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INTRODUÇÃO O referente trabalho tem como objetivo realizar um diagnóstico urbano para observar as disfunções encontradas nos bairros Maurício de Nassau e Universitário. A análise visa descrever o estado físico atual da área e propor a necessidade de melhoria do espaço, ampliando o direito à cidade. As cidades precisam oferecer mobilidade de qualidade, acesso à serviços essenciais e boa infraestrutura para a população, além de incentivar a ocupação dos espaços públicos. São essas prerrogativas que serão discutidas ao longo do processo dessa análise. Os bairros estão localizados em Caruaru, município de Pernambuco, que pertence à área central do Agreste. Caruaru é conhecida como Capital do Agreste, devido à importância como cidade polo da mesorregião, e como Capital do Forró, já que é famosa pelas comemorações juninas. Caruaru também abriga uma das maiores feiras ao ar livre do país (Ver figura 01) e o maior centro de Artes Figurativas da América Latina, premiado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), localizado no Alto do Moura (Ver figura 02). Figura 01 – A Feira de Caruaru Fonte: Blog Atacadão da Roupa Figura 02 – Alto do Moura Fonte: Blog Por Aqui A proposta foi desenvolvida através da metodologia de Luz Valente (2015), onde procura descrever a área urbana através da leitura, tornando capaz de conhecer os problemas e os motivos que influenciam na criação de propostas de intervenções físicas e socioeconômicas inteligentes. A leitura da área foi necessária para criar perspectiva e orientar a formação de um retrato global, interpretativo e crítico. Para fazê-la, contou-se com a descrição das particularidades do espaço analisado e ilustrações de informações com o uso da ferramenta do Google Earth Pro, Sistema de Informação Geográfica (SIG), perguntas online através do Google Forms, pesquisas bibliográficas e uso de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), censo de 2010, que colaborou para o embasamento teórico do diagnóstico. Estão presentes também visões e pensamentos dos autores Kevin Lynch “A imagem da cidade” (1997), Jan Ghel “Cidade para pessoas” (2013) e Jane Jacobs “Morte e vida de grandes cidades” (2011), onde ambos os autores proporcionam concepções e visões acerca da cidade. Com base nessa análise obteve-se conhecimento mais aprofundado, tornando-se possível propor diretrizes adequadas para área de estudo. PATRIMÔNIO, CULTURAL, IDENTIDADE A preservação e valorização de um patrimônio cultural de um bairro fazem com que sejam retratadas as lembranças de gerações, acontecimentos públicos, tragédias, fatos novos e antigos.Esta valorização resulta em uma garantia de referência de memória e identidade histórica. Contudo, devido ao rápido desenvolvimento urbano, a cidade de Caruaru tem sofrido um grande impacto (com perdas materiais) na preservação de seus bens históricos construídos. Com base nos estudos realizados na área, onde contorna o bairro Maurício de Nassau e o bairro Universitário, observamos que, ambos os bairros são relativamente novos e resultam em poucas unidades culturais históricas. Esse esquecimento também pode ser exemplificado pelas práticas de demolição de construções históricas para edificações de prédios modernos no município. Deste modo, o crescimento sem controle é uma ameaça ao patrimônio cultural e, portanto, à memória local, já que grande parte desses bens serve de mediação entre o passado e o presente. Identificamos que as áreas têm pontos importantes de referência e identidade como a universidade ASCES no bairro Universitário, a Maternidade e a Casa de Saúde no bairro Maurício de Nassau. Ao longo do trabalho foram identificadas duas edificações de interesse e relevância histórica como o Estádio Luiz José de Lacerda conhecido como Lacerdão (Ver figura 03) conhecido como Central Park até o início da década de 60 e o Shopping Difusora onde era localizada a antiga Rádio Difusora (Ver figura 04). Figura 03 - Lacerdão Figura 04 - Antiga Rádio Difusora Fonte: Rádio Cultural