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MEDICINA UNIFEBE Metabolism� d� ferr� FISIOLOGIA O ferro é um material essencial para a homeostasia, pois possibilita a manutenção das funções celulares essenciais e ao mesmo tempo evita possíveis danos teciduais. CONSEQUÊNCIAS → Deficiência: Anemia é a manifestação mais comum. → Excesso ou acúmulo: nocivo aos tecidos, lesando proteínas, lipídeos e DNA devido a síntese de espécies reativas de oxigênio pelo ferro livre. FUNÇÕES: ● Homeostase celular ● Transporte de oxigênio ● Sìntese de DNA ● Metabolismo energético ● Cofator da cadeia respiratória mitocondrial ● Nos mamíferos é utilizado principalmente na síntese de hemoglobina (Hb) nos eritroblastos, da mioglobina nos músculos e citocromos no fígado. AQUISIÇÃO DO FERRO A quantidade de ferro absorvida dependerá da necessidade do organismo. Situações como: gravidez, puberdade e hemólise, necessitam de uma maior quantidade, havendo desse modo uma maior absorção de ferro. O ferro pode ser adquirido pelo organismo de 2 formas: - Alimentação (como verduras, cereais, carnes, ovos e laticínios) - Reciclagem de hemácias velhas Para ser absorvido o ferro precisa estar na forma inorgânica (Cereais e vegetais) ou na forma heme. Alguns fatores favorecem a absorção intestinal, como a acidez e a presença de agentes solubilizantes, como açúcares. ABSORÇÃO A absorção é feita por meio do epitélio duodenal, na qual apresenta vilosidades que facilitam esse processo. As principais proteínas envolvidas nesse processo de absorção e liberação, são a proteína transportadora de metal divalente (DMT-1) e a ferroportina (FPT). 1 MEDICINA UNIFEBE Certa quantidade do ferro quando ingerida é apresentada na forma Fe³+. Porém para ser absorvida pelo organismo precisa ser convertida para a forma Fe²+, e isso ocorre devido a ação da enzima redutase citocromo b (Dcytb). Dessa forma, ele é convertido em Fe²+ e consegue entrar na célula pela proteína DMT-1. Já a internalização do ferro heme da dieta é feita pela proteína transportadora de heme-1 (HCP1), posicionada na membrana apical das células do duodeno. Esse mecanismo aproveita o heme da dieta e evita a capacitação desnecessária de ferro e seu provável acúmulo. Dentro da célula, o ferro é retirado do heme por meio da heme oxigenase, após isso, será armazenado na forma de Ferritina ou liberado do enterócito na forma Fe²+ para o sangue pela proteína ferroportina (FPT). Após a exportação pela FPT, o Fe²+ será oxidado pela hefaestina, sintetizada no fígado. O fe³+ será transportado pela transferrina até os locais onde será reutilizado, predominantemente medula óssea, onde participará da hemoglobinização de novos eritrócitos. TRANSPORTE DO FERRO MITOCONDRIAL A mitocôndria é essencial para o metabolismo do ferro, sendo o único local onde ocorre a síntese do heme e a biossíntese dos clusters (cofatores de ferro enxofre). Depois que o ferro é transportado através da membrana mitocondrial a frataxina que é uma proteína localizada na membrana interna e na matriz mitocondrial faz um papel importante de regular o uso desse ferro que é destinado a síntese do heme e também previne a formação de radicais livres. A falta dessa frataxina promove o acúmulo de ferro mitocondrial, ocasionando um estresse oxidativo, visto que quem fazia a regulação da formação de radicais livres e da produção de ferro era a frataxina. Na mitocôndria, a cadeia respiratória mitocondrial é importante para a conversão do ferro férrico (Fe³+) em ferroso (Fe²+). O ABC B7 vai ajudar a sair da mitocôndria na forma de heme. ESTOQUE O ferro fica estocado nas células reticuloendoteliais do fígado, baço e medula óssea, nas formas de ferritina e hemossiderina. ● Ferritina: Ferro + apoferritina (proteína) = ferritina, que é a forma solúvel de armazenamento do ferro. Contém e mantém átomos de ferro que poderiam formar agregados de precipitados tóxicos. ● Hemossiderina: Forma degradada da ferritina; permite que o ferro forme degradados. 