itauçu; Urban Revitalization; Urban Acupuncture. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 19 1.1 Justificativa ........................................................................................................ 20 1.2 Objetivos ............................................................................................................ 21 1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 21 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 21 1.3 Hipótese ............................................................................................................. 22 1.4 Metodologia ....................................................................................................... 22 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 24 2.1 Jaime Lerner, Acupuntura Urbana ................................................................... 24 2.2 Revitalização Urbana ........................................................................................ 24 2.3 A importância das áreas de lazer para as cidades ......................................... 25 2.4 Dados sobre o município .................................................................................. 25 3 ESTUDOS DE CASO ............................................................................................. 26 3.1 Medellín .............................................................................................................. 26 3.1.1 Contexto Histórico .................................................................................. 26 3.1.2 Planejamento e Transformação ............................................................. 27 3.1.3 Mobilidade ............................................................................................... 30 3.1.3.1 Transporte Público ............................................................................... 30 3.1.3.2 Metrocable ............................................................................................ 31 3.1.3.3 Metroplus .............................................................................................. 31 3.1.3.4 Metrô ..................................................................................................... 32 3.1.3.5 Tranvía ..................................................................................................32 3.1.3.6 Ônibus ................................................................................................... 33 3.1.3.7 Encicla ................................................................................................... 33 3.1.4 Parques .................................................................................................... 34 3.1.5 Habitação ................................................................................................. 35 3.1.6 Biblioteca ................................................................................................. 36 3.1.8 Escadas .................................................................................................... 37 3.1.9 Referências adotadas ............................................................................. 38 3.2 Parque Superkilen ............................................................................................. 38 3.2.1 O Projeto .................................................................................................. 39 3.2.2 Transformações ...................................................................................... 41 3.2.3 Referências adotadas ............................................................................. 42 3.3 Reurbanização do Vale do Anhangabaú ......................................................... 42 3.3.1 Estudos .................................................................................................... 42 3.3.2 Projeto ...................................................................................................... 44 3.3.3 Visões divergentes sobre o projeto ....................................................... 45 3.3.4 Referências adotadas ............................................................................. 47 3.4 Pocket Parks ...................................................................................................... 47 3.4.1 Pocket Park em Xinhua Road ................................................................. 47 3.4.2 Referências .............................................................................................. 49 4 ESTUDO DE LUGAR ............................................................................................. 50 4.1 Localização ........................................................................................................ 50 4.2 Histórico ............................................................................................................. 50 4.3 Aspectos Físicos e Ambientais ........................................................................ 52 4.4 Uso do Solo ....................................................................................................... 54 4.5 Gabarito de Altura ............................................................................................. 55 4.6 Infraestrutura ..................................................................................................... 56 4.7 Equipamentos Públicos .................................................................................... 59 4.8 Sistema Viário .................................................................................................... 64 4.9 Arborização ........................................................................................................ 65 5 CONCEITO E PARTIDO ........................................................................................ 68 5.1 Conceito ............................................................................................................. 68 5.2 Partido ................................................................................................................ 69 6 PROPOSTAS DE POJETO ................................................................................... 70 6.1 Casa da ponte .................................................................................................... 71 6.1.1 Pré-dimensionamento ............................................................................. 73 6.1.2 Quadro síntese ........................................................................................ 75 6.1.3 Organograma e Fluxograma .................................................................. 76 6.1.4 Setorização .............................................................................................. 77 6.1.5 Pré-projeto ............................................................................................... 79 6.2 Antiga Feira Coberta ......................................................................................... 81 6.2.1 Pré-dimensionamento ............................................................................. 82 6.2.2 Quadro síntese ........................................................................................ 85 6.2.3 Organograma e Fluxograma .................................................................. 86 6.2.4 Setorização .............................................................................................. 87 6.2.5 Pré-projeto ............................................................................................... 88 6.3 Feira .................................................................................................................... 90 6.3.1 Pré-dimensionamento ............................................................................. 91 6.3.2 Quadro síntese ........................................................................................ 93 6.3.4 Setorização .............................................................................................. 95 6.3.5 Pré-Projeto ............................................................................................... 95 6.4 Praça dos Ciganos ............................................................................................ 97 6.4.1 Pré-dimensionamento ............................................................................. 98 6.4.2 Quadro síntese ...................................................................................... 100 6.4.3 Organograma e Fluxograma ................................................................ 101 6.4.4 Setorização ............................................................................................ 102 6.4.5 Pré-Projeto ............................................................................................. 103 6.5 Praça Matriz ..................................................................................................... 104 6.5.1 Organograma e Fluxograma ................................................................ 