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SINDROME CORONARIANA AGUDA Autor: Pedro V.F. Medrado INTRODUÇÃO Aterosclerose - DAC · Crônica – assintomática – angina estável – placa estável – obstrução gradual (circulação colateral farta que reduz o risco de infarto – ou uma tendência à adaptação) · Aguda – Síndromes Coronarianas Agudas – AI, IAMSSST e IAMST – placa instável – aterotrombose (formação de um coágulo sobre a placa reduz o lúmen coronariana súbita) – necrose · Instabilidade vs Estabilidade da placa tem relação com a inflamação dentro da placa – hipertensão, obesidade, diabetes, hipercolesterolemia, sedentarismo – endotélio lesado aumenta a permeabilidade e acúmulo de colesteróis (LDL) no subendotelio – macrófagos + LDL-ox – células espumosas. · Isquemia miocárdica – de uma forma ou outra, porém só muda se será gradual ou aguda, mas no fim de tudo ocorrerá um desequilíbrio da oferta-consumo de O2 – isso resulta na queda da ATP (energia celular), e a falência energética resulta na queda das funções cardíacas. · Disfunção Miocárdio Hibernante – é um processo de adaptação do tecido miocárdio Necrose aguda do cardiomiócito – súbito processo de demanda/oferta e a célula entra em necrose · Complicações · Elétrica – taquiarritmia maligna c/ fenômeno de reentrada (morte súbita) como resultado da heterogeneidade de ritmos – TA sem pulso, FA – Doença do nó-sinusal, BAV – morte súbita Tende a ocorrer nas duas formas · Mecânica – falência contrátil – isquemia >40% -> IC – edema agudo de pulmão, choque cardiogênico. isquemia de septo – Infarto de musculo papilar (Insuf Mitral, perda da coaptação), ruptura de parede livre (isquemia transmural – tamponamento cardíaco) Forma Aguda · DAC assintomática – 2/3% da pop geral · 10-15% da população idosa – Angina estável · 1ª manifestação em 50% (portadores da aterosclerose) – SCA · DAC é a principal causa de óbito no Brasil · Países riscos – a mortalidade vem caindo, ainda é importante. · Países pobres – transição de doenças infecto-contagiosas para doenças crônicas Fisiopatologia da isquemia miocárdica Particularidades de circulação coronariana · Taxa de extração de O2 (máxima de ~75%) – Quantidade que o tecido miocárdico absorveu de O2/ Quanto de O2 que o miocárdio tinha. Em situação basal ¾ do O2 da circulação coronariana é extraída, é uma relação fixa, como há como aumentar, pois é o valor máximo · Reserva coronariana – devido à limitação da taxa de extração, a circulação colateral (arteríolas pré-capilares) diante do esforço (dilatação por mecanismos fisiológicos a depender da demanda dos cardiomiócitos) o fluxo aumenta em até 6x, e isso matematicamente aumenta a proporção de O2. · Isquemia – na vigência de uma placa lentamente progressiva ocorre uma dilatação da circulação pré-arteriolar para suprir. E no caso de uma reserva coronariana esgotada a tendência é ocorrer uma isquemia do miocárdio, isso pode ser precipitada pelo esforço. Por isso que durante o repouso, ou mesmo o uso de nitrato sublingual, pode reduzir esse desbalanço do consumo/demanda. Isso é relativo e varia de paciente a paciente. · Determinantes da isquemia · Oferta de O2 · Conteúdo arterial de O2 – função pulmonar, PaO2, presença ou não de CO, níveis de Hb e a qualidade da Hb · Fluxo coronariano · Consumo de O2 · FC · Contratilidade · Tensão na parede · Consequência da isquemia · Disfunção diastólica – primeira alteração mecânica – ATP altera os mecanismos de relaxamento do sarcômero · Se persiste o déficit – Disfunção de contratilidade – como a isquemia é segmentar, as