Nordeste Fonte: Tripadvisor O levantamento objetivou identificar o patrimônio referenciado nas publicações históricas e foi de primordial importância ao possibilitar a análise, preservação e avaliação das edificações existentes. A antiga Rádio Difusora, hoje como ponto comercial sendo Shopping (Ver figura 05) é utilizado também como teatro, está em constante preservação e melhorias por ter características modernas e estilo atual, em decorrência de ser por um ponto comercial de grande fluxo de pessoas em longo período. Figura 05 - Shopping Difusora Fonte: Blogs.ne10.uol.com.br Identificação e a conscientização da sociedade local sobre seu patrimônio construído, como documento histórico e arquitetônico, e a necessidade de preservá-lo, reconhecendo esses lugares como lugares de memória e identidade histórica de toda a cidade de Caruaru, para com isso criar uma valorização do patrimônio histórico e fornecer subsídios para ações preservacionistas. Nesse sentido, uma alternativa de construção de um inventário de bens materiais é etapa indispensável no processo de registro de bens culturais, trabalho necessário no sentido de incentivar a preservação dos mesmos e viabilizar ações municipais nesse sentido. Assim, não deixando em esquecimento a história e valorização de bens materiais de ambos os bairros. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS A área de estudo envolve os bairros Maurício de Nassau e Universitário, é representada pelo mapa de situação (Ver figura 4). O Maurício de Nassau se posiciona próximo ao centro, bairro Nossa Senhora das Dores, destaca-se por ser uma das áreas mais populosas e econômicas da cidade. É um centro comercial e de entretenimento por abrigar restaurantes, bares e lanchonetes. Além disso, também oferece uma ampla gama de serviços de saúde, onde atrai os olhares de grandes investidores, dentre eles o da construção civil. Figura 4 - Mapa de Situação da Área de Estudo Maurício de Nassau Caruaru - PE Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021). Já o Universitário está localizado na zona norte. Tendo seu crescimento ligado ao setor terciário. Com o passar dos anos foi conquistando a identidade de um bairro residencial e comercial. O bairro possui duas avenidas principais, sendo elas: Avenida Brasil e Avenida dos Estados, Identifica-se que, os vetores de desenvolvimento que contribuíram para a facilidade do processo de expansão do bairro foi, o desenvolvimento econômico do mesmo, o incremento de novas áreas domiciliares, caracterizadas por imóveis, novos lotes e empreendimentos direcionados aos serviços dedicados ao comércio. Como também, a instalação de um centro universitário nas imediações do bairro, expressa pela ASCES-UNITA, transformando o perfil do bairro e dando-o mais referência. Segundo dados do IBGE (2010), a população da área do bairro Maurício de Nassau é de 15,536 habitantes e a do Universitário é de 5.687 habitantes (Ver figura 5). Ambos os bairros possuem cerca de 68,5% da população com idades entre 15 e 64 anos, contabilizando a faixa etária mais efetiva no bairro (Ver figura 6), sendo que entre jovens e idosos há um número maior de jovens. Sua população é distribuída entre 56,1% de mulheres e 43,9% homens no bairro Maurício de Nassau, enquanto o Universitário possui 51,78% de mulheres e 48,22% de homens (Ver figura 7). A população possui renda mensal de R$ 2,805,00 no Universitário, já no Maurício de Nassau a renda mensal é de R$ 5,600,00 (Ver figura 8) segundo o censo do IBGE (2010). Estas informações demonstram que a grande parcela da população do bairro Maurício de Nassau possui de média a alto poder aquisitivo, o que torna o bairro com características nobres. Figura 5 - Mapa de População, Maurício de Nassau Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021). Figura 6 - Renda, Maurício de Nassau e Universitário Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboraçãoprópria, através do SIG (2021). Figura 7 - Faixa Etária da População Fonte: Elaboração própria. Figura 8 - Sexo Fonte: Elaboração própria. No