105 6.5.2 Setorização ............................................................................................ 106 6.6 Praça Pedra Grande ........................................................................................ 107 6.6.1 Pré-dimensionamento ........................................................................... 108 6.6.2 Quadro síntese ...................................................................................... 110 6.6.3 Organograma e Fluxograma ................................................................ 111 6.6.4 Organograma e Fluxograma ................................................................ 111 6.6.5 Pré-projeto ............................................................................................. 113 7 CONSIDERAÇÕES PROJETUAIS ...................................................................... 115 7.1 Pontos escolhidos .......................................................................................... 115 7.1.1 Casa da ponte ........................................................................................ 115 7.1.1 Feira Coberta .........................................................................................117 7.2 Projeto Urbano ................................................................................................ 118 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 119 APÊNDICE .............................................................................................................. 124 I Pesquisa............................................................................................................... 124 II Memorial de Cálculo .......................................................................................... 135 Lista de Figuras Figura 1 - Medellín .................................................................................................... 26 Figura 2 - Taxa de homicídios em Medellín .............................................................. 27 Figura 3 - Expectativa de vida em Medellín .............................................................. 27 Figura 4 - Zonas dos Projetos Urbanos integrais ..................................................... 29 Figura 5 - Plano Mestre do PUI-nor .......................................................................... 29 Figura 6 - Linhas de transporte Público .................................................................... 30 Figura 7 – Metrocable ............................................................................................... 31 Figura 8 - Metroplus ................................................................................................. 31 Figura 9 - Metrô de Medellín..................................................................................... 32 Figura 10 - Tranvía de Medellín ................................................................................ 32 Figura 11 - Ônibus Elétrico ....................................................................................... 33 Figura 12 - Estação Encicla ...................................................................................... 33 Figura 13 - Parque de Los Pies Decalzos ................................................................ 34 Figura 14 - Projeto Parque Rio Medellín .................................................................. 34 Figura 15 - Orquideodrama ...................................................................................... 35 Figura 16 - Projeto Orquideodrama .......................................................................... 35 Figura 17 - Ponte El Mirador e conjuntos habitacionais ........................................... 35 Figura 18 - Biblioteca de Belen ................................................................................. 36 Figura 19 - Biblioteca San Javier .............................................................................. 36 Figura 20 - Biblioteca de La Ladera .......................................................................... 37 Figura 21 - Biblioteca de La Quintana ...................................................................... 37 Figura 22 - Biblioteca Espanha ................................................................................. 37 Figura 23 - Escada Rolante de Medellín .................................................................. 38 Figura 24 - Localização Parque Superkilen .............................................................. 39 Figura 25 -Zoneamento Parque Superkilen .............................................................. 39 Figura 26 - Área Vermelha ....................................................................................... 40 Figura 27 - Área Preta .............................................................................................. 40 Figura 28 - Área Verde ............................................................................................. 40 Figura 29 - Fonte marroquina ................................................................................... 41 Figura 30 - Área de box tailandês ............................................................................. 41 Figura 31 – Mobiliário playground ............................................................................ 41 Figura 32 - Escorregador Playground ....................................................................... 41 Figura 33 - Localização Vale do Anhangabaú .......................................................... 42 Figura 34 – Programa para o Vale do Anhangabaú ................................................. 43 Figura 35 – Caminhos e espelhos d’água ................................................................ 44 Figura 36 – Espelhos d’água desativados ................................................................ 44 Figura 37- Faixas de usos ........................................................................................ 45 Figura 38 – Proposta de mobiliário urbano ............................................................... 45 Figura 39 – Proposta geral ....................................................................................... 45 Figura 40 – Antes e Depois do Valle do Anhangabaú .............................................. 46 Figura 41 - Localização Pocket Park - Xinhua Road ................................................ 48 Figura 42 - Área antes da implantação do projeto .................................................... 48 Figura 43 - Vista superior do terreno ........................................................................ 48 Figura 44 - Espelhos ................................................................................................ 49 Figura 45 - Painéis culturais ..................................................................................... 49 Figura 46 - Vegetação .............................................................................................. 49 Figura 47 - Localização da cidade de Itauçu-GO ..................................................... 50 Figura 48 - Vista do Município de Itauçu-GO em sua formação ............................... 51 Figura 49 - Município de Itauçu- GO em sua formação ............................................ 51 Figura 50 - Tradicional Folia de Reis ........................................................................ 52 Figura 51 - Congada ................................................................................................. 52 Figura 52 - Rede hidrográfica do Alto do Meia Ponte ............................................... 52 Figura 53 - Municípios abastecidos pelo Meia Ponte ............................................... 52 Figura 54 -Topografia da cidade de Itauçu-GO ........................................................ 53 Figura 55 - Limite dos loteamentos a sudoeste ........................................................ 53 Figura 56 - Insolação sobre a cidade de Itauçu-GO ................................................. 53 Figura 57 - Uso do Solo ............................................................................................ 54 Figura 58 - GO-070 Galpões subutilizados .............................................................. 55 Figura 59 - GO-070 Lanchonete e vendas ............................................................... 55 Figura 60 - Uso misto com 2 pavimentos ................................................................. 55 Figura 61 - Uso misto térreo ..................................................................................... 55 Figura 62 - Gabarito de Altura .................................................................................. 56 Figura 63 - Mapa de Infraestrutura ........................................................................... 57 Figura 64 - Iluminação Pública ................................................................................. 