cinesias são segmentares · Hipocinesia – primeira etapa de déficit – “segmento bobo”, ele contrai, mas é inferior/pior em relação aos tecidos adjacentes · Acinesia – o segmento não contrai em relação aos tecidos adjacentes · Discinesia – ele não contrai e nem resiste as pressões do miocárdio, como se ele “abaulasse” uma pequena porção do miocárdio, como se fosse um aneurisma cardíaco. · Alterações da repolarização ventricular – depende da extensão do infarto · Subendocárdico – é menos perfundido, por isso é o que sofre mais, e é a porção mais profunda do miocárdio – Inversão da onda T (strain) e Depressão do segmento ST (os primeiros 80ms) – Infra ascendente, infra desnivelado e infra retificado (descendente – tem especificidade) – oclusão coronariana incompleta. · Isquemia Transmural – todo o tecido miocárdio sofre – Supra do segmento ST – há uma oclusão coronariana completa. · ANATOMIA CORONARIANA · Parede anterior · V1, V2 e V3 – anteroseptal – A. Descendente Anterior (ADA) · V1 a V4 – anterior – A. Descendente Anterior · V4 a V6, DI e aVL – anterolateral – A. Descendente Anterior · V1 a V6, DI e aVL – anterior extensa – A. Descendente Anterior · Parede lateral · V5 e V6 – Lateral baixa – ADA ou ACx · DI e aVL – Lateral alta – A. Circunflexa (ACx) · Parede Inferior – DII, DIII e aVF – A. Coronária Direita (ACD) e A. Circunflexa (ACx) · Parede Dorsal – V7, V8 e V9 – ACx ou AD · Parede livre do VD – V3R e V4R – A. Direita (AD) Classificação de Braunwald SÍNDROME CORONARIANAS AGUDAS (SCAs) Angina estável – é uma sensação desagradável, de menor intensidade, esforço-induzido, e tem rápida resolução (repouso ou nitrato) com curta duração, e é crônica (está presente e melhora). SCAs – é uma dor de maior intensidade, c/ sudorese fria e outros sintomas. está presente até no repouso, é persistente e não melhora, ou melhora parcialmente, ao repouso e/ou nitrato. O quadro é hiperagudo, ou “em crescendo” caso ele tinha uma angina estável. · Ele tem um risco imediato à vida – precisa buscar uma unidade médica · “tempo é músculo” Obter ECG nos primeiros 10 minutos do atendimento + Rotina Laboratorial – curvas enzimáticas (Marcador de Necrose Miocárdica – MNM – a dosagem seriada permite avaliar se houve necrose) ECG · SCA sem Supra de ST ou SCA com Supra de ST? · SCA sem Supra de ST – Angina Instável e um IAMSSST (trombo suboclusivo) – 70% dos casos · Angina Instável – MNM normal · IAMSST – MNM aumentam · SCA com Supra de ST – IAMST (trombo oclusivo ou transmural) – o clássico responde por 30% dos casos Trombo branco – trombo suboclusivo de menor dimensões, é rico em plaquetas, tem pouca fibrina aderida e poucas hemácias. · Acontece quando se tem menores lesões sobre a placa (erosões pequenas), e não se expõe muito fatores de coagulação, o que ativa primariamente a Homeostasia Primária, com um plugue plaquetário. Trombo vermelho – trombo oclusivo com grande ativação de cascata de coagulação, tem muita fibrina aderida e muita hemácias. · Acontece com esgarçamento da placa de ateroma, com um grande estímulo para formação de trombo c/ grande tamanho. Sintomas de SCA + SUPRA DE ST no eletro – A coronária está “fechada” INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO COM SUPRA DO ST Sintomas de SCA + SUPRA DE ST no eletro – A coronária está “fechada” 50% dos pacientes desenvolve fatores precipitantes, e na maioria ocorre pelas primeiras horas da manhã. As queixas clínicas são de dor anginosa (forte) com mais de 20 minutos (persistente, pode surgir no repouso e continuar), com manifestações