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Direito Civil - Coisas

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Direito Civil – Coisas
Segundas às 14h – 10ª andar
		Teoria Geral dos Direitos Reais
1) Introdução.
2) Conceito.
3) Teorias.
4) Características.
5) Relação com o Direito Pessoal.
6) Espécies.
1 – Introdução: Princípio da Legalidade: Reserva Legal: Direito Real tem como fonte a Lei. 
Introdução:
- Artigos 1.1096- 1.510 – E, do CC;
- Lei 13.777/2018 (20 de dezembro): incluiu o instituto da Multipropriedade. 
- Lei 13.465/2017 (11 de julho de 2017): disciplina o condomínio de lotes, Laje.
- Lei 6.015/73: Lei dos Registros Públicos – artigos 167 a 299.
- Lei 4.591/64: condomínios e incorporação imobiliária.
- Lei 6.766/79: Parcelamento e Loteamentos. 
- Lei 9.514/97: disciplina a alienação fiduciária e garantia 
- Livro 3 da Parte Especial “Direito das Coisas” – Ebert Chamoun : Sistema do Título e do Modo: o direito real não nasce com o título, é necessário o Registro ou a Tradição. Assim há uma causalidade entre o título translativo (contrato) e o Registro (1227, CC) ou Tradição (1226, CC). Atenção ao artigo 1.245, § 1º - sistema causal. 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
	Direito Pessoal					Direito Real
				Causalidade
	Sistema Título					Modo
	Título Translativo			Tradição ou Registro
 (Contrato Compra e Venda, Doação, Obrigação de dar)
2 - Conceito: 				 
Direito Subjetivo: Propriedade 		Propriedade imaterial
					Propriedade MATERIAL
- Direito das coisas: Livro II, dos Bens – coisa é tudo que pode ser mentalizado, tanto para situações relevantes para o direito como não. Já Bens são tudo que tem utilidade e realidade. 
Obs: Coisa não titulariza direito, mas é sim objeto do direito, ou seja, só existe relação jurídica entre sujeitos jurídicos, pois só sujeitos titularizam direitos e obrigações. 
+ Direitos Reais: denota a existência concreta dos bens. Conceitos de direitos reais:
	=> Ontológico: conjunto de princípios e regras que disciplina a propriedade em suas múltiplas fases. 
Atenção: Propriedade tem 2 grandes fases: aparente (posse) e não aparente (propriedade propriamente dita ou direito real sobre coisa alheia)
	=> Funcional: é uma relação jurídica de sujeitos jurídicos tendo em vista os bens, objetivando bens. 
								 Aparente = Posse
Direitos Conceito ontológico: conjunto princípios e regras = Propriedade
 Reais Conceito funcional: relação sujeitos				 Não aparente	 Propriedade propriamente dita
				Bens							 Direito Real sobre Coisa Alheia
(Existência concreta)
3 - Teorias: 
1) Teoria Realista: relaciona o sujeito ativo com o objeto, sendo que seria possível uma relação do sujeito com o objeto.
	Sujeito Ativo
				Relação Jurídica
		 Objeto
2) Teoria Personalista - artigo 1º, CC: (inspirado em Kelsen e Kant) Dispõe que a relação jurídica de direito real é a relação jurídica de um sujeito ativo e um sujeito passivo. 
=> Sujeito ativo de direito real: é o proprietário “dominus”: tem uma relação material com o objeto (pode usar, fruir, dispor e reaver)
=> Sujeito Passivo: todos os demais, assim é INDETERMINADO, é UNIVERSAL. 
=> Tutela estática da propriedade: protege o sujeito ativo
=> Tutela dinâmica da propriedade: protege o sujeito passivo. O terceiro só terá uma relação com o objeto de forma ilícita. 
Vínculo Jurídico: o sujeito passivo tem uma obrigação de sujeição, não intervenção. Caso praticado o ilícito, o sujeito ativo tem o direito de sequela, ou seja, trazer de volta a coisa – Ação Rei + Vindicare (coisa + volta): reivindicatória. 
Objeto: existência real, economicidade (valor) e determinado.
Principio da legalidade, ou seja, apenas a Lei estabelece direito real, assim protege os terceiros universais, por isso existe a reserva legal. Também o Princípio da Publicidade, com a certidão do dono. Assim todos os demais são terceiros de má-fé, pois estão cientificados do proprietário. 
Dispositivo Legal: art. 1.228, CC: “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”.
Tutela Estática					Tutela Dinâmica
	 Obrigação de sujeição
Sujeito Ativo							Sujeito Passivo
	 	 Direito de Sequela
								Ação Rei + Vindicare
relação						 Ilícita
material
 (usar, fruir, dispor)
			 Objeto
4 - Características:
1) Oponibilidade “erga omnis”: o sujeito ativo pode se opor a todas as pessoas. 
Curiosidade: Em Fraude à Execução, caso haja Averbação premonitória se protege o credor, caso não haja, protege-se o 3º adquirente de boa fé. 
2) Exclusividade: no polo ativo. Significa total impossibilidade de que 2 ou mais titulares tenham o mesmo direito real sobre o mesmo bem em concreto e no mesmo momento. 
Obs: Pode ter direitos reais diferentes. Exemplo: usufruto; 
Obs: cada um pode ter fração do mesmo bem. Exemplo: condomínio
Obs: tempo diferente. Exemplo: Multipropriedade. 
Atenção: Só uma situação fere a exclusividade: comunhão dos cônjuges (única exceção) – artigo 499, CC.	 Porém, caso não se perdure, teremos o condomínio.
 Impossibilidade:
2 ou mais titulares
+
Mesmo direito real => Usufruto
+
Mesmo bem em concreto => Condomínio
+
Mesmo momento => Multipropriedade 
3) Perpetuidade: direito real não perece no tempo. É uma garantia fundamental. Há transmissão entre vivos e a causa mortis => direito de herança só existe porque o direito real é perpétuo. Não há de se falar em prescrição ou decadência. 
4) Aderência da propriedade: a propriedade está unida ao sujeito. Não existe, por regra geral, objeto sem sujeito. Todo bem tem titular, em regra. 
Obs: Art. 1784, CC: “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários”. Assim, o “Princípio da Saisine” consagra que a posse dos bens do "de cujus", se transmite aos herdeiros imediatamente na data de sua morte.
- No caso de bem vago (sem titular), esse bem vago precisa ser arrecadado => move-se ação de arrecadação de bem vago. (Município por bem vago no município - urbano, União por bem rural). 
5) Privilégio dos direitos reais ou o crédito privilegiado, pois não se sujeita a rateio. Existe o privilégio de pagamento. Esse privilégio é normalmente de ordem cronológica, ou seja, o mais antigo é o melhor, pois não existe divisão entre eles.
6) Objeto: o bem é determinado e econômico. Não meramente determinável. 
Obs: O perecimento do objeto é a principal causa de extinção do direito real, pois quando perece ele deixa de ter valor. 
7) Origem: pode ter origem jurídica (escrituras) ou origem meramente fática (usucapião). 
5. Relação com os Direitos Pessoais
+ Temos nos direitos pessoais:
- Os sujeitos ativos e passivos são sempre pré-determinados na relação jurídica. 
- O objeto é a prestação, algo imaterial, a obrigação de dar, fazer e não fazer. 
- Relação jurídica: sujeito passivo tem dívida e o sujeito ativo tem uma responsabilidade. 
			 Direitos Pessoais		Obrigações 
								Contratos
				 Dívida - Schuld
	 Sujeito Ativo				 Sujeito Passivo
 (Credor) Responsabilidade - (devedor)
			 Haftung
								Obrigação de dar
			 Objeto => Prestação 	Obrigação de fazer
								Obrigação de não fazer
+ Comparação com as características dos direitos reais:
=> Oponibilidade “erga omnis” / Já no direito pessoal é “inter partes” - somente pode implicar o devedor, não também terceiros. 
Iluminado pelo Princípio do Pacta Sunt Servanda (389, CC): o contrato vincula as partes, é Lei entre as partes + Princípio da relativização dos efeitos dos contratos: só é Lei para os que anuem com o contrato. 
=> Exclusividade / Já no direito pessoal é ou um vínculo simples ou é com solidariedade, admitindo, assim, no mesmo vínculo, mais de um credor e/ou mais de um devedor. 
=> Perpetuidade / Já nodireito pessoal é a transitoriedade, ou seja, não existe obrigação perpétua. Isso nos mostra que relação obrigacional sujeita-se à prescrição.
=> Aderência / Já no direito pessoal é não aderente, sendo que as prestações não acompanham o titular obrigatoriamente. Exemplo: cessão de crédito.
=> Privilegiado / Já no direito pessoal existe o denominado Crédito quirografário, havendo um rateio entre os credores. Um credor não está à frente de outro. 
=> Bem determinado / Já no direito pessoal o bem pode ser determinável, ou seja, basta conhecer o gênero e a quantidade. Instituto da escolha (104 CC).
=> Origem fática ou jurídica / Já no direito pessoal a origem é apenas jurídica, decorrendo da Lei ou da vontade das partes.
