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Ebook Metodologia da Pesquisa - Parte 1

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METODOLOGIA DA PESQUISA
JERONIMO BECKER FLORES
2METODOLOGIA DA PESQUISA
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pelo Núcleo de Educação a 
Distância (EAD)
Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Jaimerson Cabral, Sabrina Maciel 
Revisora
Caiani Lopes Martins
PESQUISA, CIÊNCIA E CONHECIMENTO 3
Conhecimento e pesquisa 4
Pesquisa 6
Processo de construção do conhecimento 7
Aprender na sociedade do conhecimento 7
O projeto de pesquisa 11
Definições em relação à pesquisa 15
Atividades 21
A PESQUISA ACADÊMICA 23
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) 27
Atividades 37
Gabaritos 41
REFERÊNCIAS 42
3METODOLOGIA DA PESQUISA
PESQUISA, 
CIÊNCIA E 
CONHECIMENTO 
Nos tornamos pesquisadores a partir do 
momento em que fazemos pesquisa. A 
principal ferramenta do pesquisador será 
a sua curiosidade para buscar respostas e 
novas perguntas. 
A pesquisa está presente em distintas áreas do 
conhecimento. Seja nas ciências exatas e da Terra, sociais, 
humanas ou até mesmo em situações do cotidiano como 
encontrar o melhor preço, os serem humanos estão 
constantemente pesquisando.
Neste capítulo estudaremos alguns conceitos fundamen-
tais para a pesquisa científica. Eles poderão se constituir em 
bases relevantes para o momento em que você precisar escrever 
um trabalho acadêmico como, por exemplo, um trabalho de 
conclusão de curso ou um artigo científico. 
O que vem na sua cabeça quando você pensa em um 
cientista? Muitas pessoas imaginam um homem, de idade 
avançada, solitário, trancado em um laboratório ou bibliote-
ca. Essa imagem equivocada e incompleta foi estereotipada a 
partir de figuras como Albert Einstein e Nicola Tesla e por 
4METODOLOGIA DA PESQUISA
caricaturas feitas pela mídia e pelo cinema. 
Qualquer pessoa pode ser um cientista, 
sendo caracterizado principalmente pela 
habilidade de questionar e duvidar, em um 
movimento cíclico de respostas e novas 
perguntas. Também não pense no cientista 
apenas como alguém que manipula tubos 
de ensaio ou que realiza muitos cálculos. 
Uma parte significativa da ciência visa 
fenômenos humanos e subjetivos, que não 
podem ser medidos ou testados. Você se 
vê como um cientista? Pois isto acontecerá 
muito em breve, quando você precisar re-
alizar um trabalho de conclusão de curso, 
uma vez que você estará utilizando méto-
dos científicos para realizar uma pesquisa. 
Conhecimento e pesquisa 
Conhecimento é um conceito com-
plexo, subjetivo e de difícil definição. 
Primeiramente precisamos compreender 
que informação e conhecimento não são 
sinônimos. Podemos ter informações a 
respeito de um dado assunto, mas não 
possuir conhecimento sobre ele. Coll 
(1999) entende que a informação con-
siste em um conjunto de dados dotados 
de sentido. Por exemplo, podemos ter 
informações a respeito do sistema polí-
tico americano, mesmo sem saber como 
ele funciona profundamente. Ou então, 
um agricultor deposita três sementes de 
milho em uma cova, pois tem a infor-
mação que deve ser feito dessa maneira, 
mas não conhece o processo de polini-
zação da planta. Já o conhecimento, se 
relaciona a algo que o sujeito reconstruiu 
internamente, lhe é próprio (COLL, 
1999). Assim, podemos dizer que uma 
pessoa pode adquirir informações a 
partir de jornais, revistas e da internet, 
mas o conhecimento se relaciona a sua 
reconstrução mental e interna de tais 
informações. 
A definição clássica de conheci-
mento, Platão nos diz que é uma crença 
verdadeira e justificada (GERHARDT; 
SILVEIRA, 2009). 