autonômicas (sistema nervoso adrenérgico) como náuseas e diaforese (sudorese profusa que surge intensamente). Não costuma irradiar para trapézio – pericardite aguda – afasta SCA. Equivalentes anginosos (dor anginosa atípica) – idosos, diabéticos e mulheres · Qualquer manifestação de isquemia miocárdica que não seja a dor anginosa – B4, sopro de insuficiência mitral, choque cardiogênico, edema agudo de pulmão e arritmias supraventriculares. IAMST anterior – oclusão da AC Descendente Anterior – irriga grande fração do miocárdio · Taquicardíaco e hipertenso · Aumento do fenótipo do tônus adrenérgico (compensação) – TTO c/ Betabloqueador · Infarto maior ou igual a 40% do tecido miocárdico esquerdo – Choque Cardiogênico (IC Aguda) · Infarto 20/25%-40% do tecido miocárdico esquerdo – Grave disfunção diastólica – aumento das pressões de enchimento ventricular evoluindo com congestão pulmonar e Edema Agudo de Pulmão. · Infarto abaixo de 20/25% do tecido miocárdico esquerdo – diminuição da Fração de Ejeçãodo Ventrículo Esquerdo. IAMST inferior – oclusão da AC Direita · Bradicardico e hipotenso · Aumento do tônus colinérgico de 6 a 12h de modo reversível – a parede inferior tem receptores que desencadeia um reflexo vasovagal (Reflexo de Bezold-Jarisch) · TTO com anticolinérgico (Atropina) para evitar instabilidade hemodinâmica mesmo sendo reversível. Necrose tecidual – Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica por liberação de citocinas – Febre baixa em torno de 38ºC até na primeira semana, leva o sinal de alerta de que possa ser um foco infeccioso, mas se não encontramos um foco infecioso na primeira semana, podemos atribuir essa Febre (até Leucocitose) à necrose tecidual do próprio infarto. ELETROCARDIOGRAMA NO IAMST Corrente de lesão: ATP dentro do cardiomiócito é depletado, o que afeta o potencial de membrana por alterar a atividade das bombas de Na+K+/ATPase, tornando a célula isquêmica com a superfície mais eletronegativa, ou repolarizada. Isso gera um diferencial elétrico entre as células sadias e as células isquêmicas, o que gera uma corrente de lesão. · A corrente sempre vai da região saudável para a região doente (isquêmica) O subendocárdico é a região mais isquêmica, sendo a primeira região a sofrer primeiro Infradesnivelamento de ST (o subepicárdio ainda recebe irrigação, então é uma isquemia subtotal) Isquemia transmural Supradesnivelamento ST (coronária fechada, isquemia total) Parede Lesada · V1 a V6 + D1 e aVL – parede Anterolateral – ADA · D2, D3 e aVF – parede inferior – AD (irriga o VD e a parede posterior na maioria dos pacientes) · Se tem supra, deve-se solicitar derivação V3R e V4R · R (representa a onda Q em espelho) + Infra de ST em espelho de V1 a V3 – parede dorsal · Deve-se solicitar derivações posteriores (V7, V8 e V9), assim como derivações V3R e V4R (Coronária Direita) · V3R e V4R – Ventrículo direito Primeira alteração no eletro – Inversão de T (alteração de repolarização) Onda Q patológica (ZEI) com, ou não, amputação de onda R – representa a atividade elétrica da parede dorsal (deflexão negativa em espelho). · Onda Q com amplitude maior que 25% da onda R (1/4 da altura) Normalização do supra de ST (nos dias subsequentes), mas alguns pacientes podem apresentar supra de ST (persistência do ST deve-se a uma região de discinesia). Figura 1. Onda Q em parede inferior (DII e aVF) - ZEI Critério de significância clínica de Supra de ST · 1 mm ou mais em duas ou mais derivações contíguas no plano Frontal · 2 mm ou mais em duas ou mais derivações contíguas no plano