6 – Espécies (classificação)
=> Direito Real sobre coisa própria: unidade de poder, ou seja, todo titular pode usar, fruir, dispor e reaver a propriedade, que divide-se em 3:
a) Propriamente dita: imóvel e móvel - resolúvel
b) Condomínio: voluntário/necessário – edilício – lotes - Multipropriedade
c) Laje (13.465/17):é dono da propriedade sobreposta, mas não é proprietário do terreno
=> Direito Real sobre coisa alheia (divisão de poder):
a) Fruição (um titular fruindo e outro dispondo): enfiteuse, superfície, servidão predial, usufruto, uso, direito real de habitação, renda expressamente constituída sobre imóvel, concessão de uso para fim de moradia e concessão de direito real sobre uso.
b) Aquisição: compromisso irretratável de compra e venda: decorrente de loteamento (6766/79), incorporações (4581/64) e demais (decreto lei 58/37).
c) Garantia: figura do proprietário devedor que dará seu bem em garantia. Hipóteses: hipoteca, penhor, anticrese. 
d) “Sui Generis” (afetado): alienação fiduciária em garantia: para bens móveis (decreto 911/69) e para bens imóveis (lei 9514/97). 
Atenção: Os direitos reais são previstos em um rol taxativo, porém não exaustivo, ou seja, pode haver nova Lei criando novos direitos reais: previsão: 1225, do CC / 167, CRP.
 Observações: 
=> Enfiteuse: anteriormente, havia previsão no artigo 674 do CC de 1916, mas foi suprimido no rol do artigo 1225 do CC posteriormente. Atualmente se encontra no artigo 2.038 do CC.
Seu conceito é um desmembramento da propriedade. De um lado, o “senhorio” que tem um terrenão e do outro lado um “enfiteuta”. O “Senhorio” recebe foro anual e laudêmio. 
Obs: Existe a enfiteuse privada e enfiteuse pública (que engloba as áreas da marinha, igreja e coroa). A privada acabou pelo código, não podendo ser criado novas subenfiteuses e nem cobrado laudêmio, porém as enfiteuses antigas continuam a existir. A Secretaria do Patrimônio da União controla as enfiteuses públicas. 
=> Renda Expressamente constituída sobre o imóvel: é vitalícia, até a morte do dono. Caso o devedor não pagar, o dono retoma o imóvel. 
Essa renda deixou de ser direito real e se tornou contrato com eficácia real, que é uma FIGURA HÍBRIDA. De um lado direito real e do outro direito obrigacional, estando no intermédio dessas. Existem 2 grandes figuras híbridas: 
a) Contrato com eficácia real: é um contrato que gera um efeito contra todos. Por exemplo: a locação, que apenas para fins de vigência, o efeito é ERGA OMNIS, pois o sujeito passivo fica universal.
b) Obrigação Propter Rem: acompanha a coisa. Exemplo: Direito a vizinhança enquanto dono do imóvel. A causa mais comum de perda da obrigação Propter Rem é o abandono da coisa. 
- Concessão de uso para fins de moradia e concessão de direito real sobre uso: Código Civil se aproximou do direito administrativo porque tem dois efeitos civis: Pode acontecer por hipoteca ou alienação fiduciária em garantia. 
- Alienação fiduciária em garantia: bem fora do comércio, sendo afetado e não possuindo ambulatoriedade.
Obs: ambulatoriedade significa que a garantia acompanha a coisa quem quer seja seu proprietário, assim, até poderia o devedor vender sem anuência do credor, pois quem garante a dívida é a coisa, não o sujeito.
Lembrete: Contrato real segue uma caraterística do direito pessoal, somente existindo com a entrega da coisa, não sendo consensual.
=> Posse não é um direito real, vem do instituto alemão Gewere.
		Teoria Geral da Posse (art. 1196 a 1203, CC)
1) Conceito.
2) Teorias.
3) Natureza Jurídica.
4) Detenção.
5) Espécies de Posse
1 – Conceito: 
					Usar
Possuidor = Sujeito Jurídico 	Fruir	
 (art. 1.196, CC)		Dispor
					Reaver
		Ontológica	Mera Aparência de Propriedade						artigos 554 e seguintes CPC
Posse 								1. Usucapião		- Ação de Reintegração da Posse (esbulho)
		Funcional	Situação de Fato		Efeitos Jurídicos	2. Ação Possessória	- Ação Manutenção (Turbação)
									3. Legítima Defesa	- Interditio Proibitório (ameaça)
									4. Indenizações
Aparente		 Usucapião		 Realidade
 Posse				 Propriedade 
=> Conceito Ontológico: é uma mera aparência de propriedade (a mera já é suficiente). 
=> Possuidor (1.196, CC): sujeito jurídico que apresenta qualquer dos poderes da propriedade (usar, fruir, dispor e reaver). 
Atenção: Entre os dois mundos, existe uma ponte, que é o instituto do usucapião. 
Art. 557, CPC.  Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único: Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
Assim, não adianta a alegação de ser proprietário da coisa na ação possessória. É errado, já que estão em mundos distintos. Usa-se possuidor em uma ação possessória. 
=> Conceito Funcional: situação de fato que gera efeitos jurídicos, quais são: 
1. Usucapião: converter mero possuidor em proprietário;
2. Ação Possessória (554 e seguintes do CPC):
a) Ação de reintegração de posse (esbulho)
b) Ação de Manutenção de posse (turbação: início de invasão)
c) Interdito Proibitório (ameaça) 
3. Legitima Defesa da Posse: autotutela;
4. Indenizações.
Obs: Ação possessória tem a liminar no procedimento especial de jurisdição contenciosa. Posteriormente o procedimento vira comum. 
				
			Comum		ordinário
Procedimento 
			Especial 	Jurisdição Contenciosa
					Jurisdição Voluntária
2 – Teorias:
						Elemento Objetivo: “corpus” => Relação Sujeito e objeto => poder de disposição física da coisa
		 Subjetiva	(Savigny)	Elemento Subjetivo: “ânimus” => vontade de ser dono => animo de tê-la sua e defendê-la de 3º
Teorias								“domini” ou “rem sibi habendi”
		 Objetiva	(Ihering)		Elemento Objetivo: “corpus” => comportamento => Visibilidade de domínio => GEWERE
						Elemento Subjetivo: “ânimus” => tenendi
Teoria Subjetiva da Posse: vem do começo do século XIX, feita pelo Savigny. Elaborado na época da Alemanha Feudal. 
=> Mostra que a posse tem dois grandes elementos:
- Objetivo: “corpus” => relação sujeito e objeto => posse é um poder de disposição física da coisa.
- Subjetivo: “animus” => vontade ser dono “Domini” ou “Rem sibi habendi” => com ânimo de tê-la como sua e de defendê-la contra terceiros. 
Obs: seu grande defeito é relacionar possuidor com proprietário. Sua finalidade atual é usada apenas no instituto do usucapião. Erroneamente expressa que todo possuidor tem vontade de ser dono (proprietário). Exemplo: todo locatário quer ser dono?
= Esta teoria é certa em apenas um instituto, o do USUCAPIÃO. 
Teoria Objetiva da Posse: criada por Ihering. Existem também dois elementos:
- Objetivo: “corpus” => é determinado pelo comportamento do sujeito em relação ao objeto e não a relação física.
- Subjetivo: “animus” => a vontade não é elemento autônomo, mas sim está no elemento objetivo, está no comportamento (unificação dos elementos). O animus é “tenendi”: vontade de ser possuidor (não de ser proprietário). 
Obs: Aqui, Ihering desvinculou a propriedade da posse. Esta teoria é a usada atualmente no Brasil, tendo sido introduzida pelo aprendizado do Carlos Beviláque do Código Alemão. 
=> Conceito: posse é visibilidade de domínio ou propriedade. 
	TEORIAS
	Relação Posse/PropriAnimus
	Número Elementos
	Subjetiva
	Subordinação
	“domini” ou “rem sibe habendi”
	2 elementos
	Objetiva
	Independência
	“Tenendi”
	1 elemento
	Efeitos Práticos
	557, CPC
1.210, §2º, CC
	1.197, CC
- direta/indireta
	P.I.: 561, CPC
	Observações do quadro: 
Subordinação: nela, a posse sempre é inferior a propriedade.
Independência: previsto nos artigos 557, do CPC e 1.210, § 2º do CC: propriedade e posse desvinculada. 
=> exceptio proprietatis: Não pode defender a posse alegando ser proprietário. Esta defesa não gera efeitos no Brasil. Há uma exceção: apenas cabe no USUCAPIÃO (“Exceptio Usucapoinem”): isto pois em matéria de usucapião, adota-se a subordinação. 
=> Tenendi: 1.197 do CC: Posse direta e posse indireta. Na Locação, por exemplo, o locatário (posse direta) e o locador (posse indireta). O artigo referido até mostra que o possuidor direto é melhor que o indireto, isto, pois o locatário pode defender sua posse contra o locador. 
=> Petição Inicial (art. 561, do CPC): incumbe ao autor provar:
a) a posse + a continuação da posse (ação de manutenção) ou a perda da posse (ação de reintegração); 
b) a turbação ou esbulho praticado pelo Réu;
c) data. 
