Buscar

CRIMEes eleitorais

Prévia do material em texto

UESPI – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
CURSO: DIREITO – 8º BLOCO
MATÉRIA: DIREITO ELEITORAL
PROFESSORA: LYA RACHEL
Grupo: Adson Ribeiro, Ana Luísa Cardoso, Antônio Maureni, Fabiana Leite, Liane Alice, Monalisa Sousa
CRIMES ELEITORAIS: CAPTAÇÃO OU GASTO ILÍCITO DE RECURSOS PARA FINS ELEITORAIS E CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO
Teresina
2022
1. INTRODUÇÃO – ILÍCITO ELEITORAL
 Preconiza José Jairo Gomes, em sua obra sobre o Direito Eleitoral: 
‘’Compreende-se por ilícito a ação humana caracterizada por não se harmonizar com o Direito, ferindo-o. Os efeitos jurídicos dele resultantes não são necessariamente queridos nem buscados por quem o pratica ou com ele se beneficia, mas sujeitam-se à repulsa legal veiculada na sanção. Note-se que uma ação não é considerada ilícita simplesmente por transgredir o ordenamento legal, em sua dimensão lógico-formal, mas essencialmente por ferir um bem ou interesse juridicamente reconhecidos e protegidos. De modo que o ilícito não somente atenta contra o Direito, como sistema formal de normas de conduta, mas ataca, sobretudo, os valores em que ele, o Direito, encontra-se arrimado.’’ 
 
 Existem vários tipos de ilícitos eleitorais. Aqui serão abordados, especificamente, a captação ou gasto ilícito de recursos para fins eleitorais e captação ilícita de sufrágio.
2. CAPTAÇÃO OU GASTO ILÍCITO DE RECURSOS PARA FINS ELEITORAIS
 O crime de captação ou gasto ilícito de recursos para fins eleitorais foi introduzido no ordenamento jurídico pela Lei no 11.300/2006, que incluiu o art. 30-A na Lei nº 9.504/97, chamada Lei das Eleições (LE). Esse dispositivo, foi um dos frutos da minirreforma eleitoral ocorrida em 2006. O referido artigo dispões o seguinte:
“Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos.
§ 1° Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, no que couber.
§ 2° Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado.
§ 3° O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações propostas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial”.
O ilícito de captação ou gasto ilícito de recursos para fins eleitorais ocorre quando, durante campanha eleitoral, os candidatos utilizam recursos oriundos de fontes ilícitas e vedadas em lei ou obtidos de modo ilícito, ainda que de fonte lícita. 
O dispositivo em apreço busca tutelar a proteção das normas relativas à arrecadação e gastos eleitorais. Assim, o bem jurídico protegido é a lisura da campanha eleitoral, pois se a campanha for financiada com recursos oriundos de fontes ilícitas ou proibidas, ou, ainda, arrecadados de forma ilícita, contaminará o mandato que por ventura vier a decorrer dela, tornando-o ilegítimo.
Também é tutelada a igualdade, a garantia da disputa isonômica entre os candidatos, pois, quando um candidato se vale de recursos vindos das chamadas “caixa dois” ou de fonte proibida, passa a ter uma vantagem ilícita em relação aos candidatos que fazem suas campanhas apenas com recursos lícitos.
A consumação desse tipo de crime pode ocorrer com a prática de um único fato, por mais que não tenha potencialidade para desequilibrar as eleições ou o resultado delas. O Tribunal Superior Eleitoral entende que basta que haja gravidade do evento e das circunstâncias que o cercam:
“[...] 7. Não havendo, necessariamente, nexo de causalidade entre a prestação de contas de campanha (ou os erros dela decorrentes) e a legitimidade do pleito, exigir prova de potencialidade [para desequilibrar o pleito] seria tornar inóqua a previsão contida no art. 30-A, limitando-o a mais uma hipótese de abuso de poder. O bem jurídico tutelado pela norma revela que o que está em jogo é o princípio constitucional da moralidade (CF, art. 14, § 9o). Para incidência do art. 30-A da Lei no 9.504/97, necessária prova da proporcionalidade (relevância jurídica) do ilícito praticado pelo candidato e não da potencialidade do dano em relação ao pleito eleitoral [...]” (TSE – RO no 1.540/PA – DJe 1o-6-2009, p. 27).