5METODOLOGIA DA PESQUISA
Conhecimento Teológico 
O conhecimento teológico, também chamado de religioso, está vinculado às 
crenças, a fé e a própria religião de cada pessoa. É uma forma de conhecimento em 
que as suas origens ou consequências não estão em discussão envolvendo a formação 
moral e espiritual de cada um (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). Assim, é possível 
que uma pessoa acredite que foi curada por ter bebido a água de determinada fonte, 
enquanto outro acredite na reencarnação do espírito ou que entidades da natureza 
possam operar milagres. 
Fonseca (2002) define que de acor-
do com a forma que o conhecimento chega 
até nós ele pode ser considerado como po-
pular ou senso comum, teológico, mítico, 
filosófico e científico. 
Conhecimento Senso comum 
Werneck (2006) define o senso co-
mum como um conhecimento oriundo da 
prática, da experiência muito vinculado aos 
saberes populares. A autora atenta para 
o fato de que muitas vezes esse tipo de 
conhecimento é inf luenciado pelo imagi-
nário, pelo preconceito e por aspectos ide-
ológicos, que nem sempre vão ao encontro 
do pensamento científico. Um exemplo 
era a crença de que a Terra era plana. Não 
podemos desprezar o senso comum, pois, 
muitas vezes é o ponto de partida para a 
realização da pesquisa. Entretanto, ele 
não pode se constituir em um obstáculo, 
turvando a visão do pesquisador e levando 
ele a conclusões precipitadas que contra-
riem os resultados obtidos. 
6METODOLOGIA DA PESQUISA
Conhecimento filosófico 
O conhecimento filosófico parte 
do pensamento e da ref lexão, buscando 
dar sentido aos fenômenos da natureza, 
do universo e do próprio homem. Trujillo 
(1974) considera que não é possível fazer 
verificações, confirmar ou refutar hipóte-
ses, centrando-se no pensar sobre. 
Conhecimento científico 
Fonseca (2002) define o conheci-
mento científico como aquele que emerge 
da ciência, pressupondo uma investigação 
rigorosa e metódica. Esse tipo de conheci-
mento está sob constante avaliação, sendo 
provisório e passível de reformulação e 
enriquecimento. 
Pesquisa 
O que é uma pesquisa? Você já fez 
alguma pesquisa? Em muitos momentos 
nós acreditamos estar realizando uma pes-
quisa quando na verdade estamos apenas 
fazendo um levantamento de dados. Mas 
qual é a diferença?
Um levantamento de dados consiste 
em buscar informações em alguma fonte, 
no jornal ou na internet, por exemplo. Já 
a pesquisa, segundo Gil (2002) pressupõe 
um problema de pesquisa e procedimentos 
sistemáticos. Para o autor:
A pesquisa é desenvolvida mediante o 
concurso dos conhecimentos disponí-
veis e a utilização cuidadosa de méto-
dos, técnicas e outros procedimentos 
científicos. Na realidade, a pesquisa 
desenvolve-se ao longo de um processo 
que envolve inúmeras fases, desde a 
adequada formulação do problema até 
a satisfatória apresentação dos resul-
tados (GIL, 2002, p. 17).
Neste sentido, o pesquisador tem o 
interesse em responder uma pergunta, mas 
7METODOLOGIA DA PESQUISA
esse interesse está vinculado à base teórica 
que ele possui e ao próprio paradigma que 
o norteia.
Processo de construção do 
conhecimento
Agora que já sabemos os diferentes 
tipos de conhecimento, fica a pergunta: 
como que o conhecimento chega até nós? 
Como ocorre o processo em que podemos 
afirmar que conhecemos algo? Distin-
tos autores tem discutido esta questão há 
muito tempo, e as respostas nem sempre 
são consensuais. 