3 – Natureza Jurídica:
Formaram-se três Grandes Correntes a respeito da Natureza Jurídica da Posse: 
a) A posse é um direito pessoal: é equívoca porque o possuidor tem oponibilidade erga omnis.
b) A posse é direito real: isto porque é oponível contra todos. Isto também porque a posse compõe as ações Reais, que são as Possessórias e as Petitórias. 
c) A posse em si é um fato: isto por três motivos: 
1. Artigo 1196, do CC assim prevê.
2. Artigo 1225, do CC: não coloca posse do rol de direitos reais. 
3. Origem: Lícita: tradição / Ilícita: criminosa. Por poder ter origem ilícita, questiona como poderia gerar um direito se foi adquirida por meio ilícito. 
Obs: Para o Kumpel, a última é a correta. 
4 – Detenção: 
=> Posse x Detenção
							Usucapião
- Posse = situação de fato = gera os efeitos jurídicos	Ação Possessória
		 art. 1.196, do CC		Legítima Defesa
							Indenizações
											1. Tipicidade
- Detentor = situação de fato = não gera efeito jurídico => Excludente de Posse		2. Pessoalidade
											3. Transitoriedade
1. Tipicidade: deve estar previsto as situações de detenção
a) art. 1.198, do CC: relação de dependência => empregado => FÂMULO DA POSSE 
b) art. 1.208, do CC: mera permissão ou tolerância => exemplo: sucessão. Irmão deixa o outro ficar na casa do pai falecido.
c) art. 1208, do CC: cessar violência ou clandestinidade.
d) Lei 13.465/17: ocupação.
2. Pessoalidade: detentor está em uma situação especifica.
3. Transitoriedade: pode mudar.
		Detenção	Posse injusta e de má fé
	 Esbulho
			Ato de inércia
=> Fâmulo da Posse: Trata-se de quem detém a coisa, mas em nome de outrem. Ou seja, conserva a posse para seu verdadeiro proprietário em virtude de sua situação de dependência econômica ou de subordinação em relação a uma outra pessoa
=> Interventio Possessois: Mudança da natureza da posse: exceção ao artigo 1.203 do CC: “Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida”. 
=> Até 24 horas desde o esbulho, o ocupante é detentor. Caso o ato do proprietário não seja de oposição, quietando-se inerte, o ocupante torna-se possuidor se passado 24 horas. Para o proprietário recuperar a posse, precisa ir ao judiciário. 
Obs: Ocupação de bem público é detenção e não posse. Por isso é impossível usucapir.
5 - Espécies de Posse
5.1 – Jus Possidendi x Jus Possessionis
5.2 – Posse direta x Indireta
5.3 – Posse Justa x Injusta (força nova x velha)
5.4 – Posse boa-fé x má-fé 
5.5 – Composse
5.6 – Quase-posse
	5.1 – Jus Possidendi x Jus Possessionis
=> Jus Possidendi: Posse que tem por fundamento a propriedade, assim o possuidor possui um título de domínio (matrícula do imóvel). 
=> Jus Possessionis: posse sem título de domínio. Normalmente é uma ocupação diária. 
Obs: nada diferencia. A mesma reintegração de posse, Legítima Defesa, indenização, cabe para ambos, pois a matéria é possessória, ou seja, NÃO HÁ DE SE FALAR EM PROPRIEDADE.
	5.2 – Posse Direta x Indireta
- artigo 1.197, do CC.
			 POSSE PLENA	 C.V.
	O. Dar.		Permanente (entrega)	 Doação						Locação
=> Relação Jurídica 			 Troca			 Direito Pessoal	Comodato
			Temporária ou transitória (obrigação de restituir)				Depósito
													Venda Consignada
				Precariedade: tem que devolver		Direito Real	Superfície
												Usufruto
								Confiança			Alienação Fiduciária em Garantia
=> Na relação jurídica permanente, onde há a entrega, fala-se em posse plena.
			 Obrigação de entregar o bem 
		Vendedor				 Comprador
 Posse Plena		 Obrigação de entregar dinheiro		Posse Plena
Obs: Posse plena: direta + indireta. Só existe na permanente. 			
=> Posse direta: é a realidade. É o cumprimento do artigo 1.196, do CC. É o conceito de posse. Locatário, Comodatário, Usufrutuário. Pode defender do possuidor indireto, sendo melhor que o indireto.
=> Posse indireta: é uma ficção (contrapõe a realidade). Locador, Comodante, Proprietário (oposição ao usufrutuário). 
Atenção: A proteção legal criada é para o POSSUIDOR DIRETO. Só protege o possuidor indireto se há quebra de confiança, pois a obrigação de restituir precisa de confiança. 
Por esta proteção, quebrada a confiança, o possuidor indireto notificará o direto para sair, constituindo ele em mora (constituição formal em mora), dando um prazo de 30 dias para sair. Caso o possuidor direto não saia, move-se ação de reintegração de posse. 
Obs: A ficção da posse indireta é criada para proteger o possuidor indireto em caso de precariedade (quebra de confiança), para fins de ação possessória. 
	Posse Direta					 Posse Indireta
				Mútuo feneratício
			Alienação Fiduciária em Garantia
				Bem afetado
 Proprietário 					Instituição Financeira		=> 	 Consolidação
 (Devedor Fiduciante)		notificação 15 dias	 (Credor Fiduciário)			“proprietário”
	
Notificação (30 dias)				 15 dias 
 Reintegração de posse (60 dias)	 1º LEILÃO => pelo valor do contrato
						 30 dias 
					 2º LEILÃO => pelo valor da dívida
					 Arrematante => Proprietário 
=> Lei 9.514/97, artigo 30.
- Constituição formal em mora: o possuidor indireto fica em uma posição melhor. 
- Bem afetado: é de ninguém. 
- Consolidação: Banco passa a ser “proprietário” desse imóvel. 
- Arrematante: 3º estranho que compra o imóvel, virando o proprietário. 
	5.3 – Posse Justa x Injusta (força nova x velha)
			 Justa = Lícita => tradição, ocupação.
- art. 1.200, CC: Origem 					violenta => força física ou mental
		 Injusta (rol taxativo) = Ilícita =>	clandestina => oculta
								Precária => quebra de confiança
=> Violenta: aquele cuja origem é ato de força física, como esbulho; ou moral, como extorsão. 
=> Clandestina: nasce oculta. 
=> Precária: oriunda de quebra da confiança. 
Esbulho detenção 			 Posse Ilícita	 Posse Lícita + Propriedade
Ato violento inércia do titular		15 anos Justificação da Posse
		detenção			 Posse ilícita 	 Posse Lícita + Propriedade
Ato clandestino		 ato aparente			15 anos		 Justificação da Posse
	 Posse direta + lícita			 Posse Ilícita	Posse ilícita
Contrato vigência do contrato 30 dias 15 anos 
 tem precariedade
Serve para: Usucapião (artigo 1.208) e Ação possessória. 
=> A precariedade não convalesce jamais. A posse precária, ou seja, oriunda de quebra de confiança, não gera usucapião, pois a confiança é permanente e deve ser valorizada. Já no esbulho e ato clandestino, pode gerar usucapião. 
Força nova => titular tem direito a liminar => se o ato de esbulho e turbação for até 1 ano e 1 dia. 
Ação possessória
Força velha => titular não tem direito a liminar => se o ato de esbulho eturbação for posterior a 1 ano e 2 dias. 
Obs: Na questão processual, na força nova o procedimento é o especial de jurisdição contenciosa (liminar). Já na força velha, o procedimento é o comum, ordinário (com todos seus institutos, inclusive tutela). Liminar é bem mais fácil de provar.
=> A precariedade sempre será de força nova, podendo o possuidor indireto renotificar quando quiser. Isto porque não há um termo certo de precariedade, assim, sempre é possível renovar a força da ação. 
	5.4 – Posse de boa–fé x má–fé
=> Artigo 1.201, do CC:
									violência
		Boa-fé: ignorância de vício ou defeito sobre a coisa	clandestinidade
Posse									precariedade
		Má-fé: ter ciência do vício. 
=> Sistema da boa fé: 
- Objetiva (art. 422, do CC): padronização de um comportamento esperado do ponto de vista ético = lealdade contratual. Venire contra Factum Proprium. 
	- Subjetiva: psicológica, é interior. 
Atenção: a expressão “Guardar”, diversas vezes usadas no CC, significa cumprir com fervor, e deve sempre ser muito bem observada. 
Presunção: é uma ilação mental, onde se compara situações, uma conhecida com uma desconhecida. Existe:
- a presunção pro hominem: fática 
- a presunção jurídica: pro juris, legal, dividindo-se em duas:
a) relativa (juris tantum): admite prova em contrário.
b) absoluta (juris et de jure): não admite prova em contrário. 	
Justo título gera uma presunção relativa de boa fé: é um documento que apresenta a origem da posse. Exemplo: contrato, recibo de pagamento. 
- Para desfazer a ideia do justo título, deve apresentar os vícios do negócio jurídico (principal é a simulação). 