	Assim, apesar de não se exigir para a configuração desse delito, que a prática possa causar o desequilíbrio das eleições, deve-se aplicar também os princípios da razoabilidade e a proporcionalidade, de modo que é necessário que a aplicação da sanção ao crime seja proporcional à gravidade da conduta e à lesão que ela causou ao bem jurídico protegido. Nesse sentido, em caráter excepcional, quando o ilícito envolver valor incapaz de causar impacto na campanha do candidato ou de seus concorrentes, apesar de reprovável, não é suficiente para configurar o crime em apreço, de modo que o candidato venha a sofrer as sanções previstas no art. 30-A, § 2°, quais sejam, a não expedição do diploma e mesmo sua cassação. 
	Convém ressaltar que, além das sanções já citadas, a prática desse crime também tem como consequência reflexa ou indireta, a possibilidade de declaração de inelegibilidade do réu, nos termos da alínea j, I, art. 1o, da LC no 64/90 (inserida pela LC no 135/2010).
	Quanto aos sujeitos do crime de captação ou gasto ilícito de recursos para fins eleitorais, ainda que a lei somente mencione como legitimados ativos para representar à Justiça Eleitoral em face desse delito, o partido político e a coligação, o TSE faz uma interpretação extensiva do dispositivo e reconhece a legitimidade do candidato e do Ministério Público para o ajuizamento da representação prevista. O interesse e a legitimidade dos candidatos decorrem do fato de serem eles os diretamente prejudicados pela captação ou gasto ilícitos de recursos levados a efeito por seu concorrente.
	A legitimidade e o interesse do Ministério Público são extraídos do artigo 127, caput, da Lei Maior, bem como dos artigos 5o, I, b, 6o, XIV, a, e 72, todos da LC no 75/93. Esse tem sido o entendimento do TSE, conforme se extrai dos seguintes julgados: RO no 1.540/PA – DJe 1o-6-2009, p. 27; RO no 1.596/MG – DJe 16-3-2009, p. 26-27.
	Quanto à legitimação para figurar no polo passivo, recairá sobre o candidato que arrecadou ou gastou recursos ilicitamente, inclusive os suplentes e que já tenha sido diplomado pela Justiça Eleitoral, isto é, já tenha sido declarado eleito. Caso contrário, haverá a carência do objeto, uma vez que não haverá diploma a ser negado ou cassado. Por esse mesmo motivo, passiva pessoa jurídica, associação, sindicato, partido político, coligação e cidadão que não tenha sido candidato, ainda que esse último haja praticado ou contribuído para a conduta ilícita, não possuem legitimidade passiva.
Em se tratando de pleitos proporcionais, tanto poderá figurar no polo passivo o candidato eleito e diplomado titular do mandato, quanto o suplente, uma vez que o suplente se encontrar titulado a substituir ou suceder o titular do mandato. Nesse sentido tem sido o entendimento do TSE:
“[...] I.3. Os legitimados passivos para a demanda, segundo a doutrina e a jurisprudência, são os candidatos que arrecadaram ou gastaram recursos ilicitamente, inclusive os suplentes [...].” (TSE – RO no 218847/ES – DJe 18-5-2018).
“[...] 5. A ação de investigação judicial eleitoral com fulcro no art. 30-A pode ser proposta em desfavor do candidato não eleito, uma vez que o bem jurídico tutelado pela norma é a moralidade das eleições, não havendo falar na capacidade de influenciar no resultado do pleito. No caso, a sanção de negativa de outorga do diploma ou sua cassação prevista no § 2o do art. 30- A também alcança o recorrente na sua condição de suplente [...]” (TSE – RO no 1.540/PA – DJe 1o-6-2009, p. 27).
Ressalte-se que, o objeto da ação de impugnaçãode mandato eletivo por captação ou gasto ilícito de recursos para fins eleitorais restringe-se à negativa ou cassação de diploma do candidato, de modo que somente ocorrerá litisconsórcio passivo necessário em pleitos majoritários, nesse caso, ele deverá ser formado entre o titular e o respectivo vice – ou suplente, no caso de senador. Nas eleições proporcionais, não há que se falar em litisconsórcio passivo entre o candidato e terceiro envolvido no cometimento do ilícito.
POSSIBILIDADE DE TENTATIVA
A tentativa (conatus), prevista no art. 14, inciso II do Código Penal, ocorre quando, iniciada uma conduta, o delito não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
“Para caracterização da tentativa estabelece a doutrina a necessidade dos seguintes elementos: a) início da conduta; b) a não consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente; c) dolo de consumação; d) resultado possível” (SANCHES CUNHA, Rogério.)
O crime estudado, não admite tentativa, não podendo ter punição para um fato que não gerou lesão a um bem jurídico, não causa.