57 Figura 65 - Iluminação Pública .................................................................................57 Figura 66 - Abastecimento de água .......................................................................... 58 Figura 67 - Abastecimento de água .......................................................................... 58 Figura 68 - Rede de esgoto ...................................................................................... 58 Figura 69 - Abastecimento de Energia Elétrica ........................................................ 58 Figura 70 - Abastecimento de Energia Elétrica ........................................................ 58 Figura 71 - Rua 8 Setor Ary Demóstenes ................................................................. 59 Figura 72 - Rua 4 Setor Ary Demóstenes ................................................................. 59 Figura 73 - Rua 4 Setor Cruzeiro do Sul .................................................................. 59 Figura 74 - Mapa Equipamentos públicos ................................................................ 60 Figura 75 - Escola municipal Visão do Futuro .......................................................... 61 Figura 76 - Colégio estadual da polícia militar .......................................................... 61 Figura 77 - Avaliação do Sistema de Educação ....................................................... 61 Figura 78 - Fachada Hospital Municipal ................................................................... 61 Figura 79 -Fachada UBS João da Ambulância......................................................... 61 Figura 80 - Avaliação do sistema de saúde .............................................................. 61 Figura 81 – Clube Municipal ..................................................................................... 62 Figura 82 - Casa da Ponte........................................................................................ 62 Figura 83 - Espaços de Lazer ................................................................................... 62 Figura 84 - Avaliação dos Espaços de lazer............................................................. 63 Figura 85 - Lazer para jovens e crianças ................................................................. 63 Figura 86 - Lazer para Adultos e Idosos ................................................................... 63 Figura 87 - Avaliação da Segurança pública ............................................................ 64 Figura 88 - Prefeitura Municipal de Itauçu-GO ......................................................... 64 Figura 89 - Sistema viário ......................................................................................... 65 Figura 90 - Arborização ............................................................................................ 66 Figura 91 - Árvores ................................................................................................... 66 Figura 92 - Praça dos Ciganos ................................................................................. 67 Figura 93 - Praça dos Ciganos ................................................................................. 67 Figura 94 - Praça Matriz ........................................................................................... 67 Figura 95 - Praça da Paineira ................................................................................... 67 Figura 96 - Praça da Paineira ................................................................................... 67 Figura 97 – Pré-proposta de revitalização ................................................................ 70 Figura 98 - Casa da Ponte........................................................................................ 71 Figura 99 - Terreno casa da ponte ........................................................................... 72 Figura 100 - Planta atual casa da ponte ................................................................... 72 Figura 101 - Proposta de layout ............................................................................... 74 Figura 102 - Sala Multiuso ........................................................................................ 74 Figura 103 - Cafeteria ............................................................................................... 74 Figura 104 - Depósito ............................................................................................... 74 Figura 105 - Varanda ................................................................................................ 74 Figura 106 - Banheiro Feminino ............................................................................... 75 Figura 107 - Banheiro masculino .............................................................................. 75 Figura 108 - Banheiro PNE....................................................................................... 75 Figura 109 - Organograma Casa da Ponte .............................................................. 76 Figura 110 - Fluxograma Casa da Ponte .................................................................. 77 Figura 111 - Setorização Casa da Ponte .................................................................. 78 Figura 112 - Planta Baixa Casa da Ponte ................................................................ 79 Figura 113 - Corte casa da Ponte ............................................................................. 79 Figura 114 - Volumetria casa da ponte com ampliação ............................................ 80 Figura 115 - Volumetria Casa da Ponte ................................................................... 80 Figura 116 - Volumetria Casa da ponte .................................................................... 80 Figura 117 - Feira coberta terreno ............................................................................ 81 Figura 118 - Feira coberta ........................................................................................ 81 Figura 119 - Estrutura e cobertura ............................................................................ 81 Figura 120 - Pista de Skate ...................................................................................... 83 Figura 121 - Playground ........................................................................................... 83 Figura 122 – Quiosque ............................................................................................. 84 Figura 123 - Banheiro feminino ................................................................................ 84 Figura 124 - Banheiro Masculino .............................................................................. 84 Figura 125 - Banheiro PNE....................................................................................... 84 Figura 126 – Proposta Banco ................................................................................... 84 Figura 127 - Proposta lixeira ..................................................................................... 84 Figura 128 - Organograma Feira Coberta ................................................................ 86 Figura 129 - Fluxograma Feira Coberta ................................................................... 86 Figura 130 - Setorização Feira coberta .................................................................... 87 Figura 131 - Planta Baixa Feira Coberta .................................................................. 88 Figura 132 - Corte Feira Coberta .............................................................................. 88 Figura 133 - Volumetria Feira Coberta ..................................................................... 89 Figura 134 Volumetria Feira coberta ........................................................................ 89 Figura 135 - Volumetria Feira Coberta .....................................................................89 Figura 136 - Volumetria Feira Coberta ..................................................................... 89 Figura 137 - Volumetria Feira Coberta ..................................................................... 89 Figura 138 - Volumetria Feira Coberta ..................................................................... 89 Figura 139 - Praça Ilete Bueno ................................................................................. 90 Figura 140 - Praça Ilete Bueno ................................................................................. 90 Figura 141 - Feira ..................................................................................................... 90 Figura 142 - Blocos de intervenção .......................................................................... 91 Figura 143 - Palco e área de mesas ......................................................................... 92 Figura 144 - Playground ........................................................................................... 92 Figura 145 - Banca ................................................................................................... 