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Intervenção Urbana Local

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INTRODUÇÃO
O referente trabalho tem como objetivo realizar um diagnóstico urbano para
observar as disfunções encontradas nos bairros Maurício de Nassau e Universitário. A
análise visa descrever o estado físico atual da área e propor a necessidade de melhoria do
espaço, ampliando o direito à cidade.
As cidades precisam oferecer mobilidade de qualidade, acesso à serviços essenciais
e boa infraestrutura para a população, além de incentivar a ocupação dos espaços públicos.
São essas prerrogativas que serão discutidas ao longo do processo dessa análise. Os
bairros estão localizados em Caruaru, município de Pernambuco, que pertence à área
central do Agreste.
Caruaru é conhecida como Capital do Agreste, devido à importância como cidade
polo da mesorregião, e como Capital do Forró, já que é famosa pelas comemorações
juninas. Caruaru também abriga uma das maiores feiras ao ar livre do país (Ver figura 01) e
o maior centro de Artes Figurativas da América Latina, premiado pela UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), localizado no
Alto do Moura (Ver figura 02).
Figura 01 – A Feira de Caruaru
Fonte: Blog Atacadão da Roupa
Figura 02 – Alto do Moura
Fonte: Blog Por Aqui
A proposta foi desenvolvida através da metodologia de Luz Valente (2015), onde
procura descrever a área urbana através da leitura, tornando capaz de conhecer os
problemas e os motivos que influenciam na criação de propostas de intervenções físicas e
socioeconômicas inteligentes.
A leitura da área foi necessária para criar perspectiva e orientar a formação de um
retrato global, interpretativo e crítico. Para fazê-la, contou-se com a descrição das
particularidades do espaço analisado e ilustrações de informações com o uso da ferramenta
do Google Earth Pro, Sistema de Informação Geográfica (SIG), perguntas online através do
Google Forms, pesquisas bibliográficas e uso de dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), censo de 2010, que colaborou para o embasamento teórico do
diagnóstico.
Estão presentes também visões e pensamentos dos autores Kevin Lynch “A
imagem da cidade” (1997), Jan Ghel “Cidade para pessoas” (2013) e Jane Jacobs “Morte e
vida de grandes cidades” (2011), onde ambos os autores proporcionam concepções e
visões acerca da cidade. Com base nessa análise obteve-se conhecimento mais
aprofundado, tornando-se possível propor diretrizes adequadas para área de estudo.
PATRIMÔNIO, CULTURAL, IDENTIDADE
A preservação e valorização de um patrimônio cultural de um bairro fazem com que
sejam retratadas as lembranças de gerações, acontecimentos públicos, tragédias, fatos
novos e antigos.Esta valorização resulta em uma garantia de referência de memória e
identidade histórica. Contudo, devido ao rápido desenvolvimento urbano, a cidade de
Caruaru tem sofrido um grande impacto (com perdas materiais) na preservação de seus
bens históricos construídos.
Com base nos estudos realizados na área, onde contorna o bairro Maurício de
Nassau e o bairro Universitário, observamos que, ambos os bairros são relativamente novos
e resultam em poucas unidades culturais históricas. Esse esquecimento também pode ser
exemplificado pelas práticas de demolição de construções históricas para edificações de
prédios modernos no município. Deste modo, o crescimento sem controle é uma ameaça ao
patrimônio cultural e, portanto, à memória local, já que grande parte desses bens serve de
mediação entre o passado e o presente.
Identificamos que as áreas têm pontos importantes de referência e identidade como a
universidade ASCES no bairro Universitário, a Maternidade e a Casa de Saúde no bairro
Maurício de Nassau. Ao longo do trabalho foram identificadas duas edificações de interesse
e relevância histórica como o Estádio Luiz José de Lacerda conhecido como Lacerdão (Ver
figura 03) conhecido como Central Park até o início da década de 60 e o Shopping Difusora
onde era localizada a antiga Rádio Difusora (Ver figura 04).