COMPETÊNCIA DE JULGAR
A competência de julgar é determinada pelo artigo 96 da Lei nº9.504/97. 
“Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as reclamações ou representações relativas ao seu descumprimento podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se:
I - aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais;
II - aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições federais, estaduais e distritais;
III - ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial.”
Observa-se que a competência segue o tipo de eleição, se as eleições são municipais, compete aos juízes eleitorais, se as eleições são regionais, compete aos tribunais regionais, a demanda deve ser distribuída a juiz auxiliar do Tribunal (LE, art. 96, § 3 o ), se as eleições são presidencial ( nível nacional) compete ao Tribunal Superior Eleitoral.
Quando envolve juiz auxiliar, há a questão de como ocorre o processo. Segundo, José Jairo Gomes, na hipótese de competência originária do Tribunal, não é a causa decidida monocraticamente pelo juiz auxiliar, eis que em jogo encontra-se negativa ou cassação de diploma, e, ainda que reflexamente, inelegibilidade. Na verdade, o julgamento do mérito é afeto à própria Corte Eleitoral, em sua composição plena. O auxiliar preside o processo e sua instrução, devendo apresentar “relatório conclusivo sobre o que houver sido apurado”, nos termos do artigo 22, XI, da LC nº 64/90. 
“XII - o relatório do Corregedor, que será assentado em 3 (três) dias, e os autos da representação serão encaminhados ao Tribunal competente, no dia imediato, com pedido de inclusão incontinenti do feito em pauta, para julgamento na primeira sessão subsequente”
Na sessão designada para o julgamento, após relatar o feito, votará antes dos demais membros do Colegiado. Ressalte-se que o disposto na alínea j, I, artigo 1º, da LC nº 64/90 (inserida pela LC n 135/2010), pelo qual a captação ilícita de sufrágio acarreta a inelegibilidade do réu, não modificou a competência dos juízes auxiliares, transferindo-a para a Corregedoria Eleitoral. 
Em resumo, a inelegibilidade é em decorrência da captação ilícita de recursos para campanha e será declarada em processo de registro de candidatura. A competência é sempre do órgão colegiado e a distribuição de tarefas é feita para fins de instrução processual. Não existindo foro especial ou por prerrogativa de função no âmbito de presente demanda. demonstrada a captação ou o gasto ilícito, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado, se tornando inelegível por oito anos a contar da data das eleições.
O prazo para ajuizamento é até 15 dias após a diplomação. No que diz respeito a votação que ocorreu, caso esse candidato seja eleito, segue o disposto no artigo 222 do Código Eleitoral e o resultado é a anulação dos votos dados ao réu. Podendo haver recurso, no prazo de três dias que deve ser contado da “data da publicação do julgamento no Diário Oficial”. Sendo a parte intimada pessoalmente antes da publicação no órgão oficial, na própria audiência ou sessão de julgamento, é a partir desses atos que o prazo recursal inicia seu fluxo.
*“Art. 222. É também anulável a votação, quando viciada de falsidade, fraude, coação, uso de meios de que trata o Art. 237, ou emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei.”
3. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO
CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO – LE, ART. 41-A. Caracterização da captação ilícita de sufrágio. O ilícito concernente à captação ilícita de sufrágio é previsto no artigo 41-A da Lei nº 9.504/97, nos seguintes termos: 
“Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar n o 64, de 18 de maio de 1990. 
§ 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir. 
§ 2º As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto.
 § 3º A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data da diplomação.
 § 4 º O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.”
 O caput desse dispositivo foi incluído na Lei das Eleições pela Lei n o 9.840/99; posteriormente, a Lei n o 12.034/2009 acrescentou-lhe os §§ 1 o a 4 o . É fruto de projeto de iniciativa popular, no qual se empenharam entidades civis como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Associação dos Juízes para a Democracia (AJD), entre outras. 
 A intenção era estabelecer regra rígida, que resgatasse a ética no processo eleitoral, de sorte a prevalecer sempre a lisura. Tendo em vista que os votos devem ser captados licitamente, dentro das regras do jogo democrático, ou seja, por meio de propaganda eleitoral, do teor e da seriedade das propostas, dos debates públicos, da história dos partidos e dos candidatos, bem como de suas realizações. Condenam-se, portanto, as práticas malsãs e fraudulentas, que afastam a lisura da disputa e viciam a vontade popular manifestada nas urnas. O fato de tal dispositivo abrigar a sanção de cassação do registro rendeu intenso debate a respeito de sua constitucionalidade. É que, cassado o registro, fica o candidato impedido de disputar a eleição e, pois, ser votado e eventualmente eleito. Vislumbrou-se aí causa de inelegibilidade instituída por lei ordinária, sendo certo que o artigo 14, § 9 o , da Lei Maior manda que as hipóteses infraconstitucionais de inelegibilidade sejam veiculadas em lei complementar. 
