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AULA-25-a-28

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29/06/2018
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Locação de coisas (arts. 565 a 578, CC; 
Lei nº 8245/91)
1. Conceito: acordo pelo qual uma parte (o locador) se compromete a 
transferir a outra (o locatário) o uso e a fruição de um bem não fungível, 
mediante retribuição
2. Elementos
a) Objeto: todo bem não fungível (senão, caracteriza mútuo), móvel ou 
imóvel 
b) Preço: chamado aluguel, é a retribuição dada pelo locatário e que 
atribui onerosidade a esse contrato. 
- como regra, é pago em dinheiro, mais doutrina e jurisprudência o 
admitem em obras ou serviços. 
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- deve expressivo, razoável, uma vez que a gratuidade qualifica o 
comodato. 
- proíbe-se sua vinculação à variação cambial (por exemplo: ao dólar), pela 
instabilidade que isso causaria ao contrato, bem como, sua vinculação ao 
salário mínimo, cujo ganho real ficaria comprometido
- pode ser definido pelas próprias partes, por arbitramento ou por ato 
governamental (aplicado por exemplo a locação de táxis)
- não se admite como regra a exigência do pagamento antecipado do 
aluguel, exceto na hipótese de locação para temporada e como forma de 
garantia locatícia, quando o inquilino não apresentou outra garantia 
(quando o valor antecipado não pode exceder a três alugueis)
c) Consentimento: pode ser expresso ou tácito, exigindo-se do locador que 
apresente poderes de administração, seja ele proprietário ou não
3. Obrigações do locador
4. Obrigações do locatário (inquilino)
5. Locação de prédio urbano (Lei nº 8245/91)
a) Competência da Lei do Inquilinato: caráter residual 
b) Prazo do contrato: definido pelas partes
c) Retomada do imóvel 
* denúncia cheia – prazo inferior a 30 meses – prorrogação automática
* denúncia vazia – prazo de 30 meses ou mais – extinção automática
d) Morte do locador e locatário: sub-rogação por outrem
e) Dissolução do casamento ou união estável: contrato passa a quem 
continuar com o bem, podendo o locador exigir novas garantias
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e) Venda do imóvel locado: como regra, o adquirente pode encerrar o acordo, 
exceto se ele for por prazo determinado e houver cláusula de prorrogação da 
locação em caso de venda
f) Garantias locatícias:
* caução – garantia real (bem móvel ou imóvel)
* fiança – garantia fidejussória ou pessoal
* seguro de fiança locatícia – vincula instituição securitária 
* cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento
- é vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das modalidades de garantia num 
mesmo contrato de locação
- o seguro de fiança locatícia abrangerá a totalidade das obrigações do locatário.
- salvo disposição em contrário, a garantia da locação, em qualquer modalidade, 
se estende até a efetiva devolução do imóvel
(CS-UFG – Procurador – AL-GO/2015) A matéria relativa às locações dos 
imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes é objeto de 
minuciosa normatização pela Lei n. 8.245, de 18 de outubro de 1991, 
conhecida como Lei do Inquilinato. No tocante às garantias locatícias, esse 
diploma legal prescreve:
a) a caução, a fiança, o seguro de fiança locatícia e o aval são modalidades 
específicas. (art. 37) - o aval não é garantia locatícia
b) a presença de mais de uma das modalidades de garantia em um 
mesmo contrato de locação é permitida. (art. 37, parágrafo único) – essa 
presença é vedada
c) a garantia da locação, em qualquer modalidade, se estende até a 
efetiva devolução do imóvel, independentemente de disposição 
contratual em contrário. (art. 39) – essa regra pode ser afastada por 
contrato
d) a caução poderá ser em bens móveis ou imóveis. (art. 38)
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Responsabilidade Civil
(arts. 927 a 954, CC)
1. Obrigação de reparar o dano
2. Responsabilidade subjetiva (culpa) e objetiva (risco)
3. Responsabilidade civil e penal
a) Gravidade do ato ilícito
b) Comparativo
- caráter patrimonial x caráter pessoal
- atipicidade civil x tipicidade penal
- culpabilidade ampla x culpabilidade mínima
- imputabilidade civil x imputabilidade penal
4. Regras fundamentais:
- responsabilidade subsidiária do incapaz, havendo patrimônio e não 
sendo reduzido à miséria
- responsabilidade civil independe da criminal, mas a decisão criminal 
vincula a esfera cível quanto ao reconhecimento da culpa
- o dono ou detentor do animal responde objetivamente pelo dano 
causado por este, salvo caso fortuito e força maior
- o habitante de prédio responde objetivamente pelas coisas que dele 
caírem ou forem arremessadas
- o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se 
com a herança.
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(FCC – Técnico Judiciário – TRT 20/2006) Considere as assertivas a respeito 
da responsabilidade civil:
I. O empregador é responsável pela reparação civil por atos praticados por seus 
empregados no exercício do trabalho que lhes competir, ainda que não haja culpa de 
sua parte. (art. 932, III, CC, c/c art. 933, CC)
II. A responsabilidade civil é independente da criminal, podendo, por isso, questionar-
se sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões 
se acharem decididas no juízo criminal. (art. 935, CC) – não se pode mais questionar
III. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar 
culpa da vítima ou força maior. (art. 936, CC)
Está correto APENAS o que se afirma em: 
(A) I e II. 