que se refere à função social da cidade, conforme o Estatuto da Cidade (2001), a área possui uma carência de saneamento, infraestrutura, iluminação, acessibilidade e uso, como bem observado na Av. Paulo Santos, Rua Júlio Píres Ferreira (Figuras 9 e 10). A falta dessas condições indispensáveis contribui para o desequilíbrio social, dificulta a instalação de equipamentos nos espaços vazios e induz a sensação de insegurança e com baixa vitalidade Isso colabora para o esvaziamento das ruas nas quais tem um número excessivo de casas com muros altos (Ver figura 11 e 12) onde só aumenta a violência urbana. Figura 9 - Av. Paulo Santos Fonte: Google street view Figura 10 - Rua Júlio Píres Ferreira Fonte: Google street view Figura 11 – Rua Iris Fonte: Google street view Figura 12 – Rua José Vicente Lacerda Fonte: Google street view TRÂNSITO E MOBILIDADE URBANA O bairro comporta um fluxo quase que predominantemente de carros e uma linha de ônibus ao longo de toda a avenida principal (Ver figura 13) como em suas paralelas. Já na parte oeste temos um fluxo de pedestres constante (Ver figura 14) até mesmo nos horários noturnos, mais de uma linha de ônibus percorrem fazendo ponte entre o bairro Maurício de Nassau e Divinópolis, centro, rodoviária e Indianópolis, Possui um fluxo muito intenso em quase todas as ruas por ser um bairro muito movimentado e um dos principais da cidade. Figura 13 - Mapa de Rotas de Ônibus Fonte: Google Earth Pro. 2020. Elaboração própria (2021). Figura 14 - Mapa de Trânsito Fonte: Google Earth Pro. 2020. Elaboração própria (2021). A mobilidade urbana se trata de como as pessoas se desloca em uma cidade, seja andando a pé ou utilizando meios de transporte públicos ou privados, com base nisso o mapa de rota dos ônibus nota-se que existe diferente rotas que passa pela área estudada, são seis linhas, 402 - Maurício de Nassau / Centro, 138 - Nova Caruaru / Luiz Gonzaga / Severino Afonso, 133 - Caruá / Baraúna / Centro, 170 – Rafael / Caruaru (centro), 172 - Itaúna / Centro e 190 – Lagoa Salgada / Centro. Para que haja uma boa mobilidade urbana em uma cidade, são necessários projetos que compreendam a realidade e os problemas enfrentados pela população. Nesse caso, a disfunção é a precariedade de linhas de ônibus, que acaba contribuindo para o aparecimento de mais carros particulares, e consequentemente, lotando o fluxo nas vias. Em 2004, o Ministério das Cidades elaborou uma cartilha e pontuou que “Uma política de investimentos que não favorece o transporte público e uma política de uso do solo que não leve em conta a mobilidade urbana contribuem para o aparecimento de um número cada vez maior de veículos particulares nas ruas, agravando os congestionamentos e gerando uma pressão política por maior capacidade de tráfego das avenidas, túneis e viadutos” (Ministério das Cidades, 2004b, p. 21). Uma das críticas mais influentes nesse assunto é a escritora Jane Jacobs, que no livro “Morte e vida de grandes cidades” (2011) fala da problemática do crescente uso do transporte particular, afirmando que “quanto mais espaço se der aos carros nas cidades, maior se tornará a necessidade do uso dos carros e, consequentemente, de ainda mais espaço para eles” (JACOBS, 2011, p. 391). Isso significa, portanto, menos espaço para o tráfego a pé, deixando a experiência da cidade prejudicada para os pedestres e causando problemas como o engarrafamento. Jacobs também fala que, devido ao aumento dos automóveis particulares, locais da cidade são transformados em espaços, como eixos viários, estacionamentos e postos de gasolina, tornando-se inúteis para os pedestres. Sendo assim, "a feição urbana é desfigurada a ponto de todos os lugares se parecerem com qualquer outro, resultando em Lugar Algum” (JACOBS, 2011, p. 377). PARÂMETROS URBANÍSTICOS E INSTRUMENTOS DE GESTÃO Conforme consta no Plano Diretor do município de Caruaru (Lei 72,2019) a área demarcada é composta por habitações Unifamiliares e Multifamiliares e alguns comércios locais que atendem os moradores do bairro. O perímetro estudado