No entanto, não podemos confun-
dir informação com conhecimento. Por 
exemplo, você sabe que a temperatura de 
ebulição da água é 100 o C. Isso signi-
fica que você tem conhecimento sobre a 
água? Não necessariamente. Você pode ter 
informações sobre a água, ou seja, dados 
sistematizados e contextualizados sobre al-
guma coisa. A informação pode ser trans-
mitida por jornais, revistas, meios digitais, 
etc. Ela também pode ser armazenada em 
computadores ou mesmo no papel. Já o 
conhecimento não pode ser transmitido e 
não pode ser guardado, uma vez que é uma 
construção própria e individual de cada 
sujeito. Ele pressupõe a articulação das 
informações que recebemos, com aquilo 
que já sabemos, formando novas compre-
ensões em relação a alguma coisa.
Aprender na sociedade doconhecimento 
A popularização e democratização 
das tecnologias de informação e comunica-
ção vem trazendo significativas alterações 
nas formas com que nos comunicamos, 
relacionamos, organizamos e sistemati-
zamos dados e também como buscamos 
informações. Esse novo contexto cultural 
trouxe formas distintas de aprender e de 
ensinar. Vamos fazer um exercício: pense 
ou pergunte para seus familiares como 
eles tinham acesso às informações quando 
frequentavam a escola. Escreva os meios 
que eles utilizavam para isto:
8METODOLOGIA DA PESQUISA
de crítica e de questionamento. Isto nos 
leva a adotar algumas precauções quando 
levantamos informações oriundas da in-
ternet, conforme veremos a seguir. 
Encontrando informações na internet 
Atualmente parte significativa das 
informações são provenientes da internet. 
No entanto, existe uma vasta quantia de 
dados, mas nem sempre temos clareza de 
avaliá-los, o que é indispensável para o 
sucesso em qualquer pesquisa. Vamos fazer 
um exercício: escreva Napoleão na barra 
de pesquisas do Google. Observe que te-
Meus avós:..................................................
Meus pais:...................................................
Eu:...............................................................
Deve ter ficado claro para você que 
a mudança foi muito significativa. Atu-
almente, as informações não estão con-
centradas nas bibliotecas ou nos meios de 
comunicação. Elas estão ao alcance de um 
clique, podendo ser acessadas facilmente 
de praticamente qualquer lugar. Mas fi-
que atento! Esse contexto também abriu 
um leque de possibilidades para notícias 
falsas, exigindo que tenhamos habilidades 
9METODOLOGIA DA PESQUISA
mos mais do que 4 milhões de resultados. 
Como escolher qual fonte utilizar? Muitas 
pessoas escolhem o primeiro site da lista, 
no caso da nossa pesquisa a Wikipédia. 
Vale a pena lembrar que a Wikipédia é 
editada por voluntários, e muitas vezes 
leigos no assunto, o que pode ocasionar 
uma série de erros conceituais. Mesmo que 
ela seja constantemente conferida por um 
exército de pessoas dispostas a corrigir os 
equívocos, podemos estar trazendo fon-
tes erradas para o nosso trabalho quando 
formos usá-las. Devemos evitar este tipo 
de referências em trabalhos científicos. 
Dicas de pesquisa na internet 
É possível otimizarmos a nossa pes-
quisa na internet, minimizando os erros 
e buscando fontes confiáveis, algo indis-
pensável para um trabalho realizado com 
cientificidade. 
Dica 1: Use aspas para procurar a 
expressão toda 
Exemplo: você quer informações 
sobre a sociedade do conhecimento. O 
Google irá pesquisar por Sociedade do 
conhecimento, sociedade, do e conheci-
mento, ou seja, ele também pesquisa as 
palavras individualmente. Esse problema 
é contornado digitando “Sociedade do 
conhecimento”. 
Dica 2: E xclua as pa lav ras 
indesejadas 
Exemplo: você está viajando para o 
litoral e deseja cozinhar uma lula. Você não 
sabe como fazer isto e vai para o Google 
é digita: receita de lula. 
