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Apostila Biopatologia em Crustáceos no Brasil e no Mundo

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MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 1
Módulo II:
Biopatologia em 
Crustáceos no 
Brasil e no Mundo
SU
M
ÁR
IO
03
 
04
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14
Apresentação
 
1 Introdução 
1.1 Histórico de doenças em crustáceos 
2 Doenças de notificação compulsória 
em crustáceos 
2.1 Agente etiológico – vírus
 
2.2 Agente etiológico - bactérias
2.3 Agente etiológico – outros parasitos
3 Métodos utilizados para o diagnóstico 
de doenças em crustáceos
4 Estudos realizados no mundo e no 
Brasil e principais espécies utilizadas 
em estudos de patógenos
5 Considerações Finais
Referências
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 3
APRESENTAÇÃO
Caro(a) estudante,
Seja bem-vindo ao Módulo II do curso Biopatologia em Organismos Aquáti-
cos, que tem como intuito abordar sobre as principais doenças encontradas 
nos crustáceos e quais os métodos utilizados para o diagnóstico dessas en-
fermidades.
Esta apostila está dividida em quatro tópicos importantes. Inicialmente, será 
feita uma introdução em que será discutido brevemente, sobre o panorama 
da pesca e aquicultura no Brasil e no mundo. Em seguida, será falado sobre 
o histórico de doenças em crustáceos, de que forma ocorre a disseminação 
dos agentes patogênicos, as espécies utilizadas em estudos de patógenos 
e as enfermidades de notificação compulsória.
No segundo tópico, será falado sobre as doenças de notificação compul-
sória em crustáceos como aqueles causados por vírus, bactérias e outros 
parasitos. Em seguida estudaremos os métodos utilizados em laboratório 
para o diagnóstico de doenças em crustáceos, como a PCR, Histopatologia, 
Técnicas de ensaio de imunoabsorção enzimática ELISA, Amplificação iso-
térmica mediada por loop e Ensaios bioquímicos e bacteriológicos. Por fim, 
será destacado onde as pesquisas estão mais concentradas e as principais 
espécies utilizadas em estudos de patógenos no mundo, com intuito de se 
ter melhor compreensão acerca da temática.
Mediante a isso, espera-se que você aproveite o curso, bem como os ma-
teriais disponibilizados, facilitando o processo de aprendizagem e melhor 
aproveitamento das questões discutidas acerca dos patógenos causado-
res de doenças em crustáceos.
Bons estudos!
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 4
 INTRODUÇÃO
A produção mundial de pescado em 2018 foi de 179 Mt, dos quais 82 Mt vie-
ram exclusivamente, da aquicultura (FAO, 2020). A aquicultura está em ex-
pansão por ser uma alternativa viável para ofertar peixes de qualidade para 
a população dos próximos anos. Esse aumento produtivo está relaciona-
do ao crescimento populacional e à busca dos consumidores por produtos 
mais saudáveis (FAO, 2012).
Essa atividade vem crescendo rapidamente, mais do que qualquer outro 
segmento do setor de produção de alimentos de origem animal (FAO, 2012). 
No Brasil, a Carcinicultura é o segmento da aquicultura mundial que mais 
cresceu nos países tropicais e subtropicais em desenvolvimento.
No Brasil, o Rio Grande do Norte é o berço da carcinicultura brasileira, 
especialmente, pela produção do camarão marinho (Litopenaeus 
vannamei) (FERNANDES, LOPES e VIANA, 2011; SEABRA et al., 2014). No Nordeste, 
a atividade começou de forma tímida, mas hoje, apresenta-se na forma de 
escala industrial e o Maranhão é um dos estados com grande potencial para 
implantação e desenvolvimento da atividade econômica, principalmente 
devido à grande produção da soja e do milho, matéria-prima de maior 
potencial para substituir integralmente, a farinha de peixe em dietas de 
camarões, tendo em vista que o fator nutricional constitui até mais de 60% 
do custo de produção (MEDEIROS, G. L. 2016).
O desenvolvimento de qualquer atividade econômica dessa natureza 
vem acompanhado pela crescente preocupação com a disseminação de 
doenças. 
