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Obrigações divisíveis e indivisíveis

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1. As obrigações divisíveis são aquelas que admitem o cumprimento fracionado ou parcial da prestação; as indivisíveis, por sua vez, só podem ser cumpridas por inteiro.
Obrigações divisíveis
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
1. Assim, se a obrigação é de dar um determinado valor (R$ 1.000,00, por exemplo) ou três sacas de café, a obrigação — melhor dito, a prestação —, é divisível por excelência.
Obrigações indivisíveis
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
1. A indivisibilidade poderá ser:
· Natural (material): quando decorre da própria natureza da prestação (a entrega de um touro reprodutor, por exemplo);
· Legal (jurídica): quando decorre de norma legal (a pequena propriedade agrícola — módulo rural —, por exemplo, é indivisível por força de lei, assim como as servidões prediais, nos termos do art. 1.386 do CC/2002)
· Convencional: quando decorre da vontade das próprias partes, que estipulam a indivisibilidade no próprio título da obrigação (em geral, o contrato).
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
3. Sub-rogar significa substituir. Então se um dos devedores paga a dívida inteira, os outros devedores terão uma dívida para com ele. A obrigação alternativa se assemelha às obrigações solidárias nesse ponto.
 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
4. Inciso I: o devedor (es) para a todos conjuntamente, e deve exigir recibo (quitação).
5. Inciso II: nesse caso, pode o devedor pagar a apenas um dos credores da obrigação indivisível, desde que este apresente uma garantia (caução) de que os outros credores ratificam o pagamento. Essa garantia de ratificação deverá ser documentada em instrumento escrito, datado e assinado pelos outros credores, com as suas firmas (assinaturas) devidamente reconhecidas, para que não haja dúvida a respeito de sua autenticidade. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
6. Remitir é perdoar. Se um dos credores perdoa a dívida, estará perdoando, na verdade, apenas a sua quota parte. 
7. O parágrafo único elenca algumas formas especiais de pagamento, que ainda serão estudadas.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Referências:
GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil, volume 2. 21 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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