A presunção de Boa fé acaba com constituição em mora e prova em contrário do título. Ambos importantíssimos para indenização. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Art. 1.201, CC	boa-fé (sem ciência)		Presunção legal relativa		Título
Posse 		 má-fé	 (ciência)		Presunção Pro hominem geral		Prova da má-fé
Subjetiva							 Constituir em mora
			Boa-fé		Boa-fé			má-fé
 Imissão 				 notificação	 DESPEJO
Locatário			 prazo carência
		 Boa-fé	Direito Frutos Percebidos
Posse 				Indenização das benfeitorias 
		 Má-fé 	Indenizar frutos
				Perda das benfeitorias 
Obs: constituir em mora é importantíssimo para reclamar indenização. 
=> Injusta + boa fé: certo cidadão esbulha uma propriedade e utiliza-se de escritura pública falsa em uma cidade em que não há costume de registrar publicamente. No tempo de posse ilícita, ele vende a propriedade para “B”. B deterá a posse injusta, mas estará de boa-fé. 
=> Justa + má fé: a posse do sujeito é lícita, mas ele cria na cabeça que sua aquisição foi feita de forma irregular. Mero equívoco interno.
	5.5 - Quase-Posse
Quase significa como se fosse. Deriva do Direito Romano.
Quase-contrato: negócio jurídico unilateral. O mais comum e importante é o testamento, onde o beneficiário somente aceita quando o testamentário morrer, ou seja, o vínculo do objeto liga as partes. 
Quase-delito: todo crime culposo
Quase-posse: A classificação em quase-posse é histórica, do direito romano, sendo que quase significa "como se fosse", ou seja, uma situação intermediária. A quase-posse é aquela em que o possuidor não tem plenos direitos possessórias sobre a coisa. Portanto, existem limitações de direitos e efeitos para o possuidor. Exemplo:
			Servidão de Passagem
	Imóvel dominante		imóvel serviente 
Pode o imóvel dominante mover ação de reintegração da posse da passagem. O titular do imóvel dominante tem a quase-posse da passagem do imóvel serviente. 
	5.6 – Composse
Composse é a posse comum a duas ou mais pessoas (2 ou mais titulares). 
Posse comum a 2 ou mais	Pro indiviso	sem divisão na posse	 Posse integral	 Não há posse parte certa,
 								 (condomínio voluntário) é de TODOS => Posse tudo 
 COMPOSSE		Pro diviso 	divisão na posse
- Pro indiviso: é aquela em que não há divisão na posse, então temos a posse integral. Situação mais comum é o condomínio voluntário: não há posse em parte certa, pois todos tem posse de tudo. A Legítima defesa pode ser exercida por todos, e a reintegração de posse parcial ou integral também. 
Obs: É possível divisão que ocorre por detenção, que é a mera permissão. É possível também um contrato de vontade de todos para vincular 3º ou condomínio. 
- Pro diviso: é aquela que há divisão na posse, como parede, cerca, muro, árvore. Composse é sempre uma relação de vizinhança. 
Obs: Direito de extremar é construir o muro sem comunicar o seu vizinho e cobrar a parte do vizinho, criando um condomínio pro diviso. 
Aquisição e Perda da Posse (art. 1204/1209 e 1223/1224, do CC)
Aquisição da posse 	momento em que visualiza-se qualquer poder - fato (art. 1996, do CC)
Aquisição da posse: art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Atenção: Momento em que se visualiza o exercício de qualquer poder sobre a coisa. 
=> Passou a ser um conceito temporal. 
	Sujeitos da aquisição: 
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
	Presentação => capacidade genérica ou específica => capacidade de direito + fato (ser parte, estar juízo, postulatória)
Ato	Representação 		 Legal (judicial) 	Poder Familiar 
 (art. 155, CC)					Tutela		 Poder
								Curatela
		 Voluntária	Mandato: mandatário
					Preposição: preposto Poder
					Nunciação: núncio 
		 Gestão de Negócios: Gestor => Ratificar ex nunc 
- Exemplo de Núncio: motoboy. 
- Terceiro sem mandato: gestor. Principal figura é o vizinho. 
- Mandato: advogado. 
	Espécies de Aquisição 
=> 01 - Critério da Vontade:
							Bem móvel			Nullius
			 Unilateral	 Apreensão 	Res				Derelicta
							Não proibição por Lei Especial
Critério da Vontade
			 Bilateral	TRADIÇÃO
	Vontade unilateral: normalmente é ilícita. 
- Apreensão: Tomar algo, adquirir posse lícita, ato de tomação.
Atenção: Não é possível obter a posse de um imóvel licitamente na vontade unilateral. Isto, pois há o princípio da devolutividade, ou seja, o imóvel é devoluto, e precisa ser devolvido ao Poder Público. A união moverá ação de reintegração de posse quando se tratar de imóvel rural e o Município quando for urbano. 
- Res Nullius: Coisa que não é de ninguém.
- Res Derelicta: Coisa abandonada.
	Vontade bilateral: tradição (ato de entrega da coisa).
Princípio do Consensualismo: basta a mera manifestação de vontade para a existência do contrato. 
Contratos consensuais: O ato de tradição vem depois. O Consensualismo serve para gerar celeridade na circulação de riqueza.
Atenção: A natureza jurídica da tradição é o adimplemento. 
						 Hiato
		Vontade Efetiva Pública				Tradição
		Consensuais	 adimplemento (eficácia)
Contratos
		Reais	 Tradição (existência)	
Contrato real: a tradição é elemento de existência do contrato, pois o consenso não é suficiente. Caso não haja tradição, estamos diante de um contrato preliminar.
Obs: Contratos reais é a exceção, normalmente é consensual. Exemplos: Mútuo, comodato.
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Natureza Jurídica da tradição: Nos contratos consensuais é o adimplemento, já nos contratos reais é o elemento de existência. 
		 Efetiva (real)
Tradição	 Simbólica
				Lei			 Constituto Possessório
		 Ficta		Contrato (cláusula)	 Traditio Brevi Manu
				Costumes	Traditio Longa Manu
=> Efetiva: ocorre a entrega do próprio objeto contratado. 1º: Sempre um possuidor pleno. 2º: A responsabilidade civil é do possuidor.
Obs: Lógicado princípio Res Perit Debitore. A única exceção a essa regra é a mora em receber a coisa, ai perece para o credor “Res Perit Creditore”, que já deveria ter buscado a coisa. 
				 Objeto
		Vendedor			Comprador 
	Posse		 Pagamento 		Posse
=> Simbólica: há substituição do objeto por uma representação do mesmo. Empresários costumam fazer essa venda. Comum na Venda sobre documento (arts. 529 a 532):
Posse direta		 Título representativo			Posse indireta
		Vendedor				Comprador
				 Pagamento				Reintegração de posse
Título representativo: gera desmembramento da posse. Responsabilidade civil do possuidor direto, ou seja, “Res Perit Debitore”. 
Curiosidade: Princípio do curso forçado da moeda nacional: A única situação em que o sistema autoriza a contratar em moeda estrangeira sem existir crime contra economia popular, é quando uma das partes for domiciliada no exterior.
=> Ficta: não há entrega de verdade, acontece no momento da celebração do negócio. 
				Cláusula Constituti
Posse direta			 Propriedade				Posse indireta
		Vendedor				Comprador
Comodato ou Locação					 Registro
Responsabilidade é toda do devedor. O credor, por exemplo o banco, só terá a responsabilidade de lavrar o termo de quitação do pagamento. 
	Constituto possessório: cláusula constituti: expressa pública. 
a) Benefício ao vendedor: Da poder ao vendedor de, com o dinheiro recebido no contrato, adquirir novo imóvel e se organizar. 
b) Benefício do comprador: dá poder possessório. “Compra a posse indireta”. 
Obs: Comodato modal: possuidor direto paga os encargos.
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
	Traditio Brevi Manu
Traditio Brevi manu: “Adquiri a posse indireta”. Situação da última descrição do parágrafo único do artigo 1.267, do CC: “quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico”. 
POSSE PLENA	 Posse indireta
		Locatário			Locador + Proprietário
Posse direta								Posse indireta
=> Locatário faz uso da cláusula de preferência e adquiri a posse indireta, obtendo, assim, a posse plena. 
	Costumes - Traditio longa manu
Quem tem a posse de parte certa da coisa, por ficção tem a de toda. Usado em 1492, para o Brasil adquirir o Acre, no tratado de Tordesilhas. No mais, por este instituto, pode o possuidor de uma propriedade rural, que tem uma divisão de área protegida pelo direito ambiental (ou seja, ele nunca pisou lá), mover uma ação possessória para retirar invasores desta área nunca explorada, mas que está na divisão de seu terreno. 
Famoso “Tratado de Tordesilhas”- natureza jurídica: carta foral. 1494. 
Fonte: costume. É uma ficção vinda do costume. Mostra que no momento em que você pisa em determinada parte, já se estende por todo o território. A posse de parte certa implica a posse de um todo. 
