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PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 2022 Sumário O QUE E QUAIS SÃO? ...................................................................................................................... 3 1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE ............................................................................................................. 3 1.1 Problemas comuns ao Princípio da Entidade ....................................................................... 4 1.2 Como evitar problemas ............................................................................................................. 5 1.3 Penalidades ................................................................................................................................ 5 2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE .................................................................................................. 6 2.1 Princípio da Continuidade na prática ...................................................................................... 6 3 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE ................................................................................................. 7 3.1 Importância do Princípio da Oportunidade ............................................................................ 7 3.2 Relação entre os Princípios Contábeis .................................................................................. 8 3.3 Como aplicar o Princípio da Oportunidade ............................................................................ 8 4 PRINCÍPIO DO REGISTRO ............................................................................................................ 9 5 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA .................................................................................................. 11 5.1 Princípio da Competência e a Receita. ................................................................................ 12 5.2 As variações patrimoniais no Princípio de Competência .................................................. 13 6 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA ....................................................................................................... 13 6.1 Limites à aplicação do princípio ............................................................................................ 14 3 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS O QUE E QUAIS SÃO? Os princípios são: o da entidade, o da continuidade, o da oportunidade, o do registro pelo valor original, o da competência e o da prudência. Os princípios da Contabilidade consistem nas teorias e normas gerais que delimitam a aplicação das Ciências Contábeis, no que diz respeito ao entendimento predominante dos seus conhecimentos nos universos científico e profissional. Este conjunto de normas ajudam a realizar a mensuração correta das riquezas patrimoniais de um indivíduo ou de uma empresa. É através dele que a contabilidade é regrada. Os princípios são tidos como fundamentais nos estudos da Contabilidade e para que os princípios possam vigorar na conformidade, eles devem possuir três características simultâneas: • A utilidade, a partir da geração de informações significativas e valiosas para os usuários das demonstrações contábeis; • A objetividade, que significa que as aplicações não sofrem influência por inclinações pessoais ou prejuízo dos que a fornecem; • A praticabilidade, quando eles podem ser adotados sem complexidade ou custos indevidos. 1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Como podemos observar, o estudo do patrimônio da entidade deve se limitar ao patrimônio dela, pouco importando os eventos ocorridos no patrimônio 4 de seus sócios. Pode parecer obvio a necessidade da separação dos patrimônios da empresa e de seus sócios, até porque em alguns países a separação de patrimônio não chega sequer a ser elevado ao nível de Princípio Contábil, pois é algo tão simples e fundamental que já está sendo dado como uma espécie de hipótese básica sem que necessite ser explicitada como um princípio. Esse princípio vale mesmo que a empresa tenha um único sócio ou proprietário. Contudo, o Princípio da Entidade é mais complexo do que possa parecer. Atualmente, onde as empresas não conseguem mais sobreviver sem um sistema de informação que lhe assegurem dados para as mais diversas finalidades, como gerenciais e externas, a contabilidade vem ganhando status de “soberana”, pois, em decorrência disso, sua importância está fugindo aos “muros” das empresas, ganhando força também sob os pontos de vista econômico, jurídico e social. Sob o ponto de vista econômico, a entidade é uma massa patrimonial, cuja evolução (qualitativa e quantitativa) precisa ser acompanhada. Juridicamente, determina a lei que os patrimônios nas entidades são inconfundíveis. Já sob a óptica social, a entidade não pode ser avaliada apenas pela utilidade gerada para si mesma, mas também pela sua contribuição à sociedade como um todo. 1.1 Problemas comuns ao Princípio da Entidade Hoje em dia é muito comum que micro e pequenos empresários não coloquem em prática o Princípio da Entidade, misturando as contas pessoais e empresariais, visto que eles mesmos administram suas Empresas. Na maioria das vezes eles desconhecem a importância da aplicação do princípio. E, diante disso, a assessoria contábil precisa ficar bem atenta, tanto para orientar quanto para fiscalizar e cobrar, dos