1
Após breve introdução desse conteúdo tão rico, convido-o (a) a 
assistir ao vídeo “Manejo para evitar doenças na carcinicultura” 
produzido no estado do Maranhão e disponível através do link
e em seguida, continue seus estudos compreendendo como 
surgiram as doenças que acometem os crustáceos e quais as 
patologias de maior importância no subtópico a seguir.
https://www.youtube.com/watch?v=SRSDb61h7XI
SAIBA MAIS
https://www.youtube.com/watch?v=SRSDb61h7XI 
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 5
1.1 Histórico de doenças em crustáceos
As doenças que acometem os crustáceos podem ser causadas por 
bactérias, vírus e fungos (NEGREIROS; SANTOS, 2015). As enfermidades de 
maior importância são as de origem viral, bacteriana ou a associação delas 
(NEGREIROS e SANTOS, 2015).
De acordo com Boyd et al. (2001) diversos impactos ambientais favorecem 
a disseminação de agentes etiológicos causadores de doenças em animais 
aquáticos, entre eles: deterioração da qualidade de água; poluição biológica 
das populações nativas e, surtos de doenças infecciosas nas populações. 
Devido a estes fatores, muitas doenças começaram a surgir no mundo, 
acometendo principalmente o camarão, sendo eles; a Síndrome da Mancha 
Branca (WSSD), apresentando alta taxa de mortalidade e virulência, com 
primeiro relato de surto na Ásia em 1992; Síndrome da Taura (TS), causando 
colapso no Equador em 1993, Vírus da Necrose hipodérmica e hematopoiética 
infecciosa (IHHNV) em 1981; Vírus de cabeça Amarela (YHV) em 1991; Vírus da 
necrose hematopoiética infecciosa (IHNV) em 2000 dentre outros (OLIVEIRA-
NETO, 2009; BANDEIRA, 2019). 
Aprofunde seus conhecimentos a partir do site: 
lá você encontrará estudo específico sobre o estado 
de saúde de camarões marinhos na Engorda. 
https://panoramadaaquicultura.com.br/avaliando-o-
estado-de-saude-de-camaroes-marinhos-na-engorda/,
 DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO 
COMPULSÓRIA EM CRUSTÁCEOS
2.1 Agente etiológico - Vírus
Por volta dos anos de 94 e 95 a Síndrome de Taura alcançou maior parte da 
América. O vírus dessa síndrome tem como espécie alvo o camarão marinho 
2
SAIBA MAIS
https://panoramadaaquicultura.com.br/avaliando-o-estado-de-saude-de-camaroes-marinhos-na-engorda/
https://panoramadaaquicultura.com.br/avaliando-o-estado-de-saude-de-camaroes-marinhos-na-engorda/
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 6
 Fonte: Aquavietnam, 2016.
Síndrome da Mancha branca: O vírus pertence à família Nimaviridae do 
gênero Whispovirus. Podem afetar caranguejos, camarões, siris e lagostas. 
Os indivíduos afetados apresentam coloração avermelhada, na fase aguda, 
o camarão apresenta manchas brancas na cutícula, e na fase crônica 
ausência de manchas (BANDEIRA, 2019).
Indicamos a leitura mais aprofundada do artigo “Susceptibility to infection 
and pathogenicity of White Spot Disease (WSD) in non-model crustacean 
host taxa from temperate regions” de Bateman et al. (2012).
Figura 2. Síndrome da Mancha Branca (WSSV). Camarão peneídeo com 
manchas brancas circulares no exoesqueleto.
Litopenaeus vannamei. Como características dessa doença na fase crônica, 
o camarão apresenta melanização da carapaça, conforme observado na 
figura 1, e na fase aguda possui a descoloração da carapaça e dos tecidos 
(FIGUEREDO et al., 1998).
Figura 1. Síndrome de Taura (TS). Melanização na superfície do corpo de um 
camarão na fase crônica.
Fonte: Ciba, 2014.
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 7
Necrose infecciosa Hipodermal e Hematopoiética (IHHN): O causador dessa 
doença é um Densovirus pertencente à família Parvoviridae. Teve seu primeiro 
registro no Brasil em 1991. Afeta principalmente as espécies de camarão 
como: Penaeus monodon, Litopenaeus vannamei, Penaeus stylirostris. 
Como aspectos da doença, o camarão atrofia os músculos abdominais, e 
apresenta deformidade no rostro (OLIVEIRA-NETO, 2009).
Figura 3. Necrose Infecciosa Hipodermal e Hematopoiética (IHHVN). Juvenil de 
Litopenaeus vannamei infectado por IHHVN. Animal com deformidade no rostro.
 Fonte: Sitto Vietnam, 2011.
