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18METODOLOGIA DA PESQUISA os documentos podem apresentar. Como desvantagens, o autor cita a representati- vidade dos documentos, que devem estar disponíveis em boas condições e em bom número e na própria subjetividade dos documentos que nem sempre é percebida pelo pesquisador. Pesquisa experimental Esse tipo de pesquisa envolve a se- leção e o controle de variáveis. O pesqui- sador formula seu problema de pesquisa e define as suas hipóteses, elencando os elementos que podem inf luenciar no seu experimento (GIL, 2002). Esse tipo de pesquisa é mais comum quando envol- ve elementos físicos, como, por exemplo, animais, plantas, materiais sintéticos, etc. Para Fonseca (2002) o investigador deve selecionar grupos e submetê-los a tra- tamentos diferentes, procurando relacionar (normalmente de maneira estatística) a causa e os efeitos das variações. Assim, segundo Gil (2002) é indispensável que: 1. Manipulação: o pesquisador precisa manipular as variáveis envolvidas 2. Controle: é necessário um grupo de controle para comparações com as variáveis manipuladas. Exemplo: Você está realizando uma pesquisa em que se substitui a cal hidratada na ar- gamassa de reboco por cinza de madeira de eucalipto. Assim, você testará a argamassa com diferentes concentrações do material, analisando as fissuras e a aderência. 0 100% 50% 25% 0% (Controle) Fissuras Aderência Após a coleta de dados que serão realizados com quatro corpos de provas, será possível verificar a correlação entre as variáveis consideradas. Perceba que é indispensável um grupo de controle, no caso um corpo de prova em que será uti- lizada argamassa comum, apenas com cal hidratada. No Entanto, visto o grande número de informações que temos circulando atu- almente, é necessário um cuidado muito rigoroso com as fontes que iremos utilizar, dando preferência a obras de pesquisado- res já estabelecidos no meio ou textos que tenham passado por um comitê científico. A vantagem desse tipo de pesquisa é permitir ao pesquisador a realização de um estudo sem ir a campo, possibilitando uma ampla cobertura de dados. A desvan- tagem é o fato de muitas fontes conterem equívocos que podem ser reproduzidos e mesmo ampliados, sendo assim, indispen- sável a comparação entre distintos mate- riais (GIL, 2002). Pesquisa Documental Muito similar à pesquisa biblio- gráfica, a pesquisa documental se baseia em fontes documentais, tais como atas de reuniões, normativas, documentos oficiais, relatórios, etc. Para Gil (2002), as vanta- gens desse tipo de pesquisa constem no baixo custo, na ausência de sujeitos a serem entrevistados e na riqueza de dados que 19METODOLOGIA DA PESQUISA Pesquisa Ex-Post-Facto É uma pesquisa que visa compre- ender as causas de um determinado fenô- meno após ele ocorrer. Nesse sentido, o pesquisador não tem condições de mani- pular as variáveis, uma vez que o evento já aconteceu (FONSECA, 2002). Exemplo: você deseja analisar os motivos que levam os jovens a abandonar o emprego antes de completarem um ano de empresa. O estudo se concentrará naqueles sujeitos que já abandonaram o emprego, levantando as causas que levaram a isto. Pesquisa com Survey É uma pesquisa em que visamos buscar diretamente a opinião de um de- terminado grupo de interesse. Fonseca (2002) define este tipo de pesquisa como a obtenção de dados diretamente de um público específico, a partir principalmen- te de questionários, para produzir uma otimização do tempo. Quem responde não é identificado garantindo o sigilo da pesquisa. A pesquisa com Survey é utilizada, por exemplo, em pesquisas de satisfação e de intenção de votos. Estudo de Caso Como sugere a nomenclatura, no estudo de caso, estudamos um caso com profundidade dentro da realidade na qual o caso está inserido. Para Yin (2010) nes- te tipo de pesquisa, o pesquisador não controla as variáveis, apenas observando e analisando os acontecimentos. Ele pre- cisa estar direcionado a algum fenômeno contemporâneo, que se relaciona a acon- tecimentos da vida real e do cotidiano. A fronteira entre o caso e o seu contexto não está claramente definida, e existe o interesse de uma compreensão ampla e profunda (YIN, 2010). 