seus clientes, o cumprimento desse princípio, evitando maiores problemas. Esse quadro é bem comum em negócios de família. Inclusive pode este ser um dos motivos que leva esse ramo de empresas a falência. Segundo o IBGE, existem no Brasil cerca de 8 milhões de empresas, das quais 90% são familiares, sendo que muitas destas não atingem a longevidade desejada. https://www.facilite.co/os-6-principios-da-contabilidade/ https://www.facilite.co/os-6-principios-da-contabilidade/ 5 1.2 Como evitar problemas 1. As contas bancárias da empresa somente devem ser utilizadas para pagamentos de contas da empresa, em benefício da mesma; 2. A razão social e CNPJ devem ser usados apenas para aquisições da empresa; 3. As despesas do(s) proprietário(s) devem ser pagas com seu(s) próprio(s) recursos, e devem ser limitadas à retirada que eles efetuam da empresa; 4. A tomada de decisões deve levar em conta a continuidade da empresa, e nunca deve ter influência pessoal do(s) sócio(s); 5. Os ativos da empresa devem atender as necessidades da empresa, e não de seu(s) proprietário(s); 6. O pró-labore do sócio deverá ser formalizado de acordo com a realidade, e caso o sócio retire dinheiro a mais da empresa, deverá reembolsá- la. Esse princípio pode parecer banal e óbvio, visto que em alguns países a separação do patrimônio da empresa dos sócios é tratada como algo básico, simples e fundamental. Porém em nosso país, essa regra é tratada como um princípio, visto que a não aprendemos desde cedo como administrar um negócio, motivo pelo qual muitos empresários fecham as portas de suas empresas no primeiro ano de atividade. Algumas mudanças básicas de hábitos apresentadas podem melhorar positivamente o progresso das organizações, e torná-las cada vez mais sólidas e bem administradas. 1.3 Penalidades Com relação às penalidades civis, a inobservância do Princípio da Entidade, em muitos casos, vem acarretar a confusão do patrimônio da entidade https://www.contabeis.com.br/tributario/cnpj/ 6 com a dos seus sócios, o que poderá ocasionar a desconsideração da personalidadejurídica. Caso isso ocorra, o judiciário pode decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da entidade. Assim, as dívidas dessas sociedades poderão atingir inclusive o patrimônio dos sócios, haja vista que não será possível distingui-los. 2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE O conceito básico desse princípio diz que sempre que um negócio é aberto a vida útil dele é indeterminada e pensado em longo prazo. A isso se chama continuidade e ela impacta diretamente nas questões de compromissos financeiros de uma Empresa. Por exemplo, em caso de uma provável falência, os pagamentos devidos não podem ser negligenciados. As empresas são organismos estruturados e dinâmicos, com muitos processos. Como exemplo, produção, gestão de pessoas, transações financeiras, enfim, uma entidade em movimento. Lamentavelmente as pequenas empresas negligenciam e até mesmo, desrespeitam esse princípio e por conta disso, muitas quebram em função de prejuízos, dívidas e desorganização financeira e contábil. No que ser refere ao patrimônio, a necessidade da separação do pessoal ao empresarial deve ser bem clara pensando, inclusive, numa possibilidade de descontinuidade. Aliás, a clareza das informações contábeis é extremamente importante, pois deve retratar fielmente a situação da empresa, justamente para o caso de acontecer a descontinuidade, seja por falência ou encerramento por opção. 2.1 Princípio da Continuidade na prática O princípio da continuidade determina que, na quantificação dos elementos do patrimônio considera-se a situação de: a. Continuidade da entidade: considerar que a entidade vá continuar indefinidamente 7 b. Interrupção da continuidade: a exceção é considerar a quebra da continuidade da entidade. A partir dessa premissa, a doutrina conclui que, no caso de quebra de continuidade, o valor de ativos (bens/direitos – recursos) e o valor e o prazo de exigibilidade de passivos (obrigações) pode ser alterado. 3 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da Oportunidade: I – Desde que devidamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência; II – O registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários; III – O registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da Entidade em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.” 3.1 Importância do Princípio da Oportunidade As demonstrações contábeis são necessárias para gerar informações claras e objetivas, sempre que necessário, aos interessados nos negócios da empresa, como por exemplo, investidores e futuros investidores, a própria administração da empresa, além de qualquer interessado em avaliar a situação patrimonial da empresa, sempre que for necessário. Podemos citar como exemplo o Balanço Patrimonial. Ele é uma verdadeira fotografia da empresa. Tanto no que se refere aos seus bens e direitos, quanto às obrigações fiscais, trabalhistas, com fornecedores e entre outras. 8 Neste sentido, a fotografia é um registro íntegro e instantâneo de determinada situação, visto que não é possível registrar a partir da “foto”, algo que aconteceu no passado, muito menos o que acontecerá futuramente. No Balanço, a necessidade de representação bem exata ocorre de maneira semelhante. Mas é possível que, por erros no reconhecimento, um fato contábil que ocorreu no mês um seja reconhecido apenas no mês dois. Isso nos mostra que os princípios contábeis impactam um no outro, portanto existe a necessidade de todos serem cumpridos corretamente. 