Figura 03 - Lacerdão Figura 04 - Antiga Rádio Difusora
Fonte: Rádio Cultural Nordeste Fonte: Tripadvisor
O levantamento objetivou identificar o patrimônio referenciado nas publicações
históricas e foi de primordial importância ao possibilitar a análise, preservação e avaliação
das edificações existentes. A antiga Rádio Difusora, hoje como ponto comercial sendo
Shopping (Ver figura 05) é utilizado também como teatro, está em constante preservação e
melhorias por ter características modernas e estilo atual, em decorrência de ser por um
ponto comercial de grande fluxo de pessoas em longo período.
Figura 05 - Shopping Difusora
Fonte: Blogs.ne10.uol.com.br
Identificação e a conscientização da sociedade local sobre seu patrimônio
construído, como documento histórico e arquitetônico, e a necessidade de preservá-lo,
reconhecendo esses lugares como lugares de memória e identidade histórica de toda a
cidade de Caruaru, para com isso criar uma valorização do patrimônio histórico e fornecer
subsídios para ações preservacionistas. Nesse sentido, uma alternativa de construção de
um inventário de bens materiais é etapa indispensável no processo de registro de bens
culturais, trabalho necessário no sentido de incentivar a preservação dos mesmos e
viabilizar ações municipais nesse sentido. Assim, não deixando em esquecimento a história
e valorização de bens materiais de ambos os bairros.
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
A área de estudo envolve os bairros Maurício de Nassau e Universitário, é
representada pelo mapa de situação (Ver figura 4). O Maurício de Nassau se posiciona
próximo ao centro, bairro Nossa Senhora das Dores, destaca-se por ser uma das áreas
mais populosas e econômicas da cidade. É um centro comercial e de entretenimento por
abrigar restaurantes, bares e lanchonetes. Além disso, também oferece uma ampla gama
de serviços de saúde, onde atrai os olhares de grandes investidores, dentre eles o da
construção civil.
Figura 4 - Mapa de Situação da Área de Estudo Maurício de Nassau Caruaru - PE
Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021).
Já o Universitário está localizado na zona norte. Tendo seu crescimento ligado ao setor
terciário. Com o passar dos anos foi conquistando a identidade de um bairro residencial e
comercial. O bairro possui duas avenidas principais, sendo elas: Avenida Brasil e Avenida
dos Estados, Identifica-se que, os vetores de desenvolvimento que contribuíram para a
facilidade do processo de expansão do bairro foi, o desenvolvimento econômico do mesmo,
o incremento de novas áreas domiciliares, caracterizadas por imóveis, novos lotes e
empreendimentos direcionados aos serviços dedicados ao comércio. Como também, a
instalação de um centro universitário nas imediações do bairro, expressa pela
ASCES-UNITA, transformando o perfil do bairro e dando-o mais referência.
Segundo dados do IBGE (2010), a população da área do bairro Maurício de Nassau é de
15,536 habitantes e a do Universitário é de 5.687 habitantes (Ver figura 5). Ambos os
bairros possuem cerca de 68,5% da população com idades entre 15 e 64 anos,
contabilizando a faixa etária mais efetiva no bairro (Ver figura 6), sendo que entre jovens e
idosos há um número maior de jovens. Sua população é distribuída entre 56,1% de
mulheres e 43,9% homens no bairro Maurício de Nassau, enquanto o Universitário possui
51,78% de mulheres e 48,22% de homens (Ver figura 7). A população possui renda mensal
de R$ 2,805,00 no Universitário, já no Maurício de Nassau a renda mensal é de R$
5,600,00 (Ver figura 8) segundo o censo do IBGE (2010). Estas informações demonstram
que a grande parcela da população do bairro Maurício de Nassau possui de média a alto
poder aquisitivo, o que torna o bairro com características nobres.
Figura 5 - Mapa de População, Maurício de Nassau
Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021).
Figura 6 - Renda, Maurício de Nassau e Universitário
Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboraçãoprópria, através do SIG (2021).
Figura 7 - Faixa Etária da População
Fonte: Elaboração própria.
Figura 8 - Sexo
Fonte: Elaboração própria.
