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Tratamento de agua residual por wetlands construidos

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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL 
 
 
 
 
 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídos no tratamento de água 
residual do campus da ESUDER, Município de Vilankulo 
 
 
Curso de Licenciatura em Engenharia Rural com especialização em Água e Saneamento 
 
 
 
 
 
Cristovão Horácio Come 
 
 
 
 
 
Vilankulo, Abril de 2019 
 
 
 
Cristovão Horácio Come 
 
 
 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídos no tratamento de água 
residual do campus da ESUDER, Município de Vilankulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sob Supervisão de: 
dr. Timóteo Wiliamo (MSc) 
 
 
 
 
 
 
UEM-ESUDER 
Vilankulo 
2019 
 
 
Trabalho de Culminação de Curso a 
submeter no Departamento de 
Engenharia Rural da Escola Superior 
de Desenvolvimento Rural - 
Universidade Eduardo Mondlane, para 
obtenção do grau de Licenciatura em 
Engenharia Rural com especialização 
em Água e Saneamento. 
 
iii 
DECLARAÇÃO DE HONRA 
 
Eu, Cristovão Horácio Come, declaro por minha honra que o presente trabalho é fruto 
da minha investigação para a obtenção do grau de licenciatura no curso de Engenharia 
Rural com especialização em Água e Saneamento na Escola Superior de 
Desenvolvimento Rural da Universidade Eduardo Mondlane e que o mesmo não foi 
apresentado em qualquer outra instituição. 
 
Vilankulo, Abril de 2019 
Assinatura 
______________________________________ 
(Cristovão Horácio Come) 
 
 
 
 
iv 
DEDICATÓRIA 
 
 
Em gestos carinhosos dedico o presente trabalho ao meu pai Horácio Bernardo Come, 
a minha mãe Zélia Alexandre, a minha madrasta Raquel Januário, a minha tia Flórda 
Bernardo Poco, a minha irmã Agira Amisse e ao meu irmão Arcelino Horácio 
Bernardo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
AGRADECIMENTOS 
Em primeiro lugar agradeço a Deus Pai pela vida, pela bênção, pela misericórdia, pela 
compaixão, pelo amor, pela oportunidade de aprender e pelos dons que o Senhor me 
tem proporcionado. 
Um especial agradecimento vai ao meu supervisor dr. Timóteo Wiliamo, MSc pelos 
ensinamentos que me despertaram interesse na matéria que se aborda no presente 
trabalho e por seguidamente ter aceitado dar-me acompanhamento na realização do 
mesmo. 
Outro agradecimento especial vai aos meus pais: Horácio Bernardo Come e Zélia 
Alexandre sem me esquecer da minha madrasta Raquel Januário. Digo, muito obrigado 
por vocês serem tão compressíveis. À minha segunda mãe Flórda Bernardo Poco 
também lhe agradeço bastante juntamente com a mana Agira Amisse. Se não fossem 
vocês, eu não sei onde estaria hoje! 
Mano Arcelino Horácio Bernardo, eu não sei como lhe agradecer mais velho mas eu sou 
muito grato por você! Aproveito também agradecer aos demais meus irmãos: Aida, 
Gildo, Sidónia, Neldo, Dalton, Bento, Hilarda, Nelva, Olinda, Odinência, Ussen, 
Mineiva e Ménio; sem me esquecer dos meus sobrinhos: Ércia da Clesia, Nércia da 
Zelinha, Gércia da Tánia, Orcélio e Yúzna. 
Agradeço também, à toda direcção da ESUDER por me proporcionar excelentes 
quadros docentes dotados de capacidades e excesso de vontade de dar ensinamentos. 
Neste contexto reagradeço em particular aos docentes do Departamento de Engenharia 
Rural (Eng. Julieta, MSc; dr. Wiliamo, MSc; dr. Fraydson; Eng. Darla, Eng. Guivala; 
Eng. Tangune, PhD; dr. Vine, PhD; dr. Lario, MSc; dr. Faria, MSc; e Dr. Chimene). 
Aos meus colegas da Engenharia Rural: Castene, Tino da Crisalda, João Mateus, 
Aldimiro, Julieta, Jacinto, Paulo, Heracleto, Zulfa, Ilidio, Winaldo, Abdul, Mandinho, 
Elcio e Meireles, o meu muito obrigado pelo carinho. 
E por fim, aos meus companheiros: José Poco, Aniceto Poco, Valter Assuate, Augusto 
da Costa, Neide Taimo, Izilda Mubasso, Sixepense Manuel, Rui Perengue, Xirazi, Clara 
da Gloria, Criola Queixa, Cármen Nhapulo, Leonel Macicame, Vicente, Tino da 
Crisalda, Jacinto Matsinhe, Jeremias Vilanculo, Bernardo Mamuque, Selso Herinques, 
Maida, João Mateus, Aldimiro Jorge, Vanildo Constantino, Khensane Muhai, Belquisse 
Almeida, digo muito obrigado família. 
 
 
 
vi 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 
 
CF Coliformes fecais 
cm Centímetro 
CT Coliformes totais 
CO2 Dióxido de carbono 
DBO Demanda Bioquímica De Oxigénio 
DQO Demanda Química De Oxigénio 
EMA Empresa Moçambicana De Água 
ESUDER Escola Superior de Desenvolvimento Rural 
LNHAA Laboratório Nacional de Higienização de Alimento e Água 
l/d Litros por dia 
mg/l Miligramas por litro 
mS Microsimetro 
NMP/100mL Número mais provável em cada 100 mililitros de amostra 
N- NH3
- 
 Nitrogénio na forma de amónia 
N-NH4
+ 
 Nitrogénio na forma de amoníaco 
NOX Nitritos e nitratos 
N-NO2
- 
 Nitrogénio na forma de nitrito 
N-NO3
- 
 Nitrogénio na forma de nitrato 
nt Porosidade total 
OD Oxigénio dissolvido 
°C Graus Celsius 
 
 
 
vii 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figuras 
Fig-1: Ilustração de uma wetland natural ....................................................................... 23 
Fig-2: Ilustração de uma wetlands construída ................................................................ 23 
Fig-3: Esquema de um sistema de fluxo superficial. ...................................................... 25 
Fig-4: Esquema de tratamento de fluxo subsuperficial. ................................................. 25 
Fig-5: Esquema de tratamento de fluxo vertical. ............................................................ 26 
Fig-6: Mecanismos de remoção de nitrogénio em wetlands de fluxo subsuperficial ..... 28 
Fig-7: Processos de transformação de fósforo em solos de wetlands construídos. ........ 30 
Fig-8: Ilustração do local de estudo (campus da ESUDER) .......................................... 35 
Fig-9:Ilustração das banheiras utilizadas no experimento .............................................. 37 
Fig-10a) Planta baixa do sistema montado e 10b) corte longitudinal ............................ 38 
Fig-11: Ilustração das camadas de material filtrante ...................................................... 38 
Fig-12: Transplantio de alface na unidade experimental................................................ 39 
Fig-13: Sistema wetland construído implantado ............................................................ 40 
Fig-14: colecta das amostras........................................................................................... 43 
Fig-15: Gráfico demostrativo da variação média do pH ao longo do período de 
tratamento ....................................................................................................................... 46 
Fig-16: Gráfico demostrativo da variação média da temperatura ao longo do período de 
tratamento ....................................................................................................................... 48 
Fig-17: Gráfico demostrativo da variação média do oxigénio dissolvido ao longo do 
período de tratamento ..................................................................................................... 49 
Fig-18: Gráfico demostrativo da variação média da condutividade eléctrica ao longo do 
período de tratamento ..................................................................................................... 51 
Fig-19: Eficiências de remoção de coliformes fecais nas unidades wetlands construídas 
com o decorrer do TDH .................................................................................................. 52 
Fig-20:Eficiências de remoção de coliformes totais nas unidades wetlands construídas 
com o decorrer do TDH .................................................................................................. 53 
 
viii 
Fig-21: Eficiências de remoção de DBO nas unidades wetlands construídas com o 
decorrer do TDH ............................................................................................................. 55 
Fig-23: Eficiências de remoção de P nas unidades wetlands construídas com o decorrer 
do TDH ........................................................................................................................... 59 
Fig-22: Eficiências de remoção do nitrogénio amoniacal, nitrito e nitrato nas unidades 
wetlands construídas com o decorrer do TDH ............................................................... 57 
 