92 Figura 146 - Banheiro feminino ................................................................................ 92 Figura 147 - Banheiro masculino .............................................................................. 92 Figura 148 - Banheiro PNE....................................................................................... 92 Figura 149 - Organograma Feira .............................................................................. 94 Figura 150 - Fluxograma Feira ................................................................................. 94 Figura 151 - Setorização Feira ................................................................................. 95 Figura 152 - Feira e bloco 01 e 02 ............................................................................ 95 Figura 153 - Planta baixa bloco 03 ........................................................................... 96 Figura 154 - Planta baixa bloco 02 ........................................................................... 96 Figura 155 – Corte Feira .......................................................................................... 96 Figura 156 - Planta atual Praça dos Ciganos ........................................................... 97 Figura 157 - Praça dos Ciganos ............................................................................... 97 Figura 158 - Praça dos Ciganos ............................................................................... 97 Figura 159 – Playground .......................................................................................... 98 Figura 160 - Academia ............................................................................................. 98 Figura 161 - Quiosque e praça de alimentação ........................................................ 99 Figura 162 - Proposta bancos hexagonais ............................................................... 99 Figura 163 - Perspectiva bancos hexagonais ........................................................... 99 Figura 164 - Organograma Praça dos Ciganos ...................................................... 101 Figura 165 - Fluxograma Praça dos Ciganos ......................................................... 101 Figura 166 - Setorização Praça dos Ciganos ......................................................... 102 Figura 167 - Planta baixa praça dos ciganos.......................................................... 103 Figura 168 - Corte Praça dos Ciganos ................................................................... 103 Figura 169 - Planta atual Praça Matriz ................................................................... 104 Figura 170 - Organograma Praça Matriz ................................................................ 105 Figura 171 - Fluxograma Praça Matriz ................................................................... 105 Figura 172 - Setorização Praça Matriz ................................................................... 106 Figura 173 - Corte Praça Matriz ............................................................................. 106 Figura 174 - Praça pedra grande ............................................................................ 107 Figura 175 - Praça Pedra Grande existente ........................................................... 107 Figura 176 - Terreno vazio ..................................................................................... 107 Figura 177 - Mini Quadra Poliesportiva .................................................................. 108 Figura 178 - Academia ........................................................................................... 108 Figura 179 - Playground ......................................................................................... 109 Figura 180 - Quiosque e praça de alimentação ...................................................... 109 Figura 181 - Banheiro Feminino ............................................................................. 109 Figura 182 - Banheiro Masculino ............................................................................ 109 Figura 183 - Banheiro PNE..................................................................................... 109 Figura 184 – Organograma Praça Pedra Grande ................................................... 111 Figura 185 - Fluxograma Praça Pedra Grande ....................................................... 111 Figura 186 - Setorização Praça Pedra Grande....................................................... 112 Figura 187 - Planta baixa Praça Pedra Grande ...................................................... 113 Figura 188 - Corte Praça Pedra Grande ................................................................. 114 Figura 189 - Fachada frontal casa da ponte ........................................................... 116 Figura 190 - fachada frontal ampliação e Casa ...................................................... 116 Figura 191 - Fachada frontal cafeteria .................................................................... 116 Figura 192 - Jardim posterior .................................................................................. 116 Figura 193 - Perspectiva Feira Coberta .................................................................. 117 Figura 194 - Facha Feira Coberta .......................................................................... 117 Figura 195 - Perspectiva interna ............................................................................. 118 Figura 196 - Praça de alimentação ......................................................................... 118 Figura 197 - Gráfico pilar de concreto .................................................................... 136 Figura 198 - Gráfico laje nervurada ........................................................................ 137 Figura 199 - Gráfico pilar metálico .......................................................................... 137 Figura 200 - Gráfico viga de aço ............................................................................ 138 Lista de Tabelas Tabela 1 - Programa de necessidades Casa da ponte ............................................. 73 Tabela 2 - Quadro Síntese Casa Da Ponte .............................................................. 75 Tabela 3 - Programa de necessidades feira coberta ................................................ 82 Tabela 4 - Quadro Síntese Antiga Feira Coberta ...................................................... 85 Tabela 5 - Programa de Necessidades Feira............................................................ 91 Tabela 6 - Quadro Síntese Feira ...............................................................................93 Tabela 7 - Programa de Necessidades Praça dos Ciganos ..................................... 98 Tabela 8 - Quadro Síntese Praça dos Ciganos....................................................... 100 Tabela 9 - Programa de Necessidades Praça Matriz .............................................. 104 Tabela 10 - Programa de Necessidades Praça Pedra Grande ............................... 108 Tabela 11 - Quadro Síntese Praça Pedra Grande .................................................. 110 19 1 INTRODUÇÃO O município de Itauçu, localizado na região central do estado de Goiás a 70km de Goiânia, se originou a partir da passagem de tropeiros que abriram caminho ligando a capitania de Goiás a região sul no século XIX. Por se tratar de uma região de terras produtivas e abastecidas por cursos hídricos como as nascentes do rio Meia Ponte, tornou-se parada obrigatória para os tropeiros. Mais tarde com as construções que se estabeleceram o povoado recebeu o nome de Cruzeiro do Sul, sendo integrado ao município de Itaberaí. Apenas em 1948 durante a política de interiorização do governo Vargas o então povoado elevou-se a categoria de município recebendo o nome de Itauçu. Segundo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o último censo realizado foi em 2010 onde a cidade tinha uma população de 8.575 pessoas., sendo a principal fonte econômica de renda a agropecuária (BRASIL, 2020). Em seu desenvolvimento o município nunca contou com um projeto urbano ou da malha urbana, sendo que o mesmo dispõe apenas de um Código de Posturas lei 001/2008 elaborado em 2008 como lei municipal. Sem possuir um Código de Obras e Edificações e um Plano Diretor Municipal que oriente as construções e o desenvolvimento urbano da cidade, respectivamente, esse contexto leva a falta de fiscalização tanto de obras como de expansão da área urbana do município. Dadas tais características, é notável a partir da observação da cidade, construções irregulares que ocupam parte da calçada, vias inadequadas entre outros problemas de infraestrutura básica. Outra problemática enfrentada é a carência de espaços de lazer e cultura atrativos para uso da população. Nota-se então a necessidade de um projeto de revitalização para a cidade de Itauçu-GO. Este processo de Revitalização Urbana, baseia-se na recuperação de áreas degradadas ou subutilizadas conhecidas como vazios urbanos, afim de reestabelecer, aprimorar ou promover novos usos para essas áreas. A inexistência de um conjunto de leis municipais bem como um plano de desenvolvimento para a cidade esse processo poderia influenciar diretamente na construção civil, meios de transporte, cultura e até mesmo no meio natural. Dentre os instrumentos para se colocar em prática um projeto de revitalização urbana pode ser citado a Acupuntura Urbana, termo originado da acupuntura tradicional, que se trata de uma técnica medicinal chinesa para tratar doenças e aliviar tensões do corpo através da aplicação de agulhas bem finas em pontos específicos 20 do corpo. No mesmo sentido, a Acupuntura Urbana parte do princípio da realização de melhorias pontuais em bairros ou cidades inteiras podendo ser pequenas intervenções para a revitalização de espaços degradados, subutilizados e não utilizados com a finalidade de promover novos usos voltados para o esporte, lazer e ações culturais da própria população (LERNER, 2011). 