No que se refere à função social da cidade, conforme o Estatuto da Cidade (2001), a
área possui uma carência de saneamento, infraestrutura, iluminação, acessibilidade e uso,
como bem observado na Av. Paulo Santos, Rua Júlio Píres Ferreira (Figuras 9 e 10). A falta
dessas condições indispensáveis contribui para o desequilíbrio social, dificulta a instalação
de equipamentos nos espaços vazios e induz a sensação de insegurança e com baixa
vitalidade Isso colabora para o esvaziamento das ruas nas quais tem um número excessivo
de casas com muros altos (Ver figura 11 e 12) onde só aumenta a violência urbana.
Figura 9 - Av. Paulo Santos
Fonte: Google street view
Figura 10 - Rua Júlio Píres Ferreira
Fonte: Google street view
Figura 11 – Rua Iris
Fonte: Google street view
Figura 12 – Rua José Vicente Lacerda
Fonte: Google street view
TRÂNSITO E MOBILIDADE URBANA
O bairro comporta um fluxo quase que predominantemente de carros e uma linha de
ônibus ao longo de toda a avenida principal (Ver figura 13) como em suas paralelas. Já na
parte oeste temos um fluxo de pedestres constante (Ver figura 14) até mesmo nos horários
noturnos, mais de uma linha de ônibus percorrem fazendo ponte entre o bairro Maurício de
Nassau e Divinópolis, centro, rodoviária e Indianópolis, Possui um fluxo muito intenso em
quase todas as ruas por ser um bairro muito movimentado e um dos principais da cidade.
Figura 13 - Mapa de Rotas de Ônibus
Fonte: Google Earth Pro. 2020. Elaboração própria (2021).
Figura 14 - Mapa de Trânsito
Fonte: Google Earth Pro. 2020. Elaboração própria (2021).
A mobilidade urbana se trata de como as pessoas se desloca em uma cidade, seja
andando a pé ou utilizando meios de transporte públicos ou privados, com base nisso o
mapa de rota dos ônibus nota-se que existe diferente rotas que passa pela área estudada,
são seis linhas, 402 - Maurício de Nassau / Centro, 138 - Nova Caruaru / Luiz Gonzaga /
Severino Afonso, 133 - Caruá / Baraúna / Centro, 170 – Rafael / Caruaru (centro), 172 -
Itaúna / Centro e 190 – Lagoa Salgada / Centro.
Para que haja uma boa mobilidade urbana em uma cidade, são necessários projetos
que compreendam a realidade e os problemas enfrentados pela população. Nesse caso, a
disfunção é a precariedade de linhas de ônibus, que acaba contribuindo para o
aparecimento de mais carros particulares, e consequentemente, lotando o fluxo nas vias.
Em 2004, o Ministério das Cidades elaborou uma cartilha e pontuou que
“Uma política de investimentos que não favorece o transporte público e uma política de uso
do solo que não leve em conta a mobilidade urbana contribuem para o aparecimento de um
número cada vez maior de veículos particulares nas ruas, agravando os congestionamentos
e gerando uma pressão política por maior capacidade de tráfego das avenidas, túneis e
viadutos” (Ministério das Cidades, 2004b, p. 21).
Uma das críticas mais influentes nesse assunto é a escritora Jane Jacobs, que no livro
“Morte e vida de grandes cidades” (2011) fala da problemática do crescente uso do
transporte particular, afirmando que “quanto mais espaço se der aos carros nas cidades,
maior se tornará a necessidade do uso dos carros e, consequentemente, de ainda mais
espaço para eles” (JACOBS, 2011, p. 391). Isso significa, portanto, menos espaço para o
tráfego a pé, deixando a experiência da cidade prejudicada para os pedestres e causando
problemas como o engarrafamento.
Jacobs também fala que, devido ao aumento dos automóveis particulares, locais da cidade
são transformados em espaços, como eixos viários, estacionamentos e postos de gasolina,
tornando-se inúteis para os pedestres. Sendo assim, "a feição urbana é desfigurada a ponto
de todos os lugares se parecerem com qualquer outro, resultando em Lugar Algum”
(JACOBS, 2011, p. 377).
PARÂMETROS URBANÍSTICOS E INSTRUMENTOS DE GESTÃO
Conforme consta no Plano Diretor do município de Caruaru (Lei 72,2019) a área
demarcada é composta por habitações Unifamiliares e Multifamiliares e alguns comércios
locais que atendem os moradores do bairro.