Tabelas 
Tab-1: Constituintes e mecanismos de remoção do sistema de wetlands construídas ... 27 
Tab-2: Critérios para construção de wetlands construídas. ............................................ 32 
Tab-3: Métodos utilizados para as análises amostrais e os respectivos locais de 
determinação ................................................................................................................... 44 
 
 
ix 
LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS 
Apêndices 
Apêndece-1: Amostras de água residual bruta ....................................................... LXVIII 
Apêndice-2: Amostras de água residual após 6 dias de tratamento ....................... LXVIII 
Apêndice-3: Sistema wetland construído e implantado ............................................ LXIX 
Apêndice-4: Determinação de alguns parâmetros físicos e químicos ....................... LXIX 
Apêndice-5: Valores médios da temperatura para efluente bruto e tratado pelo sistema 
wetland construído ...................................................................................................... LXX 
Apêndice-6: Valores médios de pH para efluente bruto e tratado pelo sistema wetland 
construído ................................................................................................................... LXX 
Apêndice-7: Valores médios de oxigénio dissolvido para efluente bruto e tratado pelo 
sistema wetland construído ......................................................................................... LXX 
Apêndice-8: Valores médios da concentração de coliformes fecais no efluente do 
sistema wetland construído e as respectivas eficiências de remoção ......................... LXX 
Apêndice-9: Valores médios da concentração de coliformes totais no efluente do 
sistema wetland construído e as respectivas eficiências de remoção ........................ LXXI 
Apêndice-10: Valores médios da concentração de BOD no efluente do sistema wetland 
construído e as respectivas eficiências de remoção ................................................... LXXI 
Apêndice-11: Valores médios da concentração de P no efluente do sistema wetland 
construído e as respectivas eficiências de remoção ................................................... LXXI 
Apêndice-12: Valores médios da concentração do nitrogénio na forma de nitritos, 
nitratos e amoníaco no efluente do sistema wetland construído ............................... LXXI 
Apêndice-13: Eficiências de remoção do nitrogénio na forma de nitritos, nitratos e 
amoníaco no efluente do sistema wetland construído .............................................. LXXII 
 
Anexos 
Anexo-1: Padrões nacionais de emissão de efluentes domésticos ........................... LXXII 
 
 
x 
GLOSSÁRIO 
Água residual Toda água descartada nas actividades humanas 
Esgoto Termo equivalente a água residual 
Afluente Termo equivalente a água residual que entra no sistema de tratamento 
Efluente Termo equivalente a água residual que sai do sistema de tratamento 
 
 
 
 
xi 
RESUMO 
Com o objectivo de garantir a valorização da água residual produzida no campus da 
ESUDER (pela reutilização de efluentes tratados) e minimização da utilização de água 
potável em actividades que não a demandam surge a necessidade de se efectuar um 
estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual da 
mesma instituição pelo facto de ser uma tecnologia de baixo custo de implantação, 
operação e manutenção. Assim, foi construído um sistema wetland com base em duas 
banheiras plásticas de formato elipsoidal com capacidade de 80.79 litros por cada que 
foram preenchidas por três camadas de brita n
o
 1, solo arenoso lavado e brita n
o
 3 e 
utilizou-se a cultura de alface (Lactuca sativa) para o monitoramento. Fez-se um sorteio 
aleatório de três tempos de detenção hidráulica (2 dias, 4 dias e 6 dias) nos quais a água 
residual bruta deveria ser tratada e foram feitas duas repetições para cada tempo e 
unidade de tratamento considerados, sendo que o sistema recebia afluente bruto das 
fossas sépticas do campus da ESUDER e o monitoramento foi feito com base na 
caracterização da água residual afluente e efluentes produzidos durante um período de 
24 dias. Assim, foram colectadas 14 amostras para análises laboratoriais das quais duas 
(2) foram de água residual bruta e 12 de água residual tratada. Contudo, observou-se 
que a água gerada no campus da ESUDER tinha características de água residual 
doméstica, ou seja, continha 7.77, 23.55
 o
C , 3.23 mg/L, 3.59 mS, 4×10
5 
NMP/100mL, 
7×10
6 
NMP/100mL, 1100 mg/L, 60.72 mg/L, 2.3 mg/L, 18.6 mg/L e 73.09 mg/L de pH, 
temperatura, oxigénio dissolvido, condutividade eléctrica, coliformes fecais, coliformes 
totais, N-NO3, N-NO2, N-NH4 e fósforo total respectivamente, onde, após o tratamento, 
os parâmetros temperatura, oxigénio dissolvido, condutividade eléctrica e o nitrogénio 
na forma de nitrito, nitrato apresentaram tendências de aumentar suas concentrações 
com o aumento de tempo de detenção hidráulica em ambas as unidades; e os parâmetros 
coliformes fecais, coliformes totais, demanda bioquímica de oxigénio, nitrogénio na 
forma de amoníaco e fósforo total apresentaram tendências de reduzir suas 
concentrações após o tratamento em ambas as unidades. 
Palavras-chaves: Água residual, tratamento, wetlands construídas, campus da 
ESUDER. 
 
 
 
xii 
Conteúdo Pag. 
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15 
1.1. Contextualização ................................................................................................. 15 
1.3. Justificativa .......................................................................................................... 16 
1.4. Objectivos ............................................................................................................ 17 
1.4.1. Geral: ............................................................................................................... 17 
1.4.2. Específicos: ...................................................................................................... 17 
1.5. Hipóteses ............................................................................................................. 17 
II. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 18 
2.1. Água residual ....................................................................................................... 18 
2.1.1. Classificação da água residual ......................................................................... 18 
a) Água residual industrial ....................................................................................... 18 
b) Água residual doméstica ...................................................................................... 18 
2.1.2. Caracterização da água residual doméstica...................................................... 18 
a) Condutividade eléctrica .......................................................................................18 
b) Temperatura ......................................................................................................... 19 
c) Potencial de hidrogénio (pH) ............................................................................... 19 
d) Oxigénio dissolvido (OD) ................................................................................... 20 
e) Microrganismos ................................................................................................... 20 
f) Demanda química de oxigénio (DQO) ................................................................ 21 
g) Demanda bioquímica de oxigénio (DBO) ........................................................... 21 
h) Nitrogénio total .................................................................................................... 21 
i) Fósforo total ......................................................................................................... 21 
2.2. Sistemas de tratamento das águas residuais ........................................................ 22 
2.3. Sistemas naturais (Wetlands) .............................................................................. 22 
2.3.1. Classificação das wetlands ............................................................................... 22 
a) Wetlands Naturais ................................................................................................ 22 
 
xiii 
b) Wetlands Construídos .......................................................................................... 23 
2.3.2. Classificação das wetlands construídas de acordo com a forma de disposição 24 
a) Wetlands construídas de fluxo superficial ........................................................... 24 
a) Wetlands construídas de fluxo subsuperficial ..................................................... 25 
b) Wetland construída de fluxo vertical ................................................................... 26 
2.3.3. Constituintes de wetlands construídas ............................................................. 26 
a) Material filtrante .................................................................................................. 26 
b) Microrganismos ................................................................................................... 27 
2.3.4. Parâmetros de controlo e mecanismos de remoção de em sistema de wetlands 
construídas ...................................................................................................................... 27 
c) Mecanismos de transferência de oxigénio ........................................................... 28 
d) Mecanismos de remoção ou transformação do nitrogénio .................................. 28 
e) Remoção e transformação do fósforo .................................................................. 30 
2.4. Monitoramento das wetlands construídas............................................................ 32 
2.5. Critérios para construção de wetlands construídas .............................................. 32 
2.6. Cultura de alface (Lactuca sativa)) ..................................................................... 33 
2.7. Reuso de água residual tratada ............................................................................ 33 
2.8. Legislação Moçambicana sobre lançamento de efluentes ................................... 34 
III. METODOLOGIA ................................................................................................ 35 
3.1. Descrição do local de estudo ............................................................................... 35 
3.2. População e amostra ............................................................................................ 35 
3.3. Técnicas de colecta de dados ............................................................................... 35 
3.3.1. Pesquisa bibliográfica ...................................................................................... 36 
3.3.2. Levantamento de campo .................................................................................. 36 
a) Construção das unidades experimentais .............................................................. 36 
b) Preenchimento das unidades de tratamento: ........................................................ 38 
c) Plantio e transplantio da cultura de alface ........................................................... 39 
 
