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Carla Bertelli – 3° Período Mecanismo de Ação dos Antibacterianos e Desenvolvimento da Resistência Bacteriana Palestra 3 O tratamento antimicrobiano aproveita-se das diferenças bioquímicas que existem entre os microrganismos e os seres humanos. Os fármacos antimicrobianos são eficazes no tratamento das infecções, pois são seletivamente tóxicos; ou seja, eles têm capacidade de lesar ou matar os microrganismos invasores sem prejudicar as células do hospedeiro. Na maioria das situações, a toxicidade seletiva é relativa, em vez de absoluta, exigindo que a concentração do fármaco seja cuidadosamente controlada para atingir o microrganismo enquanto ainda está sendo tolerada pelo hospedeiro. A escolha do antimicrobiano mais apropriado requer o conhecimento 1) da identificação do microrganismo; 2) da suscetibilidade do organismo com relação a um fármaco em particular; 3) do local da infecção; 4) de fatores do paciente; 5) da segurança do fármaco; e 6) do custo do tratamento. Entretanto, alguns pacientes precisam do tratamento empírico (administração imediata do(s) fármaco(s) antes da identificação bacteriana e dos testes de suscetibilidade). Como controlar o crescimento de patógenos in vivo? Os agentes quimioterápicos foram criados para fazer o controle do crescimento dos patógenos in vivo. Pensando nisso foram desenvolvidos inúmeros agentes microbianos para interromper o processo infeccioso Agentes Quimioterápicos usados em – usados para o tratamento de qualquer doença, de uma forma geral, onde temos um grupo denominados como ANTIMICROBIANOS Antimicrobianos – substancias químicas que vão fazer ações de inibição de crescimento ou morte celular bacteriana para destruir o patógeno. Dentro dos Antimicrobianos nós temos os: Antibacterianos Antifúngicos Antiprotozoários Antivirais Não podemos falar que todos os antibióticos são antimicrobianos Antibióticos → É um termo utilizado para denominarmos medicamentos que possuem atividade antimicrobiana, porém eles possuem origem natural, componentes químicos produzidos e extraídos de um determinado microrganismo Carla Bertelli – 3° Período A principal diferença entre antibióticos e drogas antibacterianas é que os antibióticos são os agentes que têm a capacidade de matar todos os microorganismos, isto é, bactérias, vírus ou fungos, enquanto os antibacterianos são os agentes que trabalham especificamente contra bactérias. Antibióticos = Origem Natural O que deve ser considerado para se fazer a escolha do agente? – foco em doenças de bactérias • Diagnóstico e Identificação do Microrganismo • Concentração do Antibiótico no local da infecção • Tempo, tipo e extensão da infecção • Fatores do Hospedeiro Formas de Classificar o tratamento Antimicrobiano Considerando os estágios da Doença: Ausência de Infecção → Profilaxia Infecção → Preventivo Sintomas → Empírico (feito quando o paciente tem um quadro infeccioso, mas não se sabe ainda quem é o patógeno) Isolamento do Patógeno → Definitivo Regressão → Supressor Classificação dos Antibacterianos De acordo com o seu mecanismo de ação – foco da aula de hoje Pode ser também, classificada de acordo com o espectro de ação, origem, microrganismos suscetíveis, atividade antibacteriana... Nem todo antibacteriano atua contra todos os tipos de bactérias Estrutura Química Forma como denominados as formas farmacológicas, referente a sua estrutura química • Beta lactâmicos, aminoglicosídeos, macro • Sintético • Natural • Semissintético Espectro de Ação Considerar qual é a classificação com a coloração de Gram Gram Positivas – são roxas, coradas de roxo Gram Negativas – são rosas, coradas de rosa Carla Bertelli – 3° Período O que determina isso é a constituição da parede celular, que é constituída por peptideoglicanos – O peptideoglicano é o que vai dar /estrutura e uma ‘’proteção’’ a bactéria Nos Gram Positivos é espessa, quantidade Nos Gram Negativas é uma fina camada que não permite a retenção do corante roxo Podemos classificar o espectro de ação estreito, estendido ou amplo espectro – referente a quantidade de bactérias que ele consegue atingir, conseguir