Precordial A presença de um BRE completo (3º grau) novo ou supostamente novo tem a mesma significância clínica de um supra de ST para um IAM, mas se ele tem um BRE prévio, isso perde sua significância. LABORATÓRIO NO IAM Marcadores de necrose miocárdica – vazam para a corrente circulatória do sistema linfático. · Mioglobina – é uma hemoproteína encontrada no citoplasma de todos os miócitos, rápida ascensão diante de lesão, e serve mais para exclusão de IAM, VPN elevado · Sintomas duvidosos + exame normal – destaca IAM · Creatinoquinases (CK) – é uma enzima presente em todos tipos de músculo, sensível, mas não específico · CK-Total · CK-MB (método enzimática e o imunológico) · CK-MB de atividade – 4 a 6h – valores positivos >15 a 20U/L · CK-MB de massa – 3 a 6h – é o método de escolha – valores positivos >5ng/mL · Normaliza de 48 a 72h após o evento · Troponinas Cardioespecíficas – não são encontradas no músculo esquelético, e os níveis se elevam de 4 a 8h · cTnT – normaliza 14 dias · cTnI – normaliza em 10 dias · São uteis na presença de rabomiólise, situações que diminuem a especificidade da CK · São uteis para diagnóstico tardio de IAM · São consideradas MNM de escolha para DX de IAM – positivo >0,1 ng/ml · Situações de falso-positivos: · Fibrina no soro · Presença de anticorpos heterofílicos · Reação cruzada com anticorpos humanos · Troponina Ultrassensível (2 a 3h) – são mais úteis no IAMSST · Troponina Padrão (4 a 8h) · Diagnóstico de Reinfarto – novo IAM até 28 dias após IAM-índice · A troponina é o marcador de escolha para o DX de reinfarto · Aumento da troponina ultrassensível maior ou igual a 20% do basal em 3 a 6h do início da dor Reação inespecífica · Leucocitose neutrofílica – de 3 a 7 dias – 12.000 a 15.000/mm³ · Aumento de VHS de 1 a 2 semanas do infarto (cicatrização do infarto) · Pseudo-hipolipemia – todas as frações do colesterol se reduzem após as primeiras 24h do início do infarto Figura 2. Curvas dos marcadores ECOCARDIOGRAMA NO IAM É o melhor exame para localizar e quantificar a extensão do infarto – bidimensional (indicado em todos os casos) Avalia: · Déficit contrátil segmentar – discinesia ou acinesia; · FEVE (redução inibe a ativação do SRAA) – devem ganhar IECA · Pacientes são considerados de alto risco aqueles com FE abaixo de 35% · Complicações mecânicas – identificar a exata complicação (aneurisma, trombos murais, pericardite, CIV e valvulopatias) TRATAMENTO NO IAMST Devemos abrir a coronária o mais rápido possível nas primeiras 12 horas, se após 12h não houver reperfusão – completado morte dos cardiomiócitos (tempo é músculo). Não se deve aguardar a curva de MNM para iniciar reperfusão, pois isso atrasa o inicio do tratamento e resulta em piores desfechos clínicos – dor sugestiva de infarto + alterações do ST – reperfusão. Angioplastia primária – é uma angioplastia sem trombolítico – é o método de escolha em relação ao trombolítico. · É mais eficaz em promover fluxo TIMI 3 (restauração completa), principalmente após 3h do início do evento (a eficiência do trombolítico reduz após 3h do evento) · Tem menor mortalidade em curto prazo e longo prazo · Tempo porta-balão – tempo da porta até o momento da angioplastia deve ser menor, ou igual, a 90 minutos. Se o tempo for maior que 120 minutos, e não tiver angioplastia no momento, deve-se fazer trombolítico. · O uso do trombolítico de imediato, sem esperar o uso da angioplastia, tem um benefício melhor a nível precoce, já que demoraria para fazer a angioplastia. · Se a anatomia estiver completa (elevado escore