xiv 
d) Implantação do sistema experimental ................................................................. 40 
3.4. Monitoramento dos sistemas wetlands ................................................................ 40 
a) Caudal de aplicação ............................................................................................. 41 
b) Monitoramento da qualidade dos efluentes ......................................................... 42 
3.5. Colecta das amostras ........................................................................................... 42 
3.6. Analises das amostras .......................................................................................... 43 
3.7. Delineamento e análise estatística ....................................................................... 45 
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 46 
4.1. Potencial hidrogénio (pH) ................................................................................... 46 
4.2. Temperatura ......................................................................................................... 48 
4.3. Oxigénio dissolvido ............................................................................................. 49 
4.4. Condutividade eléctrica ....................................................................................... 50 
4.5. Microrganismos ................................................................................................... 52 
4.6. Demanda bioquímica de oxigénio ....................................................................... 55 
4.7. Nitrogénio na forma de nitritos, nitratos e amoníaco .......................................... 56 
4.8. Fósforo total ......................................................................................................... 58 
V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................... 60 
5.1. Conclusões ........................................................................................................... 60 
5.2. Recomendações ................................................................................................... 61 
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 62 
ANEXOS E APÊNDICES ......................................................................................... - 67 - 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME INTRODUÇÃO UEM-ESUDER| 15 
I. INTRODUÇÃO 
1.1.Contextualização 
De acordo com Jefferson et al. (2004) a água residual é toda água descartada nas 
actividades humanas sendo ela um recurso reutilizável na agricultura, em descargas 
sanitárias, rega de jardim, lavagem de carros ou mesmo em fins potáveis dependendo da 
eficiência do sistema de tratamento a ela atribuída. 
Sallati (2011) diz que o aumento da demanda por água potável ao longo dos anos tem 
propiciado uma maior produção de água residual e, consequentemente, um incremento 
da poluição dos recursos hídricos além da má gestão hídrica que se associa ao facto de 
utilizar água potável em actividades que não a priorizam, ressaltando assim a 
necessidade de se desenvolver e aplicar tecnologias para o tratamento de águas residuais 
a fim de reutiliza-las ou descarta-las adequadamente aos corpos receptores. 
Para tratar águas residuais, Knupp (2013) afirma que a nível mundial são utilizadasdiversas tecnologias de sistemas convencionais e avançados que englobam processos 
físicos, químicos e biológicos mas apresentando uma limitação em países em vias de 
desenvolvimento devido ao custo associado a sua implantação, operação e manutenção, 
o que remete a necessidade de se investigar alternativas menos onerosas para o efeito. 
Gonsalvez (2003) diz que dentre os sistemas que se baseiam em processos biológicos, o 
tratamento de água residual por wetlands construídas têm sido aplicado em alguns 
países africanos como é o caso de África do Sul, Libéria e Malawi devido ao baixo 
custo tecnológico, bom desempenho no processo de tratamento e maior flexibilidade. 
Quanto ao tratamento de água residual em Moçambique, Unhabitat (2006) diz que a 
atenção virada a tal efeito é baixa, quer pelo fraco saneamento que ainda se verifica e/ou 
pelos custos elevados em desenvolvimento de tecnologias convencionais. Ficando nesta 
realidade envolvido o Município de Vilankulo onde, no campus da ESUDER por 
exemplo, as águas residuais produzidas são descartadas no solo sem prévio tratamento. 
Assim, o presente trabalho teve por objectivo estudar o desempenho de um sistema 
wetland construído no tratamento de água residual do campus da ESUDER. Julgou-se 
importante pelo facto de reduzir as cargas poluentes para os padrões estabelecidos no 
decreto 18/2004, a propor uma possibilidade de reutilização do efluente tratado, 
reduzindo a utilização de água potável em actividades que não a priorizam. 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME INTRODUÇÃO UEM-ESUDER| 16 
1.2.Problema de estudo 
Dado que a rega de culturas, jardim e descargas sanitárias são actividades de uso muito 
consumptivo de água e que nelas não se demanda obrigatoriamente água potável para a 
sua realização, a utilização dessa nestas actividades no campus da ESUDER torna-se 
um desperdício e consequentemente torna-se um possível indicador da má gestão 
hídrica institucional, enquanto por outro lado, o descarte de água residual não tratada 
em fossas sépticas na mesma instituição torna-se também um possível indicador da 
contaminação dos mananciais subterrâneos que provavelmente resulte da infiltração da 
mesma. 
Assim, como forma de solucionar o problema da má gestão hídrica institucional e 
poluição dos mananciais subterrâneos tem-se a seguinte questão: 
 Será que as wetlands construídas não são capazes de tratar eficientemente a 
água residual do campus da ESUDER? 
 
1.3.Justificativa 
Dado o contexto de escassez e deterioração dos recursos hídricos, a principal motivação 
para o desenvolvimento deste trabalho é fazer uma mitigação de poluição hídrica na 
fonte poluente e criar mecanismos de reaproveitar a água descartada no campus da 
ESUDER de modo a reduzir a utilização de água potável em actividades que não a 
exigem como é o caso da rega e descargas sanitárias. O princípio é implantar e estudar o 
desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus 
supracitado. 
Um sistema wetland construído com um bom desempenho no tratamento de água 
residual do campus da ESUDER pode reduzir o nível de contaminação ambiental (solos, 
água e ar) pela redução de emissão de poluentes contidos na água residual não tratada e 
pode incrementar boas práticas de gestão de água à medida que permitirá a redução da 
dependência por água potável para todas as actividades que se exercem na instituição 
devido a possibilidade de reutilizar a sua água residual tratada. 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME INTRODUÇÃO UEM-ESUDER| 17 
1.4.Objectivos 
 
1.4.1. Geral: 
 Estudar o desempenho de wetland construído no tratamento de água residual do 
campus da ESUDER 
 
 
1.4.2. Específicos: 
 Determinar os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos da água residual 
produzida no campus da ESUDER; 
 Medir o efeito de wetlands construídas no tratamento da água bruta do campus 
da ESUDER. 
 
 
1.5.Hipóteses 
H0: As wetlands construídas não são capazes de tratar eficientemente a água residual do 
campus da ESUDER. 
H1: As wetlands construídas são capazes de tratar eficientemente a água residual do 
campus da ESUDER. 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 18 
II. REVISÃO DE LITERATURA 
2.1.Água residual 
De acordo com Kletecke (2011), água residual é o termo utilizado para designar os 
despejos provenientes das diversas modalidades do uso e da origem das águas, tais 
como as de uso doméstico, comercial, industrial, as de utilidades públicas, as de áreas 
agrícolas, de superfície, de infiltração, pluviais, e outros efluentes sanitários 
2.1.1. Classificação da água residual 
 A luz do Von Sperling (2005), existem duas classificações principais para as águas 
residuais a saber: água residual industrial e doméstica. 
a) Água residual industrial 
A água residual industrial é proveniente de qualquer utilização de água para fins 
industriais, podendo ser extremamente diversos, pois adquirem características próprias 
em função do processo industrial empregado (Kletecke, 2011). 
b) Água residual doméstica 
Jordão e Pessoa (2014) ressaltam que a água residual doméstica por sua vez é aquela 
que provem principalmente de residências, edifícios comerciais, instituições ou 
quaisquer edificações com instalações de banheiro, lavandeiras, cozinhas, ou 
dispositivos de utilização de água para fins domésticos. Sua composição inclui 
essencialmente água de banho, urina, fezes, papel, restos de comida, sabão, detergentes 
e águas de lavagem. 
Segundo Knupp (2013), a água residual das fossas e proveniente das actividades de uma 
instituição de ensino está na categoria de água residual doméstica. 
 
