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O CORTIÇO- RESUMO POR CAPÍTULO

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O Cortiço: Resumo Por Capítulo 
Paráfrase da obra “O Cortiço” de Aluísio Azevedo, por Bruno Alves 
 
Todos os direitos reservados. 
© 2012-2017 ResumoPorCapítulo.com.br 
 
contato@resumoporcapitulo.com.br 
 
 
http://resumoporcapitulo.com.br/
mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br
http://resumoporcapitulo.com.br/
ÍNDICE 
 
PARA ENTENDER A OBRA 2 
CAPÍTULO 1 2 
CAPÍTULO 2 3 
CAPÍTULO 3 4 
CAPÍTULO 4 5 
CAPÍTULO 5 5 
CAPÍTULO 6 5 
CAPÍTULO 7 6 
CAPÍTULO 8 6 
CAPÍTULO 9 7 
CAPÍTULO 10 8 
CAPÍTULO 11 9 
CAPÍTULO 12 9 
CAPÍTULO 13 10 
CAPÍTULO 14 11 
CAPÍTULO 15 11 
CAPÍTULO 16 11 
CAPÍTULO 17 12 
CAPÍTULO 18 12 
CAPÍTULO 19 13 
CAPÍTULO 20 14 
CAPÍTULO 21 14 
CAPÍTULO 22 15 
CAPÍTULO 23 16 
QUESTÕES DE VESTIBULARES 17 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 2 
PARA ENTENDER A OBRA 
Publicado em 1890, O Cortiço, de Aluísio Azevedo, é uma peça fundamental para 
entender o desenvolvimento da sociedade carioca no fim do século XIX. 
A narrativa conta a história de João Romão, um português ambicioso que constrói em 
torno de si seu império: um cortiço. Dali surgem diversos personagens, cada um com 
sua história de vida, seus dramas, que são todos trabalhados dentro do contexto da 
habitação compartilhada. 
Este resumo destina-se a contar o livro em uma linguagem mais acessível e concisa, 
sem deixar de lado os episódios que sustentam a obra como um todo e explicando 
alguns pontos que podem não ficar claros apenas com a leitura do texto original. Em 
alguns casos, para explanações mais completas sobre fatos históricos e expressões da 
época, há links que podem ser acessados diretamente no texto. 
Caso restem dúvidas quanto à obra ou ao próprio resumo, entre em contato pelo site 
ResumoPorCapítulo.com.br ou envie um e-mail para 
contato@resumoporcapitulo.com.br. Teremos prazer em ajudar! Boa leitura! 
CAPÍTULO 1 
João Romão era um português que dos 13 aos 25 anos trabalhou numa venda, até que 
seu patrão voltou a Portugal e deixou-lhe o estabelecimento. A partir de então se 
entregou ainda mais ao trabalho com o objetivo de enriquecer. 
Bertoleza era uma escrava que cuidava de uma quitanda, vizinha de João. Para viver 
“livre” ela pagava vinte mil-réis a seu dono todos os meses. Era “amigada” com um 
português que fazia fretes na cidade. Este português faleceu após um acidente causado 
pelo excesso de carga em sua carroça - é interessante notar que, desde já, o autor aponta 
a ganância como causa da destruição de um de seus personagens. 
Com a morte de seu companheiro, Bertoleza abriu-se para João Romão, a quem servia 
comida todos os dias. Com o avanço da intimidade entre os vizinhos, João se tornou 
responsável pela negra, seu “caixa, procurador e conselheiro”. E então, Bertoleza não só 
servia comida a ele, mas também era comida por ele, e era contente por se unir a alguém 
de “raça superior”. 
João Romão forjou uma falsa carta de alforria que desobrigava o pagamento dos vinte 
mil-réis mensais ao dono de Bertoleza: mais uma “economia”. O velho que era dono 
dela logo morreu e o falso documento nunca trouxe problemas para o casal. 
Unindo as economias, João começou a comprar os terrenos próximos à venda e à 
quitanda. Bertoleza, que era sua “criada e amante”, juntava-se a ele para furtar materiais 
de construção da vizinhança durante a noite que seriam utilizados na construção de 
http://resumoporcapitulo.com.br/
mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 3 
casinhas em seus terrenos, para serem alugadas. Para acumular dinheiro João ainda 
“deixava de pagar sempre que podia sem nunca deixar de receber” e enganava seus 
fregueses nos pesos e medidas. Conseguiu, com esse dinheiro, comprar também uma 
pedreira que ficava atrás de seus terrenos. Seu sucesso material não parava de crescer, 
assim como sua ambição. 
Na mesma época mudou-se para um sobrado vizinho Miranda, um comerciante 
português com alguns problemas conjugais. Mudou-se com a desculpa de que lá seria 