SYNTHAX) – encaminha para cirurgia emergencial · E se eu não tiver angioplastia primária no hospital? · Tempo “contato médico-balão” menor ou igual a 120 minutos – deve-se transferir para unidade mais próxima que tiver angioplastia. · Paciente com choque cardiogênico (que chega assim) – deve-se angioplastar independente do tempo por isso SEMPRE deve TRANSFERIR (estabilizado) · Tempo até o balão for maior que 120 minutos – benefício maior com trombolítico Trombolítico · Delta-T – Tanto faz angioplastia ou trombolítico – quanto mais precoce administra o trombolítico, maior será a eficácia – preferível. · Tempo “porta-agulha” – o tempo de entrada até a injeção do medicamento for menor, ou igual, a 30 minutos. · Deve-se monitorar para evitar falha de reperfusão, que é a persistência da dor e/ou a persistência do supra de ST maior que 90 minutos após inicio da administração da droga · O ideal é uma angioplastia de resgate (esperar 2 a 3h pós-trombolítico) · Outras situações que podem se apresentar no uso de trombolítico: · Reoclusão – é uma nova dor aguda com supra de ST · TTO – angioplastia de urgência (precisa fazer agora, mas não de forma imediata) · Isquemia recorrente ou residual – é uma angina pós-IAM, ou no teste provocativo pré-alta positivo · TTO – angioplastia de urgência · Contraindicações · Absolutas (não pode) – parte para angioplastia · Suspeita de dissecção aórtica (pega CD e oclui – infarto inferior, VD) · AVC hemorrágico em qualquer tempo (ou qualquer evento hemorrágico intracraniano) · AVC isquêmico nos últimos 3 ou 12 meses (Harrison) · PA acima de 180/110mmHg · Hemorragia interna ativa (exceto menstruação) · Relativas (individualizada) – risco x benefício para o paciente · Anticoagulação crônica (INR maior ou igual a 2) – histórico de FA, TEP. · Cirurgia ou procedimento invasivo há menos de 2 semanas · RCP prolongado (>10 minutos) · Diátese hemorrágica · Gravidez · Retinopatia hemorrágica · Úlcerapéptica “ativa” · HAS grave sob controle · Idoso tem maior risco de hemorragia, mas na ausência de contraindicações o benefício compensa · Trombolíticos principais – ativam o plasminogênio ativado – plasmina rompe a rede de fibrina · Estreptoquinase – diversas complicações (alérgicas, hipotensão) · Não é fibrinoespecífico, e atua no fibrinogênio ativado – fibrinólise generalizado (chance elevada de hemorragia) · Fibrinoespecíficos – somente nas moléculas de fibrinas ligada a rede de fibrina · Alteplase (rtPA) · Tenecteplase (TNK) – ministrados em bolus IV (terapia pré-hospitalar) · Reteplase (rPA) – ministrados em bolus IV (terapia pré-hospitalar) · São mais eficazes em promover o fluxo TIMI 3 – tem menor mortalidade · Terapia trombólise pré-hospitalar – reduz o delta-T Fluxo TIMI Algumas medidas adicionais para manter a patência do vaso – tratamento “anti-trombo” complementar · Antiplaquetários – pode começar imediatamente · AAS + Tienopiridinas (Clopidrogrel) – preferenciais · Ticagrelor/prasugrel – são mais eficazes, mas aumentam risco de sangramentos, e não são recomendados para pacientes que fizeram trombolíticos, mas se forem submetidos à angioplastia recomenda-se o Ticagrelor no lugar do Clopidrogrel. · Se ele for para angioplastia – tripla agregação plaquetária com inibidores GP IIb/IIIa · Somente durante o procedimento · Abciximab – somente usado se tiver usado stent · Anticoagulantes – após a angioplastia começa imediatamente, mas se for trombolítico, espera de 2 a 3horas para fazer uso da Enoxaparina. · HNF (não fracionada) · Enoxaparina (baixo peso molecular, HBPM) – preferencial · Bivalirudina · Fondaparinux (não deve ser usados isoladamente por risco de trombose cateter) · Duração da anticoagulação · HNF – até 48horas, acima tem risco de plaquetopneia induzida por heparina · HBPM e outros – duração de 8 dias ou enquanto durar a internação (o que for menor) · Situações em que continuo fazendo a anticoagulação por tempo prolongado de 3 a 6 meses no IAMST · FA persistente ou paroxística (CHADVASc >=2 ad eternum) · Tromboembolismo pulmonar ou sistêmico · Trombo no VE · Acinesia extensa da parede anterior · Disfunção sistólica grave do VE, com ou sem clínica de IC. · Em resumo padrão – AAS + Clopidrogrel + Enoxaparina (comprovadamente reduz morbi-mortalidade) Por se tratar de uma SCA, é preciso instituir uma terapia anti-anginosa para reduzir o consumo de O2 · Nitrato (SL – IV) · Venodilatação da cava – redução da pré-carga cardíaca e o trabalho miocárdio · Até 3 doses via SL (a cada 5 minutos), caso persista nos sintomas entra IV · Contraindicações: · PAS menor que 90 mmHg · IAM de ventrículo direito – o VD infartado precisa de uma elevada pré-carga para produzir débito sistólico, caso use um nitrato o paciente pode entrar em choque cardiogênico · Inibidores da 5-Fosfodiesterase (disfunção erétil, sildenafil – Viagra) nas últimas 24h (sildenafil) a 48horas (tadalafil) · Betabloqueador (IV ou oral) · Deve-se manter pós-infarto a longo prazo – ad eternum · São drogas que reduzem a FC, o inotropismo e a PA, ao mesmo tempo que aumentam o fluxo sanguíneo na rede de colaterais e no subendocárdio. · Reduzem morbimortalidade do IAMST · Reduzem taxa de fibrilação ventricular primária e MS · Contraindicações: · PAS < 100mmHg · FC <60 bpm · IVE – B3, congestão pulmonar · Broncoespasmos com uso · BAV, no do 1º grau pode fazer se o intervalo PR tiver até 240ms. · Morfina · A dor estimula o tônus adrenérgico o que aumenta a demanda miocárdica de oxigênio (MVO2) · IV – 2 a 4 mg repetidos a cada 5 a 15 minutos · Propriedades vasodilatadoras, o que diminui a pré-carga ventricular e por conseguinte o MVO2. · Contraindicações · Infarto em parede inferior (D2, D3 e aVF) – aumento do risco de IAM de VD e/ou bradicardia reflexa (reflexo de B-Jarich) no IAM inferior piora a bradicardia (grave) e risco de desenvolver BAVT. · Bloqueadores dos canais de cálcio · Não existe resultados de redução da mortalidade aguda · E não se deve usar os BCC de ação rápida – nefedipina de ação rápida – desencadeia uma taquicardia o que prejudica ainda mais. O IECA/BRA (inibição do SRAA) tem benefício confirmado para todos os pacientes que tiveram IAMST, independente da extensão do infarto, mas se sabe que tanto mais extenso, maior o benefício do uso. · IECA apresentam vantagens em relação ao BRA, e todos eles apresentam benefício na redução do remodelamento em: · TODOS com PAS>100mmHg e sem contraindicações (hipercalemia, tosse, angioedema, IR) · Quanto maior a área infartada, maior o benefício na redução do remodelamento cardíaco pós-IAM · Remodelamento pós-IAM – estresse da parede infartada pelo próprio trabalho do musculo cardíaco, que com a tensão da parede causa um deslizamento das fibras necróticas de modo que expande a área de infarto e dilata a cavidade ventricular, alterando a geometria do coração. · Comum nos IAMST (transmurais) anteriores extensos · Nos primeiros 3 a 5 dias pós-IAM · Disfunção sistólica – ativação do SRAA, neuro-hormonais (cardiotoxicidade) – ICFEr a longo prazo, e ICC a curto prazo. · Manter a longo prazo – paciente hipertensivo, com FE reduzida (sintomática ou não) e todo