O perímetro estudado pertence às :
•(ZAC-5) Zona de Adensamento Construtivo 5;
•(ZCE) Zona de Centro Expandida ;
•(ZCO-1 )Zona de Consolidação da Ocupação 1;
•(SSA) Setor de Sustentabilidade Ambiental.
- A ZAC-5, demonstra lacunas urbanas expressivas, residências de alto padrão,
regularidade nos traçados, e estimulação da verticalização com o argumento de que é
garantido o conforto ambiental por meio da ocupação da proposta do solo natural.
- ZCE Apresentam serviços diversificados e atividades de comércios, com
adensamento construtivo nos padrões mais elevados, da qual a função urbana supera o
atendimento das necessidades do bairro em que se encontra, tendo uma grande tendência
de alteração nos usos de verticalização.
- ZCO-1 engloba áreas com domínio de habitação e possuem algumas áreas
necessitadas de regularização secundária.
- SSA acolhe áreas parcialmente edificadas no encontro de leitos de água.
Segue abaixo a tabela que consta no plano diretor com os parâmetros urbanísticos do
espaço analisado:
Tabela 1- Quadro de parâmetros urbanísticos. Fonte: Plano Diretor de Caruaru. 2019.
Fonte: Plano Diretor de Caruaru, 2019.
PADRÕES DE USOS E OCUPAÇÃO DO SOLO / PARCELAMENTO
O Bairro Maurício de Nassau e uma parcela do Bairro Universitário estão situados
na Zona de Adensamento Construtivo 5, abreviada por (ZAC-5), a qual diz que são: Áreas
predominantemente parceladas, situadas nas proximidades da região central da cidade,
mas onde também se registram expressivos vazios urbanos (Ver figura 00) parcelados ou
não, caracterizada por arruamento de traçado regular, lotes predominantes de 360m², com
ocupação por residências de elevado padrão construtivo e onde se verifica a maior
concentração de prédios de apartamentos, onde também pode ser incentivado o
adensamento com padrões de verticalização, assegurando maior conforto ambiental por
meio da ampliação da oferta de solo natural com cobertura vegetal.
Identifica-se nos bairros uma diversidade de usos (Ver figura 00) como clínicas,
supermercados, hospitais, bares, restaurantes, lojas, oficinas, cemitério, faculdade,,
concessionárias, prédios de uso misto, escolas, entre outros. Ambos abrangem áreas com
predominância de habitação unifamiliar e comércio, contendo algumas áreas carentes de
regularização fundiária, que trata-se de quando o parcelamento não está de acordo com a
legislação urbanística e ambiental e não foi devidamente licenciado.
Alguns dos edifícios não respeitam os afastamentos determinados, e tem
uma verticalização razoável podendo se acentuar no futuro. Suas quadras tem a
predominância de quadras regulares. Em relação aos vazios urbanos, hoje são
encontrados bem menos terrenos vazios. O entorno é caracterizado por uma alta
densidade de área construída devido o Bairro Maurício de Nassau ser próximo ao
centro da cidade, sendo assim, torna-se um ponto estratégico para o ramo
comercial.
O bairro que era ocupado na sua maioria por casas térreas e poucos prédios por se
tratar de um local residencial na sua quase totalidade, aos poucos foi sendo transformado.
As edificações antigas foram transformadas em edifícios e em sua maior parte edifícios com
dez ou mais pavimentos, mudando não só o aspecto visual como também a morfologia
urbana. A avenida Agamenon Magalhães, por exemplo, se tornou uma das mais
importantes da cidade devido a mesma a BR 104 e por dar acesso a outros bairros e
cidades vizinhas.
AMBIENTE CONSTRUÍDO
Os bairros Maurício de Nassau e Universitário, são bairros relativamente novos, em sua
maioria construções residenciais. Há uma mistificação entre residências, comércio, serviços
em gerais, maior no bairro Maurício de Nassau, onde concentra-se, escolas,
supermercados, farmácias, restaurantes, shopping, etc. No bairro Universitário, há um polomédico, onde está inserido o principal hospital privado da cidade, fóruns, órgãos públicos, e
a faculdade Asces, que originou o nome do bairro, criando um bairro que cresceu e
desenvolveu ao entorno da faculdade, criando necessidade de construção de apartamentos
para abrigar os estudantes, consequentemente comércio e outros tipos de serviços que se
fizeram necessário ao bairro.