Mionecrose infecciosa: Causadapelo vírus da necrose infecciosa (IMNV), 
vírus pertencente à família Totiviridae. As espécies afetadas são: Litopenaeus 
vannamei Litopenaeus stylirostris Penaeus monodon. Na fase aguda, ocorre 
a opacidade do sexto segmento abdominal, já na fase crônica, possui 
pigmentação avermelhada nos últimos segmentos abdominais (NUNES, 
MARTINS e GESTEIRA, 2004). 
SAIBA MAIS
Conheça um pouco mais sobre o assunto, lendo o texto publicado no site: 
https://panoramadaaquicultura.com.br/carcinicultura-ameacada/ 
Lá você conhecerá um pouco mais sobre as mortalidades decorrentes 
do vírus da Mionecrose infecciosa (IMNV).
https://panoramadaaquicultura.com.br/carcinicultura-ameacada/
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 8
Fonte: NUNES, MARTINS e GESTEIRA, 2004.
Doença da cabeça amarela: atinge principalmente a espécie de camarão 
Penaeus monodon. Essa doença é conhecida desta forma, devido o vírus 
atingir estruturas como o hepatopâncreas e brânquias, fazendo com que 
sua coloração se torne amarelada (MEDEIROS, 2016).
Figura 5. Doença da Cabeça Amarela (YHD). Camarões com cefalotórax e 
brânquias amareladas.
Figura 4. Camarão com cauda em estágio avançado do IMNV. Apodrecimento 
do músculo nos dois últimos segmentos abdominais e leque caudal.
Fonte: Songsok et al., 2008.
2.2 Agente etiológico - bactérias
A Hepatopancreatite Necrosante bacteriana (NHP) é uma bactéria 
intracelular obrigatória do tipo Rickettsia, que ataca principalmente as células 
do hepatopâncreas dos crustáceos. Em camarões juvenis pode atrofiar e 
reduzir o hepatopâncreas até 50% de seu volume normal (FIGUEIRÔA, 2013). 
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 9
Fonte: CRL, 2016.
Necrose Hepatopancreática Aguda (AHPND): é causada pela bactéria 
Vibrio parahaemolyticus, onde produz uma toxina que causa a destruição 
dos tecidos. As espécies afetadas são: Litopenaeus vannamei, Litopenaeus 
stylirostris, Farfantepenaeus californiensis. O animal saudável tem o 
hepatopâncreas escuro e de tamanho normal, já o animal doente possui o 
hepatopâncreas atrofiado e despigmentado (GE et al., 2017). 
Figura 7. Síndrome da mortalidade precoce (EMS) ou Síndrome aguda da 
necrose hepatopancreática (AHPNS). Juvenis de Litopenaeus vannamei. Animal 
doente com hepatopâncreas atrofiado e despigmentado (esquerda), e animal 
saudável com hepatopâncreas escuro e de tamanho normal (direita). 
Figura 6. Hepatopancreatite Necrosante (NHP). Camarão e hepatopâncreas 
(HS) saudáveis (acima). Camarão e hepatopâncreas (HD) infectados pelo vírus 
da hepatopancreatite necrosante (abaixo). 
 Fonte: Lightner et al., 2013.
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 1 0
Aprofunde seus conhecimentos sobre doenças causadas 
por vírus e bactérias a crustáceos através da leitura do 
artigo “Doenças microbianas na carcinicultura brasileira: 
uma revisão” de Negreiros e Santos (2015) disponível no link
2.3 Agente etiológico - Outros parasitos
Existem também outros parasitos que causam doenças em crustáceos, 
no entanto, estes ainda são poucos estudados. Podem-se destacar os 
rotíferos, protozoários, nematoides, como também parasitos dinoflagelados, 
metazoários e dentre outros (FLEGEL et al, 2004; LIGHTNER, 1996; 2005).
O aparecimento de doença depende de diversos fatores, incluindo o 
ambiente, patógeno e hospedeiro. A simples presença do patógeno, a 
princípio, não acarretaria em doença, podendo as espécies conviver com 
inúmeros patógenos até o fim do cultivo sem acarretar perdas (LIGHTNER; 
REDMAN, 1998). 
Na carcinicultura podem ocorrer doenças não infecciosas, causadas por 
agentes abióticos (má nutrição, toxinas e efeitos genéticos), como também 
podem ocorrer doenças infecciosas, causada por agentes patógenos como 
bactérias, vírus, fungos e parasitos. Com destaque para os vírus como principal 
responsável pelo prejuízo econômico e limitante para o desenvolvimento da 
carcinicultura (FLEGEL et al, 2004; LIGHTNER, 1996; 2005). 