2.1.2. Caracterização da água residual doméstica 
De acordo com Von Sperling (2005) a água residual doméstica apresenta características 
físicas, químicas e biológicas, sendo que os parâmetros mais comuns para tal 
caracterização são: condutividade eléctrica, temperatura, potencial hidrogénio (pH), 
oxigénio dissolvido (OD), microrganismos, demanda química de oxigénio (DQO), 
demanda bioquímica de oxigénio (DBO), fósforo total (PT) e nitrogénio total (NT). 
a) Condutividade eléctrica 
Condutividade eléctrica é a medida da habilidade de uma solução aquosa para 
transportar uma corrente eléctrica. Ela fornece de forma indirecta o grau de sais 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 19 
minerais presentes no resíduo líquido de saída em relação aos valores de entrada: quanto 
maior a concentração total e a valência desses iões, maior será a condutividade eléctrica 
(Von Sperling, 2005). 
De acordo com Knupp (2013), a condutividade eléctrica nas águas residuais é 
influenciada pela quantidade de sais dissolvidos presentes na mesma e valores altos 
deste parâmetro nas wetlands construídas podem reduzir o desenvolvimento de certos 
microrganismos que não toleram excesso de sais ao passo que valores baixos podem 
levar a ocorrência do inverso. 
b) Temperatura 
A temperatura da água é um dos factores mais importantes na selecção das espécies 
porque afecta o crescimento microbiano. Os microrganismos não possuem meios de 
controlar sua temperatura interna, por isso, a temperatura interior das células é 
determinada pela temperatura ambiente externa (Von Sperling et al., 2003). 
Anjos (2003) afirma que o efluente da wetland construída apresenta temperatura 
aproximadamente igual à temperatura do ar, uma vezque há um balanço entre as formas 
de transferência dominantes: ganhos através da energia solar e perdas através de energia 
evaporativa. 
O controlo da temperatura é importante porque à medida que a temperatura se eleva as 
taxas das reacções físicas, químicas e biológicas aumentam, diminuem a solubilidade 
dos gases (ex: oxigénio dissolvido) e aumentam as taxas de proliferação de gases com 
odores desagradáveis (Von Sperling, 2005). 
c) Potencial de hidrogénio (pH) 
De acordo com Von Sperling (2005), o pH representa a concentração de iões hidrogénio 
H+ (em escala antilogaritmo), dando uma indicação sobre a condição da água quanto às 
características de acidez, neutralidade e alcalinidade. Esse valor varia de 0 a 14 e diz-se 
ácido se estiver abaixo de 7, neutro se for igual a 7 e alcalino se estiver acima de 7. 
A concentração de iões hidrogénio (pH) influencia nas transformações bioquímicas, 
afectando o equilíbrio das formas de ácido e bases ionizadas e não ionizadas, e na 
solubilidade de determinados gases e sólidos (Jordao e Pessoa, 2005). 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 20 
De acordo com Knupp (2013), os valores de pH quando afastados da neutralidade 
tendem a afectar as taxas de crescimento dos microrganismos envolvidos no tratamento 
de águas residuais. Existem microrganismos responsáveis pelo tratamento biológico das 
wetlands construídas que sobrevivem somente em ambientes com pH entre 4,0 e 9,5, 
enquanto os microrganismos desnitrificantes preferem os ambientes com pH entre 6,5 a 
7,5, e os nitrificantes preferem pH igual ou maior que 7,0 
d) Oxigénio dissolvido (OD) 
O oxigénio dissolvido é vital para os organismos aeróbios. Durante a estabilização da 
matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigénio nos seus processos respiratórios, 
podendo causar uma redução da concentração de oxigénio do meio. Caso o oxigénio 
seja totalmente consumido, o ambiente passa a ser anaeróbio (ausência de oxigénio) 
(Von Sperling, 2005). 
Segundo Vymazal (2005), dentro das wetlands a concentração de oxigénio dissolvido 
na água é influenciada pela temperatura, sais dissolvidos presentes, actividades 
biológicas, meio suporte e a taxa de aplicação do efluente. O oxigénio residual 
dissolvido, contido no fluxo de alimentação das wetlands construídas é suplementado 
pelo oxigénio transferido a partir da atmosfera, pela superfície da água e por transporte 
convectivo a partir de folhas e caule das plantas. A maior parte do oxigénio transportado 
é utilizado pelas raízes e rizomas para a sua respiração e o excedente é liberado 
oxigenando sua rizosfera. 
e) Microrganismos 
De acordo com Knupp (2013), os microrganismos passiveis de serem encontrados na 
água residual são os vírus, as bactérias, os protozoários e os helmintos. Alguns destes 
microorganismos são responsáveis pela transmissão de diversas doenças e podem estar 
associadas ao lançamento de água residual em um corpo de água receptor. 
Von Sperling (2005) diz que na água residual estes organismos podem ser quantificados 
pela contagem das colónias dos seus indicadores que são os coliformes fecais e os 
coliformes totais, onde na água residual doméstica, a concentração destes por sua vez, 
varia de 10
6
-10
9
 e 10
7
-10
10 
para coliformes fecais e totais respectivamente. 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 21 
f) Demanda química de oxigénio (DQO) 
A luz de Von Sperling (2005), a DQO é a quantidade de oxigénio necessário à oxidação 
química dos poluentes presentes na água residual, tanto os biodegradáveis bem como os 
ou não. Em termos numéricos, o valor da DQO é maior do que a DBO. A razão entre a 
DQO/DBO5,20 pode fornecer indicações sobre a biodegradabilidade de um efluente, 
valores desta razão na faixa de 1,5 a 2,5 sugerem que os poluentes presentes no efluente 
são maioritariamente biodegradáveis. Valores acima de 5 sugerem que a presença de 
compostos não biodegradáveis é acentuada. 
g) Demanda bioquímica de oxigénio (DBO) 
De acordo com Vymazal (2005), a demanda bioquímica de oxigénio (DBO) é a 
quantidade de oxigénio requerida para oxidar bioquimicamente os compostos orgânicos 
biodegradáveis numa massa líquida. O teste de DBO é longo e para se ter uma resposta 
mais rápida convencionou-se realizá-lo em cinco dias. Esse valor é denominado 
DBO5,20, que corresponde ao oxigénio consumido na degradação da matéria orgânica 
em cinco dias, a uma temperatura de 20°C. 
h) Nitrogénio total 
O Programa de Saneamento de Brasil (PROSAB, 2009) afirma que o nitrogénio no 
meio aquático pode estar presente em seis formas principais nas águas residuais, como 
nitrogénio orgânico, gás nitrogénio (N2), amónia (N-NH3
-
), amoníaco (N-NH4
+
), nitritos 
(N-NO2
-
) e nitratos (N-NO3
-
). A decomposição aeróbia de nitrogénio orgânico e amónio 
produz nitrito que eventualmente se converte em nitrato durante a nitrificação. Altas 
concentrações de nitrato podem indicar poluição de nitrogénio orgânico. 
Entretanto, o nitrogénio total é um parâmetro cuja legislação Moçambicana estabelece 
limites para sua emissão em corpos receptores. 
 
i) Fósforo total 
O fósforo é um elemento essencial para o funcionamento dos sistemas biológicos de 
todos os organismos vivos. Ao contrário do nitrogénio, cujo reservatório é o ar, a fonte 
de fósforo na natureza é a litosfera. Sua liberação natural ocorre principalmente por 
meio de erosão do solo, num processo lento em que parte do fósforo é transportado para 
hidrosfera (Olijnyk, 2008). 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 22 
O fósforo total na água residual doméstica apresenta-se na forma de fosfatos, orgânicos 
e inorgânicos, a fracção orgânica é de origem fisiológica e a fracção inorgânica é 
proveniente dos detergentes e outros produtos químicos de usos domésticos. Estima-se 
que o fósforo originário dos detergentes pode representar até 50% da concentração do 
fósforo total na água residual doméstica (PROSAB, 2009). 
2.2.Sistemas de tratamento das águas residuais 
De acordo com Environmental Protection Agency (EPA, 1997), os sistemas de 
tratamento de água residual podem ser naturais (wetlands), convencional (lagoas de 
estabilização) e sistemas avançados (lodos activados). Assim, o presente estudo dá mais 
enfâse aos sistemas naturais visto que é o seu objecto de estudo. 
 
2.3.Sistemas naturais (Wetlands) 
De acordo com Olijnyk (2008), wetland é um termo utilizado para denominar qualquer 
ecossistema alagado ou áreas de transição entre o terrestre e aquático. Estes 
ecossistemas são também conhecidos como brejos, banhados, pântanos, várzeas e 
manguezais, desde momento que fiquem parcialmente ou totalmente inundados durante 
o ano. Elas têm a capacidade de transformar poluentes presentes em águas residuais, em 
produtos inofensivos ou em nutrientes para a comunidade biológica local. 
 
2.3.1. Classificação das wetlands 
a) Wetlands Naturais 
Segundo Anjos (2003), as wetlands naturais são aquelas que se destacam entre os 
processos de autodepuração por serem áreas inundadas constantes ou intermitentes, que 
desenvolveram uma vegetação adaptada à vida em solos alagados. Neles a água, o solo 
e os vegetais formam um ecossistema equilibrado, degradando a matéria orgânica, 
reciclando os nutrientes e consequentemente, melhorando a qualidade da água. Na 
figura-1 é apresentado um exemplo de uma wetland natural. 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campusda ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 23 
 
Fig-1: Ilustração de uma wetland natural 
Fonte: Bueno (2013) 
b) Wetlands Construídos 
As wetlands construídas, por sua vez, são ecossistemas artificiais que reproduzem as 
características de wetlands naturais, utilizando plantas aquáticas e substratos (brita, 
areia, bambu, casca de arroz, entre outros). São construídas de forma específica, com o 
objectivo de tratar água residual, combinando processos químicos, físicos e biológicos. 
A figura-2 apresenta exemplo de wetlands construídas. (Anjos, 2003). 
 