Há um crescimento visível nos bairros Maurício de Nassau e Universitário, onde
possui uma grande tendência de crescimento vertical cada vez mais alta, resultando em
muitos espaços desprovidos de vitalidade urbana e com alterações brusca do uso do solo e
especulação imobiliária.
Ao contemplar a paisagem, é facilmente notado o crescente número de edifícios
novos, (Ver figura 15) a grande proximidade entre eles e o aumento das áreas de
concentração, por a maioria das vezes pela alteração do uso do solo. resultando, a barreira
da construção de novos edifícios devido à existência apenas de terrenos pequenos começa
a ser transpassada, causando cada vez mais alterações significativas em vários trechos do
bairro e que influenciam no cotidiano de seus moradores.
Figura 15 - Mapa de Área Construída
Fonte: Google Earth Pro. 2020. Elaboração própria (2021).
AMBIENTE NATURAL
O relevo é relativamente plano e regular, em alguns trechos existem suaves
declividades, no entorno da área de estudo há presença do canal do Rio Ipojuca (Ver figura
16) onde é um verdadeiro esgoto ao ar livre que fica nas extremidades de algumas ruas
como: Rua Maria Merandolina, Rua Irmãos Alexandre, Rua Antônio Martins, Rua Capitão
Dé.
É notório a existência de praças e parques (Ver figura 17) em ambos os bairros
como: Parque João Mota, Praça Chico Porto, Parque Goncalo Lopes da Cruz, Parque
Arlindo Porto, Parque Antônio Parreira, Praça da ASCES. Foi observado também a
presença de arborização na Av. Agamenon Magalhães, Rua Saldanha Marinho, Av.
Rodrigues de Abreu, Rua Ana Maria da Rosa, Rua Gonçalves Ledo, na qual é contemplada
com árvores que são concentradas nos lados e no meio da Av. Agamenon Magalhães. (Ver
figura 18).
Figura 16– Canal do Rio Ipojuca Figura 17 – Praça Chico Porto
Fonte: Google street view Fonte: Google street view
Figura 18 – Av. Agamenon Magalhães
Fonte: Google street view
Em comparação com áreas menos urbanizadas, as ilhas de calor são um fenômeno
climático que pode fazer com que áreas de maior densidade tenham temperaturas mais
altas. Isso se deve ao fato de que um grande número de estruturas verticais e asfalto de
concreto impedem o fluxo de vento, um excesso de emissões de gases poluentes pelo
excesso de veículos na estrada e a redução da cobertura vegetal, consequentemente, a
absorção de calor.
Segundo de área construída (Ver figura 19) e o plano diretor de Caruaru (2019),
percebe-se que o lado Sul Da área de demarcação inclui a Zona de Consolidação
Ocupacional 1 (ZCO-1) onde há a predominância de edificações térreas ou com poucos
pavimentos. Portanto na Zona de Centro Expandido (ZCE) e na Área de Adensamento
Construtivo 5 (ZAC-5), existe a concentração de densidade de edifícios, devido o elevado
padrão construtivo onde se verifica a maior concentração de apartamentos que é
incentivado ao adensamento com padrões de verticalização
Após essa análise foi desenvolvido um mapa de ilhas de calor (Ver figura 20) no qual
certifica-se que a ZCE e a ZAC-5, têm temperaturas mais altas. Devido às grandes
mudanças na paisagem, à estrutura vertical dos conjuntos residenciais (Ver figura 21),
comerciais e pavimentação asfáltica e baixa concentração de vegetais. Foi desenvolvido
também mapa de amenidade dentro da área estudada (Ver figura 22) onde foram
localizados espaços aconchegantes nas proximidades das ruas José Vicente Lacerda,
Arlíndo Pôrto, Laudeline Rocha, Gonçalves Lêdo.
Figura 20 – Mapa de Ilhas de Calor
Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021).
Figura 21 - Rua José Vicente Lacerda
Fonte: Google street view
Figura 22 – Mapa de Ilha de Amenidade
Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021).