pertence às : •(ZAC-5) Zona de Adensamento Construtivo 5; •(ZCE) Zona de Centro Expandida ; •(ZCO-1 )Zona de Consolidação da Ocupação 1; •(SSA) Setor de Sustentabilidade Ambiental. - A ZAC-5, demonstra lacunas urbanas expressivas, residências de alto padrão, regularidade nos traçados, e estimulação da verticalização com o argumento de que é garantido o conforto ambiental por meio da ocupação da proposta do solo natural. - ZCE Apresentam serviços diversificados e atividades de comércios, com adensamento construtivo nos padrões mais elevados, da qual a função urbana supera o atendimento das necessidades do bairro em que se encontra, tendo uma grande tendência de alteração nos usos de verticalização. - ZCO-1 engloba áreas com domínio de habitação e possuem algumas áreas necessitadas de regularização secundária. - SSA acolhe áreas parcialmente edificadas no encontro de leitos de água. Segue abaixo a tabela que consta no plano diretor com os parâmetros urbanísticos do espaço analisado: Tabela 1- Quadro de parâmetros urbanísticos. Fonte: Plano Diretor de Caruaru. 2019. Fonte: Plano Diretor de Caruaru, 2019. PADRÕES DE USOS E OCUPAÇÃO DO SOLO / PARCELAMENTO O Bairro Maurício de Nassau e uma parcela do Bairro Universitário estão situados na Zona de Adensamento Construtivo 5, abreviada por (ZAC-5), a qual diz que são: Áreas predominantemente parceladas, situadas nas proximidades da região central da cidade, mas onde também se registram expressivos vazios urbanos (Ver figura 00) parcelados ou não, caracterizada por arruamento de traçado regular, lotes predominantes de 360m², com ocupação por residências de elevado padrão construtivo e onde se verifica a maior concentração de prédios de apartamentos, onde também pode ser incentivado o adensamento com padrões de verticalização, assegurando maior conforto ambiental por meio da ampliação da oferta de solo natural com cobertura vegetal. Identifica-se nos bairros uma diversidade de usos (Ver figura 00) como clínicas, supermercados, hospitais, bares, restaurantes, lojas, oficinas, cemitério, faculdade,, concessionárias, prédios de uso misto, escolas, entre outros. Ambos abrangem áreas com predominância de habitação unifamiliar e comércio, contendo algumas áreas carentes de regularização fundiária, que trata-se de quando o parcelamento não está de acordo com a legislação urbanística e ambiental e não foi devidamente licenciado. Alguns dos edifícios não respeitam os afastamentos determinados, e tem uma verticalização razoável podendo se acentuar no futuro. Suas quadras tem a predominância de quadras regulares. Em relação aos vazios urbanos, hoje são encontrados bem menos terrenos vazios. O entorno é caracterizado por uma alta densidade de área construída devido o Bairro Maurício de Nassau ser próximo ao centro da cidade, sendo assim, torna-se um ponto estratégico para o ramo comercial. O bairro que era ocupado na sua maioria por casas térreas e poucos prédios por se tratar de um local residencial na sua quase totalidade, aos poucos foi sendo transformado. As edificações antigas foram transformadas em edifícios e em sua maior parte edifícios com dez ou mais pavimentos, mudando não só o aspecto visual como também a morfologia urbana. A avenida Agamenon Magalhães, por exemplo, se tornou uma das mais importantes da cidade devido a mesma a BR 104 e por dar acesso a outros bairros e cidades vizinhas. AMBIENTE CONSTRUÍDO Os bairros Maurício de Nassau e Universitário, são bairros relativamente novos, em sua maioria construções residenciais. Há uma mistificação entre residências, comércio, serviços em gerais, maior no bairro Maurício de Nassau, onde concentra-se, escolas, supermercados, farmácias, restaurantes, shopping, etc. No bairro Universitário, há um polomédico, onde está inserido o principal hospital privado da cidade, fóruns, órgãos públicos, e a faculdade Asces, que originou o nome do bairro, criando um bairro que cresceu e desenvolveu ao entorno da faculdade, criando necessidade de construção de apartamentos para abrigar os estudantes, consequentemente