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Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais resumo cap. 5

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Resumos do livro: "Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais" 
Autor: Paulo Dalgalarrondo 
Contribuições das neurociências à psicopatologia (capítulo 5) 
 
 
Sobre o funcionamento do cérebro 
O cérebro realiza milhões de conexões neuronais. Dada essa incrível capacidade, as conexões 
neuronais são tidas como a unidade funcional do cérebro, no lugar do neurônio. 
O funcionamento cerebral explica- se em parte por fatores genéticos e em parte por fatores 
ambientais. 
 
 
Filogenia do cérebro 
“A arquitetura e a organização do cérebro são produtos de uma longa história de evolução 
filogenética (Dalgalarrondo, 2011).” 
 
As partes mais antigas do cérebro: tronco cerebral e o diencéfalo, responsáveis por funções 
vitais, as estruturas límbicas, associadas a emoções e memória e comportamentos típicos dos 
mamíferos. 
As partes mais recentes do cérebro: neocortéx de seis camadas neuronais dos mamíferos. 
 
Interconexão 
Os eventos mentais não se relacionam com partes isoladas do cérebro. Os mesmos neurônios 
podem responsabilizar- se por diversas funções (linguagem, ação, pensamento), de acordo com 
as exigências do meio, indicando a plasticidade cerebral tão investigada atualmente (Anderson, 
2016). 
 
Mais importante do que a função de um neurônio são suas conexões sinápticas, as quais são 
influenciadas fortemente por fatores ambientais. 
 
Além dos neurônios (15%), há outras células importantes no funcionamento do cérebro como 
as células da glia (processamento e de informações e funcionamento sináptico, relevantes 
desde a aprendizagem a transtornos), os astrócitos, os oligodendrócitos e as células de 
Schwann (85%). 
Ontogênese do cérebro 
 
Pontos importantes 
 
A maior parte do desenvolvimento do cérebro ocorre durante a vida do indivíduo. 
O fenômeno nominado exuberância sináptica corresponde ao elevado número de conexões 
sinápticas que ocorrem no início da vida e duram até o começo da adolescência. 
A mielinização, importante para o processamento neuronal, inicia- se nos primeiros anos de vida 
e termina por volta dos 30 anos, quando o córtex pré-frontal enfim se estabiliza. 
Durante a velhice a perda de neurônios e declínio de atividades cerebrais. Entretanto, se houver 
estimulação de funções cognitivas ocorrem mecanismos compensatórios de ativação 
aumentada das regiões pré-frontais. 
A áreas posteriores do cérebro (lobos occipitais, parietais e temporais) contém as áreas 
sensoriais, primárias, secundárias e terciárias. É a região do cérebro que percebe, ou seja, recebe 
estímulos captados pelos sentidos, codificando, codificando e recodificando esses elementos a 
fim de obter representação coerente da realidade. 
A parte anterior do cérebro constituída pelos córtices frontal e pré-frontal. Caracteriza-se por 
ser responsável pela ação do sujeito, sendo a região principal na qual processam-se funções 
mentais mais complexas envolvendo atenção, planejamento, controle comportamental e 
linguagem, por exemplo. 
Os hemisférios direito e esquerdo do cérebro diferem quanto a anatomia e o funcionamento. 
 
 
Neuropsicologia e psicopatologia 
o A neuropsicologia investiga as relações entre as funções psicológicas e a atividade 
cerebral e é área de crescente interesse em psicopatologia e psiquiatria a partir dos 
modelos neuropsicológicos dos transtornos mentais. 
o Iniciou-se estudando as afasias, agnosias, amnésias e apraxias. Além desses âmbitos , 
tem se dado ênfase a outras dimensões da cognição como atividades construtivas e 
habilidades visuoespaciais. Nas últimas décadas tem se estudado: habilidades musicais, 
atenção sustentada e seletiva, percepção e organização temporal, funções executivas e 
funções conceituais. 
o A neuropsicologia moderna desenvolveu-se fortemente a partir do trabalho de Luria. 
Ele rompeu com a visão mecanicista que isolava áreas do funcionamento cerebral umas 
das outras e propôs a noção de sistema funcional complexo para explicar o 
processamento cerebral. 
o De acordo com esse modelo: os processos mentais complexos sofrem forte influência 
das experiencias sociais dos indivíduos; zonas cerebrais distintas, desempenha um papel 
no sistema interagindo em tal processo, localizando-se em áreas diferentes do cérebro 
geralmente distantes; lesão em determinada área acarreta desintegração de todo 
sistema funcional. 
o Os três grandes sistemas funcionais são: Sistema do tônus do córtex; Sistema de 
recepção, elaboração e conservação de informações; Sistema de programação, 
regulação e controle da atividade 
Para Luria, a linguagem (fenômeno cerebral e sociocultural) é um dos elementos 
organizadores mais importantes da atividade cerebral. 
 
 
 
• O uso dos testes neuropsicológicos apresenta algumas limitações para compreender as 
psicopatologias como o fato de não medirem funções absolutamente específicas e a 
possível ausência de mal desempenho com a presença de psicopatologia. 
• A plasticidade neuronal corresponde a capacidade do tecido neuronal de se modificar 
de acordo com as exigências do ambiente, sendo, portanto, a experiencia fator essencial 
para que haja plasticidade. A plasticidade pode ser positiva, em se tratando de novas 
conexões ou fortalecimento das mesmas, vinculando-se, portanto, a aprendizagem e 
memória. Pode também ser negativa quando há redução de conexões e perda de tecido 
devido a fatores como o estresse, por exemplo. 
• Exposição demasiada a estressores prejudica a plasticidade e predispõe a transtornos 
mentais na infância e na idade adulta. 
• Tem se iniciado estudos sobre os mecanismos epigenéticos cerebrais relacionados a 
processos psicológicos e psicopatológicos. Estes correspondem a fatores responsáveis 
pela ativação ou inibição de genes. 
• As investigações iniciais sobre o mapa genético do cérebro indicam que a expressão dos 
genes é homogênea nas diferentes áreas cerebrais. 
 
 
 
Referências: 
DALGALARRONDO, P. Contribuições das neurociências à psicopatologia. In: 
Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 3 ed., 
2019.

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