20METODOLOGIA DA PESQUISA Pesquisa participante É a pesquisa em que o investigador vivencia o mesmo contexto dos sujeitos envolvidos, participando ativante e ob- servando o fenômeno diretamente. Ele interage de forma direta, registrando o máximo de elementos possíveis para uma futura análise. Pesquisa-ação É comumente confundida com a pesquisa participante. A diferença é que na pesquisa ação existe um interesse comum em modificar alguma situação. Podemos entender a pesquisa-ação como um estudo voltado para uma situação social, em que existe um interesse comum em efetuar melhorias no contexto em que a pesquisa e o pesquisador estão inseridos. Nesse con- texto, uma ação é desenvolvida visando um bem comum. É marcada por movimentos reconstrutivos de agir e investigar (TRIPP, 2005). A figura a seguir: Figura 1: pesquisa-ação. Fonte: Tripp (2005). 21METODOLOGIA DA PESQUISA 1) A justificativa é uma significativa parte do trabalho científico, por que: a) Descreve as atividades realizadas. b) Apresenta os dados que ainda não foram analisados. c) Explica os resultados. d) Apresenta a relevância da proposta. e) N.d.a. 2) Do ponto de vista da abordagem, uma pesquisa pode ser classificada como: a) Quantitativa e qualitativa b) Quantitativa e exploratória c) Aplicada e básica d) Estudo de caso e Survey e) N.d.a. Atividades 22METODOLOGIA DA PESQUISA 3) O objetivo geral de um projeto de pesquisa é a expressão clara do que o pesquisador pretende demonstrar e aonde a investigação deseja chegar. Com relação aos objetivos específicos, analise as afirmações a seguir e marque a correta. a) Os objetivos específicos devem estar relacionados ao objetivo geral e incluir detalhes metodológicos. b) Os objetivos específicos são aqueles que descrevem detalhadamente uma metodologia. c) Os objetivos específicos precisam estar desconectados da metodologia do estudo. d) O conjunto de objetivos específicos leva ao objetivo geral, sendo que cada um destes revela uma ação. e) N.d.a. 4) Um pesquisador deseja fazer um estudo aprofundado visando um fenômeno atual, em que o contexto e o cenário estejam muito próximos e que as variáveis não são manipuladas. O tipo de pesquisa mais adequada é: a) Pesquisa-ação b) Pesquisa participante c) Estudo de caso d) Survey e) Pesquisa Ex-post-facto 23METODOLOGIA DA PESQUISA A PESQUISA ACADÊMICA Tenha clareza de suas definições, sempre foque seu olhar no problema de pesquisa e procure tomar todas as decisões de maneira alinhada para que a sua pesquisa seja coerente. Um pesquisador não faz nada sozinho. Ele necessita de outras pessoas, seja para realizar as suas entrevistas, seja para conseguir algum documento, seja para ser referenciada como marco teórico. É indispensável a relação social com o próximo, para a partir disto conseguirmos alcançar as compreensões que desejamos com a nossa pesquisa. Lembre-se que neste processo as nossas supostas verdades são constantemente redi- mensionadas, e isto ocorre a partir do contato com elementos que desconhecíamos antes da realização do nosso trabalho. Depois de estruturado o projeto de pesquisa é indis- pensável irmos ao campo e efetuarmos a nossa investigação. Nesse processo você irá ler, interpretar, juntar documentos, conviver com outras pessoas e ter as suas ideias confrontadas. Todo esse caminho poderá levar você a alcançar compreensões 24METODOLOGIA DA PESQUISA inovadoras sobre o fenômeno, trazendo contribuições para a ciência como um todo. Não é algo simples, e exige que tenhamos disciplina, rigor e muita força de vontade. Vamos lembrar que um pesquisador não nasce pronto: ao contrário, as suas vivên- cias no campo de pesquisa é que vão o constituindo enquanto cientista, quandomais exercitarmos as nossas habilidades, mas perspicazes nos tornaremos. Instrumentos de coleta de dados Depois de tomada as principais de- cisões em relação ao desenvolvimento da pesquisa, é indispensável pensarmos como os dados serão coletados. Essa decisão está muito relacionada ao contexto da pesquisa, à disponibilidade do pesquisador e aos recursos e tempo que ele tem disponível. A seguir veremos alguns dos instrumentos de pesquisa que podem