comércio e outros tipos de serviços que se fizeram necessário ao bairro. Há um crescimento visível nos bairros Maurício de Nassau e Universitário, onde possui uma grande tendência de crescimento vertical cada vez mais alta, resultando em muitos espaços desprovidos de vitalidade urbana e com alterações brusca do uso do solo e especulação imobiliária. Ao contemplar a paisagem, é facilmente notado o crescente número de edifícios novos, (Ver figura 15) a grande proximidade entre eles e o aumento das áreas de concentração, por a maioria das vezes pela alteração do uso do solo. resultando, a barreira da construção de novos edifícios devido à existência apenas de terrenos pequenos começa a ser transpassada, causando cada vez mais alterações significativas em vários trechos do bairro e que influenciam no cotidiano de seus moradores. Figura 15 - Mapa de Área Construída Fonte: Google Earth Pro. 2020. Elaboração própria (2021). AMBIENTE NATURAL O relevo é relativamente plano e regular, em alguns trechos existem suaves declividades, no entorno da área de estudo há presença do canal do Rio Ipojuca (Ver figura 16) onde é um verdadeiro esgoto ao ar livre que fica nas extremidades de algumas ruas como: Rua Maria Merandolina, Rua Irmãos Alexandre, Rua Antônio Martins, Rua Capitão Dé. É notório a existência de praças e parques (Ver figura 17) em ambos os bairros como: Parque João Mota, Praça Chico Porto, Parque Goncalo Lopes da Cruz, Parque Arlindo Porto, Parque Antônio Parreira, Praça da ASCES. Foi observado também a presença de arborização na Av. Agamenon Magalhães, Rua Saldanha Marinho, Av. Rodrigues de Abreu, Rua Ana Maria da Rosa, Rua Gonçalves Ledo, na qual é contemplada com árvores que são concentradas nos lados e no meio da Av. Agamenon Magalhães. (Ver figura 18). Figura 16– Canal do Rio Ipojuca Figura 17 – Praça Chico Porto Fonte: Google street view Fonte: Google street view Figura 18 – Av. Agamenon Magalhães Fonte: Google street view Em comparação com áreas menos urbanizadas, as ilhas de calor são um fenômeno climático que pode fazer com que áreas de maior densidade tenham temperaturas mais altas. Isso se deve ao fato de que um grande número de estruturas verticais e asfalto de concreto impedem o fluxo de vento, um excesso de emissões de gases poluentes pelo excesso de veículos na estrada e a redução da cobertura vegetal, consequentemente, a absorção de calor. Segundo de área construída (Ver figura 19) e o plano diretor de Caruaru (2019), percebe-se que o lado Sul Da área de demarcação inclui a Zona de Consolidação Ocupacional 1 (ZCO-1) onde há a predominância de edificações térreas ou com poucos pavimentos. Portanto na Zona de Centro Expandido (ZCE) e na Área de Adensamento Construtivo 5 (ZAC-5), existe a concentração de densidade de edifícios, devido o elevado padrão construtivo onde se verifica a maior concentração de apartamentos que é incentivado ao adensamento com padrões de verticalização Após essa análise foi desenvolvido um mapa de ilhas de calor (Ver figura 20) no qual certifica-se que a ZCE e a ZAC-5, têm temperaturas mais altas. Devido às grandes mudanças na paisagem, à estrutura vertical dos conjuntos residenciais (Ver figura 21), comerciais e pavimentação asfáltica e baixa concentração de vegetais. Foi desenvolvido também mapa de amenidade dentro da área estudada (Ver figura 22) onde foram localizados espaços aconchegantes nas proximidades das ruas José Vicente Lacerda, Arlíndo Pôrto, Laudeline Rocha, Gonçalves Lêdo. Figura 20 – Mapa de Ilhas de Calor Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021). Figura 21 - Rua José Vicente Lacerda Fonte: Google street view Figura 22 – Mapa de Ilha de Amenidade Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021). As pessoas estão a todo o momento, expostas aos ruídos e poluição e isso ocorre em todos os ambientes. A partir disso foi feito o mapa de poluição (Ver figura 23) que mostra as áreas com maior poluição. Alguns exemplos encontrado foi a exposição de ruídos cotidianos como Trânsito de veículos pelas