 Na doutrina, vozes ilustres ergueram-se em prol da tese da inconstitucionalidade. Assim se pronunciou Soares da Costa (2006, p. 349-353): 
“Com a introdução do art. 41-A na Lei das Eleições, prescrevendo a sanção da cassação do registro de candidatura para a hipótese de captação ilícita de sufrágio, houve quem buscasse ver aí uma inovação importante no Direito Eleitoral, sobretudo para salvaguardar o dispositivo de sua patente inconstitucionalidade, por ter sido introduzido no sistema por lei ordinária, em desabrida afronta ao § 9 o do art. 14 da Constituição de 1988.” Em seguida, arremata: “A cassação de registro gera sim a sanção de inelegibilidade, violando às mancheias a norma cogente do § 9 o do art. 14 da CF/88.”Prevaleceu o entendimento de que o dispositivo em tela não cria nova espécie de inelegibilidade, mas, sim, uma sanção contra candidato que, durante a campanha, abusou de seu poder, captando – ou tentando captar – voto ilicitamente. A cassação do registro ou do diploma é mera consequência da consumação do ato ilícito eleitoral; não retira do cidadão apenado o gozo dos direitos políticos, tampouco o suspende, tanto que remanesce o dever de votar. Ao julgar a ADI n o 3.592, em 26 de outubro de 2006, ajuizada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Supremo Tribunal Federal assentou: 
“Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 41-A da Lei n o 9.504/97. Captação de sufrágio. 2. As sanções de cassação do registro ou do diploma previstas pelo art. 41-A da Lei n o 9.504/97 não constituem novas hipóteses de inelegibilidade. 3. A captação ilícita de sufrágio é apurada por meio de representação processada de acordo com o art. 22, incisos I a XIII, da Lei Complementar n o 64/90, que não se confunde com a ação de investigação judicial eleitoral, nem com a ação de impugnação de mandato eletivo, pois não implica a declaração de inelegibilidade, mas apenas a cassação do registro ou do diploma. 4. A representação para apurar a conduta prevista no art. 41-A da Lei n o 9.504/97 tem o objetivo de resguardar um bem jurídico específico: a vontade do eleitor. 5. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente” (STF – ADI n o 3.592-4/DF, de 26-10-2006 – unânime – Rel. Min. Gilmar Mendes – DJ 2-2-2007).
 Era essa a exegese há muito sedimentada no Tribunal Superior Eleitoral. Confira-se: 
“1. O entendimento consolidado nesta Casa é no sentido da constitucionalidade do art. 41-A da Lei n o 9.504/97, entendendo-se que a cassação do registro ou do diploma prevista nessa disposição não implica declaração de inelegibilidade, na medida em que o escopo do legislador é o de afastar imediatamente da disputa aquele que, no curso da campanha eleitoral, praticou a captação de sufrágio vedada pela legislação eleitoral [...]” (TSE – REspe n o 25.215/RN – DJ 9-9-2005, p. 171).
 De qualquer forma, essa questão já não apresenta qualquer interesse. Pois a inelegibilidade foi expressamente introduzida nessa seara pela LC nº 135/2010, que acrescentou a alínea j ao inciso I do artigo 1 o da LC nº 64/90. Por tal regra, é inelegível, por oito anos a contar da data das eleições, quem tiver o registro ou o diploma cassados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por captação ilícita de sufrágio em campanha eleitoral. Assim, a procedência do pedido na demanda em apreço implica reflexamente a inelegibilidade do réu, exceto se a sanção aplicada for exclusivamente pecuniária. A captação ilícita de sufrágio denota a ocorrência de ato ilícito eleitoral ofensivo à livre vontade do eleitor. Impõe-se, pois, a responsabilização dos agentes e beneficiários do evento. Estará configurada sempre que a eleitor for oferecido, prometido ou entregue bem ou vantagem com o fim de obter--lhe o voto. Também ocorrerá na hipótese de coação, isto é, prática de “atos de violência ou grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto” (art. 41-A, § 2º). 