ser utilizados: Questionário A elaboração de um questionário requer alguns cuidados muito especiais, que vão além de fazer um conjunto de perguntas visando o nosso objetivo. Gún- ther (2003) enfatiza alguns elementos in- dispensáveis para a realização de um bom questionário. Primeiro: pense até que ponto uma pessoa aceita ser questionada por um es- tranho. Será que ela fornecerá respostas totalmente verídicas para o seu questioná- rio? Gúnther (2003) considera a existência de três possibilidades: a) uma reposta reti- cente. b) Uma resposta gentil, apenas para satisfazer o entrevistador. c) uma resposta sincera. Segundo: pense se as pessoas irão levar você e a instituição que você repre- senta a sério. Também é preciso considerar se o assunto a ser investigado é relevante ou faz sentido para quem vai responder. Terceiro: Estrutura lógica do ques- tionário. No entendimento de Gúnther (2003) o sucesso de um questionário tam- bém está vinculado a sua estruturação, como veremos a seguir. Introdução Neste momento é preciso conquis- tar a confiança do entrevistado, expondo quem você é, qual instituição é vincula- do e por que a pesquisa é importante. É na introdução que você capta ou não do respondente, e isto é muito importante para a boa realização da proposta. Tente sinalizar que a pesquisa é séria e ele é uma parte relevante do processo. Transação social – reduzir custo do respondente No momento de iniciar-se com as questões é preciso fazer com que a tarefa pareça breve. Se necessitar de muito tempo ou de algum investimento financeiro é provável que o entrevistado irá abando- nar o seu questionário. Tente ser o mais específico possível, não abrindo margem para interpretações de duplo sentido. Para evitar constrangimentos é indispensável deixar claro que a pesquisa é confidencial, ou seja, o nome do entrevistado não irá aparecer em momento algum. 25METODOLOGIA DA PESQUISA Se o assunto não for algo mui- to conhecido, é possível que as pessoas respondam mesmo sem conhecer. Neste caso é indispensável uma introdução antes da pergunta. Também é preciso eliminar qualquer vínculo hierárquico. Por exemplo, uma pessoa que trabalhe para você, é pos- sível que responda sem muita sinceridade, procurando “agradar o chefe”. Recompensa Durante todo o processo você pre- cisa deixar claro que a pessoa que está respondendo é indispensável para o sucesso da pesquisa. Assim, no final do questio- nário é preciso agradecer a contribuição, deixando uma porta aberta para uma fu- tura interlocução, bem como o acesso aos resultados. Outras considerações • Assegurar o sigilo dos indivíduos • Não começar o questionário por assuntos muito “ácidos”. Exemplo: Você já abusou drogas sintéticas? Além de deixar o entrevistado des- confortável é possível que ele pare de responder ou responda sem sin- ceridade. • Deixe o questionário com “cara de conversa”. • As primeiras questões servem para estabelecer um laço de confiança. Entrevista Uma entrevista é quando realiza- mos um encontro direto com os sujeitos dos quais queremos obter informações. Elas podem ser gravadas e devemos estar atentos a elementos como expressões a linguagem corporal do entrevistado. Entrevista estruturada É aquela em que existe um rotei- ro prévio, um número x de questões das quais não é possível se desviar. A ordem e a inserção de perguntas não é permitida. Entrevista semi-estruturada Para Flick (2004) este tipo de entre- vista pressupõe um planejamento aberto e f lexível em que o entrevistador apenas direciona a discussão. Assim, o entrevis- tado tem a possibilidade de discorrer sobre o assunto de maneira mais livre. É indis- pensável que entrevistador tenha muito conhecimento do assunto e esteja atento às variações no rumo da entrevista. Entrevista não estruturada Este tipo de entrevista não fornece qualquer direcionamento, o que permite a exploração mais ampla do assunto. Pode ser considerada como algo informal, o que possibilita um destencionamento entre as partes, fazendo com que seja possível o aparecimento de muitos detalhes que seriam imperceptíveis de outra forma. Observação Consiste na observação do pesqui- sador no contexto do fenômeno, exigindo conhecimento