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TEXTO Humanidades, Desenvolvimento e Interdisciplinaridade Dr. Walter Marcos Knaesel Birkner Sociólogo, Professor da Uniasselvi Quero saudar a todos os alunos da UNIASSELVI do Brasil, esperando que tenham um proveitoso II semestre. E sugiro: Tirem o melhor proveito e estudem com afinco: o Brasil precisa de vocês para superar suas dificuldades e se tornar um país desenvolvido. Este “material de apoio” do Curso Livre que aqui apresento é a síntese da palestra da Aula Magna do II semestre. Deve, portanto, ajuda-los a refletir sobre o tema e, por extensão, nas respostas ao Questionário que faz parte do Curso. O objetivo deste Curso é Demonstrar a importância da interdisciplinaridade nas Ciências Humanas e, no interior delas, a importância temática do Desenvolvimento, como conceito e como fenômeno humano e social. Para tanto, apresentamos uma breve definição para cada um dos termos que constituem o título desta palestra e o respectivo Curso Livre. • Uma definição sobre as Ciências Humanas: Conjunto de conhecimentos relativos à cultura, i.é, às ideias. Assim, trata-se do conjunto de áreas de conhecimento de Filosofia, Letras, artes e ciências que estudam o conjunto de noções, linguagens e significados intersubjetivos gerados através da relação do homem com o Mundo e com os outros homens. É constituída pelos seguintes saberes: Filosofia, História, Geografia, Arqueologia, Letras, Teologia, Ciência das Religiões e Artes, além da Sociologia, da Antropologia e da Ciência política, que compõe o tripé das Ciências Sociais. Não obstante, ainda devemos lembrar da Economia, da Administração, das Ciências Contábeis, do Direito, do Serviço Social e da Psicologia, entre outros cursos que poderíamos mencionar e que, conquanto estejam classificados em outra área, também constituem o amplo leque das Humanidades, porque seus objetos, isto é, seus fenômenos de estudo, também advém diretamente das relações humanas. • Uma compreensão sobre a Interdisciplinaridade: É o método de interpretação de um fenômeno através do uso de várias disciplinas. Implica na relação entre diferentes disciplinas para a compreensão de certo fenômeno. Dito de outro modo, é o uso de mais de uma disciplina para a explicação de algo, que pode ser um fenômeno natural ou social, material ou imaterial. Por exemplo, estudar um alimento, um animal, um mineral sob vários aspectos, desde sua composição química, biológica, mas também seus aspectos culturais, incluindo os geográficos, históricos. Desse modo, pode-se compreender a importância que cada coisa possui na vida das pessoas e povos, seus significados intersubjetivos etc. Da mesma maneira, pode-se estudar um fenômeno cultural, como a fabricação de um artefato ou a organização de uma cidade. É possível estudar, por exemplo, um tema relacionado ao desenvolvimento, ou o próprio conceito de desenvolvimento, de modo interdisciplinar. Podemos estudá-lo do ponto de vista econômico, político-institucional, cultural, geográfico, histórico, ecológico e assim por diante. Em todos os casos, a tendência é ampliar a compreensão e o consequente conhecimento sobre os temas e os objetos de investigação. Exemplos abstratos: a) Estudar os efeitos morais e psicológicos das políticas públicas; b) Estudar a concepção filosófica e antropológica por trás das leis; c) Estudar as causas históricas e culturais (incluindo as morais) da eficiência das instituições; d) Estudar as causas geográficas e climáticas dos comportamentos humanos (área da psicologia); e) Estudar a interdependência dessas causas com a literatura; f) Estudar as causas culturais relacionadas à saúde de uma comunidade; g) Estudar o desenvolvimento econômico e tecnológico a partir do etos religioso; h) Estudar a cultura, inclusive a religião, no desenvolvimento das instituições políticas; i) Estudar um conceito através de métodos analíticos de outras ciências; j) Estudar a relação entre a construção das teorias com o etos social (Inglaterra, Alemanha, Brasil, EUA, Itália, França etc). • Conceituar o Desenvolvimento: Literalmente, a palavra significa um processo em andamento, que se expande, que se desenrola, como um tapete. Portanto, é algo colocado em movimento, desde um ponto de partida, em certa direção, chegando em algum ponto e prevendo-se que vá adiante. Tem a ver com