ruas, motocicletas, caminhões, buzinas, freadas, publicidade no comércio, quantidade de fios pendurados nos postes, excesso de placas, outdoors, banners, cartazes, entulhos, lixo e esgoto ao ar livre. As consequências do meio ambiente poluído são causas de grande preocupação, tanto para a conservação da biodiversidade, como para o bem-estar das pessoas, que pode acarretar problemas maiores, entre eles patológicos, destruição ambiental e alterações climáticas. Figura 23 – Mapa de Poluição Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021). INFRAESTRUTURA DA ÁREA DE ESTUDO E DO ENTORNO IMEDIATO Observando os pontos referentes à infraestrutura da área de estudo e seu entorno, podemos constatar por meio do Google street view que há fornecimento de energia elétrica, rede telefônica, serviços básicos de saneamento, abastecimento e distribuição de água e outros. A área de estudo dispõe das suas vias, como por exemplo a R. Francisca Lira Florêncio, R. Laudelino Rocha, e Av. Agamenon Magalhães (Ver figura 24) com pavimentos asfálticos bem conservados, além da presença de sinais de trânsito, placas de sinalização, faixas de pedestres dando suporte e permitindo a segurança das vias (Ver figura 25). Podemos observar também que em alguns locais as ruas e calçadas são estreitas e contam com obstáculos como rampas, buracos, desníveis o que acaba dificultando o andar e a acessibilidade no local. Figura 24 - Rua Francisca Lira de Florêncio Figura 25 - Sinais de trânsito e faixa de pedestre Fonte: Google street view Fonte: Google street view Quanto à manutenção de serviços públicos na área, em sua boa parte contém suas ruas e vias iluminadas, principalmente no entorno onde está localizado o núcleo central na Av. Agamenon Magalhães, na Galeria 945 e na Mansão do Forró, localizada na Av. o Dr. Pedro Jordão, entre outros serviços oferecidos. Sobre o mobiliário urbano foi possível percebê-los com uma melhor infraestrutura na Av. Agamenon Magalhães, com acentos e proteção contra o sol, e nos demais locais da área de estudo vai se mostrando inferior (Ver figura 26). Figura 26 - Mobiliário na Av. Agamenon Magalhães, Rua Quinze de Novembro e entorno Fonte: Google street view Considerando as áreas verdes, como jardins, vegetação e praças, foi identificado um baixo número, no caso da Praça Arlindo Porto no Maurício de Nassau (Ver figura 27) apesar de ser um local bonito e bem preservado, o papel interativo não é cumprido, já que na maioria das vezes esses espaços não são usufruídos muito pela população, porque há espaços onde os grandes muros das edificações acabam prejudicando a interação do edifício com o espaço urbano, o que reduz o diálogo e a vigilância. Outro caso é na Praça Chico Porto, localizada na R. Saldanha Marinho observamos que detém de uma menor infraestrutura e segurança, e a casos que quando ocorrem grandes chuvas no local a praça acaba inundada (Ver figura 28). Figura 27 - Praça Arlindo Porto Figura 28 - Praça Chico Porto Fonte: Google street view Fonte: Google street view Como a área de estudo abrange algumas ruas do bairro Universitário observamos que o mesmo possui problemas em sua infraestrutura, e isso abrange a falta de acessibilidade e mobilidade, mobiliário urbano, pavimentação e iluminação em alguns dos seus acessos (Ver figura 29), apenas algumas das suas vias principais apresentam pavimentação asfáltica bem preservadas. Figura 29 - Ruas sem pavimentação ecalçadas com “obstáculos” no bairro Universitário Fonte: Google street view Já a coleta de lixo pode ser considerada como relativa, e o bairro dispõe também de abastecimento de água tratada, o Universitário é um bairro que está em crescimento então uma boa parte do arredores ainda apresenta vegetações variadas. Por fim notamos a ausência de praças e áreas de lazer no local, e a melhoria nos serviços já oferecidos. PROBLEMÁTICAS, POTENCIALIDADES E DIRETRIZES Com base na análise e perguntas online através do Google forms entre os dias 15/04/2021 ao dia 20/04/2021, com participação de 30 pessoas, nas quais residem ou já frequentaram