 Assim, a causa da conduta inquinada deve estar diretamente relacionada ao voto. A perfeição dessa categoria legal requer: (i) realização de uma das condutas típicas, a saber: doar, oferecer, prometer ou entregar bem ou vantagem pessoal a eleitor, bem como contra ele praticar violência ou grave ameaça; (ii) fim especial de agir, consistente na obtenção do voto do eleitor; (iii) ocorrência do fato durante o período eleitoral. 
 Compra de voto – à consideração de que o bem jurídico tutelado pelo artigo 41- A da LE é a livre vontade do eleitor, tem-se entendido que a compra “de um único voto é suficiente para configurar captação ilícita de sufrágio” (TSE – REspe n o 54542/SP – DJe 18-10-2016, p. 85-86). 
 O fato deve ser evidenciado de maneira inequívoca. Entretanto, não é preciso que haja “pedido expresso de voto” por parte do candidato. Tal exigência, além de não constar na regra em apreço, certamente acarretaria seu esvaziamento, tornando-a inócua. Quanto a isso, o § 1 o do artigo 41-A da LE é claro ao dispor: “Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir.” Admite-se que o “fim de obter” (e não o pedido expresso de) votos – dolo específico ou fim especial de agir, na linguagem do Direito Penal – resulte das circunstâncias do evento, sendo deduzido do contexto em que ocorreu, mormente do comportamento e das relações dos envolvidos.
 É nesse sentido a exegese que o Tribunal Superior Eleitoral vem emprestando a essa questão, conforme evidenciam, entre outros: o REspe nº 25.146/RJ (DJ 20-4-2006, p. 124), o RO nº 773/RR (JTSE 3:2006:104) e o RO nº 777/AP (JTSE 3:2006:118). Embora o dispositivo em exame se destine a “candidato” (TSE – AAI nº 212- 84/SE – DJe 15-10-2014), não é imperioso que a ação ilícita seja levada a efeito pelo candidato, ele mesmo. Poderá ser realizada de forma mediata, por interposta pessoa, já que se entende como “desnecessário que o ato de compra de votos tenha sido praticado diretamente pelo candidato, mostrando-se suficiente que, evidenciado o benefício, haja participado de qualquer forma ou com ele consentido [...]” (TSE – REspe nº21.792/MG – DJ, 21-10-2005, p. 99). É, pois, suficiente que a participação do candidato beneficiado seja indireta, havendo de sua parte “explícita anuência” (TSE – REspe nº 21.327/ MG – DJ 31-8-2006, p. 125). 
 Assim, não se exige que sua vontade seja manifestada de forma expressa, podendo sê-lo tacitamente, desde que evidente. Basta, na verdade, “seu consentimento com o ato ilegal” (TSE – AgRO nº 903/ PA – DJ 7-8-2006, p. 136), ou, ainda, seu “conhecimento ou mesmo a ciência dos fatos que resultaram na prática do ilícito eleitoral, elementos esses que devem ser aferidos diante do respectivo contexto fático” (TSE – RO º 2.098/ RO – DJe 4-8- 2009, p. 103). Mas, para que um fato seja imputado ao candidato e este, em consequência, seja eleitoralmente responsabilizado, há mister que se demonstre a existência de liame entre o seu agir e o aludido fato; essa conexão pode decorrer até mesmo de omissão. De modo que a culpa (em sentido amplo) do candidato deve ser evidenciada, pois, se isso não ocorresse, sua responsabilização se fundaria em mera presunção. 
 Nessa linha de pensamento: “[...] 5. A desnecessidade de comprovação da ação direta do candidato para a caracterização da hipótese prevista no art. 41-A da Lei n o 9.504/97 não significa dizer que a sua participação mediata não tenha que ser provada. Por se tratar de situação em que a ação ou anuência se dá pela via reflexa, é essencial que a prova demonstre claramente a participação indireta, ou, ao menos, a anuência do candidato em relação aos fatos apurados. 6. A afinidade política ou a simples condição de correligionária não podem acarretar automaticamente a corresponsabilidade do candidato pela prática da captação ilícita de sufrágio, sob pena de se transmudar a responsabilidade subjetiva em objetiva. Recursos especiais providos para reformar o acórdão regional” (TSE – REspe nº 603-69/MS – DJe 15-8- 2014).
 O beneficiário da ação do candidato deve ser eleitor. Do contrário, não ostentando cidadania ativa, por qualquer razão (inclusive em virtude de suspensão de direitos políticos), a hipótese legal não se perfaz, permanecendo no campo moral. Mesmo porque, não haveria qualquer perigo ou ameaça ao bem jurídico tutelado, que, no caso, é a liberdade de voto. Não é mister que o eleitor – ou eleitores – beneficiado ou a quem a promessa foi endereçada seja identificado nominalmente. 