1.1 Justificativa O município de Itauçu-GO assim como muitos outros municípios brasileiros foi formado de maneira espontânea, sem qualquer planejamento urbano inicial. A longo prazo o município se desenvolveu de forma desordenada, e ainda hoje a cidade não conta com leis municipais que regulamentem seu desenvolvimento e suas construções, tornando inviável a fiscalização e controle. Possuindo apenas o Código de Posturas nº 001/2008 que trata de forma mais abrangente sobre temas diversos, como limpeza urbana, coleta de lixo, instalação e limpeza de fossas a afastamentos laterais das edificações, licença para comércio ambulante e veiculação de propagandas. Diante desse cenário em que a cidade se desenvolveu surgiram problemas como construções irregulares ocupando parte do espaço público, vias muito estreitas mesmo as que dão acesso a novos loteamentos, infraestrutura deficitária como: pavimentação das ruas, iluminação pública e saneamento básico, carência em relação a espaços de lazer e cultura atrativos para uso da população. A partir desses pontos é possível identificar a necessidade de um projeto de revitalização para a cidade, buscando oferecer áreas de lazer e cultura bem como otimizar áreas existentes além de propor melhorias em relação a infraestrutura básica. A revitalização urbana consiste em um processo que pode promover projetos e ações em vários âmbitos sejam eles físicos, espaciais e sociais. (Moura et al, 2006). Para a realização desse processo existem vários instrumentos como a Acupuntura Urbana que consiste em melhorias pontuais em bairros ou cidades inteiras, podendo ir além de projetos arquitetônicos e espaços construídos, como também atingindo a cultura, o meio natural e a população. A cidade de Itauçu possui problemas como os já citados anteriormente, localizados em vários pontos, mas principalmente nas extremidades do território urbano, onde é possível identificar maiores problemas de infraestrutura básica e poucas áreas de lazer e cultura. 21 Visto tais problemáticas, torna-se necessário destacar a importância dos espaços de lazer e cultura, bem como da infraestrutura básica para as cidades e as pessoas. Os espaços de lazer essencialmente os espaços públicos possibilitam a interação entre as pessoas, prática de exercícios e proporciona ao lugar mais movimento, tornando-o mais seguro. Além de ser um direito assegurado no artigo 6º da Constituição Federal de 1988: “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” (BRASIL, 1988) Entretanto para que os espaços de lazer possam ser utilizados de forma segura e acessível é importante que seu entorno possua infraestrutura básica suficiente como iluminação e fácil acesso permitindo que a população possa usufruir de tais espaços com segurança e facilidade. 1.2 Objetivos Os objetivos gerais e específicos identificam abordagens presentes ao longo do trabalho para esclarecimento do tema. 1.2.1 Objetivo Geral Elaborar um projeto de revitalização urbana a partir dos princípios da acupuntura urbana, para a cidade de Itauçu no estado de Goiás, visando otimizar o funcionamento da cidade e formas de proporcionar espaços de lazer seguros e atrativos, melhorias na infraestrutura básica, utilizando conhecimentos adquiridos com as análises do estudo de lugar e dos estudos de caso. 1.2.2 Objetivos Específicos • Analisar possíveis problemas gerados no meio urbano em decorrência da inexistência de legislações que regulem o território urbano; • Utilizar legislações do município de Goiânia, do estado de Goiás e da Federação para direcionar o projeto; • Realizar estudos de caso que abordem revitalização urbana e acupuntura urbana; 22 • Identificar áreas com maior déficit de infraestrutura básica e de áreas de lazer e cultura na cidade; • Definir as áreas que terão necessidade das intervenções através do estudo de campo; • Elaborar o programa de necessidades; • Desenvolver um estudo, partido arquitetônico para as intervenções no tecido urbano; • Elaborar de um conceito para o projeto de intervenção urbana que atenda às necessidades da população da cidade de Ituaçu-GO de maneira técnica fazendo com que a cidade fique mais fluida e mais atraente para o uso da população.1.3 Hipótese O desenvolvimento de um projeto de Revitalização através da Acupuntura Urbana possibilita melhorias pontuais ao longo de todo o tecido urbano da cidade. Essas melhorias podem proporcionar mudanças em todo o espaço urbano, na população, na cultura e como as pessoas enxergam e valorizam os espaços da cidade. A partir dessas ações, a longo prazo mudanças poderão ser notadas, como a utilização do espaço público, a qualidade de vida em relação a lazer cultura, a circulação de pessoas pelos espaços públicos da cidade. 1.4 Metodologia Com o intuito de elaborar um projeto e atingir os objetivos estabelecidos, foram utilizados levantamentos bibliográficos que tratem do tema, Revitalização Urbana Através da Acupuntura Urbana. Além disso, legislações federais, estaduais e municipais do próprio município de Ituaçu como, também, de outros municípios foram utilizadas afim de estabelecer parâmetros necessários organizacionais para o desenvolvimento do projeto. Estudos do lugar incluindo levantamento de campo e pesquisa por meio de imagens satélite disponíveis na plataforma Google, foram realizados com o intuito de estabelecer parâmetros, identificar problemas e potencialidades possibilitando indicar 23 as áreas onde são necessárias propostas de intervenções e demonstrar desejos e necessidades da população. Os estudos de caso foram abordados como fonte de conhecimento para possibilitar a elaboração do projeto de revitalização urbana. Sendo eles os seguintes: O primeiro estudo de caso sobre Medellín, cidade situada na Colômbia, a qual tornou se referência enquanto cidade revitalizada, conseguindo a partir de um longo processo de revitalização e requalificação mudar completamente sua imagem de uma cidade comandada pelas máfias para uma cidade reconhecida e premiada devido suas significativas transformações que vão além do espaço físico, mas modificou também a forma que a população enxerga a cidade e a segurança que é transmitida para eles. O segundo estudo de caso é o Parque Superkilen, localizado na Dinamarca, o projeto localizado em uma região menos favorecida busca aumentar o movimento do bairro, estimular a economia e fazer com que a população se interesse pelo espaço público. Com um limite reduzido de gastos essa obra mostra como é possível gerar modificações consideráveis no espaço urbano com custos reduzidos e a partir de um local mudar a dinâmica do entorno. O terceiro estudo trata da Reurbanização da região do Vale do Anhangabaú, em São Paulo. O projeto busca aproximar o local da escala humana, tornando-o mais seguro e atrativo ao público, melhorando os acessos, a disponibilidade de serviços fazendo com que toda a região se transforme. 24 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Jaime Lerner, Acupuntura Urbana Jaime Lerner, arquiteto e urbanista, político, nascido em 17 de dezembro de 1937, na cidade Curitiba, Paraná, onde mais tarde foi prefeito três vezes e duas vezes governador em seu estado. Em seu livro “Acupuntura Urbana” de 2011 o autor apresenta experiências em várias cidades no Brasil e no mundo onde o mesmo pode observar exemplos da acupuntura urbana, relatando que a mesma pode acontecer não somente através de uma construção física, mas também por meio de ações populares, da cultura, da iniciativa do poder público e da comunidade mas, principalmente, o efeito que essa ação traz para a cidade como um todo, porque a acupuntura urbana consiste nessas ações pontuais que acabam por se disseminar por todo bairro ou cidade, pois não influenciam apenas o espaço físico, mas como a sociedade vê e trata seu espaço e sua cultura (LERNER, 2011). 