=> 02. Critério da Causalidade
								 Possuidor atual A	 B	 1. Vício novo
		 	 Posse Originária => Sem relação	 Possuidor anterior Locatário Esbulhador 2. Prazo novo
											 (precária)
Causalidade 						 Possuidor atual		A cessão B	 1. Vício prorroga
		 	 Posse Derivada => Relação volitiva Possuidor anterior Esbulhador Adquirente 2. Prazo antecessor
											 10 anos esbulhador 
													 5 anos
- Posse Originária: É aquela em que não há relação entre o possuidor atual e o possuidor anterior. Assim, se houver vício na posse, é um vício novo, pois não há relação entre o possuidor anterior e o possuidor atual. A mesma coisa acontece com o prazo. 
- Posse 	Derivada: existe relação volitiva entre o possuidor atual e o anterior. 
Obs: Já que B é esbulhador, pois comprou a posse do A, o vício irá se prorrogar. 
=> Prazo antecessor: “acenio possessionis”: soma-se o prazo anterior para efeitos legais. Exemplo: somar-se-á 5 anos com os 10 antigos para ação de usucapião. 
=> 03. Critério de Título
Direito de Sucessão (artigos 1206 e 1207, CC): direto de receber conjunto de direitos do morto por um vínculo. 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
				 P. da Saisine (1.784, CC) Legítimos 	 - Posse Jurídica (art. 1.196, CC)
			 Universal	 Herança Herdeiros 			 - Posse direta	 		
Direito de Sucessão		 (1.791) Posse		 Testamentários 		 indireta	 Compossuidor
	 TÍTULO									 - Posse Derivada
(1.206/1.207, CC)	 
			 Singular 	Legatário 	 Legado 	 Ato de investidura do herdeiro	 -Posse Jurídica (1.206, CC)
				 (Testamento) (art. 1.923, caput)	 Notificar em 30 dias		 -Posse imprópria (indireta)
							Propriedade	 colocar em mora		 -Remit Posse => caução muciana
														 JUS POSSIDENDI
	Quanto ao critério da causalidade (posse derivada ou originária):
		 Universal	conjunto determinado de bens e direitos POSSE DERIVADA
Artigo 1.207, CC	
		 Singular 	bens certos e determinados OPÇÃO	 POSSE ORIGINÁRIA
									 POSSE DERIVADA
Título Universal: conjunto indeterminado de bens e direitos. Acontece em uma única figura: HERANÇA. 
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Principio da Saisine 
=> Característica do herdeiro: receber indeterminações. Saberá o que receberá depois de inventariar (descrever o que tem) e partilhar os bens (individualizar).
Título Singular: Bem certos, precisos e determinados: Legatário, que somente recebe por testamento. Deixa o imóvel determinado. 
Obs: Não há princípio da saisine para legatário, pois não tem posse.
=> Posse Jurídica: não precisa de aparência. Tem a posse elaborada.
Importante: Para ambos os casos, se a posse do de cujos era direta, é recebida de forma direta; se era indireta, continua indireta. 
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.
=> Todo e qualquer herdeiro tem a posse jurídica, direta ou indireta e derivada.
=> Legatário: Precisa de investidura do herdeiro, pois o herdeiro detém a posse de tudo. Caso não a consiga, deve notificar extrajudicialmente para solicitar a emissão do termo de investidura. 
Art. 1.923. Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa certa, existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva.
§ 1o Não se defere de imediato a posse da coisa, nem nela pode o legatário entrar por autoridade própria.
§ 2o O legado de coisa certa existente na herança transfere também ao legatário os frutos que produzir, desde a morte do testador, exceto se dependente de condição suspensiva, ou de termo inicial.
Obs: Posse imprópria: é por natureza indireta. 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Reintegração de posse prestando uma caução muciana: garantia que o legatário presta para ser investido no bem antes da partilha. Prestando a caução, tem direito a Liminar. 
=> Jus Possidendi: posse baseada em propriedade (título). 
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
=> 04. Conceito de PerdaÉ a cessação de qualquer visibilidade sobre a coisa. Nesse momento, perdeu-se a posse. 
		 Perecimento do Objeto Indenização
 Involuntária 	 Subtração do objeto
Momento 
Cessação
Visibilidade			 Bilateral	 Tradição
 Voluntária Unilateral	 Abandono => ato material informal (derelição)
				 Renúncia => ato jurídico formal
 => Perda involuntária: quer ser possuidor, mas não consegue mais.
- Perecimento do Objeto: indenização. Exemplo: comodato
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.
Analisa-se o caso concreto: se o comodatário foi mais cuidadoso com o seu objeto do que com o emprestado, responderá pelo dano ocorrido. Já se foi igualmente cuidadoso, não responderá.
- Subtração do objeto: furto, roubo, peculato, etc. 
Ação vindicatória: trazer o bem subtraído após o localizar em posse de 3º.
Será procedente se o 3º estiver de má-fé (receptação), já se estiver de boa-fé, será improcedente. 
Pode ser localizado na mão de terceiros: ação vindicatória de bem móvel subtraído. 
Poderá ganhar a ação dependendo se o terceiro é de boa ou má-fé. A natureza do objeto e a natureza da relação anterior é que determinam.
Obs: Boa fé: subjetiva + objetiva: recibo, forma de pagamento. Provavelmente não vai conseguir trazer a coisa de volta. Tem por base o Princípio da circulação, que mostra que o 3º de boa-fé é mais importante que a titularidade anterior, isto para gerar segurança jurídica para o comprador.
 => Perda voluntária: 
	Voluntária bilateral: tradição como forma de aquisição e perda da posse. 
	Voluntária unilateral: abandono ou renúncia. 
	Renúncia
	Abandono
	Ato jurídico
	Ato material
	Formal – geralmente por escrito
	Totalmente informal
	Efeitos imediatos
	Efeitos diferidos – tempos
Obs: Abandono de imóvel é considerado a partir de 5 anos sem pagar imposto. 
IV - Efeitos da Posse
	=> Legítima defesa
Antes tinha mais ênfase, pois no Código Civil de 1916, estava previsto no artigo 501 caput e parágrafo único. Posteriormente, com o advindo do Código Civil de 2002, sua previsão legal apresenta-se no § 1º do artigo 1.210. 
Obs: Questão topológica do Código. Assim, interpreta-se que atualmente é tratado como um tema subsidiário, pois temos uma sociedade mais moderna e com fácil acesso ao judiciário. 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Conceito: poder dado por Lei ao possuidor de defender direta ou indiretamente a posse de seus bens, independentemente de intervenção judicial. 
Natureza Jurídica: Direito Natural: autotutela civil, um dos modos de resolver a lide. 
 Jurisdição 
Lide Autotutela civil (Lei) – Direito Natural
 Autocomposição 
Requisitos: 					 Esbulho	 Desforço possessório (tira o invasor)
			 1. Ato Material	 Turbação	 Legítima defesa (ainda consegue defender)
	 3º estranho 	 2. Ato ilícito
Lide			 
	 Titular 	 1. Ato tempestivo
			 2. Ato moderado
=> Atual ou iminente perigo e utilizando-se dos meios mínimos necessários. 
Efeitos: gera obrigação de indenizar pelo excesso, mesmo que culposo. 
Dica: Estudar os artigos 554 do CPC e seguintes, para ação possessória. Dica de estudo: primeiro ver o Regime Jurídico: qual lei rege a lei, depois ler a Lei seca, e só depois olhar a doutrina. 
	=> Ações Reais
			Partes
Elementos da ação	Pedido (= bem da vida)
			Causa de Pedir		Próxima (= fato)
						Remota (= norma)
- Ação possessória é chamada também de interdito possessório. 
Não confundir: Interdito possessórios é gênero. Interdito proibitório é espécie. 
Obs: As Possessórias atípicas tem caráter possessório. 
Importante: O pedido não distingue ação possessória de ação petitória, já que em ambas o pedido é a posse. 
=> Causa de pedir na ação possessória é a posse (561, CPC) 
Art. 561.  Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
=> Causa de pedir na ação petitória é a propriedade. 
Conceito: Ação possessória é aquela em que o pedido e a causa de pedir implicam em posse. 
Conceito: Ação petitória é aquela em que a causa de pedir é a propriedade. 
Atenção: na ação possessória não há coisa julgada material, só fazendo coisa julgada formal. Isto, pois, a causa de pedir é fática, o pedido é fático e a sentença é fática, assim, a situação de fato pode se modificar ao longo do tempo, pois pode renovar-se o ato de turbação, esbulho, ameaça. 
	Princípios da Ação Possessória: 
- Princípio da Fungibilidade da ação possessória (554, CPC): pode substituir, de ofício inclusive, um pedido por outro. Exceção ao Princípio da Adstrição: Pedido, bem da vida, não pode ser alterado pelo Juiz. Exemplo: pediu para não ser ameaçado e será reintegrado na posse. 
Art. 554.  A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 
- Princípio da Cumulatividade: pode a parte requerer outras tutelas além da tutela possessória (555 CPC). É facultativa. Verificará a parte se irá cumular ou não. Normalmente não é oportuno, pois dão ao juiz adstrição, fazendo coisa julgada material. Advogado prefere não acumular para não perder o principio da celeridade, também. 