(B) I e III. 
(C) II. 
(D) II e III. 
(E) III. 
5. Responsabilidade contratual e extracontratual
a) Conceito 
b) Diferenças essenciais 
- acordo de vontades x lei
- culpa presumida x culpa comprovada
c) Pressupostos da responsabilidade extracontratual
- ação ou omissão
- culpa ou dolo
- relação de causalidade (nexo causal)
- dano (material/moral)
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6. Regras especiais sobre a indenização:
- é definida pela extensão do dano, mas o juiz pode reduzir equitativamente o 
seu valor se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano
- no caso de lesão ou outra ofensa à saúde, consistirá no pagamento das 
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença, 
além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido
- será fixada tendo em conta a gravidade da culpa da vítima em confronto com 
a do autor do dano, se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento 
danoso
- decorrendo de ofensa à liberdade pessoal e o ofendido não podendo provar 
prejuízo, será fixada equitativamente pelo juiz, conforme os dados do caso
- se houver usurpação ou esbulho e a restituição da coisa não for possível, na 
consistirá na restituição do equivalente estimado pelo valor de afeição, desde 
que este não se avantaje ao seu preço ordinário (ou seja, não o supere)
(FCC – Analista – Execução de Mandados – TRT 20/2011) No que concerne à 
responsabilidade civil é INCORRETO afirmar que a indenização 
(A) no caso de lesão ou outra ofensa à saúde consistirá no pagamento das despesas do 
tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença, além de algum outro 
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. (art. 949, CC)
(B) poderá ser reduzida, equitativamente, pelo juiz se houver excessiva desproporção 
entre a gravidade da culpa e o dano. (art. 944, parágrafo único)
(C) será fixada tendo em conta a gravidade da culpa da vítima em confronto com a do 
autor do dano se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso. (art. 
945, CC)
(D) por ofensa à liberdade pessoal, se o ofendido não puder provar prejuízo, será 
fixada equitativamente pelo juiz, na conformidade das circunstâncias do caso. (art. 
954, CC) 
(E) consistirá, havendo usurpação ou esbulho do alheio, se a restituição da coisa não 
for possível, na restituição do equivalente, estimado pelo valor de afeição, ainda que 
este se avantaje ao seu preço ordinário. (art. 952, caput e parágrafo único) – desde 
que não se avantaje 
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Direito das Coisas
(arts. 1196 a 1510, CC)
I - Posse
1. Propriedade e posse: domínio (abstrato) e uso (concreto)
2. Possuidor: “todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum 
dos poderes inerentes àpropriedade”
3. Classificação da posse
a) Posse direta e indireta: apreensão física/construção legal
b) Posse justa e injusta: violência/clandestinidade/precariedade
c) Posse de boa-fé e de má-fé: consciência ou não da irregularidade
d) Posse causal e não-causal: titulada/não titulada
e) Posse ad interdicta: ineficaz/eficaz para a usucapião
3. Efeito: proteção possessória
a) Ofensas à posse
- ameaça de agressão iminente
- turbação (tentativa de retirada da posse)
- esbulho (perda total e consumada da posse)
b) Autodefesa ou autotutela possessória
- legítima defesa (turbação) e desforço imediato (esbulho)
- requisitos (reação proporcional, imediata e pessoal)
c) Ações possessórias 
- interdito proibitório (ameaça)
- manutenção (turbação) e reintegração de posse (esbulho)
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4. Regras especiais:
- detenção (inferior à posse): cuidar do bem no interesse alheio/atos de mera 
permissão ou tolerância/enquanto não cessar a violência ou clandestinidade
- a posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis 
que nele estiverem, tendo em vista que são posses distintas
- composse: quando duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, cada uma 
pode exercer atos possessórios, desde que não exclua as demais
- o possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e 
úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, 
quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção 
pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis
- ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; 
não lhe assiste o direito de retenção por estas, nem o de retirar as voluptuárias
- o sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor e ao singular 
é facultado unir sua posse à do antecessor
(FCC – Analista Judiciário – Área Judiciária – TRE RS/2010) Com relação à posse é 
certo que:
(A) A posse do imóvel não faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis 
que nele estiverem, tendo em vista que são posses distintas, com efeitos distintos. 
(art. 1209, CC) – a posse do imóvel faz presumir a das coisas móveis nele presentes
(B) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em 
virtude de direito pessoal anula a indireta, de quem aquela foi havida. (art. 1197, 
CC) – uma posse não anula a outra
(C) Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, não poderá cada uma exercer 
sobre ela atos possessórios, devendo estes serem praticados sempre em conjunto. 
(art. 1199, CC) – cada uma pode exercer atos possessórios, desde que não excluam 
as demais
(D) O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; mas ao 
sucessor singular é vedado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
(art. 1207, CC) – ao singular é facultado unir sua posse à do antecessor
(E) Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, 
de algum dos poderes inerentes à propriedade. (art. 1196, CC)

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