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Maria Luiza de Oliveira Soares INTERNATO Coledocolitíase Doença das Vias Biliares Definição ➔ Resultam da passagem do cálculo formado na vesícula biliar através do ducto cístico (coledocolitíase secundária). Nos outros casos ocorre formação de cálculo no próprio colédoco (coledocolitíase primária), geralmente quando tem dilatação e estase por obstrução crônica. ➔ Cálculos primários: são constituídos principalmente por pigmento biliar, devido à desconjugação bacteriana da bilirrubina (castanhos). ➔ A diferenciação entre cálculo primário e secundário é fundamental para a seleção do tratamento cirúrgico adequado Manifestações Clínicas ➔ Sintomas Clássicos: dor do tipo biliar, idêntica à dor da colelitíase sintomática: dor no quadrante superior direito e/ou epigastro, contínua, durando entre 1-5h, podendo irradiar para a escápula direita ou dorso. ➔ Pode ou não vir acompanhada de icterícia, além de colúria e acolia fecal. ➔ O paciente apresenta surtos transitórios de síndrome colestática e icterícia flutuante. Lab�atório ➔ Flutuantes e podem estar alterados na ausência de sintomas ➔ hiperbilirrubinemia (com predomínio da fração direta, geralmente oscilando entre 2-5 mg/dl e dificilmente ultrapassando 10-15 mg/dl) ➔ Elevação de FA (>150 U/L) ➔ Elevação moderada de aminotransferases (>100 U/L) Complicações ➔ São quatro as principais complicações: 1- Colangite bacteriana aguda; - cursa com a tríade de Charcot -> ICTERÍCIA, DOR DO TIPO BILIAR E FEBRE COM CALAFRIOS. - Autolimitada e resposta a ATB. - Pode evoluir para piocolangite (colangite supurativa aguda) manifestando-se com sepse e a pêntade de Reynold (dor biliar + icterícia + febre + confusão/letargia + hipotensão arterial), 2- Abscesso hepático piogênico; 3- Pancreatite aguda biliar; - é decorrente da passagem de um cálculo (geralmente pequeno) pela curta porção comum após a convergência do colédoco e do ducto de Wirsung 4- Cirrose biliar secundária - é rara e acontece somente quando há impactação persistente de cálculos por um período mais prolongado (> 30 dias). Diagnóstico ➔ Pesquisado em todo paciente com síndrome colestática ou que será submetido a um colecistectomia por colelitíase e que apresente um dos seguintes fatores de risco: (1) alterações do hepatograma (ALT, AST, FAL, GGT, bilirrubina); (2) dilatação do colédoco (> 5 mm) no pré-operatório; (3) pancreatite biliar. ➔ USG transabdominal: primeiro exame a ser solicitado -> não diagnóstico -> observar dilatação leve/moderada do colédoco (> 5 mm), e os cálculos nas vias biliares podem ser visualizados em 60% dos casos ➔ Nesse momento, devemos dividir os pacientes com colelitíase documentada à USG, mas sem confirmação de cálculos no colédoco em quatro grupos, quanto ao risco de coledocolitíase associada: Maria Luiza de Oliveira Soares INTERNATO - Alto risco: icterícia flutuante, colúria, episódios de acolia fecal ou colangite bacteriana aguda recorrente. - Médio risco: HPP de colecistite, colangite ou pancreatite + colédoco > 5 mm à US + pelo menos dois dos seguintes: hiperbilirrubinemia, aumento de fosfatase alcalina, aumento de transaminases. - Baixo risco: idem, mas com colédoco < 5 mm. - Muito baixo risco: ausência de todos os acima. ➔ Baixo risco: Nos pacientes de baixo risco, pode-se proceder à colecistectomia laparoscópica com colangiografia transoperatória ➔ Médio risco: solicitar colangiorressonância, ➔ Alto risco: Nos pacientes com diagnóstico clínico (alto risco), por US ou por colangiorressonância, procede-se ao exame padrão-ouro: a Colangiografia Retrógrada Endoscópica (CPRE). -> diagnóstica e terapêutica Tratamento ➔ A coledocolitíase deve sempre ser tratada, mesmo se assintomática ➔ CONDUTA: retirada dos cálculos -> via endoscópica pela CPRE -> papilotomia endoscópica (também chamada de esfincterotomia endoscópica) com extração de cálculos, programando-se em seguida uma colecistectomia laparoscópica eletiva. OBS.: esfincterotomia -> Nos pacientes com coledocolitíase obstrutiva sem colangite, nos quais se espera que a esfincterotomia endoscópica seja eficaz, NÃO HÁ indicação de antibioticoprofilaxia! A droga de escolha, quando indicada, é a ciprofloxacina (400 mg IV 30min antes). . Pacientes de alto risco para infecção por Enterococo (ex.: idosos debilitados) devem receber um esquema profilático alternativo, como ampicilina+sulbactam (3 g IV 30min antes) ou amoxicilina+clavulanato (1 g IV 30-60min antes), ➔ Cirurgia: A cirurgia de exploração do colédoco com extração de cálculos pode ser realizada por via laparoscópica ou aberta (laparotômica) - A coledocolitíase geralmente é tratada cirurgicamente quando descoberta durante o procedimento de colecistectomia. - Como regra, todo paciente com alguma suspeita de coledocolitíase, submetido à colecistectomia, deve ser submetido a uma colangiografia transoperatória durante o procedimento, - A cirurgia para coledocolitíase é obrigatoriamente indicada após a falha do procedimento endoscópico. - Na cirurgia laparoscópica, duas técnicas são usadas... Na primeira, retiram-se os cálculos pelo ducto cístico usando-se um basket ou um cateter-balão tipo Fogarty. Um coledocoscópio pode ser usado nos casos de maior dificuldade Na segunda técnica, uma coledocotomia é feita, extraindo-se os cálculos e colocando-se um dreno de Kehr - A cirurgia aberta é indicada em instituições sem experiência com a exploração laparoscópica de colédoco ou em casos de maior complexidade técnica ➔ Derivação biliodigestiva está indicada nos casos mais complexos de litíase da via biliar, como por exemplo: cálculos intra- -hepáticos, estenose do esfíncter de Oddi (eventual complicação da esfincterotomia endoscópica), coledocolitíase primária. A via biliar precisa estar dilatada para o procedimento... As técnicas mais realizadas são: - 1)Coledocoduodenostomia. - Maria Luiza de Oliveira Soares INTERNATO 2)Coledocojejunostomia em Y de Roux ➔ Conduta nos Cálculos Residuais e na Estenose Cicatricial de Colédoco - Os pacientes em que forem encontrados cálculos de colédoco menos de dois anos após uma colecistectomia serão considerados portadores de cálculos residuais. A conduta é a retirada por papilotomia endoscópica. - Pacientes que evoluem com icterícia progressiva meses após manipulação cirúrgica de vias biliares podem ter desenvolvido estenose cicatricial. O diagnóstico é confirmado pela CPRE, e o tratamento ideal é a colocação de um stent de via biliar, se possível no mesmo procedimento.
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