expansão, crescimento, material ou imaterial, pessoal ou coletivo, não sem percalços na trajetória, mas que segue, que não está parado. Nessa perspectiva, é um processo, cuja situação, em qualquer momento, é a consequência deste mesmo processo. É o efeito causal da trajetória de algo, desde um ponto de partida, até a sua progressão a um certo ponto posterior. Do ponto de vista do senso comum, está vinculado a importantes noções como crescimento, progresso e evolução, sobre as quais há um entendimento sumário comum, sem divergências interpretativas. Em outras palavras, todo mundo sabe que significa, sendo desnecessário questionar sobre essas questões. Do ponto de vista conceitual e teórico das Humanidades, o desenvolvimento também está vinculado a estas noções. Todavia, aqui a porca torce o rabo, porque não há consenso entre os estudiosos do desenvolvimento sobre termos associados a este conceito. Nessa direção, para muitos autores, crescimento econômico não seria sinônimo de desenvolvimento. Isto porque o modelo urbano-industrial de crescimento econômico provocou consequências indesejáveis, seja em relação às aglomerações suburbanas e consequentes condições sociais como o suposto aumento da desigualdade, da violência, da degradação de valores tradicionais, além das consequências prejudiciais ao meio ambiente. O segundo e terceiro conceitos vinculados ao desenvolvimento são justamente as noções de progresso e evolução. Umbilicalmente ligados e antecedentes ao conceito de desenvolvimento, são os próprios constituintes da trajetória conceitual que levou a este último. O progresso é uma noção cujo uso já encontramos entre os gregos e romanos. Ele atravessa a Idade Média sendo usado por teólogos, a partir da perspectiva da providência divina. O objetivo dos intelectuais da Igreja era o de caracterizar as condutas humanas em busca do comportamento ético, o que teria um sentido de progresso, de evolução e desenvolvimento pessoal. Resumo histórico: A noção de progresso adentra a modernidade com o desenvolvimento das ciências e das técnicas, acelerado pela Revolução Industrial. Com a formulação da teoria da evolução das espécies, do inglês Charles Darwin, a noção de progresso passa a associar-se ao evolucionismo. Com a transposição da teoria da evolução para o pensamento social, progresso e evolucionismo são termos siameses, noções que passavam a orientar as tentativas de filósofos sociais de compreender as leis de funcionamento da ordem social. A filosofia da história é o exemplo mais notável desse esforço intelectual de conferir um sentido à história da humanidade. Buscava-se a lei geral explicativa da trajetória dos seres humanos e ela estaria contida na própria ideia de progresso, isto é, de evolução. Assim, seres humanos em Sociedade, assim como os seres vivos no mundo animal e vegetal, estariam em evolução constante. Essa crença otimista na capacidade de progresso humano através da ciência e da técnica influenciará a própria formação e surgimento das ciências sociais, notadamente, da Sociologia. Nesses sentido, o inglês Herbert Spencer e o francês August Comte, entre muitosoutros que mereceriam menção, se tornariam nomes expressivos na constituição de uma Ciência da Sociedade. Pensando interdisciplinarmente desde a Física a partir da lei da estática e da dinâmica, Comte sugeriu, por analogia, a lei da ordem e do progresso para explicar o curso evolutivo da humanidade. Por isso, Comte acabou reconhecido como o inspirador da ideia de uma Sociologia, depois aperfeiçoada por seu aluno, o brilhante Emile Durkheim, cuja teoria sociológica refletiu a crença evolucionista. Naturalmente, nem todos os pensadores sociais entre o fim do século XIX e o início do século XX eram tão otimistas em relação ao progresso da humanidade, que ganhou o status de lei da humanidade. Mas era normal que a velocidade das mudanças e das invenções e teorias oriundas dos avanços da ciência tivessem gerado o otimismo geral. Esse otimismo só foi interrompido pelas duas guerras mundiais do século XX, gerando frustração e um movimento ou sensação de retração e até involução. A decepção estava em que, com todo o conhecimento humano até então produzido, a barbárie da guerra tivesse prevalecido. O otimismo em relação à noção de progresso foi arrefecido tanto quanto estava comprometido o evolucionismo. Além da solução