e boa percepção acerca do 26METODOLOGIA DA PESQUISA assunto. É indispensável que sejam re- gistrados os mais variados aspectos que venham a convergir com a proposta, sendo indicado o uso de filmagens, gravações, anotações, etc. Observação participante: consiste na participação do pesquisador como um membro ativo do grupo. Esse tipo de téc- nica permite um apanhado dos aspectos sociais e da subjetividade do fenômeno, uma vez que existe uma imersão direta no contexto. Observação não participante: con- siste na participação do pesquisador sem haver uma integração com o grupo envol- vido. Ele observa os acontecimentos sem tomar parte ou propor qualquer alteração nele no momento da observação. Análise documental Em determinados tipos de pesquisa, como na pesquisa documental, por exem- plo, a nossa fonte de dados é exclusivamen- te composta por documentos. Neste caso, a nossa fonte de dados serão os próprios documentos, tais como atas, cartas, regis- tros de reuniões, etc. Precisamos tomar alguns cuidados com esta técnica: i. Verificar se os documentos são atu- ais e trazem as informações que você necessita. ii. O excesso de dados pode dificultar o trabalho e, muitas vezes inviabilizar a pesquisa temporalmente. iii. Alguns tipos de documentos são confidenciais e podem não estar acessíveis para o pesquisador. 27METODOLOGIA DA PESQUISA O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) O trabalho de Conclusão de Cur- so (TCC) é parte da grade curricular de muitos cursos de graduação, sendo para muitos a primeira experiência envolvendo pesquisa. Podemos entende-lo como um trabalho científico em que é articulado os conhecimentos prévios do estudante, os conteúdos discutidos nas disciplinas cursadas e as orientações do orientador. Normalmente é um trabalho documental, teórico, experimental ou de campo. Mes- mo que as instituições tenham normativas próprias, na maioria dos casos, é prevista defesa pública, em que apresenta-se o tra- balho para uma banca que avalia o conte- údo (SEVERINO, 2007). Escrevendo o TCC Em muitos casos, o TCC além de ser a primeira experiência científica do estudante, também se constitui na pri- meira vivência de escrita acadêmica. Na sequência daremos algumas dicas para que você consiga ter sucesso nesta etapa tão importante de sua carreira. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o seu trabalho terá três partes: Parte 1: Elementos Pré-Textuais Antecedem o corpo do texto, desta- cando-se os elementos que seguem: Capa (Obrigatório): deve conter nome da instituição, nome do autor, tí- tulo do trabalho, cidade e ano. Lombada (Opcional): utilizada ape- nas em trabalhos encadernados. Folha de rosto (Obrigatório): deve conter os seguintes elementos: nome do autor, título do trabalho, breve descrição do trabalho onde deve conter o objetivo da proposta e o nome do orientador, cidade e ano, veja um exemplo na imagem a seguir. 28METODOLOGIA DA PESQUISA 29METODOLOGIA DA PESQUISA Errata: quando você percebe um equívoco após feita a impressão do traba- lho, insere-se uma folha justificando isto. Folha de aprovação (obrigatório): ela é preenchida após a apresentação e avaliação do trabalho. Nela constam os nomes dos examinadorese do orientador. Dedicatória (opcional): utilizada quando o autor do trabalho dedica seu trabalho a alguém. Agradecimentos (opcional): uti- lizado quando o autor deseja agradecer a alguém que o auxiliou a chegar até o final do curso. Epígrafe (opcional): espaço para fa- zer alguma citação relacionada ao trabalho. Resumo: parágrafo único de 150 a 500 palavras elencando os principais aspectos do trabalho. Palavras-chave: expressões que representam os principais conceitos do trabalho. Pense que seriam as palavras que as pessoas buscariam em um site de busca para encontrar o seu texto. De três a cinco, separadas por ponto. Caso haja figuras, quadros, tabelas, ilustrações e abreviaturas, deverá conter Lista de figuras, Lista de quadros, Lista de tabelas, Lista de ilustrações e Lista de abreviaturas. Sumário: o sumário antecipa os ele- mentos textuais e indica em que página cada uma das seções se encontra. É com- posto pelo número da seção, título e pági- na