2 MEDICINA UNIFEBE HOMEOSTASE DO FERRO A homeostase do ferro é regulado por dois mecanismos principais: ● Intracelular: pela quantidade de ferro que a célula dispõe. ● Sistêmico: hepcidina REGULAÇÃO SISTÊMICA Normalmente, o ferro é eliminado do organismo pelas secreções corpóreas, descamação das células intestinais e epidérmicas ou sangramento menstrual. Como o organismo não possui um mecanismo específico para eliminar o excesso de ferro absorvido ou acumulado após a reciclagem do ferro pelos macrófagos, o controle do equilíbrio do ferro requer uma comunicação entre os locais de absorção, utilização e estoque. Essa comunicação é feita pela hepcidina, um hormônio peptídeo circulante que coordena o uso e o estoque do ferro com a sua aquisição. A Hepcidina é um regulador negativo do metabolismo do ferro. É sintetizada pelo fígado e subsequente processado e secretado na circulação onde é detectada no plasma e na urina. ● A deficiência de hepcidina causa uma sobrecarga de ferro, aumentando sua expressão. ● Uma super expressão de hepcidina pode causar anemia e hipoxemia, reduzindo a quantidade de ferro. A expressão de hepcidina é regulada pelo: estado do ferro e estado inflamatório. A ferroportina é o receptor da hepcidina e a interação hepcidina-ferroportina controla os níveis de ferro. A inibição e capacitação do ferro pelo eritrócitos se dá pela inibição da transcrição da DMT-1 induzida pela hepcidina. ● A sobrecarga de ferro aumenta a expressão da hepcidina ● Anemia e hipóxia reduzem a expressão da hepcidina, para que esta não use ou estoque o ferro que já está baixo. SOBRECARGA DE FERRO E DANO TECIDUAL Uma vez que os íons ferro livre se ligam a moléculas nas células ou no sangue e as danificam, a transferrina e a ferritina atuam como “escoltas proteicas" protetoras durante o transporte e armazenamento dos íons ferro. Por isso, o plasma praticamente não tem ferro livre. Em casos de sobrecarga de ferro, a concentração de ferro no corpo sobe. Por não termos um métodos de eliminação do ferro excessivo, a hepcidina adapta-se às condições, regulando as concentrações do ferro. 3 MEDICINA UNIFEBE RESUMO DE FORMA GERAL 1. Os macrófagos no baço, fígado ou medula óssea vermelha fagocitam hemácias rompidas ou gastas. 2. As porções globina e heme da hemoglobina são separadas. 3. A globina é degradada em aminoácidos, que podem ser reutilizados na síntese de outras proteínas. 4. O ferro é removido da porção heme na forma de Fe³+, que se associa à proteína plasmática transferrina, transportador de Fe³+ na corrente sanguínea. 5. Nas fibras musculares, nos hepatócitos e nos macrófagos do baço e do fígado, o Fe³+ se desliga da transferrina e se fixa a uma proteína que armazena ferro chamada ferritina. 6. Ao ser liberado de um local de reserva ou absorvido do sistema digestório, o Fe³+ se fixa novamente à transferrina. 7. O complexo Fe³+ transferrina é levado para a medula óssea vermelha, onde as células precursoras de hemácias os captam por meio de endocitose mediada por receptores. 8. Eritropoiese na medula óssea resulta na produção de hemácias, que entram na circulação. 9. Quando o ferro é removido da heme, a porção sem ferro da heme é convertida em biliverdina, um pigmento verde e, em seguida, em bilirrubina, um pigmento amarelo-alaranjado. 4
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