infarto de parede anterior · Se o doente tiver uma FE abaixo, ou igual, a 40% e é sintomático (NYHA II) e/ou for DM – adiciona um Antagonista de Aldosterona. Estatina de alta potência (Atorvastatina 80mg/dia) de forma precoce – reduz o LDL em pelo menos 50% do basal, independente do risco CV global. COMPLICAÇÕES DO IAMST IVE AGUDA · Diurético + Nitrato (reduz pré-carga) – melhora congestão pulmonar · Vasodilatador (aumenta pós-carga · Inotrópicos positivo (se estiver hipotenso) · Suporte mecânico com um Balão Intraórtico (BIA) – infla na diástole – aumenta o período de reperfusão coronariana, e na sístole ele cria um vácuo que aumenta a FE sem consumir tanto O2. IVD AGUDA – infarto de VD grave (TVJ, Hepatomegalia e pulmões limpos) · Aumento da pré-carga – Expansão volêmica (SF IV) Taquiarritmia · FV/TV sem pulso – medidas de ACLS · Extrassístoles ventriculares – Betabloqueador e controle eletrolítico (antiarrítmico não se deve usar, pois podem aumentar mortalidade paradoxal com bradiarritmia grave e assistolia) · TV com pulso – faz-se amiodarona e/ou cardioversão · RIVA (ritmo idioventricular acelerado) – observar, já que é um ritmo transitório · Flutter atrial/FA – Bloquear NAV (nó AV) e/ou cardioversão FT/TV menor que 48 horas (primária) – bom prognóstico a longo prazo (após reversão/abortado), mas a curto é péssimo FT/TV maior que 48 horas (substrato arritmogênico irreversível) – mau prognóstico em geral – indicação de CDI Bradiarritmias · Sinusal – atropina (0,5mg/dose até 2mg/total) + Marca-passo · BAV 2º Mobitz II, BAVT, Bloqueio bifascicular (isquemia) – Marca-passo Pericardite · Pericardite epistenocárdica – aparece precocemente após o infarto, e decorre de uma inflamação do pericárdico por continuidade – maior chance de tamponamento · Pericardite pós-lesão cardíaca (Síndrome de Dressler) · AAS dose anti-inflamatória (650 mg 4x/dia) · Evita glicocorticoides – e cicatrização e remodelamento · Evita anticoagulantes – tamponamento pericárdico hemorrágico (vasos friáveis) Complicações mecânicas · CIV e IMA · Cirurgia de emergência Aneurismas · Verdadeiro pós-infarto – discinesia, paradoxalmente a estrutura se abaúla na contração – Não se rompe · Anticoagulação – pois existe o risco de formação de trombos · Pseudoaneurisma (ruptura tamponada) – ruptura de parede livre, com um trombo oclusivo no saco pericárdico – Se rompe. · Cirurgia, não se anticoagula pois iria haver expansão do pseudoaneurisma ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO PÓS-IAM Recomenda-se antes do paciente ir para casa, ele deve ser submetido a um TE pelo menos 5 dias pós-IAM (submáximo), e/ou um TE após 4 a 6 semanas (máximo). Os achados podem sugerir: · Isquemia residual – coronariografia · “Instabilidade” elétrica – estudo eletrofisiológico · Informações da capacidade funcional cardíaca – prescrição de exercícios físicos gradativos CDI (cardiodesfibriladorimplantável), indicações: · FV/TV no EEF (no estudo eletrofisiológico) · FT/TV sem pulso maior que 48h pós-IAM · FEve <40% E NYHA II-IV 40 dias pós-IAM · FEve <35% 40 dias pós-IAM SCA sem Supra de ST (SCASSST): Angina Instável e IAM sem Supra de ST Autor: Pedro V.F. Medrado SCA sem supra de ST – a Coronária está subocluida – trombo branco Angina Instável – MNM normais (não há infarto) IAMSST – MNM aumentado Formas clínicas de apresentação das SCSST · Dor anginosa aguda ou =< 1 semana (repouso ou mínimo esforço) – “indo e vindo” · Angina importante (CCS III) de início recente (menor ou igual a 2 meses) – evolui para uma classe III (CCS), não é hiperaguda, mas