em que ela se encontra. Os elementos pré-textuais não devem ser relacionados no sumário. Parte 2: elementos textuais É o corpo do texto do seu trabalho. A seguir veremos os seus componentes. Introdução Uma boa introdução precisa desper- tar a atenção do leitor para que ele leia o restante do trabalho, além de sinalizar os principais elementos da proposta e dar um panorama do que está por vir. Lembre-se que deve formar um texto coeso e que tenha f luidez para o seu leitor. Apesar de não haver uma regra fixa para a sua realização, abaixo trazemos algumas dicas para deixar o seu texto or- ganizado e atraente. Primeiro parágrafo: o contexto da pesquisa, as motivações do pesquisador, discutir brevemente o assunto. Segundo parágrafo: principais pon- tos da pesquisa (problema, objetivos, etc.). Terceiro parágrafo: a justificativa. Quarto parágrafo: organização do texto que segue. Quinto parágrafo: comentários adi- cionais, limitações da pesquisa. Obs. Os avaliadores preferem curtas mas com informações suficientes de todo o trabalho. 30METODOLOGIA DA PESQUISA Referencial teórico As leituras que você fez e que con- vergem com os propósitos do seu trabalho devem ser apresentadas. Para isso, é muito importante sabermos fazer citações. Como veremos a seguir. Citação indireta: Consiste em trazer as palavras do autor, porém de outra maneira, sem acrés- cimos ou omissões. Vamos a um exemplo: Observe um trecho da obra original 17 equações que mudaram o mundo de Ian Stewart: Pitágoras nasceu na ilha grega de Sa- mos, no Egeu oriental, por volta de 570 a.c. Era filósofo e geômetra. O pouco que sabemos de sua vida provém de autores que viveram muito depois, e sua precisão histórica é ques- tionável, mas os acontecimentos cruciais pro- vavelmente estão corretos. Suponha que o parágrafo tenha cha- mado a sua atenção e você deseja fazer uma paráfrase. Vamos ver um exemplo: Temos poucas informações sobre a vida do filósofo e geômetra Pitágoras, nascido em torno de 570 a.c. na ilha grega de Samos no Egeu oriental. Mesmo que os dados históricos não sejam totalmente confiáveis, é possível, que os acontecimen- tos mais relevantes registrados estejam certos (STEWART, 2013). Como as ideias não são suas, é pre- ciso referir quem é o autor e o ano da obra, antes ou depois da citação. No caso do exemplo, optou-se por referenciar no final do texto. Quando queremos citar no início, podemos usar expressões como: Segundo Stewart (2013), temos poucas informações sobre a vida .... De acordo com Stewart (2013) te- mos poucas informações sobre a vida .... No entendimento de Stewart (2013) temos poucas informações sobre a vida .... Outra forma é iniciar pelo nome do autor, seguido do verbo: Stewart (2013) afirma que temos poucas informações sobre a vida .... Stewart (2013) argumenta que te- mos poucas informações sobre a vida .... Outras expressões comumente uti- lizadas são: pondera, postula, argumenta, questiona, destaca, detalha, enfatiza, es- clarece, debate, demonstra, etc. Observe que quando o nome do au- tor está dentro dos parênteses ele é escrito todo em maiúsculo e quando está fora como um nome próprio. Lembre-se que a paráfrase não pode ficar desconectada do restante do texto. Citação direta A citação direta ocorre quando cita- mos literalmente o texto original. Temos sois tipos de citações diretas: a breve e a longa. A citação breve é aquela que vai até três linhas. Passando disso temos uma citação longa. 31METODOLOGIA DA PESQUISA Citação direta breve É escrita entre aspas duplas “ ”, sem nenhum destaque, sendo incorporada ao próprio corpo do texto. Lembre-se que ela deve estar em articulação com o texto. Exemplo: No decorrer da história, muitos ma- temáticos deram a sua contribuição para chegar-se às atuais bases conceituais que conhecemos, dentre os quais destacamos Pitágoras. “O pouco que sabemos de sua vida provém de autores que viveram muito depois, e sua precisão histórica é questio- nável, mas os acontecimentos cruciais pro- vavelmente estão corretos” (STEWART, 2013, p.14). Novamente perceba que optamos por destacar o nome do autor no final da citação. Citação direta longa Aparece em um novo parágrafo, com recuo