Repare que boa parte dos mais de 
409.000 resultados falam sobre o presi-
dente Lula, algo que você não estava in-
teressado neste momento. Este tipo de si-
tuação além de atrapalhar pode lhe causar 
grandes transtornos. Para contornar esse 
problema digitamos um sinal de menos na 
frente daquilo que não queremos. Assim, 
devemos digitar:
Receita de lula –presidente 
É importante que o sinal esteja “co-
lado” na expressão que queremos excluir. 
10METODOLOGIA DA PESQUISA
Dica3: procure por definições
Muitas vezes não queremos fazer uma pesquisa, queremos apenas saber o 
significado de algo, como se fossemos olhar no dicionário. Por exemplo: você ouviu 
falar na televisão sobre briófitas. O seu objetivo não é fazer uma pesquisa completa 
sobre o assunto, mas somente saber o significado do termo. Para uma definição curta 
você digitaria:
Define: briófitas 
Dica 4: Use o Google acadêmico 
Esse recurso oferece livros, par-
tes de livros, dissertações, teses e artigos 
científicos sobre distintos assuntos. Ele 
concentra apenas esse tipo de material, 
levando a uma busca mais focada em textos 
acadêmicos. Além disso ele tem o “Minha 
biblioteca” que facilita a localização de 
materiais que você já acessou. 
Basta acessar o 
scholar.google.com
Dica 5: Use o Google books 
Em função do acordo entre as edi-
toras e o autor, é disponibilizado o livro 
na íntegra ou de forma parcial. 
Basta acessar o: 
books.google.com.br
Existem muitas outras possiblidades 
para a busca de informações na internet. 
Mas o mais importante é: senso crítico e 
comparação entre distintas fontes. 
http://scholar.google.com 
http://books.google.com.br 
11METODOLOGIA DA PESQUISA
O projeto de pesquisa 
Para o cientista não basta ter acesso 
às informações que já estão disponíveis. 
Ele precisa de compreensões inovadoras 
sobre os fenômenos, levando seus resul-
tados para a comunidade científica. Por 
isto que ele faz pesquisa. 
O projeto de pesquisa é uma etapa 
que antecede a pesquisa, sendo muito re-
levante para a organização e o sucesso da 
pesquisa. Buogo, Chiapinotto e Carbonara 
(2006) argumentam que ele dá segurança 
ao pesquisador de que modo que ele possa 
buscar as compreensões necessárias para 
o problema de pesquisa. O projeto exige 
um conhecimento mínimo do pesquisa-
dor sobre o assunto, sendo indispensável 
muita leitura e observação do fenômeno 
a ser investigado. 
Podemos entender o projeto de 
pesquisa como um roteiro ou plano de 
trabalho a ser executado. No entanto, 
ele não é apenas um mapa a ser segui-
do, devendo conter também uma teoria 
consistente que irá fundamentar todo o 
processo (BUOGO; CHIAPINOTTO; 
CARBONARA, 2006). Nos próximos 
parágrafos iremos ver os elementos que 
devem compor o projeto de pesquisa. 
O tema 
É o assunto que queremos inves-
tigar. O tema é algo amplo, que precisa 
ser claramente delimitado geográfica e 
temporalmente. Por exemplo: Violência 
urbana, é um tema passível de investiga-
ção, mas identificar em que contexto ela 
será investigada.
A delimitação do tema
Consiste em fazer um recorte no 
tema para que a pesquisa possa ser exe-
cutada. Essa delimitação deve ser feita 
com cuidado para que não deixe o tema 
nem muito amplo, nem muito restrito. 
Exemplo: A violência urbana na periferia 
de Caxias do Sul no ano de 2017. 
12METODOLOGIA DA PESQUISA
O Problema de pesquisa 
O problema de pesquisa é o ponto 
de partida de qualquer investigação (GIL, 
2002, p. 23). A sua elaboração depende da 
clareza em relação à teoria e o contexto no 
qual o fenômeno está inserido. Não deve-
mos entende-lo como uma adversidade ou 
com algum aborrecimento, mas como o 
norteador da proposta, uma questão que 
ainda não está totalmente resolvida e que 
deve ser posta em discussão. 