3.2 Relação entre os Princípios Contábeis O Princípio da Oportunidade, algumas vezes, é confundido com o da Competência. Isso ocorre porque ambos tratam de critérios para reconhecimento do efeito de acontecimentos no patrimônio. Contudo eles apresentem conteúdos manifestamente diversos. Na oportunidade, o objetivo está na apreensão, de forma completa, de todos os fatos ocorridos, relevantes para o patrimônio, não importando se esses fatos aumentam, reduzem ou simplesmente alteram a configuração do patrimônio sem modificação de seu tamanho. E já no princípio da competência, tem-se por objetivo a registrar o momento em que os fatos ocorridos aumentam ou reduzem o patrimônio. Observe bem que o Princípio da Oportunidade é aplicável a um conjunto amplo de fatos enquanto o Princípio da Competência tem seu âmbito de aplicação restrito a um subconjunto de fatos. Vale evidenciar que o princípio da oportunidade também se refere ao registro de maneira íntegra e tempestiva das variações patrimoniais ocorridas dentro da empresa. 3.3 Como aplicar o Princípio da Oportunidade Com os dados contábeis bem estruturados e organizados, a empresa pode ter uma visão ampla e ao mesmo tempo, detalhada, de tudo que está acontecendo, ou seja, quais são as obrigações, se há algum passivo a ser descoberto ou se a empresa está com boa saúde financeira. E de posse dessa visão ampla, dois aspectos merecem destaque: 9 Primeiro aspecto é o do planejamento fiscal. A partir do momento em que se conhecem detalhadamente as informações contábeis e financeiras da empresa, é possível se organizar e não pagar impostos desnecessários. Segundo aspecto é referente à sobrevivência da empresa, uma vez que ter um bom acompanhamento de lucros e prejuízos, auxilia na melhor tomada de decisões. Por exemplo, uma empresa que tenha acumulado prejuízos repetidos períodos e não têm nenhuma perspectiva de melhoria, deve tomar decisões para recuperação judicial ou decretar falência. Ou ainda, se os lucros são crescentes, tomar decisões no que ser refere a investimentos ou expansão. Em suma, o princípio da oportunidade dá embasamento para tomadas de decisões mais corretas e diminui as chances de a empresa lidar com problemas em decorrência de informações erradas. 4 PRINCÍPIO DO REGISTRO O Princípio do Registro pelo Valor Original regula os componentes do patrimônio, determinando que sejam registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, conforme o valor presente na moeda do país, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem acidentes ou decomposições no interior da entidade. O cumprimento rigoroso desse princípio é do mais alto interesse da sociedade como um todo por ser o resultado da unificação do sistema ou de avaliação, fato essencial na comparabilidade dos dados, relatos e demonstrações contábeis e, consequentemente, na qualidade da informação gerada, impossibilitando critérios alternativos de avaliação. A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do patrimônio e das suas mutações, a fim de obter a necessária comparabilidade e possibilitar agrupamentos de valores. Portanto, quaisquer transações em moeda estrangeira devem ser transformadas em moeda nacional no momento do seu registro. 10 Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadasem graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico • Os ativos: são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. • Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a.) Custo corrente: • Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa. • Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) valor realizável: • Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. • Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente: 11 • Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa. • Os passivos são mantidos pelo valor presente. d) Valor justo: • É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e) Atualização monetária: • Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: I – A moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – Para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – A atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. 5 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA Esse princípio determina que as receitas e despesas devam ser incluídas na apuração do resultado do período a que se referem, simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente do recebimento ou do pagamento. É de fundamental importância compreender a diferença entre o regime de competência e o regime de caixa. 12 O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Para exemplificar e ficar mais claro, suponhamos que a empresa fez uma venda em janeiro, mas só recebeu o pagamento em fevereiro, segundo esse princípio o lançamento contábil deve ser registrado no mês de janeiro, o da venda e não no mês do recebimento. 5.1 Princípio da Competência e a Receita. Segundo esse princípio existe regra para conceituar o item Receita Realizada dentro dos lançamentos contábeis: 1. No momento em que há a transferência do bem ou serviço para terceiros, ou seja, a venda ou a prestação de serviços, efetuando estes o pagamento ou assumindo o compromisso firme de fazê-lo no futuro (exemplo: venda a prazo); 2. Quando ocorrer a extinção de uma exigibilidade sem o desaparecimento concomitante de um bem ou direito (exemplo: perdão de dívidas ou de juros devidos); 3. Pelo aumento natural dos bens ou direito (exemplo: juros de aplicações financeiras); 4. No recebimento efetivo de doações e subvenções. De acordo esse princípio, também existe regra para conceituar o item despesa realizada dentro dos lançamentos contábeis: 1. Quando ocorrer o consumo de um bem ou direito (exemplo: desgaste de máquinas); 2. Também quando acontecer o surgimento de uma obrigação (exigibilidade) sem o correspondente aumento dos bens ou direitos (exemplo: contingências trabalhistas); 3. E por fim, quando deixar de existir o correspondente valor do bem ou direito pela sua transferência de propriedade para um terceiro (exemplo: a baixa de mercadorias do estoque quando da efetivação da venda). 