 Nesse sentido: “[...] Captação de sufrágio do art. 41-A da Lei nº 9.504/97. [...] 1. Na linha da jurisprudência desta Corte, estando comprovadoque houve captação vedada de sufrágio, não é necessário estejam identificados nominalmente os eleitores que receberam a benesse em troca de voto, bastando para a caracterização do ilícito a solicitação do voto e a promessa ou entrega de bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza [...]” (TSE – REspe nº 25.256, de 16-2-2006 – JURISTSE 12:15). 
 Às vezes, é o próprio eleitor que se insinua ao candidato, solicitando-lhe bem ou vantagem para entregar-lhe o voto. Embora essa conduta seja tipificada como crime de corrupção eleitoral passiva no artigo 299 do Código, não é prevista no artigo 41-A da LE. O que denota ilicitude na captação do voto é a iniciativa do candidato, não a do eleitor, porquanto é a liberdade deste que se visa resguardar. Todavia, se o candidato aceder à solicitação, tem-se como caracterizado o ilícito em apreço. 
 O objeto ou o fim da ação ilícita devem ser o voto do cidadão. Por isso, não se configura a captação ilícita de sufrágio se outra for a causa da ação inquinada, pois nessa hipótese estaria ausente o requisito atinente ao condicionamento da entrega da vantagem ao voto. Há precedente nesse sentido: 
“1. Na espécie, das circunstâncias fáticas delineadas no acórdão regional, depreende-se que o recebimento da vantagem – materializada na distribuição gratuita de bebidas – foi condicionado à permissão de colagem do adesivo de campanha, e não à obtenção do voto. 2. Não há como enquadrar a conduta imputada aos recorrentes no ilícito previsto no art. 41- A da Lei das Eleições, porquanto não restou demonstrado o especial fim de agir consistente no condicionamento da entrega da vantagem ao voto do eleitor. 3. Recursos especiais providos.” (TSE – REspe nº 63.949/ SP – DJe t. 23, 3-2-2015, p. 86-87). 
 De igual modo, se a dádiva tiver em vista a viabilização de atos de campanha como carreata, comício, reunião (e não propriamente beneficiar eleitor), já entendeu a jurisprudência que o fato não chega a concretizar a hipótese prevista no artigo 41-A da LE. 
“1. Para a caracterização da captação ilícita de sufrágio, é necessário que o oferecimento de bens ou vantagens seja condicionado à obtenção do voto. A distribuição de camisetas com símbolo partidário para utilização durante passeata ou carreata não se amolda ao ilícito previsto no art. 41-A da Lei nº 9.504/97. [...] 3. Recurso especial provido” (TSE – REspe nº 26674/MS – DJe, t. 47, 11-3-2014, p. 31). “1. O entendimento desta Corte firmou-se no sentido de que a prática de distribuição de combustível a eleitores, visando à participação em carreata, somente configurará captação ilícita de sufrágio se houver, conjuntamente, pedido explícito ou implícito de votos. Precedentes. [...]” (TSE – AgR-AI nº 11.434/RJ – DJe, t. 29, 11-2-2014, p. 36-37). “Doação de combustível – Campanha eleitoral versus captação de votos. A doação de combustível visando à presença em comício e ao apoio à campanha eleitoral não consubstancia, por si só, captação vedada pelo artigo 41-A da Lei nº 9.504/97. [...]” (TSE – REspe nº 40.920/PI – DJe, t. 227, 27-11-2012, p. 13). “Recurso contra expedição de diploma. Eleições 2006. Captação ilícita de sufrágio (art. 41-A da Lei nº 9.504/97). Descaraterização. Deputado Estadual. Candidato. Oferecimento. Comida. Bebida. 1. Para a caracterização da captação ilícita de sufrágio, é necessário que o oferecimento de bens ou vantagens seja condicionado à obtenção do voto, o que não ficou comprovado nos autos. 2. A simples realização de eventos, ainda que com a oferta de comida e bebida, no qual esteja presente o candidato, não caracteriza, por si só, a captação ilícita de sufrágio, embora seja vedada a realização de propaganda eleitoral por meio de oferecimento de dádiva ou vantagem de qualquer natureza. 3. É certo que o art. 41-A da Lei nº 9.504/97 não faz distinção entre a natureza social ou econômica dos eleitores beneficiados ou entre a qualidade ou valor da benesse oferecida. Ocorre que a conduta imputada ao recorrido é insuficiente para a caracterização do ilícito eleitoral. 4. Recurso ordinário não provido” (TSE – RCED nº 761/SP – DJe 24-3-2010, p. 37). 