A elaboração de um problema de 
pesquisa não é uma tarefa simples, exi-
gindo do pesquisador conhecimento do 
assunto, base teórica consistente além de 
uma certa prática. Não existe um manual 
para a sua elaboração, pois ele varia muito 
em função da área e do contexto da própria 
investigação. Gil (2002) salienta alguns 
pontos que devem ser observados: 
• Deve ser escrito como uma pergunta. 
Muitos pesquisadores iniciantes 
confundem o problema com o tema, 
escrevendo-o no formato afirmati-
vo, o que é um erro. A escrita no 
interrogativo auxilia a percepção 
dos leitores em relação ao norte da 
pesquisa. 
• Deve ser claro e preciso. 
Lembre-se que o problema de pes-
quisa será o norteador da sua inves-
tigação, então ele precisa ser perfei-
tamente estruturado. Gil (2002, p. 
27) exemplifica que “o cavalo possui 
inteligência?” não é um bom pro-
blema, pois não contem claramente 
o que se objetiva, ficando com ele-
mentos subentendidos, como, por 
exemplo, o conceito de inteligência 
considerado. 
• Deve ser passível de investigação. 
Lembre-se que em qualquer inves-
tigação sempre estamos atrelados a 
dois elementos: o tempo para a reali-
zação e o investimento. Por exemplo, 
“como funcionamas estruturas neu-
rológicas de um adolescente quan-
do ele interage em games?” Pense 
13METODOLOGIA DA PESQUISA
se você terá condições de avaliar as 
estruturas neurológicas dos envolvi-
dos, se você terá recursos suficientes 
para a realização de tomografias e 
exames necessários para cumprir seu 
objetivo. Também considere se você 
terá bagagem teórica suficiente para 
analisar os resultados e se eles che-
garão a tempo de serem analisados. 
• Deve ter uma provável solução. 
Você precisa considerar se existe 
tecnologia e recursos necessários 
para a busca de compreensões para 
o seu problema de pesquisa. Por 
exemplo: “pessoas que tiveram o 
cérebro transplantados sentem as 
mesmas emoções do doador?” Con-
sidere que a atual ciência não oferece 
transplante de cérebro, então não é 
possível fazer a análise em questão. 
• Deve ser delimitado dentro do seu 
contexto. 
Problemas muito amplos inviabili-
zam a investigação. Ele deve estar 
bem delimitado, dentro do contex-
to no qual ele estará inserido. Gil 
(2002, p. 29) exemplifica que o “que 
pensam os jovens?” é um problema 
excessivamente amplo, impossibili-
tando a pesquisa. É preciso especifi-
car a faixa etária, o local geográfico 
deste além de indicar claramente o 
que é entendido por “pensam” que 
pode ter diversas conotações. 
Objetivos 
A partir do problema de pesqui-
sa é possível ter-se clareza daquilo que 
queremos atingir com a pesquisa (BUO-
GO; CHIAPINOTTO; CARBONA-
RA, 2006). Devem iniciar sempre por um 
verbo no infinitivo, e relacionar-se não às 
questões operacionais, mas à construção 
do conhecimento. É muito importante 
que os objetivos estejam em consonância 
com o problema de pesquisa. 
14METODOLOGIA DA PESQUISA
Objetivo geral 
É algo amplo e abrangente, indican-
do a ação e o intuito dela no desenrolar 
da pesquisa. 
Objetivos específicos 
Apresentam ações detalhadas que 
levam ao cumprimento do objetivo geral. 
Exemplos de verbos 
Abranger. Analisar. Apreciar. 
Avaliar. Compreender. Conhecer. Criar. 
Interpretar. Ouvir. Pensar. Reconhecer.
Justificativa 
Um problema de pesquisa surge da 
base teórica que o pesquisador possui, 
sendo também vinculado à observação 
do mundo e dos estudos que já foram re-
alizados. A justificativa é o momento em 
que o pesquisador deve apontar a rele-
vância da pesquisa, explicando por que 
é importante a sua realização (BUOGO; 
CHIAPINOTTO; CARBONARA, 
2006). Normalmente a pesquisa pode ser 
justificada a partir de duas perspectivas: a 
relevância científica e a relevância social. 