afetar vários grupos bacterianos ou grande quantidade em que determinado medicamento exerce sua ação • Espectro estreito = ele atua em uma família/grupo especifico de bactérias • Espectro estendido = vai atuar em mais de uma família/grupo de bactérias • Espectro amplo = vai atuar em várias famílias/grupos de bactérias Efeito Bactericida – é aquele que mata, destruição bacteriana, reduz significativamente a quantidade de bactérias presente → Ela cai no gráfico Bacteriostático – estabiliza a bactéria, paralisa a multiplicação da bactéria, permite que essa bactéria fique vulnerável a ação do sistema imunológico que vai contribuir para a destruição da bactéria. → Permanece constante no gráfico Carla Bertelli – 3° Período Classificação por Mecanismo de Ação 1 - Inibição da Síntese de Parede Celular 2 – Atuam na síntese ou pulsão do ácido nucleico 3 – Inibidores das sínteses de proteínas 4 – Afetar a Síntese de metabólitos essenciais da bactéria, inibem a produção de cofatores essenciais 5 – Inibidores da punção de membrana – afetam a integridade da membrana celular Insucessos na Antimicrobiana terapia • Escolha incorreta do Antibiótico/Antibacteriano • Falha no cálculo da dosagem • Antibiótico não atinge o sítio de infecção • Antagonismo entre os antibióticos • Microrganismos resistentes ao antibiótico Efeitos Adversos • Toxicidade Gastrointestinal • Alteração na Flora Intestinal • Neurotoxicidade • Hepatotixicidade Carla Bertelli – 3° Período Beta Lactâmicos Esses b-lactâmicos tem em comum a sua estrutura química que apresenta um anel b- lactâmico. E também compartilham o mesmo mecanismo de ação, que é a inibição de síntese de parede celular. Se caso o anel b-lactâmico for destruído por algumas enzimas de resistência o antibiótico não vai fazer efeito. Betalactamases (β-lactamases) são enzimas produzidas por algumas bactérias e são responsáveis por sua resistência a antibióticos beta-lactâmicos como as penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas e carbapenemas. Estes antibióticos têm como elemento comum em suas estruturas moleculares um anel de quatro átomos conhecido como beta-lactama. B-Lactâmicos - inibem a síntese de parede celular, e são compostos de 4 subgrupos principais: penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos → todos esses possuem em comum a sua estrutura (anel B-lactamico) e o mesmo mecanismo de ação. Devido ao amplo uso de B-lactâmicos em processos infecciosos de forma irracional se desenvolveu uma resistência bacteriana que se tornou ponto crucial na conduta terapêutica desses fármacos → bectalamazes (degradam a estrutura do B-lactâmicos fazendo com que ele se torne inativo → não exerce seu efeito e n interrompe a infecção) Eles possuem semelhanças estruturais, relacionada a presença do anel beta lactâmico, que atuam na inibição das PLPs. A parede das células é composta por peptidoglicano → promove estabilidade da bactéria e a forma dela Os B- lactâmicos interferem na síntese da parede celular, com isso ela não vai sobreviver. Mecanismo de Ação Inibidores da Síntese de Parede Celular Penicilina Cefalosporinas Inibidores de Beta Lactamase Monobactâmicos Inibem a síntese de parede celular O mecanismo de ação está relacionado com estruturas chamadas de PLPs, proteínas ligadoras de penicilinaEsse inibidor inibe a função das PLPs e promove a inativação delas As PLPs são proteínas que estão envolvidas na síntese do principal componente da parede celular das bactérias → os peptideoglicanos Eles vão inativar as PLP e vai ocorrer o bloqueio na síntese dos peptideoglicanos provocando a morte bacteriana Promove ação Bactericida Autolisinas – essas enzimas da própria bactéria envolvidas no processo de regeneração da parede celular. Porém, durante o uso da penicilina, elas continuam ativadas, então elas continuam degradando a parede só que a nova parede não está mais sendo sintetizada Carla Bertelli – 3° Período Todas as funções da parede vão ser afetadas e não vão acontecer Penicilinas As penicilinas estão entre os fármacos mais amplamente eficazes e também entre os menos tóxicos conhecidos, mas o aumento da resistência limitou o seu