Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIBRA - Centro Universitário Brasileiro 2021.2 Curso: Bacharelado em Medicina Veterinária Turma: 5AN Disciplina: Patologia Clínica Veterinária Profª.: Telga Lucena Aluna: Lígia Rayssa Figueirêdo de Paiva Rodrigues ____________________________________________________________________________________________________________ LÍQUIDOS CAVITÁRIOS Observações de Aula ➢ Particularidades do Líquido Cavitário ○ Mecanismos Fisiopatológicos Associados aos Derrames Cavitários: aumento da pressão hidrostática, tais como obstrução da circulação venosa e insuficiência cardíaca congestiva direita; diminuição da pressão oncótica, causada por diversos fatores tais como agentes infecciosos, veneno de cobra, reação alérgica, queimaduras, desnutrição, parasitose intensa, insuficiência hepática, anemia hemolítica e doença renal; lesão vascular e obstrução linfática. ○ Classificação dos Líquidos Cavitários: os líquidos cavitários são classificados de forma didática em transudato simples, transudato modificado e exsudato. Levando em consideração as características de concentração de proteínas e contagem de células nucleadas. Desta forma, transudatos simples são efusões que apresentam pouca concentração de proteínas e de células. Transudatos modificados, como o próprio nome se refere, são transudatos que se modificaram devido à adição de proteínas ou de células. Já os exsudatos são efusões ricas em proteínas e células. Importante: o calibre da agulha depende de onde será feita a coleta, Além disso, é necessário, ao menos, dois tubos, sendo um com EDTA, ou seja, o de tampa roxa e um sem EDTA, ou seja, o de tampa vermelha. Os dois tubos são necessários uma vez que a avaliação do exame do líquido cavitário é à prova de coagulação, então, se é usado somente o tubo com EDTA, o líquido não irá coagular e não conseguirá saber se a prova de coagulação é positiva ou negativa. Por outro lado, se é utilizado somente o tubo sem EDTA, o líquido cavitário coagula e inviabiliza a análise. Importante: toda cavidade possui líquido, uma vez que ele é o responsável por diminuir o atrito entre os ossos e articulações (líquido sinovial), o atrito entre os órgãos (líquido abdominal e torácico) e para diminuir o impacto (líquido cefalorraquidiano). Em condições normais, a quantidade de líquido é pequena. Em condições patológicas, há um aumento na quantidade de líquido cavitário. Importante: quanto mais proteínas no líquido, pior. Isso ocorre no líquido exsudato. ➢ Derrames Cavitários em Distúrbios Específicos ○ Efusão Quilosa: aumento da pressão ou ruptura do ducto torácico, predomínio de pequenos linfócitos. Em outras palavras, a efusão quilosa ocorre quando há drenagem diminuída por aumento da pressão dentro do vaso linfático ou por bloqueio da via linfática. Ela é composta por quilomícrons e lipoproteínas ricas em triglicérides que são absorvidas pelo intestino após a ingestão de alimentos ricos em lipídeos e pode ocorrer em pacientes com distúrbios linfáticos sistêmicos, como a linfangiectasia intestinal, devido a defeitos no transporte linfático-venoso do quilo da cavidade torácica para a circulação sistêmico, cujo tratamento baseia-se no fornecimento de dietas pobres em gordura, alta digestibilidade e proteína elevada, exceto quando ocasionado por tumores, neste caso, se indica a toracocentese e tentativa de ligação dos ductos torácicos. ○ Pseudo Quilo: efusões leitosas que não contém quilo, mas contém debris celulares, colesterol e complexo globulina lecitina. Exemplo: ruptura do ducto torácico. ○ Efusões Hemorrágicas: podem ser acidentais ou causadas por defeitos na hemostasia, traumas, parasitas cardíacos e neoplasias hemorrágicas. ○ Efusões Neoplásicas: pode originar qualquer tipo de efusão. ○ Peritonite Biliar: ruptura da vesícula ou ducto biliar, onde o exsudato se apresenta em tom esverdeado ou alaranjado, com bilirrubina precipitada. ○ Uroperitonio: ruptura da bexiga, implicando em urina na cavidade abdominal, fazendo com que a creatinina no líquido seja maior que a creatinina sérica. ➢ Particularidades do Fluido Sinovial ○ Função: nutrir a cartilagem, lubrificar as estruturas e reduzir o impacto. ○ Características: incolor ou amarelo claro, viscoso, límpido e não coagula. ○ Objetivo da Análise: serve para identificar a causa da alteração clínica que pode ser hemorrágica, neoplásica ou doença inflamatória. ○ Exame Físico: avalia a cor, o aspecto, a coagulação e a contaminação. ○ Teste de Qualidade do Coágulo de Mucina ■ Normal: coágulo firme, viscoso e claro. ■ Regular: massa delicada, em solução levemente turva e cor amarelo-claro ou âmbar. ■ Muito Deficiente: pouco “flocos”, turvo, amarelo claro ou escuro, âmbar claro ou escuro. Importante: a avaliação do líquido sinovial é mais comum em equinos, uma vez que é necessário ter uma grande quantidade de líquido para possibilitar a avaliação. ➢ Líquor - Líquido Céfalo Raquidiano ○ Função: proteção mecânica contra impactos, proteção biológica contra microorganismos, equilíbrio hídrico, eletrolítico e de ácido base, pressão intracraniana. ○ Indicações: pacientes com quadro neurológico, diagnóstico, sorologia e prognóstico. ○ Contra-Indicações: pacientes que não podem ser anestesiados (pacientes anêmicos), aumento da pressão intracraniana, trauma crâneo-encefálico, hidrocefalia, anisocoria, edema, infecções cutâneas e distúrbios de hemorragia. ○ Exame Físico: observa o aspecto e a cor.
Compartilhar