de 4cm da margem esquer- da, sem aspas, fonte 10 e espaço simples. Exemplo: No decorrer da história, muitos ma- temáticos deram a sua contribuição para chegar-se às atuais bases conceituais que conhecemos, dentre os quais destacamos Pitágoras. Stewart (2013, p. 14) argumenta que O pouco que sabemos de sua vida provém de autores que viveram muito depois, e sua precisão histórica é questionável, mas os acontecimentos cruciais provavelmente estão corretos. Em torno de 530 a. C. mu- dou-se para Crotona, uma colônia grega na região em que hoje está a Itália. Lembre-se que durante todo o capí- tulo do referencial teórico você precisará articular as ideias de distintos autores, sendo indispensável a f luidez do texto. Metodologia Podemos entender a metodologia como o estudo dos métodos possíveis e a sua aplicação na pesquisa (BUOGO; CHIAPINOTTO; CARBONARA, 2006). Todo projeto de pesquisa precisa ter a sua metodologia descrita de forma clara, uma vez que ela precisa ser validada 32METODOLOGIA DA PESQUISA pela comunidade científica. A seguir vere- mos alguns elementos que devem compor a metodologia. Abordagem de pesquisa: indicar se a pesquisa é qualitativa ou quantitativa, justificando os motivos que levaram você a esta decisão. Tipo de pesquisa: indicar se a pes- quisa é bibliográfica, documental, estudo de caso, etc. É indispensável conceituar o tipo utilizado segundo a perspectiva de algum autor, justificando os motivos que levaram você a esta decisão. Escolha dos sujeitos e procedimen- tos de coletas de dados: caso tenham outras pessoas envolvidas na sua pesquisa você deve esclarecer como chegará até elas e quais critérios serão usados para escolhe- -las. Caso seja possível também deve-se indicar quantas pessoas participarão do estudo. Na hipótese de não haver outras pessoas envolvidas, em pesquisas biblio- gráficas, por exemplo, deve ficar claro como você escolherá os obras envolvidas. Instrumentos de coletas de dados: esclarecer quais instrumentos serão utili- zados (questionário, entrevista, observação, etc). Devemos deixar claro como eles serão aplicados, como irão funcionar e os critérios utilizados. Análise de dados Após coletados os dados precisam ser analisados. Normalmente aparece em um capítulo novo, com uma dedicação profunda para a compreensão do que foi captado no campo. Deixe claro como você fará isso, se utilizará algum método específico de análise (análise de conteúdo, análise textual discursiva, etc). Considerações finais ou conclusões Aqui você indica os resultados obti- dos, é o espaço em que a voz do pesquisa- dor deve aparecer. Caso o trabalho tenha hipóteses é o local em que elas devem ser confrontadas, bem como a retomadado problema de pesquisa e dos objetivos frente aquilo que foi observado. Você irá articular as suas compreensões, com a teoria conside- rando com o que foi encontrado na análise. Parte 3: Elementos Pós-textuais São aqueles que vem após o desen- volvimento do texto, mas que também são muito importantes para a conjuntura do trabalho. Abaixo veremos os itens que deverão constar no seu trabalho. Referências: é obrigatório em qual- quer trabalho acadêmico. É uma lista em que constam as obras utilizadas durante a realização do estudo. Utilizamos a or- dem alfabética pelo sobrenome do autor. Veremos como fazer algumas referências: Livro com autor único SOBRENOME DO AUTOR, pre- nome. Título da obra. Tradutor (quando ouver). Edição. Local de publicação. Edi- tora, ano. Exemplo FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Tradução de Sandra Netz. 2 ed. Porto Alegre, Bookman, 2004. 