Art. 555.  É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; II - indenização dos frutos.
Parágrafo único.  Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I - evitar nova turbação ou esbulho; II - cumprir-se a tutela provisória ou final.
- Princípio da Duplicidade: (556, CPC): em um único vínculo jurídico, é possível que ambas as partes requeriam tutela possessória. Na duplicidade, será no mesmo vinculo jurídico o dispositivo da sentença. 
Obs: Isso é diferente de reconvenção, pois nesse, há outro vinculo jurídico, outra ação em um mesmo processo (precisa de dois dispositivos de sentença diferentes). Pode optar a reconvenção para ampliar os preceitos da lide, além da mera discussão possessória.
Art. 556.  É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
- Princípio da Celeridade: concessão liminar (inaudita altera parte), sem citação. 
Rito	 Comum (ordinário) 
		Especial	Jurisdição contenciosa (Liminar) = FORÇA NOVA até 1 ano e 1 dia
				Jurisdição voluntária
Obs: Essa contagem da força nova é contagem civil: ininterrupta, em dias corridos. 
Tutela antecipada pede-se caso não haja força nova, porém dificilmente será dada, pois pode o Magistrado entender que houve má vontade da parte. Ai fica quase impossível à concessão de tutela inaudita altera parte. 
Art. 561.  Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou aperda da posse, na ação de reintegração.
Obs: Após a citação do Réu na decisão inicial que concedeu a liminar inaudita altera partem ao autor, é esgotado o rito especial de jurisdição contenciosa, passando para o rito comum ordinário. 
- Justificação: situação em que o juiz dá oportunidade ao autor produzir prova dos requisitos liminares. A principal forma de justificação é a designação de audiência de justificação, mas não é a única, ainda existindo outros meios: inspeção judicial e diligência do oficial de justiça. 
Obs: Nessa audiência estará presente pelo menos o autor e seu advogado e o Réu. 
O Réu não apresentará contestação, pois o prazo para tanto não começou a fluir. Se apresentar contestação, ocorrerá a preclusão consumativa.
O advogado do réu apresentará a única peça que pode, que são os EMBARGOS DE RETENÇÃO, que é a peça em que o Réu diz que fez benfeitorias úteis e necessárias e que não pode sair até ser indenizado = manutenção de posse. Apresentado isto, deve cair a liminar. 
Obs: Pode o réu apresentar testemunhas, mas não é obrigatório, porque o autor é quem deve fazer prova. 
2º Passo: interrogatório judicial do autor e do réu. O interrogatório judicial não gera confissão e deve ser pedido pelo juiz. Aqui é para esclarecimentos que não gera confissão. Lembrete que o Depoimento pessoal diferentemente, visa à confissão e deve ser pedido pela parte interessada. 
3º Passo: Depois far-se-á oitiva das testemunhas do autor (3 por fato). Posteriormente, oitiva de testemunhas eventual do Réu, já que o juiz não é obrigado a ouvir, pois cabe ao autor provar o que alega. 
-> Por fim, apresentarão as alegações finais e, posteriormente, o juiz profira sua decisão. A partir deste momento, conta-se o prazo para resposta do réu, a contestação. A partir dai segue o rito ordinário, comum. 
Atenção: a Justificação ainda está no rito especial de jurisdição contenciosa.
Curiosidade: A audiência é obrigatória for pessoa jurídica de direito público. 
Exceptio Proprietatis ou Domini (557 CPC): veda a defesa do réu alegando propriedade. 
Art. 557.  Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único.  Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
- Proibição: quando ambas as partes alegam a propriedade ou quando não há prova da posse.
- Autorização: Exceptio Usucapionem: defende a posse alegando que a usucapiu. Gera 	Reconhecimento Judicial:
a) espécies em geral de usucapião (13/15): natureza incidentalitter. Não se registra a usucapião e não há vinculação da ação declaratória.
Obs: Pode o juiz dos registros públicos, se verificar engano do juiz no âmbito cível, falar que não usucapiu, pois essa decisão do juiz cível não vincula.
b) 02 espécies vinculam: natureza principalitter. Constitucional urbano (183, da CF) e Constitucional rural (191, da CF). Juiz manda registrar o imóvel para o réu. Isto, pois a Lei 10.257/01 e a Lei 6.969/81 expressamente autorizam. 
Obs: Essas Leis não autorizam nos demais casos. 
Ação Publiciana: autor cumula pedido possessório com declaração de usucapião. 
		=> Indenização em matéria Possessória 
Ótica do possuidor, que será retirado de determinado bem em prol de um titular. Exemplo: locatário para o locador. Acontece em ação de despejo, reivindicatória. 
Possuidor em uma lide: Obrigação de indenizar, direito de ser indenizado ou ambos. 
Disciplinado nos artigos 1.212 a 1.222, do CC. 
Direito de ser indenizado:
- Frutos: acessório que se tira da coisa e ela não se desgasta. 
1. Naturais: exemplo cria dos animais.
2. Industriais: decorrem do maquinário. Exemplo tear. 
3. Civis: exemplo: alugueis e juros
 1 ano - mil reais 
 Mutuante Mutuário
 Obrigação de Restituir Posse direta
 1.350 correção monetária + juros
Mútuo empresarial presumem-se os juros. Já no mútuo civil não: 
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.
	 3 princípios precisam ser relacionados
- Eles se balizam entre si. 
=> Princípio da Gravitação: acessorium sequetur principale. 
=> Princípio da Boa-fé: prestigia o de boa-fé e pune o de má-fé. 
=> Princípio da vedação ao enriquecimento sem causa: veda o enriquecimento sem motivo. Move-se ação Actio in Rem verso para recuperar o dinheiro (repetição do indébito).
	Possuidor de boa-fé
	Possuidor de má-fé
	1. Direito aos frutos percebidos e colhidos
	1. Obrigação de indenizar frutos percebidos
	2. Direito dos frutos percipiendos
	2. Obrigação indenizar frutos percipiendos
	3. Direito de indenização pela produção e custeio dos frutos
	3. Direito de indenização pela produção e custeio dos frutos
 
- Deve-se punir o de má-fé. Artigos 1.214 a 1.216, do CC.
Atenção: Possuidor de boa-fé pode deixar perecer os frutos, pois ele é titular desses frutos percipiendos. 
Exemplo de percipiendos: comodante. 
 582, CC Frutos Percebidos 
 Comodante Comodatário Frutos Percipiendos 
	 Aluguel multa
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
=> Direito de ser indenizado pela produção e custeio dos frutos: produção dos frutos é ampliar a possibilidade de obter frutos, melhorando sua estrutura. Protege-se porque não quer que o titular enriqueça sem causa. 
Benfeitorias: melhoramento feito pelo homem que gera valorização em bem pré-existente. Não aumenta o volume do bem. Artigo 1.219, do CC, dispõe o quadro acima.
Necessita observar o caso concreto para ver se valorizou. 
Obs: Acessão: construção. Exemplo: piscina nova, muro novo. Não é pré-existente. 
 Benfeitorias: 
- Necessárias: imprescindível para a existência da coisa. Exemplo: pintura da parede. São protegidas pela ordem pública.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
- Úteis: ampliam o exercício sobre a coisa, a melhorando. 
- Voluptuárias: geram prazer, deleite. Ocorre por ostentação. 
Obs: Analisa-se cada situação em seu contexto para ver qual benfeitoria foi realizada, analisando sua finalidade. 
=> Pertença é um acessório que não segue o principal - acessão intelectual. Exemplo: ar condicionado. 
=> Cláusula de autorizadora: necessita de notificação e autorização. O locador vai querer fazer de primeira qualidade, assim precisa anuir. Se ele silenciar na previsão de cláusula, deve o locatário:
a) notificar formalmente avisando que vai fazer a benfeitoria necessária e que vai abater (autotutela).
b) Entrar com ação de obrigação de fazer e aplicar multa diária (astreinte). 
=> Superfície também precisa de cuidado: No direito de superfície, o art. 1375 diz: 
“extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário”. 
O proprietário transfere para um terceiro o direito de construir no terreno dele. Exemplo: Allianz Arena contratou com a WTorre para que a última construa e explore por 30 anos. Ou seja, daqui a 30 anos, o SEP não terá que indenizar nenhuma benfeitoria para a WT. 
Assim: Não indeniza nenhumabenfeitoria, salvo se houver estipulação de indenização, porque tem um sistema de compensação, ou seja, do lucro que tiver o rendimento, o superficiário terá que compensar com o que foi gasto para construir. 
=> Benfeitorias úteis: Não tem natureza publicista e, assim, precisa analisar a situação. Se não tiver lei que inclui, lei que exclui ou contrato, usar-se-á regra geral para verificar se há ou não direito à indenização. 
- Lei inclui: Lei 6.766/79 determina que sempre indenize as benfeitorias úteis e necessárias. Resolução da compra e venda, pedindo a indenização pelas benfeitorias. 
- Lei exclui: artigo 505, do CC, que trata sobre a Retrovenda, excluiu as benfeitorias úteis. 