tá causando uma restrição significativa ao fluxo. · Angina em crescendo – aquele paciente com angina estável que melhora ao repouso e/ou nitrato, mas os episódios estão mudando sua apresentação. · Equivalentes anginosos – Idosos, diabéticos e mulheres c/ B3, B4, sopro de insuf mitral, EAP, choque cardiogênico. ECG · 50% dos pacientes estão com o eletro normal, ou alterações inespecíficas · 20 a 25% dos pacientes – Infra de ST (vetor apontando para o subendocárdico) presente tanto na AI (infra transitório), quanto na IAMSSST (infra persistente). · Inversão da onda T – é específica: inversão simétrica e maior ou igual a 0,3 mm de profundidade da onda T. Rotas no setor de emergência da SCASSST Possibilidades · Não ser uma SCASSST · Angina Instável · IAMSSST Estratificação de risco – Razão pré-teste (Diamond-Forrest) 1º Etapa · ECG em 10 minutos · Curva de MNM (na chegada, 4-6h depois e 12horas depois) Se, · Alteração ST-T · Dor persistente · Alterações hemodinânicas · 1º MNM aumentado UNIDADE CORONARIANA – pois é uma SCA Se, · ECG normal ou inconclusivo · 1º MNM normal MANTE-LO NA EMERGÊNCIA POR 12 HORAS OU UM POUCO MAIS DO INÍCIO DOS SINTOMAS – Série de exames e monitorá-lo (Unidade de Dor Torácica) Se surgiu, · Alteração ST-T · Dor persistente · Alteração hemodinâmicas · Aumento da MNM · Angio-TC de coronária (não invasivo para avaliação se há obstrução coronária obstrutiva, caso positiva – leva para UC) UNIDADE CORONÁRIA Caso não tenha, · Teste provocativo de isquemia · Caso normal Alta hospitalar · Caso anormal UNIDADE CORONARIANA TRATAMENTO DA SCASSST Terapia anti-isquêmica · Nitrato sublingual (diminui pré-carga) 3 doses consecutivas, intervalo de 5 minutos – caso dor – Nitrato Intravenoso (IV) · Betabloqueador* - aumenta sobrevida · *Esmolol para testar se o paciente tem broncoespasmo – caso ele não desenvolva, pode usar betabloqueador · Antagonista Canais de Cálcio – caso o BB seja contraindicado – inotrópico negativo, reduz pré-carga. · Morfina (caso continue com angina), Estatina (Atorvastatina 80 mg/dia tem benefício de sobrevida), IECA ou BRA (hipertenso c/ disfunção diastólica) Terapia anti-trombótica · Antiplaquetário · Dupla coagulação: AAS + Clopidrogel (Tienopiridinas) · Tripla coagulação em alguns casos selecionados · Inibidores GP IIb/IIIa (CATE, IAM ou isquemia persistente) – não pode ser usado em paciente que faz trombolítico (AVE), aumenta mortalidade. · Anticoagulante · HNF – heparina não fracionada · HBPM – heparina de baixo peso molecular · Bivalirudina · Fondaparinux Revascularização · Fibrinolítico aumenta mortalidade em 11% - expõe mais fatores trombogênicos · Estratégia Invasiva Precoce – Coronariografia nas primeiras 48h do início dos sintomas · Indicado para: · SCASSST de médio a alto risco – com benefício de revascularização. · IAMSST – alto risco vai direto para revascularização · AI vão revascularização (CAT) se tiverem: · Diabetes Mellitus (1 ou 2) · Disfunção Renal moderada/grave aguda ou crônica · Comprometimento da Função Ventricular · TV sustentada ou Morte súbita abortada · Angina persiste/recorrente, mesmo com tratamento · Alteração dinâmicas de ST · CRVM prévia · Teste provocativa + · TIMI Risk Score >=3 · SCASSST de baixo risco – sem benefício de revascularização, logo o TTO é conservador, com prevenção secundária. · A Longo Prazo – 5 Classes Benéficas · Estatina Alta potência c/ dose máxima (Atorvastatina 80mg/dia) · Betabloqueador · IECA ou BRA · Dupla Agregação por 1 ano (depois só AAS)
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