2.2 Revitalização Urbana Moura et al, (2006), apresenta importantes conceitos sobre revitalização urbana, requalificação, renovação e reabilitação. A revitalização urbana é conceituada como um tema amplo que pode englobar ações urbanas, sociais, territoriais, de mobilidade, qualidade de vida, a qual expõe pontos negativos e pontos potenciais urbanos, apresenta geralmente um direcionamento central sendo esse a sociedade e suas necessidades, é traçado ainda um objetivo e/ou estratégias direcionadas a determinado sentido. O conceito apresentado foi escolhido por se adequar a proposta que pretende-se desenvolver neste trabalho. O artigo apresenta ainda o conceito de termos como Renovação urbana, que tem como referência a ideia de demolição e substituição com mudanças nas atividades, seria, portanto, uma transformação em larga escala que atinge a forma, funcionalidade e a esfera social. O termo Reabilitação, que se resume em recuperar áreas urbanas, readaptar a novas circunstâncias e usos dando destaque ao residencial. 25 2.3 A importância das áreas de lazer para as cidades De acordo com Santos e Manolescu, (2008), os espaços de lazer são de suma importância para sociedade desde a revolução industrial. Com a chegada de tecnologia para a produção em larga escala nas industrias, a implementação de direitos dos trabalhadores, redução da carga horaria, direito a férias, passaram a ter maior tempo livre para usufruir, a partir disso nota-se a importância dos espaços de lazer, em especial os espaços públicos. Atualmente com os grandes shoppings e condomínios fechados os espaços de lazer ficaram mais restritos, já que esse lazer oferecido nem sempre é acessível a todos, já o espaço público como praças e parques, são lugares acessíveis a toda a população, sem restrição de classe ou cultura, entretanto alguns desses locais já não tão frequentados acabaram sendo descuidados e já não oferecem tanta segurança para que a população se sinta estimulada a usufruir dessas áreas. Gehl, (2014), aborda como a escala humana foi negligenciada nos últimos anos no desenvolvimento das cidades e como o automóvel foi priorizado. O autor apresenta pontos importantes para o planejamento urbano como a distribuição de áreas de emprego, serviços e lazer, buscando diminuir a distância entre elas, permitindo assim um menor tempo de deslocamento bem como projetar espaços convidativos e seguros para estimular maior permanência e uso dos espaços públicos. Principalmente priorizar as pessoas, a escala humana, aumentando as áreas de circulação de pedestres e ciclistas, integrando os espaços e possibilitando maior qualidade de vida em relação a deslocamento, acesso a serviços e lazer. 2.4 Dados sobre o município Os dados sobre o município foram buscados no site do IBGE, que fornece informações sobre a história do município, índice populacional, economia, renda, educação, saúde e espaço. Além dele, o livro “Se liga no futuro” produzido em 2004 pelo governo municipal, pelos pesquisadores Prof. Eduardo José Reinato e Prof. Sérgio Paula Moreya, apresenta dados históricos e culturais sobre o município de Itauçu. 26 3 ESTUDOS DE CASO O estudo de caso é um método utilizado afim de obter conhecimento e referencias projetuais a respeito de determinado tema auxiliando no desenvolvimento do projeto. 3.1 Medellín Medellín a segunda maior cidade da Colômbia, está localizada no Vale do Rio Aburrá (ou Medellin) e cercada por cordilheiras (Figura 1). A cidade possui uma área total de 380,64km² sendo 110,22 km² área urbana e 270,42 km² área rural. Com uma população estimada de 3.909.676 habitantes. Figura 1 - Medellín Fonte: DANE, 2018 com intervenção de Thays Oliveira 2021 3.1.1 Contexto Histórico A cidade de Medellín registrou seus primeiros bairros em 1840, a partir de 1910 já haviam registros de lotes ilegais. Durante 1930 notava-se grande crescimento da população urbana, junto com o crescimento urbano e a industrialização crescia também o índice de violência em um cenário onde o poder público não conseguia atendes as demandas da população. Surgiam então bairros irregulares a partir das construções da populaçãovinda do campo para cidade e os que deixavam suas regiões devido à violência e outros fatores, (MAZO, 2017). 27 Na década de 1990 a cidade de Medellín chegou a ficar conhecida como a Cidade mais Violenta do Mundo devido a taxa média anual de homicídios de que chegou a 380 por 100. 000 habitantes ao ano. A cidade chegou a esses dados devido a narcotraficantes, guerrilheiros, grupos paramilitares e delinquentes que impuseram suas próprias leis levando terror e pânico a população. Quem se opunha a esse cenário tornava-se alvo desses grupos que, as vítimas eram sequestradas, estupradas e assassinadas por encomenda. Após mais de uma década de violência, em 1992, o governo colombiano solicitou ajuda aos Estados Unidos afim de combater a criminalidade no país. A partir disso, forças armadas foram treinadas para combater os paramilitares, através dessa força tarefa contra o tráfico e os cartéis, traficantes, familiares e associados foram executados. Um dos nomes mais marcantes nesse cenário foi o do chefe do Cartel de Medellín, Pablo Escobar, conhecido pela extrema violência, por enfrentar o estado e assassinar figuras públicas do meio político importantes na cidade, além de levar milhares de jovens a um caminho de violência que arruinaram muitas vidas e famílias. Em 2 de dezembro de 1993, em Medellín, Pablo Escobar foi morto por forças policiais. Após a morte de Pablo Escobar um conjunto de ações de combate ao tráfico e ações voltadas para melhoria da qualidade de vida da população gerou grandes mudanças na cidade, como a queda do índice de mortalidade e aumento na expectativa de vida (Figura 2 e Figura 3), (MAZO, 2017). Figura 2 - Taxa de homicídios em Medellín Figura 3 - Expectativa de vida em Medellín Fonte: Revista Exame, 2017 3.1.2 Planejamento e Transformação Com as ações de combate à criminalidade também surgiram programas sociais e estratégias afim de transformar a cidade. Inicialmente o PRIMED - Programa Integral 28 de Melhoramentos de Bairros Subnormais de Medellín que surgiu através do Governo Nacional do Conselho Presidencial para Medellín (1990-1997), e com apoio do governo alemão foram iniciadas estratégias de urbanismo social. No início do primeiro mandato presidencial de Álvaro Uribe Vélez (2002-2006) as ações do exército e da polícia foram intensificas, realizadas campanhas de desarmamento o que gerou grande impacto inclusive na população civil. A partir dessas ações foram iniciados projetos de reintegração social. O papel das universidades em especial de Arquitetura e Urbanismo foi fundamental para muitas mudanças ocorridas, já que os acadêmicos pesquisavam e desenvolviam projetos para bairro e comunas. Onde o então acadêmico Sergio Fajardo (orientador da Oficina de Projetos do Norte, da UPB - Universidade Pontifica Bolivariana) atuava, o mesmo veio a ser prefeito de Medellín entre 2004 e 2007. Nesse período a Empresa de Desenvolvimento Urbano (EDU) foi redefinida, tornando-se um escritório de projetos e execução de obras, que liderou a implementação e desenvolvimento dos Projetos Urbanos Integrais (PUI). Em 2008 Alonso Salazar sucede a Fajardo na prefeitura, dando continuidade aos projetos elaborados. Entre os principais pontos do PUI pode ser citado a participação popular, foi de suma importância ouvir a população até mesmo porque um dos principais objetivos se tratava da retomada da confiança popular no poder público. O PUI buscava também melhorar a qualidade de vida e a mobilidade urbana interligando as comunidades a área central. Para que isso fosse possível foram realizados estudos buscando identificar os pontos mais precários em relação a infraestrutura básica, serviços, lazer e demais necessidades. O projeto foi inspirado em cidades como Barcelona e Rio de Janeiro, com o programa Favela-Bairro, trataria de uma ação conjunta entre poder público municipal, estadual e federal, como também de empresas e universidades. Os PUIs foram elaborados para cinco zonas periféricas de acordo com os estudos levantados priorizando as mais desfavorecidas de infraestrutura como mostra a (Figura 4) e priorizadas de interligação da cidade. Em 2004 foi concluída a primeira obra, um teleférico ligando o metrô às favelas Andalucía, Popular e Santo Domingo (Linha K), logo após foi inaugurado o primeiro Centro de Desenvolvimento Empresarial Zonal, na favela Popular (MAZO, 2017). 29 Figura 4 - Zonas dos Projetos Urbanos integrais Fonte: MORAIS, 2018 Através das estratégias adotadas pela Empresa de Desenvolvimento Urbano como a participação popular e estudos técnicos realizados foi desenvolvido o Plano Mestre (Figura 5). Foram identificados também entre as zonas estabelecidas a de maior urgência de intervenção, devido aos altos índices de violência e pobreza o primeiro implantado foi o PUI Nordeste. Figura 5 - Plano Mestre do PUI-nor Fonte: MORAIS, 2018 30 3.1.3 Mobilidade Dentre os projetos elaborados os de mobilidade tiveram grande foco já que se pretendia interligar a cidade como um todo. É possível identificar que houve uma grande preocupação nesse quesito através da atual disponibilidade de transportes. 