os respectivos bairros Maurício de Nassau e Universitário. A partir do resultado das análises concluídas foram identificadas algumas problemáticas presentes na área de estudo. Onde foi realizado a metodologia de análise FOFA, (Força, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), para que pudesse entender e planejar diretrizes adequadas. Identificação das problemáticas e potencialidades FRAQUEZAS - Falta de Infraestrutura em alguns pontos: A falta de pavimentação acaba dificultando o acesso aos veículos e transportes em dias chuvosos; - Ausência de diversidade económica e social: Devido ao preço do metro quadrado; - Ilhas de calor e esteira de vento: Devido a consequência do número alto de gabarito; - Falta de iluminação: A escassez de iluminação pública em alguns trechos, como por exemplo Av. Paulo Santos, acabam causando inseguranças; - Áreas verdes: Carência de praças e áreas de lazer, o que acaba contribuindo para falta de vitalidade urbana. - AMEAÇAS - Falta de acessibilidade: Às más condições das calçadas, e falta de revestimento asfáltico, podem trazer riscos aos pedestres, principalmente aqueles com mobilidade reduzida e aos cadeirantes; - Insegurança: Tem como principal motivo as longas quadras e muros desproporcionais a escala humana; - Edificações abandonadas: Causando desconforto e insegurança para os pedestres, principalmente na parte da noite; - Vazios urbanos: ausência de função social e infraestrutura; - Ausência de ciclovias e faixa de pedestre: Que concebe insegurança para os ciclistas e pedestres, como por exemplo na Av. Agamenon Magalhães no qual tem a necessidade de implantação de faixa de pedestres. FORÇAS - Infraestrutura: Um boa parte da área possui ruas asfaltadas, e as calçadas com tamanhos regulares; - Diversidades de Usos: Desenvolvem diversas funções como residencial, comercial, saúde, social, educacional e etc; - Mercado Imobiliário: Investimentos do mercado imobiliário local, devido, a pontos considerados importantes na cidade como Shopping e Universidade, tornado os bairros mais valorizados; - Iluminação: Em boa parte, possuem iluminação em Led; - Vegetação: Avenidas principais bastante arborizadas - Área com valor histórico: A existência de edifício de valor histórico, como a faculdade ASCES, OPORTUNIDADE - Boa Localização: Rodovias que cortam e margeiam a cidade com importante encontro de BR’S localizadas próximas aos bairros; - -Valor médio do solo urbano: O bairro possui um alto valor médio do solo urbano, sendo o maior valor dos bairros do município, indicando um potencial tendência de investimentos no mercado imobiliário; - -Potencial tendência de investimentos: Tem a possibilidade de um retorno financeiro mais fácil e seguro aos investimentos realizados; - -Impactos positivos: Por estar localizado o Shopping Difusora, Estádio do Central, faculdade ASCES, ambos causam grande impacto na ambiência da área e atrai pessoas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Caruaru, Plano Diretor. 2019. Lei Complementar 072, Prefeitura Municipal de Caruaru. Ilha de Calor, Toda Matéria: conteúdos escolares. Artigo revisado em 17/05/20. Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/ilha-de-calor/>. Acesso em: 15 de Abril de 2021. MINISTÉRIO DAS CIDADES. PlanMob – construindo a cidade sustentável. Caderno de Referência para Elaboração de plano de Mobilidade Urbana. Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana. Brasília, 2007. Disponível em: <https://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSEMOB/Biblioteca/LivroPlano>. Acesso em: 15 de Abril de 2021. ALFA GROUP. Prefeitura de Caruaru: história, 2020. Disponível em: < https://caruaru.pe.gov.br/historia/>. Acesso em: 16 de Abril de 2021. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE: população, 2010. Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pe/caruaru/panorama>. Acesso em: 16 de Abril de 2021. GOOGLE MAPS. Disponível em: < https://www.google.com.br/maps> Acesso em: 18 de Abril de 2021.
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