33METODOLOGIA DA PESQUISA Livro com três autores. SOBRENOME DO AUTOR 1, prenome do autor 1. SOBRENOME DO AUTOR 2, prenome do autor 2. SOBRE- NOME DO AUTOR 3, prenome do autor 3. Título da obra. Tradutor (quando ouver). Edição. Local de publicação. Editora, ano. Exemplo AMARAL, Emília; SEVERINO, Antônio; PATROCÍNIO, Mauro Ferreira do. Novo manual de redação: gramáti- ca, literatura, interpretação de texto. São Paulo: Círculo do Livro, 1995. Texto de revista SOBRENOME DO AUTOR do texto, prenome. Título do texto. Título da revista, Local da publicação, data, páginas. Exemplo ALMEIDA, Carlos. A vida mo- derna na selva. Veja, São Paulo, 20 set. 2004. p.67-70. Entidade como autor ENTIDADE, texto, local, ano. Exemplo ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, 2002. Anexos: item opcional. É utilizado quando queremos juntar algum documen- to, por exemplo, para comprovar algo. Glossário: item opcional. Usado para esclarecer palavras ou expressões de sentido obscuro ou dúbio. Apêndice: item opcional. São docu- mentos que quando adicionados ao traba- lho fortalecem a sua argumentação. Neste espaço se enquadram os questionários e entrevistas. Por exemplo. Formatando o seu trabalho Muitas pessoas têm insegurança na hora de formatar o trabalho acadêmico. Outras preferem terceirizar esse traba- lho, pagando para que alguém o faça. No entanto com algumas dicas básicas e um pouco de prática você formatará seu TCC com tranquilidade. Dicas introdutórias: Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho 12, cor preta. Nas citações diretas com mais de 3 linhas e nas notas de rodapé usar tamanho 10. Itálico deve ser usado nas palavras de outro idioma, com exceção das expressões em latim apud e et al. Margens: Superior e esquerda com 3 cm. Inferior e direita com 2 cm. Parágrafos: com espaçamento de 1,5, exceto as citações diretas com mais de 3 linhas que usam espaçamento simples. Alinhamento do texto: o corpo de texto deve ter o alinhamento justificado 34METODOLOGIA DA PESQUISA Paginação: os elementos pré tex- tuais, iniciando pela folha de rosto são contados, mas não numerados, ou seja, os números dessas páginas não devem apa- recer na impressão. A primeira página das seções primárias não leva o número impresso. • Seções primárias: São os títulos de seções ou capítulos do trabalho. USAR NEGRITO E LETRAS TODAS EM MAIÚSCULO. ALI- NHAMENTO A ESQUERDA, COM ESPAÇO ZERO. No Word escolha o estilo Título 1. • Seções secundárias: Usar negrito. Alinhamento a es- querda, com espaço zero. No Word escolha o estilo Título 2. • Seções terciárias: Alinhamento a esquerda, com espaço zero. Escolher o estilo “Título 3”. Dicas de formatação no Word: O editor de texto Word nos ajuda bastante na formatação de um texto. Algumas dicas simples podem ajudar você a minimizar os seus problemas com formatação. 1) Use os estilos Uma maneira rápida e fácil de formatar um texto é trabalhar com os estilos de formatação do Word. O primeiro passo a ser dado é formatar cada estilo de acordo com a ABNT. Corpo do texto: para o cor- po de texto utilize o estilo nor- mal. Clique com o botão direito do mouse sobre o estilo Normal e selecione a opção Modificar. Te- remos aberta uma janela como a que segue: 35METODOLOGIA DA PESQUISA Escolha a fonte, o tamanho, alinha- mento, cor e outros elementos que você desejar (sempre seguindo a ABNT). Toda vez que você selecionar este estilo o texto será formatado automaticamente, seguindo os padrões que você escolheu. 2) Gerando um sumário auto- maticamente Uma coisa que faz muita gente per- der a paciência é a geração de um sumário. Fazê-lo manualmente além de ser muito trabalhoso é muito provável que você co- meta algum erro, pois basta um Enter a mais que toda numeração muda. Para gerar um sumário automaticamente, em primei- ro lugar cada seção primária deve estar marcada no estilo Título 1, toda seção secundária no Título 2 e toda seção ter- ciária no Título 3. Lembre-se de formatar cada um deles seguindo a ABNT. Então basta selecionar a seção e escolher o estilo. Depois que cada seção estiver com o devido estilo selecionado, basta selecionar a aba Referências e clicar em Sumário. Pronto, o seu sumário foi gerado automati- camente. 