uso. Os membros dessa família diferem entre si no substituinte R ligado ao ácido 6-aminopenicilânico. A natureza dessa cadeia lateral afeta o espectro antimicrobiano, a estabilidade no suco gástrico, a hipersensibilidade cruzada e a suscetibilidade às enzimas bacterianas de degradação (b-lactamases). Mecanismo de ação → As penicilinas interferem na última etapa da síntese da parede bacteriana (transpeptidação ou ligações cruzadas), resultando em exposição da membrana osmoticamente menos estável. Então pode ocorrer lise celular, seja pela pressão osmótica, seja pela ativação de autolisinas. Esses antibacterianos são bactericidas e atuam de modo tempo- dependente. As penicilinas são eficazes somente contra microrganismos em crescimento rápido, que sintetizem a parede celular de peptidoglicano. Consequentemente, elas são inativas contra microrganismos sem essa estrutura, como micobactérias, protozoários, fungos e vírus. São os antibacterianos mais eficazes terapeuticamente e apresentam menor toxicidade e que mais apresenta reações alérgicas. Elas são suscetíveis a diferentes mecanismos de resistência que as bactérias já apresentam, especialmente as GRAM +. O que difere uma penicilina de outra: espectro, estabilidade, hipersensibilidade e enzimas de degradação São divididos em 4 tipos principais que se diferenciam pelo seu espectro de ação O espectro antibacteriano das várias penicilinas é determinado, em parte, pela sua capacidade de atravessar a parede celular de peptidoglicano da bactéria para alcançar as PLPs no espaço periplasmático. Fatores que determinam a suscetibilidade das PLPs a esses antimicrobianos incluem tamanho, carga e hidrofobicidade do antimicrobianos β- lactâmico em particular. Em geral, os microrganismos gram-positivos têm paredes celulares facilmente atravessadas pelas penicilinas e, por isso, na ausência de resistência, eles são suscetíveis a esses fármacos. Os microrganismos gram-negativos têm uma membrana lipopolissacarídea externa, que envolve a parede celular e atua como barreira contra as penicilinas hidrossolúveis. Contudo, as bactérias gram- negativas têm proteínas inseridas na camada lipopolissacarídea que atuam como canais cheios de água (denominados porinas), permitindo a passagem transmembrana. Penicilinas Naturais – Benzilpenicilina → empregado no tratamento de diferentes cocos Gram positivos e negativos, por bacilos, fármaco de escolha contra a sífilis. Suscetíveis a mecanismos de resistência produzidos pela betalactamase (degradam a penicilina) Ela é derivada de uma substância derivada de um fungo Penicilina Resistentes e Penicilinases – resiste ao mecanismo de degradação. Esse Carla Bertelli – 3° Período grupo é destinado exclusivamente para tratamento de infecções de cocos Gram Positivos. Não possui grandes potenciais para atingir as GRAM – Penicilina de Espectro Estendido – Ampicilina e Amoxicilina (usado na profilaxia da endocardite). Atuam em Gram Positivos. • Voltada para as GRAM + e algumas GRAM – também • Pode ser usada profilaticamente a procedimentos odontológicos para evitar a endocardite • A resistência pode ser criada através do plasmídeo que uma bactéria passa para outra Penicilina Antopseidomonas – Administradas via venosa. Eles são eficazes contra vários bacilos gram-negativos, mas não contra Klebsiella, devido à sua penicilinase constitutiva. Formulações de ticarcilina ou piperacilina com ácido clavulânico ou tazobactam, respectivamente, estendem o espectro antimicrobiano desses fármacos, incluindo, assim, microrganismos produtores de penicilinase (p. ex. a maioria das espécies de Enterobacteriaceae e Bacteroides). As formas de administrar a penicilina é variável, depende da estabilidade, gravidade e local do processo infeccioso • A absorção por via oral é incompleta, mas mesmo assim degrada a flora intestinal • A presença de determinados alimentos pode retardar a absorção de penicilinas e pode levar também a degradação das penicilinas por conta da maior liberação de suco gástrico no estômago • As penicilinas são capazes de ultrapassar a barreira placentária, também se distribuem no liquido cefalorraquidiano e no tecido