Fig-2: Ilustração de uma wetlands construída 
Fonte: Bueno (2013). 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 24 
Kletecke (2011) afirma que esse tipo de sistema tem baixo custo de implantação, 
operação e manutenção em relação aos sistemas convencionais de tratamento de água 
residual, sendo geralmente sistemas adaptáveis em regiões com clima tropical, 
apresentando resultados satisfatórios no processo de tratamento. 
Para Santiago et al (2005), as wetlands construídas são consideradas filtros biológicos, 
que possuem microrganismos capazes de promover reacções de depuração da água, 
onde, pela sua diversidade genética e adaptabilidade funcional são capazes de degradar 
diversas substâncias presentes na água, promovendo assim, o seu crescimento. Esses 
sistemas quando comparado com as wetlands naturais têm a vantagem de oferecer 
flexibilidade quanto à escolha do local de implantação, definição das variáveis 
hidráulicas e mais facilidade no maneio da vegetação, objectivando obter maior 
eficiência de remoção de matéria orgânica e de nutrientes. 
2.3.2. Classificação das wetlands construídas de acordo com a forma de 
disposição 
De acordo com PROSAB (2009), as wetlands construídas são classificadas de acordo 
com o tipo de fluxo adoptado. Os tipos básicos são: wetlands construídas de fluxo 
superficial, wetlands construídas de fluxo subsuperficial e wetlands construídas de fluxo 
vertical. 
a) Wetlands construídas de fluxo superficial 
De acordo com Kletecke (2011), os sistemas de fluxo superficial apresentam um fluxo 
ou lâmina livre sobre a superfície, com uma altura de lâmina de água tipicamente menor 
que 0,4 m, passando através da vegetação composta por plantas aquáticas emergentes, 
flutuantes ou submersas. Elas possuem uma melhor eficiência para remoção de matéria 
orgânica e de sólidos suspensos, pois tem maior tempo de retenção hidráulica. Na 
figura-3 é apresentado o esquema de tratamento de fluxo superficial. 
De acordo com PROSAB (2009), os wetlands construídas de fluxo superficial são 
adequados para receber efluentes de lagoas de estabilização, ou seja, para polimento 
através da retirada de nutrientes. 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 25 
 
Fig-3: Esquema de um sistema de fluxo superficial. 
Fonte: Salati (1998) 
a) Wetlands construídas de fluxo subsuperficial 
Segundo Knight & Wallace (2004), no sistema de fluxo subsuperficial não há uma 
coluna de água sobre a superfície do terreno, são essencialmente filtros lentos 
horizontais ou verticais preenchidos com brita e/ ou areia como meio suporte e onde as 
raízes das plantas se desenvolvem. O afluente passa pelo substrato (brita e/ou areia), 
onde entra em contacto com uma mistura de bactérias facultativas associadas com o 
substrato e com as raízes das plantas. A altura do substrato é tipicamente menor que 0,6 
m. Este tipo de processo demonstra ter maior eficiência para remoção de nitrogénio e 
fósforo e de metais pesados, devido à grande variedade de reacções que ocorrem dentro 
do solo. Uma ilustração deste tipo de sistema é apresentada na figura-4. 
As wetlands de fluxo subsuperficial não oferecem condições para o desenvolvimento e 
proliferação de mosquitos e para o contacto de pessoas e animais com a lâmina de água. 
São muito utilizados no tratamento secundário de efluentes de pequenas comunidades, 
tanto nos Estados Unidos, África do Sul e na Europa (Knight & Wallace, 2004). 
De acordo com a PROSAB (2009), as wetlands de fluxo subsuperficial são adequadas 
para receber efluentes de tanques sépticos e reactores anaeróbios, e merecem cuidados 
adicionais no caso de efluentes de lagoas de estabilização, em virtude da presença de 
algas. 
 
Fig-4: Esquema de tratamento de fluxo subsuperficial. 
Fonte: Salati (1998) 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 26 
b) Wetland construída de fluxo vertical 
As wetlands construídas de fluxo vertical são constituídas de filtros de escoamento 
vertical intermitente, preenchidas com brita ou areia e nível de água abaixo do meio 
suporte (subsuperficial), impedindo o contacto directo de pessoas e animais (figura-5) 
(Vymazal, 2005). 
 
Fig-5: Esquema de tratamento de fluxo vertical. 
Fonte: Salati (1998) 
Normalmente utilizam-se mais de uma wetland em paralelo, sendo que um deles recebe 
a batelada e os outros estão em repouso, o que permite a ocorrência da digestão e 
secagem do lodo na superfície e a manutenção das condições aeróbias da wetland 
(PROSAB, 2009). 
2.3.3. Constituintes de wetlands construídas 
a) Material filtrante 
De acordo com Leitão et al. (2002), o material filtrante tem as seguintes funções: 
filtração, adsorção, degradação biológicas no decorrer do processo de tratamento de 
águas residuais e suporte para o desenvolvimento das plantas. Assim, para se alcançar 
tal efeito, podem ser utilizados suportes que variam de brita a solos com baixo teor de 
argila e devem apresentar simultaneamente permeabilidade elevada, alta capacidade de 
troca catiónica e alta actividade microbiológica. Solos com alta permeabilidade têm 
baixa capacidade de troca catiónica sendo necessário utilizar alguma mistura para 
atender as duas características ao mesmo tempo. Geralmente a argila e a matéria 
orgânica têm maior capacidade de troca catiónica e podem, quando necessário, serem 
incorporados em pequenas quantidades para aumentar a capacidade de troca catiónica 
do meio filtrante. 
 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 27 
b) Microrganismos 
Segundo Sezerino (2006), os microrganismos dos wetlands construídos são os 
principais responsáveis pela degradação dos poluentes devido à necessidade destes em 
obter energia e fonte de carbono para seu metabolismo e reprodução. Dentre estes 
destacam-se predominantemente as algas, os fungos, os protozoários e as bactérias. 
Segundo Olijnyk (2008), dos diversos microrganismos que habitam nos filtros 
plantados, as bactérias são as mais representativas, responsáveis pelos processos de 
decomposição da matéria orgânica, de nitrificação e desnitrificação Os protozoários são 
normalmente maiores que as bactérias e frequentemente tendem a absorvê-las como 
fonte de energia. 
2.3.4. Parâmetros de controlo e mecanismos de remoção de em sistema de 
wetlands construídas 
De acordo com Philippi e Sezerino (2004), os parâmetros de controlo mais importantes 
numa wetland construída são: vazão (Q), temperatura da água, potencial de hidrogénio 
(pH), condutividade eléctrica (CE), oxigénio dissolvido (OD), microrganismos, 
demanda bioquímica de oxigénio (DBO), demanda química de oxigénio (DQO) e 
nutrientes (nitrogénio e fósforo). Outros factores como temperatura do ar, radiaçãosolar 
e pluviosidade também são actuantes. 
A tabela-1 apresenta um resumo dos mecanismos de remoção. 
Tab-1: Constituintes e mecanismos de remoção do sistema de wetlands construídas 
Constituintes Mecanismos de remoção 
 
Microrganismos 
Predação, morte natural, irradiação UV e 
excreção de antibiótico proveniente das 
raízes das macrófitas 
Fósforo Adsorção, utilização pela planta e 
adsorção e troca de cátions 
Nitrogénio Utilização pela planta 
Volatilização de amónia 
 
Material orgânico solúvel 
Degradação aeróbia e anaeróbia 
Amonificação, nitrificação e 
desnitrificação (biológico) 
Fonte: Cooper etal (1997). 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 28 
c) Mecanismos de transferência de oxigénio 
De acordo com Vymazal (2005), os mecanismos de transporte de oxigénio nas wetlands 
construídas são a convecção, a difusão e a transferência via plantas. O transporte de 
oxigénio via convecção acontece devido à existência de um gradiente de pressão entre o 
ar e o material filtrante. 
De acordo com Von Sperling (2005), se o tempo entre o início de aplicação do esgoto 
na wetland construída e a completa infiltração no maciço filtrante forem curtos, o 
volume da água residual aplicado será igual ao volume de ar que entrará no sistema via 
convecção. A entrada de oxigénio via difusão é em função da área superficial da 
wetland construída e do número de aplicações diárias de água residual. A transferência 
de O2 via plantas ocorre, pois estas plantas transportam o oxigénio atmosférico das 
folhas para as raízes através dos tecidos vasculares. 
d) Mecanismos de remoção ou transformação do nitrogénio 
Em suma, os mecanismos de remoção de nitrogénio nas wetlands construídas são 
apresentados na figura-6. 
 