de continuidade que significavam as guerras mundiais, o evolucionismo foi acusado de ter inspirado e justificado teorias e decisões políticas que justificaram o processo de colonização, por sua vez baseado na ideia de superioridade do povo europeu sobre as “colônias” exploradas e dominadas. A perspectiva evolucionista, difundida pelos darwinistas sociais, sugeria que as colônias “teriam” de seguir o modelo de organização social dos europeus pra seguirem o curso natural da evolução. Além disso, a teoria da evolução, apropriada pelo darwinismo social, estava baseada na ideia reducionista de que a evolução das espécies estaria determinada pela competição ou, noutra expressão, pela luta sangrenta pela vida. E a terceira ideia contestada pelos críticos dentro da Sociologia era a ideia de superioridade racial que justificara as atrocidades do extermínio de raças, impingida pelo nazismo. Com o fim da II Guerra, a vitoriosa tríplice aliança, formada por EUA, URSS, França e Inglaterra se desfaz, dando lugar a um novo contexto internacional. Trata-se da divisão entre, de um lado, os países capitalistas do Ocidente e, de outro, dos países socialistas da URSS e, posteriormente, a China, além de outros países, incluindo Cuba. Essa divisão era também uma disputa entre duas concepções de ordem política com presunções universais, gerando a tensão mundial que foi denominada de Guerra Fria. O adjetivo estava relacionado ao fato de que, se não havia um conflito bélico explícito, houve uma corrida armamentícia e a ameaça constante de um novo conflito mundial entre a democracia do Ocidente e o mundo socialista. Essa tensão, somada ao receio da sedução do socialismo, levou as potências econômicas ocidentais a se preocuparem em criar estratégias de dissuasão. Foi a causa mais aparente, mais explícita a provocar uma discussão teórica sobre o Desenvolvimento. Paralelamente, manifestaram-se as preocupações e formularam-se as consequentes estratégias políticas para estimular programas de desenvolvimento entre os países mais necessitados. Nessa perspectiva, o tema do desenvolvimento é um tema contemporâneo, surgido no século XX, pós-guerra. É claro que a palavra já existia antes. Mas não era empregada como uma palavra-chave, ou afirmada como uma bandeira, um objetivo de primeira grandeza a ser seguido, senão esporadicamente. É com o fim da II Guerra Mundial e o trauma por ela causado em relação à capacidade destrutiva da Humanidade, que as nações triunfantes tomaram importantes decisões mundiais. A II Guerra terminou em setembro de 1945. Em outubro do mesmo ano, foi fundada a Organização para as Nações Unidas. Três anos depois, assina-se a Declaração dos Direitos Humanos, em dezembro de 1948. Podemos dizer que sejam estes os marcos civilizatórios do Ocidente, comprometidos com o desenvolvimento das nações. Desde então, o desenvolvimento assume uma dimensão de compromisso das nações democráticas, mas também de outras. O desenvolvimento, podemos então afirmar, é um objetivo civilizatório contemporâneo. Conquanto suas definições sejam variadas e eventualmente contrapostas, o fato é que é possível compreende-lo dentro dos critérios estabelecidos como compromissos da mencionada Declaração dos Direitos Humanos e aceita-lo uma aspiração universal e realizável. A interdisciplinaridade na trajetória pessoal: um fio condutor Apresento, suscintamente, um conjunto de livros ou textos, ou ainda menções a estudos, que constituem a trajetória. Ela está mapeada por autores e livros que menciono e que me conduziram a várias “cidades”, que é como me dou a liberdade de chamar cada ciência visitada. E faço o relato dessa trajetória com o propósito de demonstrar como um conceito e objetos de investigação podem se tornar progressivamente claros a nós, na medida do nosso empenho e da nossa predisposição a uma interpretação consistente sobre o que estudamos. Nessa perspectiva, posso afirma-los com convicção e alegria, que a minha compreensão sobre o conceito de Desenvolvimento e alguns dos fenômenos inerentes a ele, que estudo há anos, foi ampliada. O conceito de desenvolvimento, do modo como o compreendo hoje, como sociólogo que sou, só é possível por ter adentrado a essas “cidades”, isto é, de ter estabelecido contato com várias ciências. Aí vão as referências: 1- Autor: Robert Putnam, cientista político