ACÓRDÃO Nº 060008359 
RECURSO ELEITORAL Nº 0600083-59.2020.6.18.0000 (PJE). 
ORIGEM: TANQUE DO PIAUÍ/PI (48ª ZONA ELEITORAL – ELESBÃO VELOSO/PI)
SESSÃO DE 6.7.2020
JUIZ ADERSON ANTÔNIO BRITO NOGUEIRA
Relator
Trata-se de um Relato de Recurso de Captação Ilícita de Sufrágio, ocorrida nas eleições de 2016.
Segue Ementa: 
“ELEIÇÕES 2016. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. ABUSO DE PODER POLÍTICO E ECONÔMICO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. SENTENÇA. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE EM PRIMEIRO GRAU. CASSAÇÃO DOS DIPLOMAS DE PREFEITO E VICE-PREFEITO E DECLARAÇÃO DE INELEGIBILIDADE. RECURSO. PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA POR AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PARA OFERECIMENTO DE ALEGAÇÕES FINAIS REJEITADA. PRELIMINAR DE ILICITUDE DA PROVA REJEITADA. MÉRITO. LICITUDE DE GRAVAÇÃO AMBIENTAL. PROMESSA DE PERFURAÇÃO DE POÇO EM TROCA DE APOIO POLÍTICO. DIRECIONAMENTO DE CARRO-PIPA A ELEITOR. PAGAMENTO DE CONSERTO DE MOTOCICLETA DE ELEITOR EM TROCA DE VOTO. REFORMA NA CASA DE ELEITORA EM TROCA DE VOTO. FATO ANTERIOR AO REGISTRO DE CANDIDATURA. AUSÊNCIA DE PROVAS ROBUSTAS. FRAGILIDADE DO CONJUNTO PROBATÓRIO. PROVIMENTO DA SENTENÇA”
“ MÉRITO Os recorrentes, Francisco Pereira da Silva e Elvira Pereira de Carvalho, pretendem a reforma da sentença que julgou procedente os pedidos da inicial da presente Ação de Investigação Judicial Eleitoral por abuso de poder político e econômico e captação ilícita de sufrágio e determinou: a) cassar os diplomas dos mesmos, eleitos a Prefeito e Vice-Prefeito, respectivamente, do município de Tanque do Piauí, expedido pela Justiça Eleitoral, referente à eleição de 2016, pela prática da conduta ilícita prevista no Artigo 41-A, da Lei nº 9.504/1997, declarando nulos os votos por eles obtidos no pleito eleitoral de outubro de 2016, com efeitos imediatos, em vista da prática de captação ilícita de sufrágio; b) declarar a inelegibilidade de ambos pelo prazo de 08 (oito) anos, a contar de outubro de 2016, com efeitos a partir da confirmação da sentença por órgão colegiado da Justiça Eleitoral ou de seu trânsito em julgado.” (p.12)
SUJEITOS 
ATIVO: Deodato de Araújo Costa e Renato Pereira da Silva (Perderam eleição, moveram ação). Na inicial era passivo. 
PASSIVO: Trata-se de recurso interposto: Francisco Pereira da Silva e Elvira Pereira de Carvalho, respectivamente, Prefeito e Vice- Prefeita eleitos. (Cassados a candidatura). Na Inicial era ativo 
OBJETO JURÍDICO E MATERIAL: O SUFRÁGIO UNIVERSAL. 
“Na origem, cuida-se de Ação de Investigação Judicial Eleitoral por abuso de poder político e econômico cumulada com Representação por captação ilícita de sufrágio proposta por Deodato de Araújo Costa e Renato Pereira da Silva, candidatos a Prefeito e Vice-Prefeito na cidade de Tanque do Piauí, em face dos candidatos Francisco Pereira da Silva e Elvira Pereira de Carvalho, respectivamente, Prefeito e Vice- Prefeita eleitos” (p.4)
OBJETO MATERIAL: 
“Sustentam os recorrentes que devido à forma como foram produzidas as provas trazidas aos autos pelos recorridos, as mesmas devem ser desentranhadas, bem como remetidas à Polícia Federal pela tentativa de fraudar e levar a erro essa justiça especializada.” (p.19). 
São as provas relacionadas as seguintes acusações: 
“I) PROMESSA DE PERFURAÇÃO DE POÇO EM PROPRIEDADE DE ELEITOR EM TROCA DE SEU APOIO POLÍTICO” (p.19). 