As doenças infecciosas em geral são o principal limitador da criação de 
camarão em muitos países, como está evidenciado desde a década de 
1980, quando houve a rápida expansão das criações e favorecimento à 
dispersão de agentes patogênicos, e consequentemente, surgimento de 
surtos (LIGHTNER, 1996; 2005; BARRACCO, 2004; FLEGEL et al. 2004).
Junto com o surgimento das doenças na carcinicultura veio a necessidade de 
identificar quais os agentes patógenos a fim de prevenir perdas significativas 
no cultivo. A seguir apresentamos os principais métodos desenvolvidos para 
o diagnóstico de enfermidades em crustáceos.
SAIBA MAIS
https://periodicos.unifacex.com.br/Revista/article/view/640/pdf. 
Boa leitura!
https://periodicos.unifacex.com.br/Revista/article/view/640/pdf
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 1 1
 MÉTODOS UTILIZADOS PARA 
O DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS EM 
CRUSTÁCEOS
Alguns métodos são utilizados para o diagnóstico de doenças em crustáceos, 
sendo eles: Testes moleculares - PCR (Reação em Cadeia Polimerase) é uma 
técnica de biologia molecular utilizada no diagnóstico de doenças infecciosa. 
Nessa técnica, utilizam-se sequências específicas para cada espécie o que 
confere especificidade a técnica (MOLINA; TOBO, 2004). Vamos conhecer 
alguns dos métodos abordados? 
Histopatologia: É um tipo de método que tem como característica a 
identificação morfológica do núcleo das células como também a necrose 
das mesmas. Para isso, é utilizado o microscópio óptico para a visualização 
das células (Tang et al., 2000). 
A Técnica de ensaio de imunoabsorção enzimática: conhecida mais 
como ELISA é usado no diagnóstico de várias doenças. Assim, o agente 
bacteriano se presente no espécime, se liga ao anticorpo específico e 
pode ser demonstrado por um anticorpo marcado por uma enzima. Assim, 
essa técnica permite a detecção de anticorpos específicos. É considerado 
também como um teste de grande sensibilidade (VAN HULTEN et al., 2001; 
YOGANANDHAN et al., 2004). 
A Amplificação isotérmica mediada por loop-LAMP: também é utilizada 
na detecção de diversos patógenos. Constitui outra alternativa para 
amplificação do DNA em um curto período de tempo. Utiliza enzima 
que permite à amplificação isotérmica. Essa técnica apresenta alta 
especificidade, sensibilidade, rapidez e custo reduzido (OIE, 2012).
Ensaios bioquímicos e bacteriológicos: os ensaios bioquímicos são utilizados 
com a finalidade de avaliar a multiplicidade de funções metabólicas 
desempenhadas pelos órgãos e tecidos do animal. Já o Bacteriológico é 
realizado pelo isolamento e identificação do agente bacteriano a partir de 
materiais colhidos adequadamente do sítio de infecção (OIE, 2012).
3
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 1 2
Veja mais detalhadamente alguns dos métodos descritos acima através 
da leitura do artigo “Shrimp diseases and current diagnostic methods” de 
Lightner e Redman (1998) e “A Handbook of shrimp pathology and diagnostic 
procedures for diseases of cultured penaeid shrimp” de Lightner (1996). Após 
compreender alguns métodos mais utilizados para o diagnóstico de doenças 
em crustáceos, vamos agora conhecer os principais estudos e espécies de 
patógenos encontrados no Brasil e no mundo.
 ESTUDOS REALIZADOS 
NO BRASIL E NO MUNDO E AS 
PRINCIPAIS ESPÉCIES UTILIZADAS 
EM ESTUDOS DE PATÓGENOS
Em nosso estudo, realizado nas bases de dados Science Direct, PubMed, 
Web of Science, Scopus, Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Períodicos 
Capes e Google Scholar durante o período correspondido entre 2010 e 2020 
obteve-se um total 127 artigos com relato sobre patógenos em crustáceos. 
Veja a seguir alguns dos resultados dessa pesquisa.
O continente com maior quantitativo de estudos foi a América (43), da qual 
se destaca o Brasil (14), seguido da Ásia (34), destacando-se a China (16). Na 
Europa (30), o destaque foi para o Reino Unido (6) e na Oceania, o país em 
que se encontrou estudos realizados,foi apenas a Austrália (2). 