13 5.2 As variações patrimoniais no Princípio de Competência A compreensão do Princípio da Competência está diretamente ligada ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. Nestas variações encontramos duas grandes classes: 1) As que somente modificam a qualidade ou a natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no montante do Patrimônio Líquido; São chamadas de qualitativas ou permutativas. 2) E a das que o modificam também o patrimônio líquido. E são também chamadas de quantitativas ou modificativas. O Princípio da Competência não está relacionado com recebimentos ou pagamentos (regime de caixa), mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no período. 6 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA O que esse princípio determina é a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Em outras palavras, por esse princípio, o patrimônio deve ser apresentado de forma mais modesta e em contrapartida as despesas de forma mais acentuada. O Princípio da Prudência está definido no art. 10 da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo reproduzido com a redação atual: § 1º – O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. § 2º – Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. http://www.normaslegais.com.br/legislacao/respcaocfc1282_2010.htm http://www.normaslegais.com.br/legislacao/respcaocfc1282_2010.htm 14 § 3º – A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. A Prudência, ou Conservadorismo, adota uma postura, em situações onde existam duas alternativas igualmente prováveis, que resulte no menor Patrimônio Líquido, seja através de um maior valor ao Passivo ou de um menor valor ao Ativo. A Resolução CFC nº 750/93 mostrou avanços em relação a sua antecessora e serviram para oficializar os Princípios Fundamentais de Contabilidade de uma maneira mais simples e sem discussões acerca de classificações entre Postulados, Princípios e Convenções. 6.1 Limites à aplicação do princípio A aplicação do Princípio da Prudência não pode ser excessiva, com situações classificáveis como manipulações do resultado, para criação de reservas ocultas. Pelo contrário, deve constituir garantia de inexistência de valores artificiais, de interesse de determinadas pessoas, especialmente administradores e controladores, aspecto muito importante nas Entidades integrantes do mercado de capitais. É sempre importante destacar que todo registro contábilnecessita ter um alto grau de confiabilidade, capaz de oferecer segurança a todos os interessados, seja no aspecto gerencial, fiscal ou de análise de investimentos. Nesse sentido, é imprescindível que a contabilidade represente a realidade. No entanto, caso o princípio da prudência seja ignorado, abre-se uma margem perigosa para sobrevalorização do ativo e subvalorização de passivos. Como consequência lógica, o patrimônio líquido e todas as informações contábeis sofrerão distorções, impactando imediatamente a empresa e a confiabilidade das informações contábeis. Por exemplo, quando tratamos de um ativo imobilizado, se for considerado o maior valor dentre duas alternativas, haverá sobrevalorização quanto ao imobilizado. Se por um lado isso parece ser bom para a empresa, pois incrementa o seu ativo, em contrapartida provoca consequências negativas, como pagar mais impostos referente a um imóvel, por exemplo. 15 Evidente que o princípio da prudência não tem a intenção de fraudar o fisco, visando pagar menos impostos, o que seria sonegação fiscal e não planejamento tributário. Entretanto, o seu objetivo é uma representação fidedigna da situação da empresa, com vistas a evitar distorções nas informações contábeis e, por conta disso, a empresa passe por dificuldades financeiras por má gestão patrimonial e registro contábil. Em resumo, em linhas gerais todos os princípios contábeis possuem a finalidade de que as informações contábeis sejam reconhecidas da maneira mais fiel possível. No caso da prudência, quando pensamos em bens e obrigações, é melhor pecar por conta de cautela, do que pagar por conta de exageros. 16 FONTES: https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-da-continuidade/ https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-da-entidade/ https://www.facilite.co/o-que-e-o- principio-do-valor-original/ https://www.jornalcontabil.com.br/entenda-o-que-e-principio-da- competencia/ https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-da-prudencia/ https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-da-continuidade/ https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-da-entidade/ https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-do-valor-original/ https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-do-valor-original/ https://www.jornalcontabil.com.br/entenda-o-que-e-principio-da-competencia/ https://www.jornalcontabil.com.br/entenda-o-que-e-principio-da-competencia/ https://www.facilite.co/o-que-e-o-principio-da-prudencia/
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