“II) DISPONIBILIZAÇÃO DE CARRO-PIPA SOMENTE ÀS CASAS DE ELEITORES DO RECORRENTE” (p.21).
“III) PAGAMENTO DE CONSERTO DE MOTOCICLETA DE ELEITOR EM TROCA DE VOTO” (p.27).
“IV) REFORMA DA CASA DE ELEITORA EM TROCA DE VOTO”. (p.32)
CONSUMAÇÃO: 
- Petição inicial p.04
“I) PROMESSA DE PERFURAÇÃO DE POÇO EM PROPRIEDADE DE ELEITOR EM TROCA DE SEU APOIO POLÍTICO” (p.19). 
“II) DISPONIBILIZAÇÃO DE CARRO-PIPA SOMENTE ÀS CASAS DE ELEITORES DO RECORRENTE” (p.21).
“III) PAGAMENTO DE CONSERTO DE MOTOCICLETA DE ELEITOR EM TROCA DE VOTO” (p.27).
“IV) REFORMA DA CASA DE ELEITORA EM TROCA DE VOTO”.(p. 32)
“Os recorridos aduzem em suas contrarrazões recursais que “A prática de abuso de poder econômico e político pelos recorrentes está comprovada, nos presentes autos, pelas contundentes provas testemunhais e fotográficas já colacionadas, bem como, pelas gravações ambientais que corroboraram para a confirmação de tal ilícito”. Contudo, da leitura dos depoimentos transcritos, depreende-se que as situações não estão claras e os depoimentos são deveras dúbios e muitas vezes dotados de afirmações imprecisas, incompatíveis com a robustez probatória necessária para aplicação das severas sanções inerentes à natureza desta Ação de Investigação Judicial Eleitoral”. (p.45).
POSSIBILIDADE DE TENTATIVA: 
“Além disso, a moldura fático-probatória delineada nos autos revela que alguns dos fatos descritos na inicial ocorrem em momento anterior ao registro de candidatura, bem como não se subsumem às condutas descritas no artigo 41-A da Lei nº 9.504/97, tendo em vista que os requisitos previstos de doar, oferecer, prometer ou entregar bem ou vantagem pessoal a eleitor com o fim de obter voto não foram devidamente provados, não sendo suficiente alegação lastreada em presunções para demonstrar a existência de evento abusivo. Destarte, resta configurada a fragilidade probatória, não amparada por quaisquer outros elementos de provas robustos. Por corolário, não ostentando as provas essa qualidade, como na hipótese vertente, o juízo condenatório não se perfaz com suporte meramente presuntivo”. (p.45). 
COMPETÊNCIA: 
“Sobre a captação ilícita de sufrágio, a doutrina e jurisprudência afirmam que se configura na cumulação de três requisitos: 1. A realização pelo candidato ou por outrem com a anuência, consentimento ou participação daquele, em uma das condutas típicas elencadas no caput do art. 41-A da Lei das Eleições (doar, oferecer, prometer, ou entregar bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública); 2. Demonstração do fim específico da conduta de obtenção do voto do eleitor; 3. Prova da ocorrência do ilícito durante o período eleitoral, ou seja, entre a data do registro de candidatura e o dia da eleição [...]”. (p.18).
VOTO DO RELATOR:
“Com essas considerações, VOTO pelo conhecimento e provimento do recurso, para reformar a sentença de primeiro grau e julga improcedente a presente Ação de Investigação Judicial Eleitoral. É como voto”. (p.46)
O presente recurso é cabível, tempestivo, foi interposto por parte legítima e preenche os demais requisitos de admissibilidade, razões pelas quais dele conheço.
I) PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA POR AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO
PARA OFERECIMENTO DE ALEGAÇÕES FINAIS
A par dessas considerações, rejeito a preliminar suscitada.
II) PRELIMINAR DE ILICITUDE DA PROVA JUNTADA PELOS INVESTIGANTES.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.504/97. Estabelece normas para as eleições. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm. Acesso em: 4 mar. 2022.
GASPAR, Bruno. Direito Eleitoral. 1ª ed. Brasília: CP Iuris, 2020.
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 16 ed. São Paulo: Atlas, 2020.
LEI Nº 9.504, DE 30 DE SETEMBRO DE 1997. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm>
LEI COMPLEMENTAR Nº 64, DE 18 DE MAIO DE 1990. Disponível em : < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp64.htm>

Continue navegando