A relevância científica se refere à 
importância do trabalho para a comuni-
dade científica (profissionais, pesquisa-
dores, professores, etc.). Assim, é preciso 
identificar que a proposta é inovadora e 
que não existem trabalhos idênticos a ele. 
A relevância social se relaciona às possibi-
lidades de melhora nas condições de vida 
de pessoas ou de comunidades. 
Pense nas seguintes questões: 
• O trabalho é inédito?
• O trabalho é relevante?
• O trabalho oferece contribuições 
para a área?
Hipóteses 
Uma hipótese é uma suposição que 
o pesquisador tem antes de realizar uma 
pesquisa. Para Gil (2002) a hipótese con-
siste em uma proposição verbal, que pode 
ser declarada verdadeira ou falsa, ou seja, 
uma conjectura testável para o problema 
de pesquisa. 
Nas pesquisas quantitativas as hi-
póteses são empregadas amplamente. Já 
na pesquisa qualitativa, em muitas vezes, 
elas ficam mais implícitas ao próprio pes-
quisador, não aparecendo claramente no 
decorrer do texto.
Vamos a um exercício:
Considere o fenômeno do aqueci-
mento global. Trace três hipóteses que o 
potencializam: 
Hipótese 1:..................................................
Hipótese 2:..................................................
Hipótese 3:..................................................
15METODOLOGIA DA PESQUISA
Definições em relação à pesquisa 
Abordagens da pesquisa
Quanto a sua abordagem uma pes-
quisa científica pode ser classificada como 
quantitativa ou qualitativa. Vale a pena 
destacarmos que nenhuma das perspec-
tivas é superior à outra, havendo apenas 
uma melhor adequação de uma ou outra 
de acordo com o contexto de cada pes-
quisa. Ainda é possível trabalhar com as 
duas abordagens, uma vez que não são 
excludentes entre si. 
Pesquisa qualitativa 
A pesquisa qualitativa traz consigo a 
ideia de busca pela qualidade, pelos aspec-
tos mais sensíveis e subjetivos do fenômeno 
investigado. Gerhardt e Silveira (2009) 
argumentam que nessa abordagem não 
existe uma preocupação com a representa-
tividade numérica, mas sim com o alcance 
de compreensões amplas e profundas. 
Bogdan e Biklen (1994) elencam 
cinco principais pontos que caracterizam 
a pesquisa qualitativa:
1. A fonte de dados é o próprio am-
biente e o investigador é o principal 
elemento: o pesquisador adentra no 
ambiente da pesquisa, conhecendo 
o cenário e a realidade na qual o 
fenômeno está inserido. Pressupõe o 
contato direto com os sujeitos inves-
tigados, o que pode trazer elementos 
sutis que seriam imperceptíveis de 
outra forma. Mesmo quando a coleta 
de dados ocorrer de forma mecânica 
ou digital, o olhar do pesquisador 
sobre os resultados é que será o pon-
to diferencial. 
2. A investigação é descritiva: os da-
dos são recolhidos a partir de falas, 
textos e imagens e não de números. 
O pesquisador pretende analisar e 
descrever com a maior riqueza pos-
sível o cenário na qual o fenômeno 
está inserido. Para isto, vale-se de 
entrevistas, notas de campo, foto-
grafias, vídeos, etc. 
16METODOLOGIA DA PESQUISA
3. O interesse se concentra no processo 
e não no produto: o foco está em 
todo investigação. Neste contexto, 
as respostas finais são tão válidas 
quanto os movimentos iniciais reali-
zados pelo pesquisador, uma vez que 
o intuito é a análise do fenômeno 
como um todo. 
