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Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 Contexto: É Couve-Flor? Produtor de vegetais orgânicos retorna à Unidade Básica de Saúde após ser encaminhado ao cardiologista por apresentar febre prolongada, astenia, precordialgia e petéquias subconjuntivais pós-tratamento dentário e pergunta ao médico de família: "Doutor, por que um produtor de vegetais tem vegetações no coração? ♥ Compreender a fisiopatologia das infecções valvares e sua relação com o sistema imunológico. ♥ Conhecer os principais agentes etiológicos da endocardite. ♥ Identificar as complicações da endocardite. ♥ Discutir como acontece o atendimento na zona rural. Endocardite infecciosa é a infecção do endocárdio, normalmente por bactérias (em geral, estreptococo ou estafilococo) ou fungos. Pode provocar febre, sopros cardíacos, petéquias, anemia, fenômenos embólicos e vegetações endocárdicas. As vegetações podem levar a obstrução ou insuficiência valvar, abscesso miocárdico ou aneurisma micótico. O termo também pode incluir endocardite não infecciosa, que é a formação de trombos estéreis de fibrina e plaqueta nas valvas cardíacas e endocárdio adjacente. Às vezes, a endocardite não infecciosa conduz à endocardite infecciosa. Ambas podem provocar embolias e comprometimento da função cardíaca. A EI se classifica em aguda e subaguda, essa subdivisão reflete a variação da gravidade da doença e seu ritmo, determinados em grande parte pela virulência do microrganismo infectante e pela presença ou não de doença cardíaca subjacente. ♥ Ocorre em qualquer idade. ♥ Os homens são afetados com uma frequência duas vezes maior do que as mulheres. Assim, 2 fatores são normalmente necessários para endocardite: ♥ Uma anormalidade predisponente do endocárdio. ♥ Microrganismos no fluxo sanguíneo (bacteremia). Os principais fatores predisponentes são: cardiopatias congênitas, valvopatia reumática, valvas aórticas calcificadas ou bicúspides, prolapso da valva mitral e miocardiopatia hipertrófica e endocardite prévia. Próteses valvares e Objetivos Endocardite Infecciosa Endocardite Infecciosa https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/endocardite/endocardite-n%C3%A3o-infecciosa https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/endocardite/endocardite-n%C3%A3o-infecciosa https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/anomalias-cardiovasculares-cong%C3%AAnitas/vis%C3%A3o-geral-das-anomalias-cardiovasculares-cong%C3%AAnitas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/miscel%C3%A2nea-de-infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-em-lactentes-e-crian%C3%A7as/febre-reum%C3%A1tica https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/miscel%C3%A2nea-de-infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-em-lactentes-e-crian%C3%A7as/febre-reum%C3%A1tica https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/valvopatias/prolapso-da-valva-mitral-pvm https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/valvopatias/prolapso-da-valva-mitral-pvm https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/miocardiopatias/miocardiopatia-hipertr%C3%B3fica Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 outros dispositivos intracardíacos têm risco específico. Os microrganismos causadores variam em função do local da infecção, da fonte da bacteremia e dos fatores de risco do hospedeiro, mas de maneira geral, Streptococcus e Staphylococcus aureus causam 80 a 90% dos casos. Enterococos bacilos Gram-negativos: Outros agentes causais incluem o grupo denominado HACEK (espécies de Haemophilus, Actinobacillus actinomycetemcomitans, Cardiobacterium hominis, Eikenella corrodens e Kingella kingae), os bacilos Gram-negativos e os fungos. A doença se desenvolve em 3 fases: ♥ Bacteremia: microrganismos estão presentes no sangue ♥ Adesão: o microrganismo adere ao endotélio anormal ou danificado pelas adesinas de superfície ♥ Colonização: proliferação do organismo junto com inflamação, levando a uma vegetação madura Endocardite bacteriana subaguda Tem início insidioso e progride vagarosamente (no decorrer de semanas a meses). Muitas vezes, não se evidencia qualquer fonte de infecção ou porta de entrada. A EBS é causada com mais frequência por estreptococos (em especial o grupo viridans, microaerófilos, anorganismo aeróbios e estreptococos do