Os crustáceos estudados variaram de espécies com alto impacto econômico 
a espécies não comerciais, em que as famílias Penaeidae, Astacidae, 
Varunidae foram as mais citadas nos estudos. As principais espécies utilizadas 
em estudos de patógenos são: Acartia longiremis, Acartia tonsa, Acetes 
spp., Artemesia longinaris, Artemia franciscana, Astacus astacus, Astacus 
leptodactylus, Austropotamobius pallipes, Austropotamobius torrentium, 
Bosmina sp., Callinectes arcuatus, Callinectes sapidus, Cambarellus 
montezumae, Cambarellus patzcuarensis.
No Brasil foi constatado a realização de 14 estudos sobre patógenos em 
crustáceos, nos estados de São Paulo (14,29%), Santa Catarina (14,29%), 
Distrito Federal (7,14%), Pará (7,14%), Ceará (28,57%), Rio Grande do Norte 
(7,14%), Paraíba (14,29%) e Maranhão (7,14%). 
4
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 1 3
Esse cenário no Brasil é reflexo do fortalecimento da atividade econômica 
devido a vantagens naturais, como disponibilidade de água com boas 
características físico-químicas para o cultivo de camarão, bem como a 
geração de empregos pela atividade. Além disso, outros fatores como 
mão-de-obra barata, boa aceitação do produto no mercado, incentivos 
governamentais e perspectivas de crescimento da demanda também 
colaboram para este cenário (CAMPOS; CAMPOS, 2006; OLIVEIRA, 2014). Diante 
disso, é compreensível que o Nordeste concentre a maior parte dos estudos.
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A intensa produção de camarão e o crescimento de fazendas têm resultados 
em uma grande degradação do ambiente, devido à falta de tratamento 
de efluentes e degradação de manguezais, contribuindo assim, para o 
surgimento de inúmeras doenças infecciosas, na sua maioria de origem viral 
em crustáceos, gerando grande impacto sobre as espécies e sobre o setor 
na produção. Os estudos no Brasil sobre patógenos em crustáceos ainda são 
incipientes, e no estado do Maranhão há um déficit e há a necessidade de 
mais pesquisas na área, uma vez que os crustáceos apresentam importância 
econômica e social.
5
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 1 4
 REFERÊNCIAS 
AQUAVIETNAM. Taura Syndrome – TSV: American Aqua Viet Nam CO., Ltda. 
2016.
ARRACCO, M.A. Mecanismos de resistência a doenças em crustáceos. In: 
RanzaniPaiva, M.J.T.; Takemoto, R.M.; Lizama, M.L.A.P. Sanidade de organismos 
aquáticos. São Paulo: Varela, 2004. p. 51-74.
BANDEIRA, de T. Jéssica et al. Síndrome da Mancha Branca: Revisão de 
literatura. Medicina Veterinária (UFRPE), v. 12, n. 3, p. 202-211, 2019.
BOYD, C.E.; HARGREAVES, J. A; CLAY, J. W. Codes of conduct for marine shrimp 
aquaculture. In: Proceedings of the special session on sustainable shrimp 
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FAO, W. F. P. IFAD (2012) The State of Food Insecurity in the World 2012: Economic 
FERNANDES, J. A. L.; LOPES, F. D.; VIANA, F. L. E. Compreendendo relações entre 
a dinâmica evolutiva do campo da carcinicultura do Rio Grande do Norte e 
as estratégias adotadas por seus atores. RAM. Revista de Administração 
Mackenzie, v. 12, p. 109-139, 2011.
FIGUEIRÔA, L. V. de A. Bacterioses em viveiros de camarão marinho em 
Mossoró-RN. 2013. 73 f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal) - 
Universidade Federal
FIGUEREDO, H. C. P.; LEAL, C. A. G.; COSTA F. A. A. Cadernos Técnicos de Veterinária 
e Zootecnia. Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária da UFMG. N.24-
28 1998-1999 - Belo Horizonte, Fundação de Ensino e Pesquisa em Medicina 
Veterinária e Zootecnia, FEP MVZ Editora. MVZ Editora. 1998-1999.
MÓDULO II : BIOPATOLOGIA EM CRUSTÁCEOS NO BRASIL E NO MUNDO 1 5
FLEGEL, T. W.; NIELSEN, L.; THAMAVIT, T.; KONGTIM, S.; e PASHARAWIPAS, T. Presence 
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