As pessoas estão a todo o momento, expostas aos ruídos e poluição e isso ocorre em
todos os ambientes. A partir disso foi feito o mapa de poluição (Ver figura 23) que mostra as
áreas com maior poluição. Alguns exemplos encontrado foi a exposição de ruídos
cotidianos como Trânsito de veículos pelas ruas, motocicletas, caminhões, buzinas, freadas,
publicidade no comércio, quantidade de fios pendurados nos postes, excesso de placas,
outdoors, banners, cartazes, entulhos, lixo e esgoto ao ar livre.
As consequências do meio ambiente poluído são causas de grande preocupação, tanto
para a conservação da biodiversidade, como para o bem-estar das pessoas, que pode
acarretar problemas maiores, entre eles patológicos, destruição ambiental e alterações
climáticas.
Figura 23 – Mapa de Poluição
Fonte: IBGE, censo de 2010. Elaboração própria, através do SIG (2021).
INFRAESTRUTURA DA ÁREA DE ESTUDO E DO ENTORNO IMEDIATO
Observando os pontos referentes à infraestrutura da área de estudo e seu entorno,
podemos constatar por meio do Google street view que há fornecimento de energia elétrica,
rede telefônica, serviços básicos de saneamento, abastecimento e distribuição de água e
outros.
A área de estudo dispõe das suas vias, como por exemplo a R. Francisca Lira Florêncio,
R. Laudelino Rocha, e Av. Agamenon Magalhães (Ver figura 24) com pavimentos asfálticos
bem conservados, além da presença de sinais de trânsito, placas de sinalização, faixas de
pedestres dando suporte e permitindo a segurança das vias (Ver figura 25). Podemos
observar também que em alguns locais as ruas e calçadas são estreitas e contam com
obstáculos como rampas, buracos, desníveis o que acaba dificultando o andar e a
acessibilidade no local.
Figura 24 - Rua Francisca Lira de Florêncio Figura 25 - Sinais de trânsito e faixa de pedestre
Fonte: Google street view Fonte: Google street view
Quanto à manutenção de serviços públicos na área, em sua boa parte contém suas
ruas e vias iluminadas, principalmente no entorno onde está localizado o núcleo central na
Av. Agamenon Magalhães, na Galeria 945 e na Mansão do Forró, localizada na Av. o Dr.
Pedro Jordão, entre outros serviços oferecidos. Sobre o mobiliário urbano foi possível
percebê-los com uma melhor infraestrutura na Av. Agamenon Magalhães, com acentos e
proteção contra o sol, e nos demais locais da área de estudo vai se mostrando inferior (Ver
figura 26).
Figura 26 - Mobiliário na Av. Agamenon Magalhães, Rua Quinze de Novembro e entorno
Fonte: Google street view
Considerando as áreas verdes, como jardins, vegetação e praças, foi identificado um
baixo número, no caso da Praça Arlindo Porto no Maurício de Nassau (Ver figura 27) apesar
de ser um local bonito e bem preservado, o papel interativo não é cumprido, já que na
maioria das vezes esses espaços não são usufruídos muito pela população, porque há
espaços onde os grandes muros das edificações acabam prejudicando a interação do
edifício com o espaço urbano, o que reduz o diálogo e a vigilância.
Outro caso é na Praça Chico Porto, localizada na R. Saldanha Marinho observamos que
detém de uma menor infraestrutura e segurança, e a casos que quando ocorrem grandes
chuvas no local a praça acaba inundada (Ver figura 28).
Figura 27 - Praça Arlindo Porto Figura 28 - Praça Chico Porto
Fonte: Google street view Fonte: Google street view
Como a área de estudo abrange algumas ruas do bairro Universitário observamos
que o mesmo possui problemas em sua infraestrutura, e isso abrange a falta de
acessibilidade e mobilidade, mobiliário urbano, pavimentação e iluminação em alguns dos
seus acessos (Ver figura 29), apenas algumas das suas vias principais apresentam
pavimentação asfáltica bem preservadas.