grupo D não enterocócicos e enterococos) e, menos comumente, por S. aureus. Geralmente, a EBS (endocardite subaguda) desenvolve-se em valvas anormais após bacteremia assintomática, decorrente de infecções periodontais, gastrointestinais ou geniturinárias. Endocardite bacteriana aguda Geralmente tem início abrupto e progride rapidamente (em dias). Com frequência, evidencia-se a fonte de infecção ou porta de entrada. Quando as bactérias são virulentas ou a exposição às bactérias é maciça, a EBA pode comprometer valvas normais. É causada por S. aureus, estreptococos hemolíticos do grupo A, pneumococos ou gonococos. Figura 1. Endocardite bacteriana. A valva mitral apresenta formações vegetativas destrutivas que erodiram a margem livre do folheto valvar. Fonte: (PORTH) Microrganismos classificação Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 FIGURA 1. Macroscopia de dois corações com comprometimento valvar por endocardite bacteriana. Em (A), o coração foi aberto pela via de saída do ventrículo esquerdo (VE), expondo endocardite na valva aórtica e pequena porção da aorta ascendente. As três setas apontam cada uma das semilunares aórticas totalmente recobertas pela vegetação, tornando-as espessas, irregulares e friáveis. A rasgadura de uma das semilunares (cabeça de seta) demonstra o caráter bastante destrutivo dessa afecção. O folheto anterior da valva mitral é visto pela sua face posterior. Em (B), o coração está aberto pela via de entrada do VE, expondo endocardite que acomete a cúspide anterior da valva mitral, representada por grande vegetação (delimitada pelas setas), com corrosão e perfuração (cabeça de seta) no local. O restante da cúspide, as cordas tendíneas e os músculos papilares (*) não estão afetados. FIGURA 2- Aspecto histológico de um caso de endocardite bacteriana. Em (A), observa-se vegetação cardíaca valvar composta de fibrina (*), grumos neutrofílicos (cabeça de seta) e colônias bacterianas cuja presença é sugerida pela coloração azulada esfumaçada (seta) em meio à vegetação. Na base da lesão, o tecido valvar apresenta edema, necrose e intenso infiltrado inflamatório composto predominantemente por neutrófilos, com alguns macrófagos (hematoxilina e eosina; aumento original de 20x). Em (B), a coloração de Brown-Hopes demonstra a presença de bactérias do tipo coco gram-positivos (seta) na mesma região da vegetação indicada em (A) (aumento original de 100x). A fonte pode ser uma infecção óbvia em qualquer lugar, um procedimento odontológico ou cirúrgico, uma agulha contaminada compartilhada por usuários de drogas intravenosas, ou o rompimento das barreiras epiteliais do intestino, da cavidade oral ou da pele. A característica clássica da EI é a presença de vegetações nas valvas cardíacas; elas são lesões friáveis, volumosas e potencialmente destrutivas que contêm fibrina, células inflamatórias, e bactérias ou outros organismos. ♥ As valvas aórtica e mitral são os locais mais comuns de infecção. ♥ As vegetações podem ser isoladas ou múltiplas, elas podem sofrer erosão e atingir o miocárdio subjacente. ♥ São propensas à embolização; como os fragmentos dos êmbolos que contem organismosvirulentos. ♥ Ocasionam sequelas como infartos sépticos ou aneurismas micóticos. ♥ As vegetações da endocardite subaguda estão associadas a uma destruição valvar menor do que a da endocardite aguda. morfologia Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 FIGURA 3- Endocardite infecciosa (bacteriana). A, Endocardite da valva mitral (subaguda, causada por Streptococcus viridans). As vegetações grandes e friáveis estão indicadas por setas. B, Endocardite aguda da valva aórtica bicúspide de origem congênita (causada por Staphylococcus aureus), com destruição extensa das cúspides e abscesso anular (seta). Os sinais e sintomas da endocardite são bastante variáveis e dependem de vários fatores, como: 1) o próprio sitio intracardíaco da infecção, com afecção de estruturas cardíacas, como valvas, miocárdio, sistema de condução. 2) embolização para sítios distantes. 3) surgimento de focos infecciosos metastáticos. 4) formação de complexos imunes e reações de hipersensibilidade. 