ósseo, porém a distribuição é um pouco menor nesses tecidos • Quando o paciente tem problema renal pode ocorrer uma maior metabolização das penicilinas e com isso ocorre uma menor excreção de penicilinas. Por isso é preciso alterar a dose para pacientes que tem distúrbio renal • A principal via de excreção das penicilinas é por filtração glomerular, eliminação renal • Apesar dos efeitos adversos, as penicilinas são as mais recomendadas. • Efeitos de hipersensibilidade esta presença em 5% a 10% da população • Colite pseudomembranosa pode ocorrer devido a absorção incompleta das penicilinas que podem promover a morte da flora intestinal do paciente • Os pacientes epiléticos tem mais chances de desenvolver convulsões ao uso de penicilinas • Citopenias = diminuição de células de defesa do organismo Cefalosporinas As cefalosporinas são antimicrobianos β- lactâmicos muito relacionados estrutural e funcionalmente com as penicilinas. A maioria das cefalosporinas é produzida semissinteticamente pelo acréscimo de cadeias laterais ao ácido 7-amino- cefalosporânico. As cefalosporinas têm o mesmo mecanismo de ação das penicilinas e são afetadas pelos mesmos mecanismos de resistência. Contudo, elas tendem a ser mais resistentes a certas β-lactamases do que as penicilinas. Possuem uma estrutura que é parecido com o das penicilinas, modificando seu ligante -> tem em comum o anel beta lactâmico Possuem espectro de ação mais amplo do que as penicilinas =antibacterianos de amplo espectro Carla Bertelli – 3° Período Temos 4 gerações de cefalosporinas – tabela As cefalosporinas podem ser administradas principalmente por via intravenosa e intramuscular A absorção oral das cefalosporinas não é significativa. Apesar disso tem a Cefalexina que pode ser administrada por via oral. • Tem uma distribuição ampla assim como as das penicilinas, mas não são todas as cefalosporinas que conseguem atingir o liquido cefalorraquidiano. Mas a de 3° geração consegue atuar no liquido cefalorraquidiano e atuar nas infecções como meningites • Excreção renal. Mas tem a exceção da CEFTRIAXONA que excretada pelas fezes Carbapenêmicos Os carbapenemos são antimicrobianos β- lactâmicos sintéticos cuja estrutura difere das penicilinas, porque o átomo de enxofre do anel tiazolidínico foi externalizado e substituído por carbono. Imipeném, meropeném, doripeném e ertapeném são os fármacos desse grupo disponíveis atualmente. O imipeném é composto com cilastatina para protegê-lo da biotransformação pela desidropeptidase renal. Espectro antibacteriano: O imipeném resiste à hidrólise pela maioria das β-lactamases, masnão pelas metalo-β-lactamases. Esse fármaco tem papel no tratamento empírico devido à sua atividade contra microrganismos produtores de β-lactamase gram-positivos e gram-negativos, anaeróbicos e P. aeruginosa (embora outras cepas de pseudomonas sejam resistentes e haja relatos de que cepas resistentes de P. aeruginosa aparecem durante o tratamento). O meropeném e o doripeném têm atividade antibacteriana similar à do imipeném. Diferentemente dos outros carbapenemos, o ertapeném não cobre P. aeruginosa, espécies de Enterococcus e espécies de Acinetobacter Farmacocinética: Imipeném + cilastina e meropeném são administrados por via IV e penetram bem nos tecidos e líquidos corporais, incluindo o LCS quando as meninges estão inflamadas. O meropeném alcança níveis terapêuticos na meningite bacteriana mesmo sem inflamação. Eles são excretados por filtração glomerular. O imipeném sofre clivagem pela desidropeptidase existente no bordo em escova do túbulo renal proximal. Essa enzima forma um metabólito inativo que é potencialmente nefrotóxico. A associação de imipeném e cilastatina protege o fármaco e, assim, evita a formação do metabólito tóxico. Os outros carbapenemos não necessitam da coadministração de cilastatina. O ertapeném pode ser administrado pelas vias IM ou IV uma vez ao dia. (Nota: as dosagens desses fármacos precisam ser ajustadas em pacientes com insuficiência renal. Carla Bertelli – 3° Período Efeitos adversos: Imipeném + cilastatina podem causar náusea, êmese e diarreia. Eosinofilia e neutropenia são