Fig-6: Mecanismos de remoção de nitrogénio em wetlands de fluxo subsuperficial 
Fonte: Cassini (2006). 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 29 
Legenda 
1- Amonificação 6 e 7- Desnitrificação 
2- Imobilização (assimilação 
microbiana) 
8- Fixação microbiológica do N2 
3- Equilíbrio químico (depende de 
pH) 
9 e 10- Absorção pela plantas 
4 e 5- Nitrificação 11- Decomposição e complexação 
4 e 7- Anammox 12- Lixiviação 
 13 e 14- Adsorção nas partículas do 
solo 
As principais rotas de conversão da matéria nitrogenada são (Von Sperling, 2007): 
 Amonificação, onde o nitrogénio orgânico é parcialmente convertido a amónia, 
esse processo não altera a quantidade de nitrogénio na massa líquida e não 
consome oxigénio. 
 Nitrificação, processo de oxidação da matéria nitrogenada, segundo o qual a 
amónia é oxidada a nitritos e estes a nitratos. 
 Assimilação do nitrato e da amónia pelas plantas, esta reacção inclui a utilização 
de nitrogénio inorgânico pelo fitoplâncton. 
 Desnitrificação, reacção onde o nitrato é reduzido a nitrogénio gasoso. Este 
processo acontece em condições anóxidas (ausência de oxigénio e presença de 
nitrato), os nitratos são utilizados por microrganismos heterótrofos como 
receptores de electrões nos processos respiratórios, em substituição ao oxigénio. 
 Fixação do nitrogénio. Alguns organismos procariotas, cianobactérias e 
bactérias têm a capacidade de utilizar o nitrogénio molecular (N2) como fonte de 
nitrogénio para seu metabolismo, transformando-o em biomoléculas como 
proteínas (Esteves, 2011). 
 A adsorção é a mobilização do nitrogénio por meio de processo físico onde a 
amónia não ionizada pode ser removida de uma solução por meio de reacções de 
adsorção com detritos e sedimentos inorgânicos que se aderem ao material 
filtrante nas wetlands construídas de fluxo subsuperficial. Actualmente, este 
processo não é considerado como forma de remoção permanente por depender 
da capacidade de troca iónica da amónia com os minerais do material filtrante. 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 30 
De acordo com Sezerino (2006) e Cunha (2012) as wetlands construídas de fluxo 
subsuperficial vertical promovem melhores taxas de nitrificação, sendo que a 
aplicação da água residual é feita na superfície do material filtrante de maneira 
intermitente, visando aumentar a taxa de transferência de oxigénio nas camadas. O 
meio filtrante é, geralmente, submetido a períodos curtos de alimentação e seguidos 
por períodos elevados de descanso, permanecendo não saturado a maior parte do 
tempo, o que favorece a nitrificação e a oxidação dos contaminantes presentes na 
água residual retidos na camada superficial do material filtrante. 
e) Remoção e transformação do fósforo 
Para Silva (2009), os processos de transformação dos compostos de fósforo em 
wetlands construídas estão relacionados à incorporação de matéria orgânica, liberação 
de fósforo solúvel a partir de ácidos orgânicos produzidos pela decomposição da 
matéria orgânica, adsorção, precipitação e absorção pela planta, imobilização 
microbiana, lixiviação e mineralização (figura-7). 
Sakadevan e Bavor (1998), afirma que em sistemas wetlands construídos de fluxo 
subsuperficial, a planta e os microrganismos são importantes para a remoção de fósforo 
em curto prazo porém, o maior potencial de remoção de P é via substrato ou solo. 
 
Fig-7: Processos de transformação de fósforo em solos de wetlands construídos. 
Fonte: Cassini (2006) 
 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 31 
Legenda 
1 e 2 – Decomposição 7 – Absorção pelas plantas 
3 – Mineralização 8 – Incorporação na MO 
4 – Imobilização microbiana 9 – Ácidos orgânicos produzidos liberam 
P solúvel 
5 – Solubilização/desorção 10 – Lixiviação 
6- Adsorsao e precipitação 
 
 
 Adsorção e precipitação do fosfato 
De acordo com Nogueira (2003), com relação à retenção de fósforo por processo de 
adsorção a composição do meio suporte presente no leito é essencialmente importante, 
uma vez que no meio suporte, iões fosfato podem ser fixados por alumínio, cálcio e 
ferro. As comunidades de microrganismos se estabelecem de preferência na entrada e 
próximas ao fundo dos leitos, normalmente em microfilmes que envolvem o substrato. 
O mesmo autor constatou que 54% do fósforo que entrou no sistema ficou retido no 
substrato. 
 Absorção de fósforo pelas plantas 
Esteves (2011) afirma não existir um consenso em qual o principal órgão responsável 
pela assimilação de fosfato nas plantas aquáticas visto que em alguns estudos informa-
se que o fosfato é assimilado pelas raízes e distribuído por toda planta e outros 
indicaram que o fosfato é assimilado pelas folhas e distribuído por toda a planta, ou é 
absorvido tanto pelas folhas quanto pelas raízes. 
 Imobilização microbiana 
A remoção de fósforo devido à imobilização microbiana é temporária com uma taxa de 
circulação muito pequena. O fósforo armazenado na biomassa microbiana retorna ao 
solo ou à água após a morte e decomposição dos microrganismos. Essa remoção 
biológica é favorecida com o aumento das concentrações de fósforo no solo e a 
alternância entre as condições aeróbias e anaeróbias. A remoção de fósforo por 
imobilização microbiana nos sistemas wetlands construídos pode variar entre 10% e 
12% Von Sperling (2005). 
 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 32 
 LixiviaçãoKnupp (2013) diz que a lixiviação do fósforo no solo ocorre predominantemente em 
formas orgânicas. O fósforo inorgânico tem sua mobilidade controlada pelo tipo e 
conteúdo de argilominerais e sesquióxidos de ferro e alumínio enquanto o fósforo 
orgânico apresenta movimentação livre no solo como constituinte de células 
microbianas e outros colóides orgânicos. 
2.4.Monitoramento das wetlands construídas 
Von Sperling (1996) afirma que o monitoramento das wetlands construídas é feito 
mediante a caracterização das águas residuais e da vegetação. Para monitorar a 
quantidade da água são utilizados o volume e a vazão do afluente e do efluente. Para a 
qualidade da água são observadas as suas principais características biológicas 
(microrganismos); físicas (cor, turbidez e odor; temperatura); e químicas (pH, dureza, 
ferro e manganês, cloretos, nitrogénio, fósforo e oxigénio dissolvido, DQO e DBO) 
2.5.Critérios para construção de wetlands construídas 
Knupp (2013) afirma que de forma a maximizar o desempenho de um sistema wetland 
construído é necessário conhecer os seus parâmetros de dimensionamento. De um modo 
geral, um critério para o dimensionamento de sistema de tratamento de águas residuais 
por wetlands construídas é a relação metros quadrado por pessoa. A tabela-2 apresenta 
os critérios para construção de wetlands construídas em relação ao tipo de fluxo. 
Tab-2: Critérios para construção de wetlands construídas. 
Parâmetros Fluxo superficial Fluxo 
subsuperficial 
Tempo de detenção hidráulica (dia) 5 a 14 2 a 7 
Profundidade de substrato (cm) 10 a 50 10 a 100 
Taxa de carregamento hidráulico (mm/dia) 7 a 60 2 a 30 
Controle de mosquito Necessário Não é necessário 
Relação comprimento-largura 2:1 a 10:1 0,25:1 a 5:1 
Área requerida (há/m³.dia) 0,002 a 0,014 0,001 a 0,007 
Fonte: Kletecke (2011). 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 33 
2.6.Cultura de alface (Lactuca sativa)) 
De acordo com Fernandes et al. (2002), a alface (Lactuca sativa) é uma planta herbácea, 
delicada, com caule diminuto, ao qual se prendem as folhas. Estas são amplas e crescem 
em roseta, em volta do caule, podendo ser lisas ou crespas, formando ou não uma 
cabeça, com coloração em vários tons de verde, ou roxa, conforme a cultivar. O sistema 
radicular é muito ramificado e superficial, explorando apenas os primeiros 0,25m do 
solo, quando a cultura é transplantada. 
Segundo Vieira & Cury (1997), o solo ideal para o cultivo dessa hortaliça é o de textura 
média, rico em matéria orgânica e com boa disponibilidade de nutrientes, sendo que a 
temperatura do ar é o elemento climático que exerce maior influência nos processos 
fisiológicos das plantas de alface, podendo acelerar ou retardar as reacções metabólicas. 
Pelo facto de a água residual conter excesso de matéria orgânica e nutrientes, Mazzols 
et al. (2003) ressalta que esta é uma planta emergente e geralmente utilizada em 
sistemas wetlands construídas para o tratamento de água residual devido a sua alta 
capacidade de fitorremdiação (capacidade de absorver os poluentes presentes na água). 
De acordo com Fahl et al., (1998), o cultivo é realizado normalmente com um 
espaçamento de 0,25 a 0,30 m, entre linhas e plantas, sendo feito em patamares ou em 
canteiros. O período de cultivo varia de 40 a 70 dias dependendo do sistema (sementeira 
directa ou transplante de mudas), época de plantio (verão ou inverno), cultivar utilizado 
e sistema de condução, no campo ou protegido. 
2.7.Reuso de água residual tratada 
Segundo Costa (2010), o reuso de água é o aproveitamento do efluente após tratamento, 
podendo ser classificado em directo e indirecto, decorrentes de acções planejadas ou 
não. O reuso directo planejado ocorre quando os efluentes após tratamento adequado, 
são encaminhados directamente até o local de reuso, ao passo que o reuso indirecto 
pode ocorrer de forma não planejada, quando a água utilizada é descartada no meio 
ambiente, com ou sem tratamento, e novamente utilizada a jusante, em sua forma 
diluída, de maneira não intencional e não controlada; ou de forma planejada, quando o 
efluente tratado é descartado de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou 
subterrâneos, para serem utilizados a jusante, diluído e de maneira controlada. 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME REVISÃO DE LITERATURA UEM-ESUDER| 34 
Mierzwa e Hespanhol (2005) enfatizam que qualquer que seja a estratégia de reuso 
adoptada, é de fundamental importância que a prática de reuso seja devidamente 
planejada, a fim de proporcionar os máximos benefícios. 
À luz de Costa (2010), o reuso pode ser destinado a fins potáveis e não potáveis. O 
reuso para fins potáveis ocorre em locais onde há escassez crónica de água e esta 
tecnologia se apresenta como única solução adequada. Nesse caso, o tratamento dessa 
água deve garantir a sua potabilidade. O mesmo autor sugere que o reuso urbano para 
fins não potáveis deve ser considerado como prioridade de aplicação por apresentar 
menores risco à saúde pública visto que o efluente não é utilizado para fins que exigem 
qualidade de água potável, tais como rega de jardins, lavagem de pisos e de veículos 
automotivos, descargas sanitárias, processos industriais e rega de campos agrícolas. 
Mierzwa e Hespanhol (2005) ressaltam que a qualidade da água após o tratamento 
definirá o reuso específico para a mesma ou vice-versa, estabelecendo no segundo caso, 
os níveis de tratamento recomendados para cada tipo de reuso. 
2.8.Legislação Moçambicana sobre lançamento de efluentes 
A lei vigente no pais para o lançamento de efluentes em meios receptores é originaria 
do Ministério da Coordenação de Acção Ambiental (MICOAA), que de acordo com o 
decreto no18/2004 de 2 de Junho que fixou os padrões de emissão de poluentes à meio 
receptores. No anexo-1 são apresentados os valores limites para lançamentos de águas 
residuais em meios receptores, que foram estabelecidos no decreto supracitado. 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 35 
III. METODOLOGIA 
3.1.Descrição do local de estudo 
O estudo foi desenvolvido no campus da ESUDER, situado a coordenadas 
21º59’27.92S e 35º16’16.44L na zona de expansão no bairro 5
o
 Congresso do 
Município de Vilankulo (vide fig-8). Esse tem uma área superficial de 12.4 hectares, 
tem predominância de solo arenoso e esbranquiçado com baixa capacidade de retenção 
de humidade, não tem sistema de tratamento de águas residuais e nele ministram-se sete 
(7) cursos a nível de licenciatura. 
 