Livro: Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna. SP, FGV, 1999. Assunto: analisa a experiência de descentralização político-administrativa na Itália, na década de 1970 e destaca a importância do capital social como fenômeno do desenvolvimento. Interdisciplinaridade: Ciência política, Economia, História, Antropologia e Sociologia 2- Autor: James Coleman, sociólogo e economista. Artigo: O norte da Itália no contexto da globalização. (sem referência) Assunto: analisa a economia dinâmica baseada na microempresa e na cooperação e na confiança. Interdisciplinaridade: Economia e Sociologia 3- Minha primeira aula como Professor de Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional e outras aulas pelo fio condutor 3.1- Autor: Piotr Kropotkin, geógrafo, anarquista Livro: Ajuda mútua. Assunto: crítica aos darwinistas sociais e demonstração sobre a importância da cooperação à sobrevivência da espécie humana. Interdisciplinaridade: Geografia, Anarquismo, Biologia e Sociologia 3.2- Francis Fukuyama, cientista político Livro: Confiança: as virtudes sociais e a criação da prosperidade. Rio, Rocco, 1996. Assunto: o caráter cooperativo das três nações mais competitivas do século XX. Interdisciplinaridade: Economia, Antropologia, Ciência política e Administração) 3.3- Alain Peyrefitte, senador, formação eclética Livro: A Sociedade de Confiança Assunto: apresenta a confiança é o elemento fundamental do desenvolvimento das nações, que prescinde do protagonismo estatal, agiliza e permite grandes empreendimentos. Está na psique do ser humano e constitui um aspecto evolutivo. Interdisciplinaridade: Economia, Ciência política, Sociologia, Filosofia, Psicologia e Etologia 3.4- Humberto Maturana e Francisco Varella. Livro: A árvore do conhecimento Assunto: a demonstração de que a cooperação foi fundamental para a preservação das espécies,ao invés da luta feroz e sangrenta. Interdisciplinaridade: Biologia e Zoologia para a minha reflexão sociológica, política e econômica 3.4- Autores: sem lembrança Artigo: sem lembrança Assunto: Os quatro médicos que desenvolvem um estudo comparativo entre duas cidades sobre um problema de saúde e descobrem que a resposta é proporcionada pela Antropologia cultural/Sociologia da cultura Interdisciplinaridade: Saúde, Genética, Alimentação, Clima e Sociologia- Antropologia e Estatística 3.5- Cesar Hidalgo, físico (Ludwig Boltzmann, físico) Livro: Why information grows Assunto: o fenômeno da cooperação explica as economias bem- sucedidas e é explicado pela Física. Interdisciplinaridade: Economia, Teoria e Tecnologias da Informação, Administração, Física, Biologia e Sociologia. 3.6- Richard Dawkins, zoólogo Livro: O gene egoísta Assunto: a busca do gene egoísta pela sobrevivência o obriga a criar estratégias de cooperação. Lamenta a ausência de Darwin nas Ciências Humanas e Sociais em geral. Interdisciplinaridade: Zoologia, Biologia, Sociologia e Economia 3.7 Maria Luiza Renaux Hering, historiadora Livro: Colonização e indústria no Vale do Itajaí: o modelo catarinense de desenvolvimento Assunto; destaca o espírito empreendedor do colono europeu que colonizou o Vale, defendendo a tese do desenvolvimento endógeno, contrapondo-se à tese hegemônica do desenvolvimento exógeno. Aparentemente sem querer, demonstra como a cooperação e a confiança foram fundamentais. Interdisciplinaridade: História, Economia, Sociologia, Antropologia cultural e Administração 3.8- Autores: vários Livros e artigos: vários, além de uma matéria de jornal Assunto: associativismo catarinense (demonstrações sobre a importância do associativismo – baseado na cooperação e confiança – é importante no PIB catarinense) Interdisciplinaridade: Economia, Sociologia, Antropologia cultural e Administração e Estatística 3.9- Autor: Alexis de Tocqueville, filósofo Livro: Democracia na América Assunto: descrição sobre a cultura estadunidense, a partir das treze colônias, e de como essa cultura anti-aristocrática, liberal e protestante estava criando uma potência econômica, com instituições políticas sólidas e descentralizadas, que fariam dos EUA um líder mundial. Interdisciplinaridade: Filosofia, Sociologia-Antropologia cultural, Religião e História 3.10- Autor: Joseph Lopreato, sociobiólogo Livro: Crisis in Sociology: the need of Darwin Assunto: sugere a urgente reconsideração da importância da teoria da