4. A análise é fenomenológica: deve-se 
deixar o fenômeno se manifestar 
livremente, sem indução ou ma-
nipulação de variáveis. Não existe 
a necessidade de confirmar-se ou 
refutar-se hipóteses, uma vez que a 
tônica é a compreensão ampla. 
5. A maior relevância está no signi-
ficado: isto implica em buscar-se a 
compreensão da visão de mundo e 
dos pontos de vista mais sensíveis 
dos entrevistados ou envolvidos na 
pesquisa. 
Seguir essa tendência de pesquisa 
implica em abandonar a ideia de neutra-
lidade do pesquisador frente à pesquisa, 
pressupondo envolvimento e impregnação 
do investigador.
Pesquisa quantitativa 
A pesquisa quantitativa apresenta resultados que podem ser mensurados, recor-
rendo à linguagem matemática para expressar fenômenos e relações entre as várias 
(FONSECA, 2002). Tendo sua origem no positivismo, pressupõe uma maior obje-
tividade nos métodos e procedimentos empregados. Nessa abordagem, as variáveis 
envolvidas podem ser identificadas, comparadas e relacionadas.
Vale a pena destacar que é necessário o uso de recursos de inferência estatística, 
ultrapassando-se a simples utilização de índices e diagramas como forma de justificar 
essa abordagem. 
Algumas distinções entre as abordagens
Quantitativa Qualitativa
Hipóteses Confirmar ou refutar Revisar os pressupostos
Resultados Generalização a partir da amostra Considerações para futuras interlocuções
Pesquisador Objetivo Envolvido
Dados Amostra probabilística Amostra não probabilística
Público-alvo Conteúdo Sujeitos 
Classificações das pesquisas quanto ao objetivo
Partindo do objetivo geral como principal referência, as pesquisas podem ser 
classificadas em pesquisa exploratória, pesquisa descritiva e pesquisa explicativa.
17METODOLOGIA DA PESQUISA
Pesquisa exploratória 
Segundo Gil (2002), uma pesquisa 
exploratória tem como principal objetivo 
trazer a familiaridade com determinado 
assunto, aprimorando ideias já existentes 
ou traçando um panorama do fenômeno. 
Para Gil (2002) normalmente os estudos 
de caso e pesquisas bibliográficas se en-
quadram nesse parâmetro. 
Pesquisa descritiva
Segundo Gil (2002), uma pesquisa 
descritivatem como principal objetivo 
descrever as características de um fenô-
meno, ou o estabelecimento de relações 
entre variáveis (especialmente em pesqui-
sas quantitativas). 
Pesquisa explicativa 
Para Gil (2002), uma pesquisa ex-
plicativa vai além da busca pela relação 
entre variáveis, procurando compreender 
os fatores que contribuem para a ocorrência 
de determinado fenômeno. É uma pesqui-
sa profunda, que visa a compreensão do 
motivo pela qual as coisas acontecem, bem 
como o contexto em que o acontecimento 
está inserido. 
Tipos de pesquisa
O tipo da pesquisa se relaciona ao 
seu desenvolvimento, características, pro-
cedimentos de análise e de coleta de dados 
e o próprio contexto em que a pesquisa 
irá se desenvolver. Você terá que ter cla-
reza de todos esses elementos na hora de 
definir qual será o tipo de pesquisa que 
irá realizar, sempre lembrando que deve 
haver coerência com a teoria que você está 
considerando. Abaixo iremos trazer alguns 
dos tipos de pesquisa mais utilizados atu-
almente e algumas de suas características. 
Pesquisa bibliográfica
Uma pesquisa desse tipo é aquela 
que usa somente material bibliográfico, 
tais como livro, artigos científicos, dis-
sertações e teses como fonte de dados. 
Nesse sentido ela parte daquilo que já foi 
elaborado por outros autores (GIL, 2002). 
	pesquisa, ciência e conhecimento 
	Conhecimento e pesquisa 
	Pesquisa 
	Processo de construção do conhecimento
	Aprender na sociedade do conhecimento 
	O projeto de pesquisa 
	Definições em relação à pesquisa