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. 
- Primeira atitude a ser tomada é solicitar a certidão atualizada do registro imobiliário para ver tudo o que aconteceu com o imóvel, pois o comprador pode ter vendido para outros ou alienado em garantia. Depois, deve o vendedor notificar dizendo que quer retrocomprar. Caso o comprador se negar, mover-se-á ação reivindicatória com litisconsórcio passivo necessário. 
Obs: Compromisso de compra e venda. 90% das compras e vendas são assim. Média são 5 anos pagando (60 parcelas). 
=> Benfeitorias voluptuárias: 
a) Levantável: aquela deleitosa que pode o titular retirar para utilizar em outro lugar. É reutilizável. Exemplo: piscina de fibra. O titular da coisa, locador, tem a opção de indenizar ou deixar levantar a coisa. 
b) Não levantável: regra geral é perder, deixa-la de graça. Mesmo sendo possuidor de boa-fé, perde o direto de ser indenizado. Ex.: lareira, piso. Gera enriquecimento sem causa, mas nesse caso é autorizada pelo legislador. 
=> Embargos de retenção: o possuidor de boa-fé deve ser previamente indenizado por benfeitorias necessárias e úteis antes de desocupar o imóvel. Pode reter benfeitoria voluptuária se previsto na cláusula de indenização e clausula de retenção. 
A Sentença é executiva em lato sensu, pois prescinde de fase executória. Porém, os embargos de retenção retiram o caráter executório da sentença até indenizado o possuidor direto, assim fica suspenso o deslinde da questão. 
Obs: Para fins de indenização, o possuidor direto pode compensar o valor que deve receber abatendo do aluguel que pagaria e, assim, ficar o tempo necessário. Também pode optar por sair imediatamente e ser indenizado em dinheiro. 
 Obrigação do Possuidor de Indenizar: DANO.
- Boa fé: 186, do CC + 1.217, do CC => Responsabilidade civil subjetiva Aquiliana: precisa de prova da ação ou omissão, nexo causal, dano e culpa. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
- Má-fé (constituído em mora): 1.218, do CC => Objetiva integral, que gera inversão do ônus da prova. Terá que provar a quebra do nexo de causalidade para não responder. Deve provar que mesmo sem estar em mora, ainda sim ocorreria o caso fortuito ou de força maior. 
Obs: Objetiva: independe de culpa. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
=> Resolução questão do Legatário (1.207, do CC): o possuidor universal recebe a posse derivada. Já o possuidor singular, tem a faculdade entre receber a originária ou a derivada, e a exercerá na Petição Inicial ou na contestação. 
 Tanto no título universal, quanto no titulo singular, se a posse do de cujos era direta, será recebida de forma direta. Se indireta, continuará indireta (art. 1206, do CC + “mesmos caracteres”). 
 Disso, se o legatário, por ato de investidura do herdeiro ou por notificação, receber uma posse ilícita e direta, ele optará pela posse derivada, pois o vício se prorrogará e ele utilizará do acenio possessionis, somando-se o prazo para ação de usucapião.
 Já se ele receber a posse lícita e indireta, ele vai escolher a originária, pois o vício do possuidor direto será novo, e seu prazo também. Aí ele poderá retomar sua posse e não sofrer usucapião. 
				Teoria Geral da Propriedade
1. Conceito
2. Natureza Jurídica
3. Visão Constitucional
4. Características 
5. Formas de aquisição
1. Conceito: 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Garantia fundamental que consiste no poder/dever de usar, fruir e dispor de um determinado bem em cumprimento da função social, da função econômica e da função ambiental, além da faculdade de reaver a coisa de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
Obs: Absolutamente inafastável. 
- Abuso da propriedade é ilícito. 
Sequela: trazer de volta a coisa (reaver). 
2. Natureza Jurídica: 
- Teoria positivista: a propriedade é determinada por Lei.
- Kelsen: “a propriedade é o principal direito fundamental” + art. 5º, caput, da CF. 
- Princípio da inviolabilidade: qualquer limitação à propriedade necessita prévia Lei. 
=> Funcionalização na propriedade: a propriedade cumpre função (este é o dever): função social (art. 5, XXIII, da CF), função econômica (art. 170, II e II) e função ambiental (225, da CF). 
Art. 5º, XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: II - propriedade privada; III - função social da propriedade;
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
3. Visão Constitucional:
Recorte entre o imóvel urbano e o imóvel rural. Critérios:
a) Destinação do imóvel: rural quando a atividade nele desenvolvida é agrária, pastoral ou indústria agrícola.
b) Localização: é o critério da CF. Imóvel urbano é aquele incluído no plano diretor do Município + lei 13.465/17 => os que estiverem em núcleo urbano consolidado. Logo, os que estão no plano diretor do Município ou no núcleo urbano consolidado, são imóveis urbanos.
Por exclusão, os não abarcados são rurais. 
Imóvel:
- Imóvel Urbano: quando há mais que 20.000 habitantes e previstos no plano diretor. Já quando menor de 20.000 habitantes, a Lei Municipal faz a vez do plano diretor. 
Atenção: Imóvel Urbano cumpre sua função social quando edificado e adequadamente utilizado, assim, respeita as regras do plano diretor. 
Caso haja descumprimento da função social da propriedade, aplicam-se seguintes sanções compulsórias e progressivas:
1. Edificação compulsória. Obs: caso o proprietário alegue que não tenha dinheiro para tanto, pode se socorrer dos instrumentos previstos na lei 10257/01. 
2. IPTU progressivo: o Poder Público vai aumentando a alíquota. 
3. Desapropriar o imóvel urbano e pagar indenização com títulos da dívida pública, onde apenas pode resgatar a partir de 10 anos da desapropriação. Obs: as benfeitorias necessárias e úteis são pagas em dinheiro. 
=> Essas ferramentas são progressivas:deve usar a primeira antes. Se não der certo, usa-se a segunda, sendo a desapropriação a última medida coercitiva. 
	- Imóvel rural: competência da União. 
- Política Agrícola ou fundiária: objetivo é a manutenção do homem no campo. 
- Reforma Agrária: objetivo é a mudança e a retirada do homem do campo. 
=> Princípio da dicotomia: Direito Agrário é norteado por duas perspectivas de atuação: manutenção (política agrária) e mudança (reforma agrária).
- 186, da CF: se não cumprir a soma dos quatro incisos, descumpre-se a função social da propriedade rural. 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
 Política Agrícola ou Fundiária: 
- Imóvel rural privado: 187, da CF: é dado incentivos visando o desenvolvimento. Exemplos: instrumentos creditícios, comercialização, incentivo a pesquisa e tecnologia, assistência técnica. Como contrapartida, o proprietário pagará os tributos. 
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente...
- Públicos ou devoluto (áreas ermas): há duas possibilidades: alienar ou conceder o uso. Caso não aliene, deve privatizar o imóvel rural. 
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
Obs: Princípio da inalienabilidade decenal (10 anos):
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
 Princípio da Soberania: estrangeiros só pode livremente comprar até 3 méis. 
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.
=> O Órgão que faz o controle e fiscalização é o SPU. 
O objetivo, segundo a ótica do Professor Kumpel, é que deve a concessão de uso sofrer tutela discriminatória de terra devoluta para torna-la imóvel rural privado. 
 Reforma Agrária:
Vai punir quem teve toda estrutura de incentivo e não aproveitou. Privativo da União. Procurador Federal ingressa na vara federal buscando a desapropriação, que termina no precatório resgatável no prazo de até 20 anos. Indenização é paga em títulos de dívida agrária. 
Obs: Não há de se falar em sanção caso não haja os incentivos prévios para tanto. 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Artigo 185, da CF, prevê as exceções para a regra supramencionada. 
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: no esquema. 
=> Artigo 191, da CF prevê a Usucapião rural: 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
4. Características da Propriedade
1 - Absoluta/Plena (art. 1.231, do CC): absoluta, podendo se opor a todas as pessoas = Oponibilidade Erga Omnis. Essa característica plena se consagra no momento da cientificação dos 3º: 
-Princípio da Legalidade + Princípio da Publicidade => Bem imóvel pelo registro e Bem móvel pela Posse 
 Registro T.D.
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.
Assim presume-se para assegurar o princípio da circulação dos bens. 
 Plena Presunção relativa ALODIAL (livre de gravame)
Propriedade
 Onerada ou gravada Limitada Penhora, Hipoteca, A.F.G...
Propriedade plena é chamada de alodial. Ou seja, não tem gravames.
Disponibilidade: estar livre do ônus. 
Curiosidade: o STF afastou a exigência prévia de autorização prevista no artigo 21, do CC: “A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma”. Assim, perdeu-se a ação inibitória, no Direito da Personalidade. 
2 – Exclusividade: único titular. Isto facilita o princípio da circulação. 
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.
Será presumida a plenitude da propriedade até prova em contrário. A unidade gera riqueza. 
Obs: Isso é diferente de condomínio, onde existem as quotas ou frações (33,3%), nos termos do artigo 1.420, do CC. Dificulta a circulação pois precisa da anuência de todos para a circulação. 