menos comuns do que com outros β-lactâmicos. Níveis elevados de imipeném podem provocar convulsões, o que é menos provável com os demais carbapenemos. São divididos em 4 representantes. São administrados por via venosa – nunca por via oral. Tem uma característica farmacêutica porque ele tem uma capacidade muito boa de andar pelo microrganismo Impedem associado a sei la oq = produção de um metabólico inativo que causa danos teciduais São eliminados por filtração Renal Monobactamicos Apenas intravenosa e intramuscular Os monobactamos, que também desorganizam a síntese da parede celular bacteriana, são singulares, pois o anel β- lactâmico não está fundido com outro anel. O aztreonam, que é o único monobactamo disponível comercialmente, tem atividade antimicrobiana, principalmente contra patógenos gram-negativos, incluindo as Enterobacteriaceae e P. aeruginosa. Ele não tem atividade contra gram-positivos e anaeróbios. O aztreonam é resistente à ação da maioria das β-lactamases, com exceção das β-LEE. Ele é administrado por via IV ou IM e pode se acumular no paciente com insuficiência renal. O aztreonam é relativamente não tóxico, mas pode causar flebite, erupções cutâneas e, ocasionalmente, testes de função hepática anormais. Ele tem baixo potencial imunogênico e apresenta escassa reatividade cruzada com anticorpos induzidos por outros β-lactâmicos. Assim, esse fármaco pode ser uma alternativa segura no tratamento de pacientes alérgicos a penicilinas, cefalosporinas ou carbapenemos. Carla Bertelli – 3° Período Inibidores da Síntese de Proteínas Inibem a síntese proteica Muitos antimicrobianos exercem seu efeito antimicrobiano agindo nos ribossomas bacterianos e inibindo a síntese proteica das bactérias. Os ribossomas bacterianos diferem estruturalmente dos ribossomas citoplasmáticos dos mamíferos e são compostos de subunidades 30S e 50S (os ribossomas de mamíferos têm subunidades 40S e 60S). Em geral, a seletividade pelos ribossomas bacterianos minimiza potenciais consequências adversas resultantes da interrupção da síntese proteica nas células do hospedeiro mamífero. Contudo, concentrações elevadas de cloranfenicol ou tetraciclinas podem causar efeitos tóxicos como resultado da interação com ribossomas mitocondriais de mamífero, pois a estrutura de ribossomas mitocondriais se parece mais com a de ribossomas de bactérias. Ela não inibe a nossa síntese proteína por conta a diferença dos números S dos nossos ribossomos → diferença de ribossomos das células procariontes e eucariontes Existem várias maneiras de fazer essa inibição: ações em todos os lugares, translocação, inibir a formação das ligações entre aminoácidos, Tetraciclinas As tetraciclinas consistem em quatro anéis fundidos com um sistema de ligações duplas conjugado. Substituições nesses anéis alteram a farmacocinética individual e o espectro de atividade antimicrobiana. As tetraciclinas entram nos microrganismos suscetíveis por difusão passiva e também por um mecanismo proteico de transporte dependente de energia próprio da membrana citoplasmática interna da bactéria. As tetraciclinas se concentram no interior das células dos microrganismos suscetíveis. Elas se ligam reversivelmente à subunidade 30S do ribossoma bacteriano. Essa ação impede que o RNA transportador (RNAt) se ligue ao complexo RNA mensageiro (RNAm)- ribossoma, inibindo, assim, a síntese de proteínas da bactéria. Espectro antibacteriano As tetraciclinas são antimicrobianas bacteriostáticos eficazes contra uma ampla variedade de microrganismos, incluindo bactérias gram-positiva e gram-negativas, protozoários, espiroquetas, micobactérias e espécies atípicas. Elas são usadas com frequência no tratamento da acne e de infecções por Chlamydia (doxiciclina). Resistência A resistência natural às tetraciclinas mais frequente é uma bomba de efluxo que as expele para fora da célula, impedindo, assim, o seu acúmulo intracelular. Outros mecanismos de resistência bacteriana às tetraciclinas incluem inativação enzimática e produção de proteínas bacterianas, que impedem a ligação da tetraciclina no ribossoma. A resistência a uma tetraciclina não confere resistência