36METODOLOGIA DA PESQUISA 3) Formatando as margens: a primeira coisa que devemos fazer em nosso trabalho é ajustar as margens. Clique em Layout de Página, Margens, selecione margens personalizadas e formate seguindo os padrões da ABNT. 37METODOLOGIA DA PESQUISA 1) Os elementos pré-textuais precedem o texto propriamente dito e permitem a identificação e melhor utilização do projeto de pesquisa e do trabalho acadêmico. Em relação aos elementos pré-textuais, analise as afirmações que se seguem. I) A folha de rosto tem a finalidade de identificar o projeto de pesquisa e o trabalho acadêmico, constituindo-se em elemento opcional. II) As páginas devem ser contadas, mas não numeradas. III) Folha de rosto, lista de quadros e sumário são alguns exemplos de elementos pré- textuais. É correto o que se afirma em: A) Apenas em I B) Apenas em I e II C) Apenas em I e III D) Apenas em II e III E) Em nenhuma. Atividades 38METODOLOGIA DA PESQUISA 2) Em relação aos elementos textuais, analise as afirmações que se seguem. I) A introdução é a parte inicial do texto e deve apresentar, entre outros a justificativa do trabalho. II) Sumário, Introdução, Justificativa, Objetivos, Hipóteses, Revisão de Literatura, Metodologia, Resultados, Discussão, Conclusões e Recomendações representam itens que compõem o corpo textual de um trabalho acadêmico. III) A conclusão constitui-se na parte final do texto, devendo apresentar a análise correspondente aos objetivos ou hipóteses bem como interpretação dos resultados do trabalho. Com relação às afirmações I, II e III, é CORRETO afirmar que: a) Apenas a afirmação I é verdadeira. b) As afirmações I e II são verdadeiras. c) As afirmações I e III são verdadeiras. d) As afirmações II e III são verdadeiras. e) As afirmações I, II e III são verdadeiras 39METODOLOGIA DA PESQUISA 3) Em relação ao item Metodologia de um trabalho científico, podemos afirmar que: a) Deve apresentar dentre outras coisas, a abordagem, o tipo de pesquisa, a constituição do corpus de pesquisa e as escolhas dos sujeitos. b) Deve apresentar dentre outras coisas, os trabalhos correlatos e a abordagem de pesquisa. c) Deve apresentar dentre outras coisas, a análise e a conclusões. d) Deve apresentar dentre outras coisas, a abordagem, o tipo de pesquisa e a teoria considerada. e) N.d.a. 4) Em relação às referências, representa uma obra citada corretamente de acordo com a ABNT, a alternativa: a) 1999. ABRANCHES, M. A cidade sustentável. 2. ed. Rio de Janeiro: Livre Pensar. b) ABRANCHES, M. A cidade sustentável. 2.ed. Rio de Janeiro: Livre Pensar, 1999. c) ABRANCHES, 1999. A Cidade sustentável, 2.ed. Livre Pensar, Rio de Janeiro, 1999. d) A cidadesustentável. M. ABRA NCHES, 2.ed. Rio de Janeiro: Livre Pensar, 1999. 40METODOLOGIA DA PESQUISA 5) Em relação à abordagem quantitativa, é correto afirmar que: a) Aproxima o pesquisador da pesquisa. b) Trabalho com elementos subjetivos. c) Aborda aspecto sociais. d) Trabalha a partir de amostras passíveis de inferência. e) N.d.a. 41METODOLOGIA DA PESQUISA Gabarito Atividade 1 1) D 2) A 3) D 4) C Gabarito Atividade 2 1) D 2) C 3) A 4) B 5) D Gabaritos 42METODOLOGIA DA PESQUISA REFERÊNCIAS BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação Qualitativa em educação. Tradução de Maria João Álvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Porto Editora: Porto, Portugal, 1994. BUOGO, A.; CHIAPINOTTO, D.; CARBONARA, V. (orgs.). O Desafio de Aprender: ultrapassando horizontes. Caxias do Sul, RS: EDUCS NEAD, 2006. COLL, C. O construtivismo em sala de aula. Tradução de Claúdia Schilling. 6.ed. São Paulo: Ática, 1999 FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Tradução de Sandra Netz. 2 ed. Porto Alegre, Bookman, 2004. FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila. GERHARDT, T.E., SILVEIRA, D,T. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. GÚNTHER, H. Como elaborar um questionário. Laboratório de Psicologia Ambiental. Brasília: UNB, 2003. SEVERINO, A.J. Metodologia do trabalho acadêmico. 23 ed. São Paulo: Cortez, 2007. TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005 TRUJILLO, F.A. Metodologia da ciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974. WERNECK, V.R. Sobre o processo de construção do conhecimento: O papel do ensino e da pesquisa. Ensaio: avaliação de políticas púbicas na Educaçaõ. Rio de Janeiro, v.14, n.51, p. 173-196, abr./jun. 2006. YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Tradução de Ana Thorell. 4ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. pesquisa, ciência e conhecimento Atividades A pesquisa acadêmica O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Atividades Gabaritos REFERÊNCIAS
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