5) o processo infeccioso e inflamatório A infecção de tecidos cardíacos pode levar a destruição valvar com regurgitação, abscessos miocárdicos, destruição do sistema de condução, causando bloqueios atrioventriculares (AV), ruptura de cordoalha tendinosa, necrose de músculos papilares e extensão ao pericárdio em raros casos. Em uma fase mais tardia, o processo de cicatrização e fibrose pode levar a estenose valvar (o que pode, raramente, acontecer na fase aguda em grandes e volumosas vegetações, como em casos de fungos, estreptococos do grupo B e organismos HACEK). Miocardite e infarto podem ocorrer por embolização coronariana ou formação de complexos imunes. Fenômenos embólicos são comuns, afetando principalmente os territórios renal, esplênico, coronariano e/ou cerebral. Embolia séptica pulmonar ocorre em caso de endocardite tricúspide. Infartos e abscessos ocorrem em consequência da embolização. Êmbolos cerebrais sépticos para os vasa vasorum podem levar a formação de aneurismas micóticos. A bacteremia prolongada causada pela endocardite gera uma resposta imune humoral e celular. Anticorpos das classes IgM, IgA e IgG são formados. Imunocomplexos circulantes estão presentes em quase todos os casos e podem se depositar nos glomérulos, resultando em glomerulonefrites (focal, membranoproliferativa ou difusa). Artrites e outras manifestações periféricas, como os nódulos inflamatórios de Osler, são também causados por Imunocomplexos. Os sintomas da endocardite geralmente aparecem após duas semanas a partir do início do processo infeccioso. Os sintomas iniciais de EI podem incluir febre ♥ sinais de infecção sistêmica, ♥ febre (apresenta picos é acompanhada de calafrios). fisiopatologia Manifestações clinicas Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 ♥ alteração na característica de um sopro cardíaco existente e evidências de distribuição embólica das lesões vegetativas. Nos casos subagudos, causados por organismos de baixa virulência, os sintomas constitucionais predominam, tais como: ♥ Fadiga ♥ Febre ♥ Calafrios ♥ letargia ♥ cansaço ♥ astenia ♥ anorexia ♥ perda de peso ♥ sudorese noturna Em muitos casos, surgem pequenas petéquias hemorrágicas quando os êmbolos se alojam nos vasos de pequeno calibre da pele, nos leitos ungueais e nas membranas mucosas. É comum haver hemorragias lineares (i. e., linhas vermelhas escuras) sob as unhas das mãos e dos pés. Os chamados critérios de Duke modificados (Tabela 1- anexo) facilitam a avaliação de indivíduos com suspeita de EI e levam em consideração fatores predisponentes, achados físicos, resultados de cultura do sangue, achados ecocardiográficos e informação laboratorial. Tosse, dispneia, artralgia ou artrite, diarreia e dor abdominal ou no flanco, são resultados da embolia sistêmica. Pode haver o desenvolvimento de insuficiência cardíaca congestiva em consequência da destruição da valva, embolia em artéria coronária ou miocardite e insuficiência renal. As complicações da EI geralmente começam dentro das primeiras semanas do início da doença e podem incluir a deposição do complexo antígeno-anticorpo no glomérulo, causando a glomerulonefrite. As manifestações clínicas de EI de longa duração que costumavam ser comuns — por exemplo, microêmbolos (manifestados como hemorragias subungueais ou em estilhaço), lesões eritematosas ou hemorrágicas indolores nas palmas ou plantas (lesões de Janeway), nódulos subcutâneos na polpa dos dedos (nódulos de Osler) e hemorragias retinianas (manchas de Roth). Nos casos agudos, causados por organismos mais agressivos, como o S. aureus, os sintomas são mais dramáticos, podendo ocorrer: ♥ sepse grave ♥ choque séptico São encontrados também sopros cardíacos, esplenomegalia, baqueteamento digital, manchas de Janeway (achados na endocardite aguda), com aspecto hemorrágico, presentes nas palmas das mãos e solas dos pés. FIGURA 4- Manchas de Janeway em um paciente com endocardite estreptocócica. ♥ Observam-se hemorragias lineares de cor vermelho-escura no leito ungueal. ♥ Petéquias podem ser encontradas em conjuntiva, palato, mucosa oral ou extremidades. A origem delas é embólica ou vasculítica. Os nódulos de Osler são pequenos e dolorosos, localizadosnos quirodactilos e pododactilos, e persistem por algumas horas ou poucos dias. Podem ser vistos em outras doenças. São de origem imunológica, por deposição de Imunocomplexos em vasos da derme. Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 Manchas de Roth são lesões ovais vistas na retina por fundoscopia, com aspecto hemorrágico e centro mais pálido. Mialgias e artralgias são comuns na endocardite. A insuficiência cardíaca congestiva e a manifestação mais comum da endocardite, podendo ser causada por destruição valvar, levando a insuficiência, miocardite, abscessos miocárdicos, formação de fistulas e embolização coronariana com consequente infarto do miocárdico. As manifestações renais são comuns e levam a insuficiência renal aguda. As causas são abscessos renais, vasculite, infarto e a glomerulonefrite. FIGURA 5-Petéquias e pequenas áreas hemorrágicas em extremidades de paciente com endocardite estafilocócica. FIGURA 6 - Lesão petequial na conjuntiva em paciente com endocardite enterocócica. Petéquias devem ser procuradas cuidadosamente no palato, na conjuntiva e na mucosa oral. Estão presentes em um terço dos pacientes com endocardite. FIGURA 7 Manchas de Janeway em um paciente com endocardite estreptocócica. As vegetações não infectadas (estéreis) ocorrem na endocardite trombótica não bacteriana e na endocardite dos lúpus eritematoso sistêmico (LES), chamada de endocardite de Libman-Sacks. A endocardite trombótica não bacteriana (ETNB) é caracterizada pela deposição de pequenos trombos estéreis nos folhetos das valvas cardíacas. Histologicamente, elas são compostas de trombos macios, que estão inseridos frouxamente na valva subjacente; as vegetações não são invasivas e não produzem qualquer reação inflamatória. FIGURA 8-Endocardite trombótica não bacteriana (ETNB). A, Fileira quase completa de vegetações trombóticas ao longo da linha de fechamento dos folhetos da valva mitral (setas). B, Fotomicrografia de ETNB, mostrando um trombo do tecido, praticamente sem presença de inflamação na cúspide valvar (c) ou no depósito trombótico (t). O trombo está apenas frouxamente fixado à cúspide (seta). Endocardite não infecciosaAlícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 Nos lúpus eritematoso sistêmico, ocasionalmente observa-se uma valvulite mitral e tricúspide com pequenas vegetações estéreis, chamadas de endocardite de Libman- Sacks. As lesões são vegetações pequenas (1 a 4 mm de diâmetro), isoladas ou múltiplas, estéreis e róseas com aparência verrucosa. Elas podem estar localizadas nas superfícies inferiores das valvas atrioventriculares, no endocárdio valvar, nas cordas ou no endocárdio mural dos átrios e ventrículos. Histologicamente, as vegetações consistem em um material eosinofílico, fibrinoso e finamente granular que contém restos celulares, incluindo aqueles do núcleo. As vegetações estão frequentemente associadas a uma intensa vasculite, caracterizada pela necrose fibrinoide da substância da valva, e que reflete a ativação do complemento e o recrutamento das células portadoras de receptores Fc. As lesões trombóticas das valvas cardíacas com vegetações estéreis ou, mais raramente, espessamento fibroso pode ocorrer no cenário da síndrome do antifosfolipídio, que também pode induzir um estado de hipercoagulação. A valva mitral está envolvida com mais frequência do que a valva aórtica, e a regurgitação é a anormalidade funcional comum. ♥ Hemoculturas ♥ Ecocardiografia e, algumas vezes, outras modalidades de exame por imagem ♥ Critérios clínicos As infecções estabelecidas geralmente levam à anemia normocítica e normocrômica, leucocitose, aumento da velocidade de hemossedimentação, níveis de imunoglobulina e a presença de imunocomplexos circulantes e fator reumatoide positivo; porém, tais achados não são muito úteis do ponto de vista diagnóstico. A análise da urina geralmente revela hematúria microscópica e, ocasionalmente, cilindros eritrocitários, piúria ou bacteriúria. As hemoculturas podem exigir 3 a 4 semanas de incubação no caso de determinados organismos; porém, sistemas monitorados de cultura automatizada podem identificar culturas positivas em 1 semana. Outros organismos (p. ex., Aspergillus) podem não fornecer culturas positivas. Alguns organismos (p. ex., Coxiella burnetii, Bartonella spp, Chlamydia psittaci, Brucella spp) exigem diagnóstico sorológico, ao passo que outros (p. ex., Legionella pneumophila) exigem meio de cultura especial ou PCR (polymerase chain reaction) (p. ex., Tropheryma whippelii). Resultados negativos de hemocultura podem indicar supressão decorrente de terapêutica antimicrobiana prévia, infecção por organismos que não crescem em meios de cultura padrão ou outro diagnóstico (p. ex., endocardite não infecciosa, mixoma atrial com fenômenos embólicos e vasculite). Deve-se fazer inicialmente ecocardiografia, tipicamente transtorácica (ETT), em vez de transesofágica (ETE). ETE é um pouco mais sensível (capaz de identificar vegetações muito pequenas para que possam ser visualizadas na ETT). Deve-se fazer ecocardiograma transesofágico quando ♥ Pacientes têm valva protética ♥ Ecocardiograma transtorácico não é suficiente para o diagnóstico. Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 ♥ Estabeleceu-se o diagnóstico da endocardite infecciosa clinicamente (feito para detectar perfurações, abscessos e fístulas). Usa-se TC ocasionalmente quando ETE não consegue definir totalmente abscessos paravalvares e para detectar aneurismas micóticos. Positron emission tomography (PET) scan é uma ferramenta emergente para o diagnóstico da endocardite que se origina em dispositivos protéticos e intracardíacos. Anomalias na TC e PET são agora incluídas como os critérios principais nas diretrizes europeias. A endocardite infecciosa é diagnosticada de maneira definitiva, quando os microrganismos são observados histologicamente (ou cultivados) em vegetações endocárdicas, obtidas durante cirurgia cardíaca, embolectomia ou necropsia. Como normalmente as vegetações não estão disponíveis para exame, há vários critérios clínicos para estabelecer um diagnóstico. Incluem os critérios de Duke revisados (com sensibilidade e especificidade > 90%) e os critérios modificados de 2015 da European Society of Cardiology (ESC) Os critérios da ESC são semelhantes aos critérios modificados de Duke, mas incluem resultados de imagem expandidos como os principais critérios, como a seguir: ♥ Vegetação, abscesso, pseudo- aneurisma, fístula intracardíaca, perfuração valvar ou aneurisma ou nova deiscência parcial da prótese valvar identificada por ecocardiografia ♥ Atividade anômala em torno de uma prótese valvar (implantada há > 3 meses) detectada por PET/CT ou SPECT/CT com leucócitos radiomarcados ♥ Lesões paravalvares identificadas por TC cardíaca A ESC também difere dos critérios modificados de Duke secundários especificando que a detecção de fenômenos vasculares silenciosos apenas por imagem é suficiente. ♥ Antibióticos IV (com base no organismo e suscetibilidade) ♥ Algumas vezes, debridamento, reparo ou troca valvar ♥ Avaliação e tratamento dentários (para minimizar fontes orais de bacteremia) ♥ Remoção de potencial fonte de bacteremia (p. ex., cateteres internos, dispositivos) O tratamento consiste em período prolongado de terapia antimicrobiana. A cirurgia pode ser necessária em virtude de complicações mecânicas ou organismos resistentes. Tipicamente, administram-se antimicrobianos IV. Como eles devem ser administrados por 2 a 8 semanas, geralmente utiliza-se terapia IV domiciliar. Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 ANEXOS Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 Alícia Landazuri ITPAC-CZS APG-SOI III S5P2 03.03.22 MANUAL MDS. Endocardite Infecciosa. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/ptbr/profissio nal/doen%C3%A7ascardiovasculares/endocar dite/endocarditeinfecciosa?query=endocardi te. Acesso em: 05 de março de 2022. NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. 9788527737876. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/bo oks/9788527737876/. Acesso em: 19 fev. 2022. ROBBINS E COTRAN. Patologia: Base patológicas da doença. Elsevier, 2016. Cahill TJ, Baddour LM, Habib G, Hoen B, Salaun E, Pettersson GB, Schäfers HJ, Prendergast BD. Challenges in Infective Endocarditis. J Am Coll Cardiol. 2017 Jan 24;69(3):325-344. doi: 10.1016/j.jacc.2016.10.066. PMID: 28104075. Tornos P, Gonzalez-Alujas T, Thuny F, Habib G. Infective endocarditis: the European viewpoint. Curr Probl Cardiol. 2011 May;36(5):175-222. doi: 10.1016/j.cpcardiol.2011.03.004. PMID: 21621720. https://www.msdmanuals.com/ptbr/profissional/doen%C3%A7ascardiovasculares/endocardite/endocarditeinfecciosa?query=endocardite https://www.msdmanuals.com/ptbr/profissional/doen%C3%A7ascardiovasculares/endocardite/endocarditeinfecciosa?query=endocardite https://www.msdmanuals.com/ptbr/profissional/doen%C3%A7ascardiovasculares/endocardite/endocarditeinfecciosa?query=endocardite https://www.msdmanuals.com/ptbr/profissional/doen%C3%A7ascardiovasculares/endocardite/endocarditeinfecciosa?query=endocardite
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