evolução para a Sociologia Interdisciplinaridade: Sociologia e Biologia 3.11- Autor: Charles Darwin Livro: A origem das espécies Assunto: evolução das espécies animais e vegetais através da luta pela vida Interdisciplinaridade: Biologia, Geologia e Filosofia 3.12- Autor: Piotr Ilianitch Dostoyévski Livro: Notas de subterrâneo Assunto: a eterna insatisfação humana como impulso de vida e desenvolvimento Interdisciplinaridade: Literatura, Filosofia e Sociologia 4. O surgimento da Sociologia Spencer, Comte, Durkheim, Marx e Weber foram profundamente interdisciplinares 5. Teologia e evolucionismo Autores, livros e artigos: indefinidos ainda Assunto: Relações interpretativas entre o criacionismo e o evolucionismo a serem estudadas, uma vez recentemente observada a sua probabilidade, explicação e utilidade às Ciências Humanas. 6. Repensar o Desenvolvimento Sua importância na formação de crianças, jovens e adultos. Resgatar o conceito e disseminar uma cultura do desenvolvimento (cooperação, confiança e competição ou o cuidar de si) Minha sugestão: • Introduzir o tema do Desenvolvimento nas grades curriculares e ementas dos cursos de graduação • Lembrar que o Desenvolvimento é sinônimo de mudança. E a mudança é a lei dos homens em Sociedade • Assim, trata-se de reintroduzir o conceito na Sociologia e trata-lo uma como lei, porque uma ciência sem uma lei geral perde o sentido de sua utilidade • Leis servem para dar sentido às coisas, a fim de que possamos explica- las. Nessa direção, qual é a lei da Sociologia? O conflito, a desigualdade ou a cooperação, a mudança constante, ou todas estas, entre outras? Seja como for, todas estas possíveis leis da Sociologia, entre outras não mencionadas, nos remetem ao conceito ignorado de evolução, consanguíneo ao desenvolvimento. 7. Sugestões para dar sentido às coisas: - Método interdisciplinar e intercientífico. - Estudar com dedicação e profundidade, o que exige disciplina e tempo (aquilo de que mais precisamos e menos temos), • Através de um objeto • Contemplado num projeto • Desde o I semestre • Centrado no objeto • Permeando várias disciplinas • Para culminar em um tratado, numa monografia, para uma compreensão mais ampla e, não obstante, paradoxalmente mais aprofundada do tema A partir dos objetos que investiguei, relacionados com o tema do Desenvolvimento, passei pela Sociologia, pela Antropologia, pela Ciência Política, pela Filosofia, pela Economia, pela História, pela Geografia, pela Literatura, e pelo Turismo imaginário em cada país de onde vem os escritores e onde viveram suas investigações e pesquisas. Depois invadi o terreno da Biologia, da Zoologia, da Etologia e da Física, da Administração, da Saúde, do Clima, da Tecnologia da Informação, da Engenharia e até mesmo da Teologia. Tudo isso como um Cientista das Humanidades, Até retornar aos fundadores das Ciências Sociais, percebendo que eles já haviam feito tudo isso. Em outras palavras, eles, que foram os grandes inspiradores e criadores de várias ciências, sempre foram interdisciplinares e sempre se preocuparam com o tema do Desenvolvimento nas Ciências Humanas e na Filosofia. Nosso conhecimento especializado se distanciou desses autores e de seu método interdisciplinar. De certa forma, era inevitável que o desenvolvimento do conhecimento e das técnicas tenha produzido este efeito. E produziu muita coisa boa, nem se pense o contrário. A especialização não é um pecado, apenas produziu efeitos marginais indesejáveis, no sentido de que o complexo mundo que ajudou a produzir, se tornou complexo demais e precisa que retomemos a compreensão do todo, através da interdisciplinaridade. E agora que vivemos uma nova etapa do desenvolvimento da humanidade, caracterizada pela crescente conexão entre o Homem e as tecnologias de informação, o conhecimento Interdisciplinar tornou-se uma necessidade literalmente vital, o Desenvolvimento uma aspiração incontornável e as Ciências Humanas estão sendo chamadas por governos e nações, por universidades e comunidades a se debruçarem sobre a realidade, e decifrá- la, a fim de que ela não nos devore. Estudem com afinco, sabendo que o esforço pessoal é a causa do desenvolvimento pessoal e coletivo, dedicando o máximo de tempo atreves de uma busca interdisciplinar pelo conhecimento. Obrigado pela atenção.
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