universal a todas elas Glicilciclinas Tigeciclina, um derivado da minociclina, é o primeiro antimicrobiano disponível membro da classe glicilciclina. Ela é indicada no tratamento de infecções complicadas de pele e tecidos moles, bem como infecções complicadas intra-abdominais. A tigeciclina tem ação bacteriostática, ligando- se reversivelmente à subunidade ribossomal 30S e inibindo a síntese de proteínas. A tigeciclina tem amplo espectro de atividade que inclui os estafilococos resistentes à meticilina (MRSA, do inglês methicilin- resistant S. aureus), estreptococos resistentes a múltiplos fármacos, enterococos resistentes a vancomicina (VREs, do inglês vancomicin- Carla Bertelli – 3° Período resistant enterococci), espectro estendido para bactérias gram-negativas produtoras de β-lactamase, Acinetobacter baumannii e vários microrganismos anaeróbicos. Contudo, a tigeciclina não é ativa contra espécies de Morganella Proteus, providencia ou Pseudomonas. Aminoglicosídeos Os aminoglicosídeos são usados para o tratamento de infecções graves de correntes de bacilos gram-negativos aeróbicos. Contudo, sua utilidade clínica é limitada por graves toxicidades. O termo “aminoglicosídeo” se origina da sua estrutura: dois aminoaçúcares unidos por ligação glicosídica a um núcleo hexose central. Os aminoglicosídeos são derivados de Streptomyces sp. (têm sufixo-mycin em inglês) ou Micromonospora sp. (terminam em -micin em inglês). Os aminoglicosídeos difundem-se por meio de canais porina na membrana externa dos microrganismos suscetíveis. Esses microrganismos também têm um sistema dependente de oxigênio que transporta o fár maco através da membrana citoplasmática. Dentro da célula, eles se fixam na subunidade ribossomal 30S, onde interferem com a monta gem do aparelho ribossomal funcional e/ou causam a leitura incorreta do código genético pela subunidade 30S do ribossoma completo.Os antimicrobiano que interrompem a síntese proteica em geral são bacteriostáticos; os aminoglicosídeos são os únicos a atuar como bactericidas. O efeito bactericida dos aminoglicosídeos é concentração- - dependente, isto é, a eficácia depende da concentração máxima (Cmáx) do fármaco acima da concentração inibitória mínima (CIM) do microrganismo. Para os aminoglicosídeos, a Cmáx é de 8 a 10 vezes a CIM. Eles também exibem efeito pós-antimicrobiano (EPA), que é supressão bac teriana continuada após a concentração do antimicrobiano cair abaixo da CIM. Quanto maior a dosagem, mais longo o EPA. Devido a essas propriedades, o aumento do intervalo entre dosagens (uma dose alta única é administrada por dia) é usado com mais frequência do que dosagens diárias divididas. Isso diminui o risco de nefropatia e aumenta a adesão ao tratamento. Os aminoglicosídeos são eficazes contra a maioria dos bacilos aeróbicos gram- negativos, incluindo os que podem ser resistentes a múltiplos fármacos, como Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Enterobacter sp. Além disso, os aminoglicosídeos são associados, com frequência, a antimicrobianos β-lactâmicos para obter efeito sinérgico, particularmente no tratamento de endocardite infecciosa por Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. Algumas aplicações terapêuticas de quatro dos aminoglicosídeos mais usados – amicacina, gentamicina, tobramicina e estreptomicina Carla Bertelli – 3° Período Inibidores da Síntese/Função de Ácidos Nucleicos Causam o relaxamento do DNA, descompactando-o e deixando ele mais vulnerável. Afeta também a divisão da célula Medicamentos chamados de FLURUQUINOLONAS DNA – Girase e a Topoisomerase IV O resultado da inibição dessas enzimas é o relaxamento do DNA, fazendo com que ele fique vulnerável a quebra, afeta a estabilização cromossomal, faz com que a bactéria não consiga se dividir As fluoroquinolonas entram na bactéria através de canais de porina e exibem efeitos antimicrobianos na DNA-girase (topoisomerase bacteriana II) e topoisomerase bacteriana IV. A inibição da DNA-girase resulta em relaxamento do DNA superespiralado, promovendo quebra da fita de DNA. A inibição da topoisomerase IV impacta a estabilização cromossomal durante a