Figura 29 - Ruas sem pavimentação ecalçadas com “obstáculos” no bairro Universitário
Fonte: Google street view
Já a coleta de lixo pode ser considerada como relativa, e o bairro dispõe também de
abastecimento de água tratada, o Universitário é um bairro que está em crescimento então
uma boa parte do arredores ainda apresenta vegetações variadas. Por fim notamos a
ausência de praças e áreas de lazer no local, e a melhoria nos serviços já oferecidos.
PROBLEMÁTICAS, POTENCIALIDADES E DIRETRIZES
Com base na análise e perguntas online através do Google forms entre os
dias 15/04/2021 ao dia 20/04/2021, com participação de 30 pessoas, nas quais
residem ou já frequentaram os respectivos bairros Maurício de Nassau e
Universitário. A partir do resultado das análises concluídas foram identificadas
algumas problemáticas presentes na área de estudo. Onde foi realizado a
metodologia de análise FOFA, (Força, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), para
que pudesse entender e planejar diretrizes adequadas.
Identificação das problemáticas e potencialidades
FRAQUEZAS
- Falta de Infraestrutura em alguns pontos: A falta de pavimentação acaba
dificultando o acesso aos veículos e transportes em dias chuvosos;
- Ausência de diversidade económica e social: Devido ao preço do metro
quadrado;
- Ilhas de calor e esteira de vento: Devido a consequência do número alto de
gabarito;
- Falta de iluminação: A escassez de iluminação pública em alguns trechos, como
por exemplo Av. Paulo Santos, acabam causando inseguranças;
- Áreas verdes: Carência de praças e áreas de lazer, o que acaba contribuindo para
falta de vitalidade urbana.
-
AMEAÇAS
- Falta de acessibilidade: Às más condições das calçadas, e falta de revestimento
asfáltico, podem trazer riscos aos pedestres, principalmente aqueles com mobilidade
reduzida e aos cadeirantes;
- Insegurança: Tem como principal motivo as longas quadras e muros
desproporcionais a escala humana;
- Edificações abandonadas: Causando desconforto e insegurança para os
pedestres, principalmente na parte da noite;
- Vazios urbanos: ausência de função social e infraestrutura;
- Ausência de ciclovias e faixa de pedestre: Que concebe insegurança para os
ciclistas e pedestres, como por exemplo na Av. Agamenon Magalhães no qual tem a
necessidade de implantação de faixa de pedestres.
FORÇAS
- Infraestrutura: Um boa parte da área possui ruas asfaltadas, e as calçadas com
tamanhos regulares;
- Diversidades de Usos: Desenvolvem diversas funções como residencial, comercial,
saúde, social, educacional e etc;
- Mercado Imobiliário: Investimentos do mercado imobiliário local, devido, a pontos
considerados importantes na cidade como Shopping e Universidade, tornado os
bairros mais valorizados;
- Iluminação: Em boa parte, possuem iluminação em Led;
- Vegetação: Avenidas principais bastante arborizadas
- Área com valor histórico: A existência de edifício de valor histórico, como a
faculdade ASCES,
OPORTUNIDADE
- Boa Localização: Rodovias que cortam e margeiam a cidade com importante
encontro de BR’S localizadas próximas aos bairros;
- -Valor médio do solo urbano: O bairro possui um alto valor médio do solo urbano,
sendo o maior valor dos bairros do município, indicando um potencial tendência de
investimentos no mercado imobiliário;
- -Potencial tendência de investimentos: Tem a possibilidade de um retorno
financeiro mais fácil e seguro aos investimentos realizados;
- -Impactos positivos: Por estar localizado o Shopping Difusora, Estádio do Central,
faculdade ASCES, ambos causam grande impacto na ambiência da área e atrai
pessoas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Caruaru, Plano Diretor. 2019. Lei Complementar 072, Prefeitura Municipal de
Caruaru.
Ilha de Calor, Toda Matéria: conteúdos escolares. Artigo revisado em 17/05/20.
Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/ilha-de-calor/>. Acesso em: 15 de
Abril de 2021.
MINISTÉRIO DAS CIDADES. PlanMob – construindo a cidade sustentável. Caderno
de Referência para Elaboração de plano de Mobilidade Urbana. Secretaria Nacional
de Transporte e Mobilidade Urbana. Brasília, 2007. Disponível em:
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de Abril de 2021.

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