Fig-8: Ilustração do local de estudo (campus da ESUDER) 
Fonte: Google Earth (2018) 
3.2.População e amostra 
O presente estudo refletia uma pesquisa experimental onde a população alvo foi a água 
residual gerada do campus da ESUDER e que foi coletada em fossas sépticas. Visto que 
a água é incontável e essa estava presente nas fossas sépticas do campus supracitado, 
convencionaram-se essas fossas como população. O campus possuía 7 (sete) fossas 
sépticas, sendo esse número reduzido o que deu possibilidade de trabalhar-se com toda a 
população para a coleta das amostras, ou seja, a amostra é igual ao número da 
população. 
3.3.Técnicas de colecta de dados 
A técnica de colecta de dados empregue no presente estudo baseou-se 
fundamentalmente em duas etapas a destacar: pesquisa bibliográfica e levantamento de 
dados no campo por meio de uma observação directa, participante e que culminava com 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamentode água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 36 
a análise e o processamento dos mesmos para posterior apresentação dos resultados e a 
respectiva discussão. Uma ilustração resumida do processo descrito é apresentada no 
fluxograma que se segue: 
METODOLOGIA 
 
 
 
Levantamento 
através da Internet 
 
 
Consulta 
bibliográfica de 
material físico 
 Montagem e 
implantação do 
experimento 
Monitora-
mento do 
sistema 
Colecta das 
amostras 
Análise das 
amostras 
 
 
Análise e Processamento de Dados 
 
3.3.1. Pesquisa bibliográfica 
Segundo Serra (2003) pesquisa bibliográfica é o processo de busca, análise e descrição 
de um corpo de conhecimento em busca de resposta a uma pergunta específica e tem 
como objectivo verificar se textos relacionados ao assunto a ser estudado já foram 
publicados, esse assunto foi abordado e analisado em estudos anteriores. 
Esta fase foi possível através da consulta de obras na biblioteca da ESUDER, incluindo 
publicações e fontes documentais obtidas na internet como forma de contextualizar a 
diversificada informação encontrada durante a busca. 
3.3.2. Levantamento de campo 
Essa actividade teve início com a montagem das unidades que por sua vez envolvia 
quatro (4) estágios: 
a) Construção das unidades experimentais 
A estação experimental é composta por duas unidades de filtros de fluxo subsuperficial 
vertical alinhados paralelamente e operados simultaneamente. Um dos filtros não foi 
plantado mas foi operado e manuseado sob as mesmas condições impostas ao filtro 
plantado e serviu como controle. 
 Pesquisa bibliográfica Levantamento de Campo 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 37 
As unidades experimentais foram feitas por meio de 2 (duas) banheiras plásticas 
comerciais de formato elipsoidal sendo que cada uma tinha, na base, diâmetros maior e 
menor de 600 mm e 400 mm respectivamente e na parte superior 775 mm e 550 mm de 
diâmetro maior e menor, também respectivamente (figura-9). A profundidade das 
banheiras foi de 315 mm o que totaliza uma área superficial de 0.2565 m
2
 e um volume 
de 0.0808 metros cúbicos (80.79 litros). A razão da escolha deste tipo de material foi 
devido a sua capacidade de suportar o material filtrante, isto é, a composição brita e solo 
local, bem como a sua vantagem de não ser corrosivo, o que garante a não alteração das 
características do efluente a ser tratado, e pelo facto de ser um material de baixo custo 
de aquisição e fácil manuseamento. 
 
Fig-9:Ilustração das banheiras utilizadas no experimento 
De modo que o fluxo fosse subsuperficial vertical, na parte superior de cada banheira 
colocou-se uma tubagem PVC de 20mm que servia de fonte de entrada de efluente bruto 
a ser tratado e acoplou-se uma torneira plástica de 20mm de diâmetro na base das 
banheiras (figura-10) para a saída do efluente. A razão da escolha de este tipo de 
fluxo foi em função da não liberação de odores, o que poderia incomodar a população 
da ESUDER (local de implantação do experimento), foi também, em função de menor 
risco de contacto humano com águas residuais não tratadas e pelo facto de não 
necessitar de controlo de vectores, já que não há formação de lâmina de água na camada 
superior do sistema. Além disso é por ser um fluxo que apresenta melhores eficiências 
de tratamento de água residual em regiões com clima tropical, como é o caso de 
Moçambique. 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 38 
 
a) b) 
Fig-10a) Planta baixa do sistema montado e 10b) corte longitudinal 
 
b) Preenchimento das unidades de tratamento: 
 
Os materiais utilizados como substrato das unidades dos wetlands construídos seguiu 
cuidadosamente as especificações encontradas na literatura científica. As banheiras 
foram preenchidas com camadas de diferentes substratos até a altura de 275mm, sendo o 
nível de água mantido abaixo de 275mm. As dimensões e o material foram dispostos 
conforme a figura-11. Assim, os materiais filtrantes utilizados nos sistemas foram a 
brita número 3 (25-50mm) em 0.9 cm de espessura na primeira camada e solo local 
lavado de textura arenosa em 13 cm de espessura na segunda camada seguido 
novamente por outra camada de brita n
o
1 porém, com 5.5 cm de espessura na camada 
superior. Cada unidade teve assim, uma borda livre de 4cm. 
 
Fig-11: Ilustração das camadas de material filtrante 
 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 39 
c) Plantio e transplantio da cultura de alface 
A alface (Lactuca sativa) foi semeada na baixa de Chicome- Município de Vilankulo, 
em um alfobre de 0.5 x 0,5 x 0,20m, deixando-se 0,1m de borda livre, para evitar perdas 
de solo e de água durante a irrigação. Após a sementeira, o solo foi regado para facilitar 
a germinação e foi posteriormente coberto com capim de modo que reduzisse a perda de 
água no solo e nas plantas pela evapotranspiração. 
As sementes foram colocadas de uma forma espalhada e posteriormente cobertos com 
uma camada de solo de aproximadamente 1,5 cm. 
A água de irrigação foi proveniente da lagoa existente no mesmo local e, para manter a 
humidade do solo próxima à capacidade de campo, o canteiro foi irrigado uma vez por 
dia. A germinação ocorreu 9 (nove) dias após a sementeira e as mudas foram 
transplantadas 16 (dezasseis) dias após a germinação. 
Nos sistemas tradicionais de plantio de cultura, o espaçamento entre um sulco e outro 
geralmente é de 25 x 30cm. No sistema experimental, como a área era pequena e oval 
não foi possível adoptar essas medidas, tendo optando-se então, um espaçamento de 
aproximadamente 15 x 15cm o qual poderia fornecer alta densidade de raízes. 
 