divisão celular, interferindo com a separação do DNA recém-replicado. Em microrganismos gram-negativos (p. ex., Pseudomonas aeruginosa), a inibição da DNA-girase é mais significativa do que a da topoisomerase IV, ao passo que, nos gram-positivos (p. ex., Streptococcus pneumoniae), é o contrário. Fármacos com maior atividade na topoisomerase IV (p. ex., ciprofloxacino) não devem ser usados contra infecções por S. pneumoniae, e aqueles com maior atividade na topoisomerase II (p. ex., moxifloxacino) não devem ser usados contra infecções por P. aeruginosa. Inibidores da Síntese de Metabólicos essenciais Afeta a via do ácido fólico da bactéria Participação de duas enzimas → Di- hidrofólico e cofatores essenciais SEMELHANA ESTURURAL COM O PABA PABA → Percursor do Ácido Fólico Inibidores de Função de Membrana Afetam a membrana plasmática – ela vai desestruturar a membrana plasmática, se liga nos constituintes lipoproteicos da membrana e desorganizam essa membrana. Afetam a sua permeabilidade/seletividade Carla Bertelli – 3° Período Resistência dos Medicamentos Usamos eles errados por muito tempo e isso causa a resistência -> a resistência é selecionada Em conjunto com a evolução dos antibacterianos e com o uso inadequado deles tanto em ambiente hospitalar quanto em área ambiental surgiu a resistência das bactérias a eles = superbactérias Quando a gente usa um antibacteriano ele mata todas as bactérias sensíveis, porém, a resistente não vai morrer com o antibacteriano → o problema é que as sensíveis morreram e liberou condições para que a resistente se multiplique e toma conta Ela passa o seu gene → compartilha com a bactéria sensível o gene que confere resistência a aquela bactéria sensível Trocam plasmídeos e se tornam resistentes O antibiótico para de funcionar por conta disso Resistencia Natural ou Intrínseca – está dentro da bactéria desde a sua fabricação, é dela Adquirida → Cromossômica ou Plasmidial • Cromossômica – mutação de um gene • Plasmidial – comunicação entre bactérias forma que ela é adquirida: dividida em 2 fases • Reorganização da membrana e sua permeabilidade → alteração da composição do lipopolissacarídeo; diminuição do conteúdo de porinas (permitem a passagem de pequenas substâncias no canal) ; superexpressão de bombas de reflexo • Alterações genéticas → aquisição de mutação; transformação horizontal de genes; alteração de resposta de sinalização celular; formação de biofilme (complexo / aglomeração bacteriana= cateteres → dificulta a ação dos antibacterianos) e comunicação bacteriana. Quatro principais mecanismos de resistência aos antimicrobianos 1 – Bomba de refluxo 2 – Perda de Porinas 3 – Modificação do sitio de ligação 4 – Através da inativação por enzimas Produção de ENZIMAS inativadoras Enzimas que inativam o beta lactâmico Quando a bactéria possui um mecanismo de resistência e esse é uma enzima inativadora, ela vai ser responsável por promover a degradação(de um componente químico da estrutura do antibacteriano), que faz com que esse antibacteriano se torne INATIVO → NÃO CONSEGUE EXERCER SUAS FUNÇÕES Carla Bertelli – 3° Período BACTERICIDAS (morte bacteriana ) OU BACTERIOSTÁTICAS ( interrompe a proliferação da bactéria ). Alteração de Sítio de Ação Modificação do sítio de ligação Alteração do local onde o antibacteriano vai se ligar, impedindo que ele exerça ação bactericida ou bacteriostática (sítio: azul escuro, antibacteriano: laranja) Perda de Porinas A bactéria pode perder a porina, ou pode acontecer uma mudança no canal que não permite que o antibacteriano entre ou uma redução de excreção Bombas de Efluxo Proteína que joga ele fora – remove o antibacteriano de dentro da bactéria Substâncias proteicas presentes no interior da bactéria e q podem ser produzidas através da expressão de um determinado gene fazendo com que ocorra uma remoção dos agentes antimicrobianos, a bactéria vai envolver gasto energético para fazer com que ocorra a formação de uma BOMBA (estrutura capaz de remover moléculas antimicrobianos de dentro dela p fora) = daí n da tempo do antibacteriano agir ali e destruir ela
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