3.1.3.1 Transporte Público O projeto foi elaborado de forma integrada a duas linhas de metrô, essa interligação entre outros meios de transporte como o Metrocable permite acesso facilitado a toda a cidade através dos transportes coletivos. A partir da (Figura 6) é possível identificar as linhas de metrô e suas conexões. Figura 6 - Linhas de transporte Público Fonte: Metrô de Medellín, 2021 31 3.1.3.2 Metrocable O Metrocable trata-se de um teleférico que interliga as regiões mais altas e periféricas ao Metrô (Figura 7), existindo 5 linhas desse meio de transporte na cidade, sendo elas (J,K,L,M,H), somando 11,87 km de cabos. O Metrocable faz ligação com 2 linhas de metrô, 1 linha de Tranvía, 2 linhas de Metroplús e vários ônibus integrados. Figura 7 – Metrocable Fonte: MAZO, 2017 3.1.3.3 Metroplus O Metroplus é um conjunto triplo de ônibus porque tem rodas, bonde porque vai em trilhas específicas e metrô porque tem suas próprias pontes e túneis, essas características fazem com que seja mais rápido, abrangente e de menor custo (Figura 8). O sistema conta com duas linhas, com 27 estações ao longo de 9,2 Km conectadas a cinco linhas de Metrocable, uma linha de Tranvía e duas linhas de metrô. Figura 8 - Metroplus Fonte: MAZO, 2017 32 3.1.3.4 Metrô O Metrô de Medellín é o transporte de massas que possui maior capacidade, desde 1970 esse transporte é operado (Figura 9). Atualmente conta com apenas duas linhas, mas que liga a cidade de Norte a sul e de centro a Oeste. Com as conexões que possui com os outros meios de transporte consegue interligar todas as regiões. Figura 9 - Metrô de Medellín Fonte: Metrô de Medellín, 2021 3.1.3.5 Tranvía Trata-se de um bonde no centro de Medellín (Figura 10) inaugurado em 2016 que se estende da estação San Antonio até a estação Oriente, conta com apenas 1 linha com 4,2 Km 7 paradas e duas estações, faz conexão com o metrocable e 1 linha de metroplus. Segundo a administração do Metrô e da Tranvía estipula-se que antes da pandemia eram transportadas diariamente cerca de 76.000 passageiros através da Tranvía. Figura 10 - Tranvía de Medellín Fonte: Metrô de Medellín, 2021 33 3.1.3.6 Ônibus O Buses é o sistema de ônibus de Medellín, o sistema é composto por ônibus de diferentes empresas. De acordo com o site Metroplús de Medellín, em 2019 a frota já contava com 64 ônibus 100% elétricos (Figura 11). Figura 11 - Ônibus Elétrico Fonte: Metroplus 2019 3.1.3.7 Encicla A Encicla é uma rede de bicicletas públicas de uso compartilhado inaugurado em 2011. De acordo com o site, EnciclaSistema de Bicicletas Públicas, o cadastro é realizado através de um site. Atualmente a cidade conta com 90 estações, 100.893 usuários inscritos e 1680 bicicletas (Figura 12). Figura 12 - Estação Encicla Fonte: Encicla, 2019. 34 3.1.4 Parques De acordo com o portal Ambiente Brasil os parques urbanos possuem grande importância para as cidades, além de melhorar a qualidade de vida urbana, atua em benefício dos animais, do lazer e do turismo. A cidade de Medellín conta com diversos parques, entre eles podemos destacar o Parque de Los Pies Descalzos localizado no centro de Medellín, que como o próprio nome diz é um lugar que convida a seus visitantes a ficarem descalço e aproveitar para relaxar e caminhar pelos bosques, fontes e áreas livres (Figura 13). No ano de 2014 a prefeitura de Medellín divulgou o resultado do concurso público realizado para eleger o melhor projeto do Parque do Rio. O objetivo era revitalizar o rio, criar conexões, espaços para população interagir com a natureza, além de valorizar a fauna e a flora da região (Figura 14). Além disso o projeto busca através de materiais porosos como tecidos e chapas perfuradas estreitar a relação entre o que é construído e o natural. Figura 13 - Parque de Los Pies Decalzos Fonte: Volto logo, 2020 Figura 14 - Projeto Parque Rio Medellín Fonte: Cabezas, 2014 O Orquideodrama (Figura 15 e Figura 16) trata-se de um espaço criado para possibilitar o contato das pessoas com a natureza. Elaborado para desde suas estruturas se assemelhar-se a troncos de arvores e sua cobertura a flores. Além disso é realizado através da cobertura coleta de águas da chuva, dentre os materiais utilizados madeira de reflorestamento (HELM, 2011). 35 Figura 15 - Orquideodrama Fonte: Concursosdeprojeto.org Figura 16 - Projeto Orquideodrama Fonte: Concursosdeprojeto.org 3.1.5 Habitação A partir dos estudos realizados pela EDU foram identificadas problemáticas em relação a habitação como construções em áreas de risco, habitações precárias e irregulares. Para solucionar esse problema foram desenvolvidos projetos de adequação das áreas urbanas como a da ponte El Mirador (Figura 17) para uso de pedestres, realizada a demolição de edificações, iniciadas obras para recuperação ambiental, construção de obras complementares, construção de unidades habitacionais, melhoramento de habitações e construção de redes. O melhoramento habitacional foi realizado em parceria da EDU com as famílias, onde os técnicos avaliavam a condição da habitação e junto a família era discutido quais intervenções seriam feitas, a família auxiliava na mão de obra e recebia qualificação em construção civil. Figura 17 - Ponte El Mirador e conjuntos habitacionais Fonte: MORAIS, 2017 36 3.1.6 Biblioteca Foram incluídas cinco novas bibliotecas no projeto, com o objetivo de serem um espaço de convívio social, encontros, contando com livros para todas as faixas etárias, salas com internet, auditórios, espaços para leitura, salas de exposições, áreas de lazer, playgrounds e centros para desenvolvimentos de negócios. As bibliotecas serão localizadas nos bairros Belén, La Ladera, San Javier, Santo Domingo e La Quintana. Em Belén, a biblioteca irá abranger 15 bairros, tendo um lote de 13.846m2 e uma área total construída de 2.000m2 (Figura 18). San Javier, por sua vez, irá se ligar à estação de metrô do bairro, contando com um terreno de 15.500m2 e área construída de 4.000m2 (Figura 19). O bairro de La Ladera contará com um espaço de 10.384m2 e área construída de 4.000m2, abrangendo 14 setores ao total (Figura 20). Por outro lado, o setor La Quintana recebeu um complexo (Figura 21) complementar o parque de La Quebrada e ter acesso direto à estação Metroplús, contando assim com 12.700m2 para construção e área construída de 2805m2. Por último, a biblioteca Espanha (Figura 22) no bairro de San Domingo deve atender 12 bairros e ter conexão com a estação Santo Domingo Metrocable, tendo uma área construída de 2.960m2 e área de terreno de 15.942m2. Figura 18 - Biblioteca de Belen Fonte: Alcadía de Medellin, 2004-2007 Figura 19 - Biblioteca San Javier Fonte: Alcadía de Medellin, 2004-2007 37 Figura 20 - Biblioteca de La Ladera Fonte: Alcadía de Medellin, 2004-2007 Figura 21 - Biblioteca de La Quintana Fonte: Alcadía de Medellin, 2004-2007 Figura 22 - Biblioteca Espanha Fonte: Alcadía de Medellin, 2004-2007 3.1.7 Escolas O projeto destina uma atenção especial a educação, foi investido 160 milhões de pesos sendo metade para construção de novas escolas, sendo elas: Instituição Educativa Llanaditas; Instituição Educativa Héctor Abad Gómez; Instituição Educativa Santo Domingo; Instituição Educativa Francisco Miranda; Instituição Educativa Plaza de Férias; Instituição Educativa San Javier; Instituição Educativa La Independencia; Instituição Educativa Benedicta Zur Nieden; Instituição Educativa Horacio Muñoz Suescún; Instituição Educativa San Antonio de Prado. 3.1.8 Escadas Afim de facilitar a mobilidade dos moradores foram instaladas escadas rolantes (Figura 23) nas comunidades, substituindo os mais de 350 degraus que os moradores precisavam percorrer diariamente, nesse projeto foram investidos 10 biliões de pesos. A obra foi desenvolvida pela EDU e é administrada pela Terminales de Transporte de Medellín que disponibiliza 15 gerentes que auxiliam na utilização correta dos 38 equipamentos. Nas extremidades das escadas existem dois edifícios que comportam atividades voltadas para comunidade como ações comunitárias, institucionais, administrativas e técnicas, todas coordenadas pela empresa que opera as escadas. Figura 23 - Escada Rolante de Medellín Fonte: Alcadía de Medellin, 2004-2007 3.1.9 Referências adotadas Algumas das propostas apresentadas serão utilizadas como referência para o desenvolvimento do projeto de Revitalização da Cidade de Itauçu-GO. As melhorias pontuais distribuídas em vários pontos da cidade conforme a necessidade, o que pode ser classificado como Acupuntura Urbana, a participação da população na tomada de decisões e ações, além da melhoria dos espaços de lazer e até mesmo a criação de novos espaços para benefício da população. 3.2 Parque Superkilen O Parque Superkilen está localizado no bairro Noberro, na cidade de Copenhague capital da Dinamarca (Figura 24). Com uma extensão de 800 m e 32.980,58 m² de comprimento o parque foi projetado pelos escritórios de arquitetura Bjarke Ingels Group, Superflex, Topotek 1, no ano de 2012. 