Fig-12: Transplantio de alface na unidade experimental 
A escolha dessa espécie vegetal utilizada se baseou em seu potencial de 
fitorremediação, capacidade de sobreviver em solos inundados e também paisagístico. 
Além disso, optou-se por espécie que já é adaptada ao clima local e que pode gerar 
benefícios futuros pelo seu consumo. 
 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 40 
d) Implantação do sistema experimental 
O sistema foi implantado no campus da ESUDER onde, a montante do mesmo foi 
colocado um recipiente plástico de 92 litros, no qual acoplou-se, em sua base, uma 
tubagem de 20mm para a alimentação das unidades experimentais. O recipiente servia 
como caixa de passagem que tem por finalidade receber e distribuir a vazão de igual 
modo para as duas unidades experimentais. Este recipiente foi colocado a uma altura de 
0.5 metros acima da localização das unidades experimentais de modo que a alimentação 
das mesmas fosse por gravidade devido à sua diferença de cotas. De salientar que na 
conduta a jusante do reservatório de alimentação acoplou-se um T para que fraccionasse 
a vazão, onde após isso, nas condutas de alimentação de cada unidade experimental 
adaptou-se uma válvula de gaveta de modo que regulasse o fluxo do escoamento da 
água. À jusante das unidades experimentais foram colocados dois recipientes plásticos 
de 5 litros por cada de modo que colectassem a água tratada. Uma demostração é feita 
na figura-13. 
 
Fig-13: Sistema wetlandconstruído implantado 
3.4.Monitoramento dos sistemas wetlands 
Após a montagem e preenchimento das unidades experimentais procedeu-se a rega das 
mesmas com água da torneira durante 6 dias pelas 06 horas e 30 minutos como forma 
de garantir a adaptabilidade das plantas ao novo meio em que se encontravam. De 
salientar que nesta etapa, a mesma quantidade de água que era colocada na unidade com 
plantas, era também colocada na unidade sem plantas de modo a garantir mesmas 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 41 
condições de humidade. No ato de rega, as torneiras de drenagem eram mantidas 
fechadas e a partir das 18 horas, essas eram abertas de modo que evacuassem toda água 
aplicada durante a rega até que houvesse necessidade de regar novamente, ou seja, elas 
eram mantidas abertas no intervalo das 18 às 06:30 horas durante os primeiros 06 dias, 
sendo que no sétimo dia essas foram deixadas abertas para evacuar toda água presente 
no sistema. 
O monitoramento dos processos foi realizado por meio de análises de amostras da água 
residual afluente e dos efluentes produzidos. A alimentação das unidades experimentais 
teve início no oitavo dia após o transplante das plantas, onde, teve uma taxa de 
aplicação hidráulica constante e intermitente em ambas as unidades. A operação foi 
iniciada em 02 de Setembro de 2018 pelas 06 horas e a vazão total inicial de operação 
foi de 34 l/d, distribuída igualmente entre as duas unidades de tratamento através de 
uma caixa de passagem (recipiente plástico de 92 litros). 
No entanto a cada colecta de amostras de água tratada, a vazão de entrada era medida e 
ajustada através de um recipiente plástico graduado a 100 ml e um cronómetro. 
O efluente escoava por gravidade através das camadas filtrantes constituintes do sistema 
wetland, saindo do sistema por uma torneira adaptada em sua base. Na sequência o 
efluente era recolhido em outro recipiente plástico para verificar os seus parâmetros 
físicos-químicos e microbiológicos após o tratamento. 
a) Caudal de aplicação 
A determinação do caudal a aplicar em cada unidade foi com base na equação do tempo 
de detenção hidráulica (eq. 1) do afluente nas unidades wetlands. Assim, visto que para 
as wetlands de fluxo subsuperficial o tempo de detenção do líquido nas unidades de 
tratamento varia de 2 até 7 dias, foras seleccionados aleatoriamente os seguintes: 2 dias, 
4 dias e 6 dias e calculado o caudal necessário param cada caso. 
 
 
 
 
Onde: 
nt é a porosidade total devido a diversidade do material filtrante, que foi calculada pela 
equação 2. 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 42 
 
 
 
 
Assim, assumiu-se a porosidade de 0.60, 0.25, 0.35 para a brita n
o
3, solo local e brita 
n
o
1, respectivamente de acordo com as recomendações da NBR 7217/1987 para 
partículas com diferentes intervalos de diâmetro. Visto que a NBR 7217/1987 fornece 
porosidade em função do diâmetro das partículas, este foi determinado por meio de um 
paquímetro conforme sugere (Crites et al., 2005). Trabalhou-se com as recomendações 
da norma brasileira porque essas são as normas universais. 
Os V1, V2, V3 são os volumes das unidades de tratamento ocupados pela primeira, 
segunda e terceira camadas respectivamente. 
b) Monitoramento da qualidade dos efluentes 
A qualidade dos efluentes produzidos pela unidade wetland construída e controle do 
sistema foi monitorada por um período de 24 dias, equivalente ao tempo que sobrava 
para se completar um ciclo da cultura de alface dado que esse foi colocado 16 dias após 
a germinação e regado com água da torneira durante 6 dias após o transplante. É 
importante salientar que este período garante duas repetições de todo tratamento 
adoptado no experimento visto que foi adoptado 55 dias como período de ciclo de vida 
da cultura de alface pelo facto de esse ser o valor médio entre 40 e 70 dias proposto por 
Fahl et al., (1998) e que esses 24 dias foram contados a partir do dia em que se começou 
a se aplicar água residual bruta nas unidades experimentais. 
3.5.Colecta das amostras 
As amostras de água residual bruta foram colectas em fossas sépticas do campus da 
ESUDER durante 4 (quatro) dias no intervalo das 05 as 06 horas por meio de uma 
cartilha e era posteriormente colocada em recipientes plásticos de 20 litros (baldes) 
(vide a fig-14.a). A cada dia enchia-se 3 (três) baldes, o que totaliza assim, 3 amostras 
de 20litros cada, ou seja, um volume total de 60 litros de água residual bruta. 
De salientar que após a colecta das amostras, estas eram posteriormente transportados 
para o sistema onde a água era misturada colocando-se na caixa de passagem onde, era 
retirada uma quantidade de 2L com auxílio de garrafas plásticas a que se destinaria à 
caracterização da água residual bruta. Essa etapa teve duas repetições. 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 43 
As garrafas plásticas nas quais as amostras da água residual bruta eram colocadas, 
foram rotuladas, colocando-se o dia e hora de sua colecta e posteriormente colocados 
em uma geleira para conservação como forma de evitar que houvesse a alteração das 
características da água devido às variações instantâneas da temperatura ambiente. De 
referir que essas eram conservadas para posteriores análises laboratoriais e o mesmo 
procedimento foi feito para as amostras de água tratada. 
As amostras de água residual tratada foram colectadas também, com duas repetições e 
isso ocorreu directamente das torneiras de drenagem do efluente tratado (fig-14b) que 
foram adaptadas em ambas as unidades com o auxílio de garrafas plásticas de 500ml. 
Este procedimento teve uma duração de 6 dias sendo 3 (três) dias para cada repetição, 
no intervalo das 6 (seis) até 7 (sete) horas. De referir que as garrafas plásticas de colecta 
das amostras foram anteriormente lavadas por água destilada e a frequência de 
amostragem foi de dois, quatro e seis dias após a aplicação do esgoto bruto na caixa de 
passagem para cada repetição considera. 
 
a) Água bruta retirada na fossa séptica b) Água pós-tratamento 
Fig-14: colecta das amostras 
Em suma usou-se Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 
publicado pela AWWA/ASCE, em 2005. 
3.6.Analises das amostras 
Nessa etapa foram medidos alguns parâmetros físicos-químicos e microbiológicos que o 
experimento tinha por objectivo remove-los, a saber: demanda bioquímica de oxigénio, 
fósforo total, nitrogénio na forma de nitritos, nitratos e ião amoníaco, condutividade 
eléctrica, potencial hidrogénio, oxigénio dissolvido, coliformes fecais, coliformes totais 
Estudo de desempenho de wetlands construídas no tratamento de água residual do campus da ESUDER 
 
CRISTOVÃO COME METODOLOGIA UEM-ESUDER| 44 
e temperatura do efluente. De salientar que esta quantificação foi realizada nos 
laboratórios da ESUDER, EMA e LNHAA (Laboratório Nacional de Higienização de 
Alimento e Água) e desse modo permitiram quantificar as cargas poluentes tanto em 
água residual bruta bem como em água residual tratada o que permitiu a determinação 
da eficiência de tratamento e avaliação do desempenho técnico do mesmo. Em resumo, 
as técnicas

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