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1 Bruna Prado Zabini ONU define como “morte do feto antes da completa expuslão ou extração do produto da concepção do corpo da mãe, independente da duração da gravidez” • Aborto: antes de 20sem ou 500g • Óbito fetal precoce: 20 a 28 semanas ou 1000g • Óbito fetal tardio: mais de 28 semanas ou 100g Podem ocorrer por causas maternas ou feto anexiais: 1. Causas maternas: Insuficiência placnetária; síndromes hipertensivas e infecções bacteriana (sífilis, listeriose, corioamniotite severa) (sendo a sífilis com taxa de mortalide de 4,5/1000 nascidos vivos (12,6%) OBS: No Hospital Leonor, as maiores causas de óbito fetal intraútero são decorrentes de: pós datismo; anemia materna; hipertensão arterial materna e diabetes (das mais comuns as menos, respectivamente). Outras causas maternas: - Isoimunização Rh - anemias em geral, desnutrição - Uso de QTS, antineoplásicos, anticoagulantes orais - Drogas ilícitas (cocaína, crack, maconha e anfetamina) - Intoxicação de metais pesados (chumbo e mercúrio) - Gestação prolongada - Alterações uterinas (útero hipoplásico, útero bicorno, -miomas submucosos e intramurais grandes ) - Doenças autoimunes associados ao ac anticardiolipina - Endocrinopatias : tireoidianas e diabetes (hipo e hiperglicemia com cetoacidose e maior frequência de malformações (tubo-neural, cardíaca, renal) 2. Causas feto anexiais São caracterizadas por hemorragias do 3º trimestre (PP/placenta prévia, DPP/descolamento, VP/vasa prévia e RU/rotura uterina); feto transfusor transfundidos (gestações monozigóticas) e funicolopatias (nós, circulares e prolapso) Leucócitos maternos na placenta e líquido amniótico decorrente da infecção ascendente pelo canal de parto. A infecção acomete membranas fetais, âmnio e córion, cavidade amnica e feto; 2 Bruna Prado Zabini DIAGNÓSTICO/SUSPEITA Quando há cessação dos movimentos fetais; parada de crescimento uterino (com regressão da AU); surgimento de leite na gestante; desaparecimento dos sinais e sintomas secundários à gestação; liquido amnipotico hemático ou acastanhado; ausência de BCF ao sonar (confirmar com o USG) DIAGNÓSTICO/CONFIRMAÇÃO Sinais ultrassonográficos: ausência de BCF; presença de ar e/ou trombos intracardíacos; acavalgamento dos ossos do crânio (Sinal de Spalding) Sinais radiológicos: acavalgamento dos parietais; curvatura exagerada da coluna; duplo contorno do polo cefálico; presença de bolhas de ar no coração e grandes vasos fetais ➔ Retenção do feto morto pode levar a CIVD e morte materna por coagulopatia e/ou infecção! CONDUTA EXPECTANTE: até 4 semanas após o óbito (apenas se existir contra indicações para indução do parto). Fazer controles semanais com hemograma com contagem de plaquetas; coagulograma e fibrinogênio. ATIVA: fazer indução com misoprostol; quando condição de colo do útero desfavorável (índice de Bishop <7). Interromper o uso de misoprostol se taquissistolia ou hipertonia devido ao risco de rotura uterina. P/ analgesia: meperidina 50-100mg se necessário! • AU até 26 cm sem cicatriz uterina – misoprostol 200 microg VO e 200 mcg Vaginal e repetir 4/4 h até o parto – 90% em 17 h • AU até 26 cm com cicatriz uterina – ídem anterior com a dose pela metade (100 mcg) • AU maior 26 cm – amadurecimento do colo com misoprostol 25 mcg/6/6 hs e indução com ocitocina OU uso de métodos mecânicos • Mais de uma cicatriz uterina avaliar cada caso 3 Bruna Prado Zabini Manejo do parto (FEBRASGO) O método e o momento do parto após o OF dependem da idade gestacional, da causa do óbito, da história obstétrica pregressa e do desejo materno. A maioria das mulheres prefere o parto imediato, mas o risco de coagulopatia ao aguardar o parto espontâneo é muito pequeno. A indução do parto em idades gestacionais menores de 28 semanas pode ser feita com misoprostol 200 a 400 mcg via vaginal a cada 4 a 12 horas. Alguns estudos sugerem que o uso de misoprostol para indução do parto com menos de 28 semanas em útero com cicatriz de cesárea anterior é seguro (nível de evidência B), porém mais estudos são necessários para comprovar a efetividade e a segurança dessa conduta. Após 28 semanas, a indução do parto segue o mesmo protocolo das gestações com feto vivo (ACOG, 2009). O parto cesáreo deve ser reservado para casos excepcionais, pois os riscos maternos do procedimento cirúrgico não são compensados por benefício fetal. Atuação quanto aos aspectos emocionais – Cuidado no diagnóstico e na comunicação – Procurar dar suporte emocional em relação à perda – Discutir os prós e contras da conduta passiva ou ativa levando em consideração o sentimento da perda, futuro obstétrico – Ajudar a paciente e familiares a elaborar o luto adequadamente (mostrar o RN à paciente). REFERÊNCIA • FEBRASGO: capítulo 36 (Doenças e complicações ligadas ao processo gestacional: morte fetal)