39 Figura 24 - Localização Parque Superkilen Fonte: Google Earth, 2020. ARCHDAILY, 2012 com intervenção de Thays Oliveira, 2021 3.2.1 O Projeto O bairro Noberro trata-se de uma região com grande diversidade étnica e social. Havia uma necessidade de espaços de lazer que movimentassem a região, o ponto de partida para o projeto foi justamente essa diversidade. A área foi dividida em três partes separadas por cores vermelho, preto e verde (Figura 25). Figura 25 -Zoneamento Parque Superkilen Fonte: BIG, 2012 Um ponto importante presente no projeto foi o uso de mobiliários de diferentes partes do mundo, isso foi pensado para que a comunidade pudesse se sentir acolhida tendo presente algo característico de seu país no parque. A zona vermelha (Figura 26) é limitada por duas ruas e cercada por prédios nas laterais, essa área comporta diversos mobiliários voltados para o lazer e a diversão, é uma área plana com algumas arvores vermelhas espalhadas. Esse espaço conta com área de ginastica, box tailandês, playground, sistema de som da Jamaica, bancos do brasil, área para bicicletas e para estacionamento. A zona preta (Figura 27) conta com uma pintura preta no piso com linhasbrancas continuas no piso que desviam do mobiliário urbano com a fonte marroquina, 40 cadeiras de bar brasileiras, mesas para piquenique búlgara, churrasqueiras argentinas, bancos belgas ao redor das cerejeiras. Durante a semana as mesas permanentes recebem jogadores de gamão, xadrez entre outros. Ao Norte há um morro que permite a visualização da praça, estimula as crianças a brincarem. A área verde (Figura 28) foi uma solicitação da população por espaços verdes, essa área possui várias colinas uma paisagem verde convidativa as crianças que brincam nesses desníveis, as famílias a usarem as mesas de piquenique armênio, churrasqueiras sul-africanas, uma arena esportiva para basquete e futebol, um pavilhão de dança de linha do Texas, mesas de pingue pongue espanholas. Os desníveis trabalhados além de proporcionarem um espaço interativo impedem a ocupação irregular do espaço. Figura 26 - Área Vermelha Fonte: BIG, 2012 Figura 27 - Área Preta Fonte: BIG, 2012 Figura 28 - Área Verde Fonte: BIG, 2012 41 3.2.2 Transformações Como já citado no tópico anterior, o mobiliário urbano teve um papel fundamental no desenvolvimento do projeto. Cada peça escolhida para compor o projeto é relevante, seja por representar uma cultura, como a fonte marroquina (Figura 29), tornando o espaço mais acolhedor aos usuários do parque de outras etnias, por estimular a pratica de exercícios e o uso do espaço como o boxe tailandês (Figura 30) ou como um elemento artístico. A escolha do mobiliário foi determinante para o resultado final, a implantação desses equipamentos fez com que o espaço se tornasse mais atrativo, isso gerou uma transformação em toda a região que recebeu mais movimento, estimulando o comercio e o lazer (Figura 31 e Figura 32). Essa transformação pode ser vista como Acupuntura Urbana já que trata de uma obra pontual que gerou grande transformação principalmente em como a população percebe o espaço público. De acordo com o site Hometeka, (2012), o projeto teve um custo total de onze milhões de dólares e recebeu prêmios como do Instituto dos Arquitetos Americanos (AIA) em 2013, o Prêmio de Honra do Instituto, como forma de reconhecimento pela excelência do projeto. Figura 29 - Fonte marroquina Fonte: BIG, 2012 Figura 30 - Área de box tailandês Fonte: BIG, 2012 Figura 31 – Mobiliário playground Fonte: BIG, 2012 Figura 32 - Escorregador Playground Fonte: BIG, 2012 42 3.2.3 Referências adotadas A partir da análise sobre o estudo de caso apresentado foram determinados pontos que servirão de referência no projeto desenvolvimento de revitalização urbana na cidade de Itauçu-GO, sendo eles: Atenção aos interesses da população; Intervenção no espaço público voltado ao lazer; Escolha de mobiliário urbano voltado que desperte o interesse da população em usufruir dos espaços disponíveis. 3.3 Reurbanização do Vale do Anhangabaú O Vale do Anhangabaú, está localizado no centro da cidade de São Paulo - SP entre os Viadutos do Chá e Santa Efigênia (Figura 33). Trata-se de um espaço público que recebe eventos populares culturais e políticos, é um ponto que separa o centro velho e o centro novo. A área é rodeada de edifícios, incluindo o Teatro Municipal de São Paulo nas proximidades. Com uma topografia consideravelmente plana o terreno conta com 77.471,92 m². A região recebe um grande fluxo de pessoas diariamente, geralmente de passagem pelo local. Figura 33 - Localização Vale do Anhangabaú Fonte: Fonte: Google Earth, 2021 com intervenção de Thays Oliveira, 2021 3.3.1 Estudos Em 2007 a administração pública da cidade de São Paulo convidou o arquiteto e urbanista Jan Gehl para estar à frente de um projeto sobre o futuro do Anhangabaú. De acordo com a Prefeitura de São Paulo o Workshop II: Construção de um Programa para o Vale do Anhangabaú de agosto de 2013, foi conduzido em 5 etapas, sendo elas, Aquecimento, Cotidiano, Espaço, Edifícios e Programa. 43 O aquecimento consistiu na imaginação, foi solicitado aos participantes que imaginassem como seria o Vale em 2020, os mesmos escolheram fotos e escreveram como estariam usufruindo do espaço no futuro. Na segunda etapa, Cotidiano, foi realizada uma leitura do Anhangabaú, através de visita em campo foi identificado que o principal uso era apenas passagem de pedestre 65 pessoas por minuto. Sobre o Espaço, através de entrevistas as pessoas falaram sobre o que sentiam falta e como e por quanto tempo as pessoas permaneciam na área, nessa fase foi solicitado pela população árvores, bancos, mais iluminação, espaços para atividades e mais segurança. Em relação aos Edifícios foi realizado um estudo sobre suas fachadas e classificadas em A (atrativas aos pedestres e conservadas), B (atrativas, mas não conservada), C (parcialmente atrativas), D (não são atrativas e sem uso), E (não são atrativas, sem uso e em péssimo estado de conservação). A classificação geral ficou entre B, C, D e E, isso devido à pouca utilização do térreo. Por fim foi realizado a última etapa, onde os resultados foram analisados e a partir deles desenvolvido um programa para o Vale do Anhangabaú como é possível identificar a seguir (Figura 34). Figura 34 – Programa para o Vale do Anhangabaú Fonte: Gestão Aberta SP, 2013 44 3.3.2 Projeto O projeto de Requalificação Vale do Anhangabaú, Centro – São Paulo – SP foi desenvolvido pelo escritório Biselli Katchborian Arquitetos associados, no ano de 2014, com uma área total de 77.471,92 m². O intuito do projeto é transformar a região, atrair a população tornando o espaço mais movimentado e interativo através da implantação de arvores e espelhos de d’água. Foram consideradas questões levantadas no estudo anterior como a pouca interatividade das fachadas, a falta de mobiliário urbano, a importância de árvores, iluminação, espaços interativos e água para compor o espaço. Para isso foi elaborada uma proposta que abrange todo o espaço que foi aberto para atender de pequenos a grandes eventos, com espelhos d’água flexíveis e jatos de água, iluminação, novas áreas arborizadas, quiosques e mobiliário urbano. Na (Figura 35) é possível identificar os caminhos e os espelhos d’água, a (Figura 36) mostra os espelhos d’água desativados e a utilização por pedestres. Figura 35 – Caminhos e espelhos d’água Fonte: Gestão Aberta SP, 2019 Figura 36 – Espelhos d’água desativados Fonte: Gestão Aberta SP, 2019 O projeto foi dividido em faixas, esplanada, quiosques, rua e fachadas ativas (Figura 37), além disso foram apresentadas propostas para o mobiliário urbano como indica a (Figura 38), o projeto apresenta três tipos de postes para iluminação pública, de 18 metros de altura delimitando a explanada central, de 15 metros junto as arvores, de 10 metros próximos aos bancos e quiosques. Na (Figura 39) é possível identificar as faixas vegetativas que foram idealizadas para o projeto. 45 Figura 37- Faixas de usos Fonte: Fonte: Gestão Aberta SP, 2019 Figura 38 – Proposta de mobiliário urbano Fonte: BISELLI KATCHBORIAN, 2015 Figura 39 – Proposta geral Fonte: BISELLI KATCHBORIAN, 2015 3.3.3 Visões divergentes sobre o projeto O projeto e as estratégias adotadas sofreram muitas críticas tanto da população quanto de profissionais como arquitetos e urbanistas. O portal de notícias R7 São Paulo publicou no dia 23 de julho de 2019 uma reportagem onde apresentava críticas da população e comerciantes do entorno as obras e o grande impacto gerado. Ainda na reportagem o então presidente da Associação Preserva SP, Jorge Eduardo, levanta observações sobre o local ser de grande importância histórica para a cidade e passar por uma transformação total, além disso ele destaca que o uso de água da forma que foi proposto não é adequado
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