Art. 1.420, § 2º: A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.
3 – Perpetuidade: a propriedade é perpétua, não havendo de se falar em prescrição, decadência. Não há perecimento de direitos reais. 
Além de não perecer, é transmissível por parte do titular (poder pleno de transmissão). Perpetua-se nos herdeiros. 
4 – Aderência: se une ao seu titular, gerando: 
a) Sequela: poder de reaver o que está aderido a mim.
b) Ambulatoriedade: ônus que está na coisa a acompanha (adere-se a coisa). 
Obs: O principal ônus do direito privado é a despesa condominial (art. 1.345, do CC):
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
Pode o adquirente mover ação regressiva depois de quitado, contra o verdadeiro causador (alienante).
5 – Limitada:		
			 1.229 => Princípio da utilidade 
a) Limitação de uso (direito privado) 1.230 => Direito de uso dos recursos Minerais -> União 
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. PRINCÍPIO DA UTILIDADE. 
Obs: O Município decide o princípio da utilidade no Município, pelo plano diretor. Já no imóvel rural, a União. Quem determina não é o particular. 
Art. 1.230, Parágrafo único: O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial.
União usa a Lei de licitação para licitar o uso dos recursos minerais e indenizar o particular. Já, se os recursos minerais forem utilizados diretamente na construção civil, o particular é quem usa (areia e pedra).
b) Cláusulas restritivas: são aquelas que limitam o poder do proprietário. São elas:
=> Cláusula de inalienabilidade: gera a proibição do titular transmitir a qualquer terceiro. Não pode vender, doar, ceder. 
=> Cláusula de incomunicabilidade: gera a proibição do titular transmitir ao cônjuge. 
=> Cláusula de impenhorabilidade: gera a proibição do titular transmitir para credor. Esse bem não podesofrer penhora, ser dado em garantia. Mas ele pode alienar. 
Obs: A cláusula de inalienabilidade faz presumir a incomunicabilidade e a impenhorabilidade. 
- Apenas podem existir em Negócio Jurídico gratuito, pois elas poderiam impedir o princípio da circulação. São eles: doação e testamento por herança ou legado. 
= Prazo de vigência dessas cláusulas: se o beneficiário for PF, ela é vitalícia. O máximo que o recebedor pode fazer é testamento. Já se o beneficiário for PJ, a vigência é de 30 anos pelo Código atual. 
Exceções às cláusulas restritivas: 
- Se houver despesa condominial
- Se houver Despesa Tributária
- Desapropriação. Atenção: gera o seguinte efeito: o dinheiro que será recebido a fim de indenização será sub-rogado, ou seja, o imóvel novo será clausulado novamente.
- Usucapião: o terceiro não está vinculado à cláusula restritiva
- Justo motivo: necessita alvará do juiz que autoriza a venda para custear algo mais importante do que a proteção do imóvel clausulado. O Alvará também se sub-rogará se houver dinheiro que sobrou da despesa mais importante (ex: tratamento médico). 
Obs: Os bens da legítima devem ser desonerados. Assim, as propriedades da legitima são alodiais, por regra geral. 
5. Formas de Aquisição da Propriedade
- Para imóveis privados. 
Curiosidade: 5 principais formas de adquirir bem público: confisco; desapropriação como remédio ou sanção; encampação; adjudicação; e arrematação. 
	Propriedade Imóvel
	Natureza Jurídica
	Propriedade móvel
	Fato Gerador
	Registro
	Derivado/Singular/Constitutivo
	Tradição
	Contrato Translativo
	Usucapião
	Originário/Singular/Declaratório
	Usucapião
	Posse + Tempo
	Acessão
	Originário/Singular/Declaratório
	Acessão
	Agregação de 2 titulares diferentes
	Sucessão
	Derivado/Uni x Sin/Declaratório
	
	Morte de PN + bens
	Comunhão
	Derivado/Universal/Declaratório
	Comunhão
	Casar em comunhão
	
	
	Ocupação
	Posse instantânea 
=> (Registro: ato entre vivos) art. 1.227 x art. 1.226 (tradição). 
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos.
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.
=> Título translativo e ulterior registro ou tradição.
=> Acessão: Agregação de 2 titulares diferentes. Exemplo: desvio de leito de rio. Antes o rio era de SP, agora não tem rio, passando, assim, o titular a receber uma parte da parte seca para ele 
=> Sucessão: morte da Pessoa Natural: visa proteger a vontade do cujos, para que transmita para quem ele quer. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta.
 Classificações feitas no quadro:
		 Originária	 sem vínculo jurídico entre o proprietário anterior e o atual
Causalidade		 
		 Derivada	 vínculo jurídico (princípio da continuidade)
		 Universal conjuntos indeterminados de bens e direitos 
Título 
		 Singular bens certos, precisos e determinados 
		 Declaratória	 ex tunc. Retroage a antes do ato do registro
Efeitos 
		 Constitutiva	 ex nunc. Só é eficaz o título quando levado a registro
	Obs: efeitos leva em consideração o ato de registro
Obs II: Efeito constitutivo: Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
		II - Registo de Imóveis 
 - Introdução: artigos 1.245 a 1.247, do CC:
Serventias extrajudiciais: se contrapõem às judiciais, que materializam a lide (CPC) e que são dirigidas pelo Escrivão, que pratica os atos próprios das serventias judiciais.
Serventias extrajudiciais: atos praticados pelo Estado sem a existência de lide. Duas Principais:
a) Tabelionatos de Notas: artigo 215, do CC. Aqui são lavradas escrituras públicas, que são: as translativas, as procurações públicas, os testamentos públicos, os pactos antenupciais = que são a materialização da vontade das partes. Aqui é confeccionado TÍTULO, que sozinho é nada. Sempre se trabalha com a autonomia das vontades.
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. 
b) Ofícios de Registro de Imóveis: MODO. Serve para transmitir a propriedade (mutação real). Artigo 1.246, do CC. Aqui se faz assentamentos registrais. Sempre se trabalha com a Legalidade.
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
Acima vemos o Sistema do Título e do Modo. 
=> Regime Jurídico: lei 6.015/73 (lei registrarial brasileira): disciplina a parte dos registros imobiliários dos artigos 167 a 299, mostrando os aspectos procedimentais. 
 - Conceito: 
- Direito Civil: registro é uma forma de aquisição da propriedade (art. 1.227, do CC) => por meio do assentamento do título translativo, que gera publicidade e oponibilidade erga omnis.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
- Direito Administrativo e constitucional: artigo 236, da CF. É uma serventia extrajudicial por meio de uma delegação, que os Tribunais de Justiça de cada Estado atribuem a uma PF aprovada no concurso de provas e títulos o poder de realizar assentamentos registrais. 
Obs: delegação sui generis, pois outorga à pessoa física do delegatário. Cartório não tem Personalidade Jurídica, assim, a ação movida será em face da pessoa física do delegatário. 
- Direito Registral: registro imobiliário é a pratica de assentamento com abertura de matrículas, registros, averbações, culminando com a expedição de certidões dos imóveis da circunscrição imobiliárias. Lançamentos em livros. 
 - Sistemas:
Sistemas de transmissão de propriedade civil law: sistemas de europeus continentais (sistemas legalistas). 
 - Sistema do Título: adotado pelo Brasil em sua origem. O contrato translativo transfere a propriedade, havendo uma mutação dominial. 
=> Princípio da Consensualidade, que diz que a propriedade está no título (Portugal, França)
=> Princípio da Facultatividade: existem 2 tipos de propriedade: 
a) inter partes: lavra-se o contrato e não registra.
b) erga omnis: ocorre o registro.
 - Sistema do Título e Modo: Espanha + Brasil. Lei 13.465/17. 
=> Princípio da Causalidade: há relação lógica entre o título e o registro. 
=> Princípio de Obrigatoriedade: só há mutação real com o registro (art. 1227, do CC)
=> Princípio de Fé relativa: se o registro não for verdadeiro, será anulado. 
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule.
 - Sistema do Modo: pouco importa o título, apenas importa o registro.
=> Princípio da Abstração: o registro independe do título
=> Princípio da Separação.
=> Princípio da Fé absoluta: o registro sempre espelha a verdade. 
Obs: Título apenas vincula as partes, não tendo força para transmitir ou constituir direito real. É necessário o chamado Auflassung, onde há efetiva manifestação no Registro de Imóveis, não sendo permitida condição ou termo, eis que é necessário desvincular o título que originou o direito real ao registro. Auflassung é uma fase onde há o negócio jurídico juri real feito perante o registrador, totalmente desvinculada do título obrigacional.
 - Histórico: 
=> 1ª Fase brasileira: 1492 => Sistema Sesmarial: toda propriedade é agravada, uma espécie de Enfiteuse. Título baseado na Carta Foral. É questionada em 1820, pois o sujeito tinha que colonizar, tributar e demarcar área (obrigações). Caso não fizesse, o imóvel estaria irregular. 
- Em 1808: surge a necessidade de hipoteca, para fomentar Banco. 
=> 2ª Fase: De 1820 até 1846

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