um lugar melhor para o crescimento de sua filha, Zulmira, mas na realidade procurava 
afastar sua esposa, Dona Estela, de seus amantes. Miranda queria comprar alguns 
terrenos adjacentes ao sobrado para fazer de jardim, mas João Romão, dono dos 
terrenos, por capricho se recusava. Nasceu então uma intriga entre os dois. 
Com o desenvolvimento da região, os ganhos da pedreira e de seus negócios, João 
Romão ergueu seu sonho: uma estalagem que ocupava todos seus terrenos, 95 casinhas. 
O local era privilegiado, com a proximidade da pedreira e água em abundância, o que o 
fazia o mais disputado do bairro entre trabalhadores e lavadeiras. A construção desse 
espaço irritou o vizinho Miranda, que o enxergava como era na realidade: um cortiço. E 
a vida se multiplicava naquele amontoado de casas “como larva no esterco”. 
CAPÍTULO 2 
Por dois anos o cortiço avançou, cresceu e se lotou de gente. Miranda cada vez mais 
invejava João Romão: sem nunca botar um paletó e vivendo com uma negra conseguira 
mais riqueza que ele, que se casara por interesse e precisava manter o triste 
relacionamento para não perder seus bens. Vendo que jamais alcançaria João Romão no 
quesito financeiro, Miranda resolveu buscar outra forma de sobrepujá-lo: comprar o 
título de Barão. 
Na mesma época Henrique, com 15 anos, filho de um fazendeiro cliente de Miranda, 
veio instalar-se junto a ele. Na casa já moravam, além de Miranda, Dona Estela e 
Zulmira, então com 12 anos, três criados: Isaura, uma jovem mulata, Leonor, uma 
negrinha virgem, e Valentim, um moleque filho de escrava que Dona Estela havia 
alforriado e que muito estimava, causando até ciúmes em sua filha. Havia ainda 
Botelho, que fora funcionário de Miranda, mas agora já não prestava para nada nem 
tinha família: era um velho amargurado amante do militarismo. 
Constantemente, entre as diversas brigas de Miranda e Dona Estela, Botelho servia de 
amigo e conselheiro de ambos, separadamente, mas nunca contando segredos de um ao 
outro: precisava agradar aos que lhe davam o teto. Certo dia encontrou Dona Estela no 
jardim se agarrando ao jovem Henrique. Alertou, então, para que tivessem mais cuidado 
e jurou que não contaria nada ao dono da casa. No entanto, em seguida, ao falar a sós 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 4 
com Henrique, deu entender que esse silêncio não seria gratuito: acariciava-o 
constantemente e elogiava sua beleza... Era um velho pederasta. 
CAPÍTULO 3 
O narrador descreve o avanço gradual dos movimentos no cortiço, desde as primeiras 
janelas a serem abertas, os barulhos de bocejos e de bules de café, os banhos na bica, os 
vendedores de pães e peixes, as fábricas ao redor, as lavadeiras, as conversas... É 
interessante a descrição semelhante à de animais que ocorre em alguns momentos, como 
“machos e fêmeas” ao invés de homens e mulheres. 
Nesse ponto são apresentados alguns personagens, a partir da fila de mulheres que 
estava a lavar roupas. 
Leandra, conhecida por “Machona”, era uma lavadeira portuguesa com três filhos: 
Maria das Dores, conhecida como “Das Dores”, mulher separada, Nenen, jovem ainda 
donzela, e Agostinho, um menino levado. 
Augusta Carne-Mole, também lavadeira, era brasileira e casada com Alexandre, um 
mulato soldado de polícia. Tinham filhos pequenos, um deles era Juju, garota que vivia 
na cidade com sua madrinha, Léonie, uma cocote (prostituta de luxo) de origem 
francesa. 
Leocádia, mais uma lavadeira portuguesa, com fama de leviana pela vizinhança, era 
casada com Bruno, um ferreiro. 
Paula, uma cabocla velha, além de lavadeira, era respeitada como rezadeira, benzedeira 
e feiticeira, e por isso chamavam-na de “Bruxa”. 
Marciana era outra lavadeira, com mania de limpeza e uma filha virgem, Florinda. 
Dona Isabel era a lavadeira mais respeitada, pois não passava de uma “pobre mulher 
comida de desgostos” que viu seu marido suicidar-see ainda assim educou muito bem 
sua filha, Pombinha, que era muito querida por todos do cortiço: ela escrevia e lia cartas 
e jornais, fazia contas... Pombinha tinha um pretendente, João da Costa, que trabalhando 
no comércio garantiria um bom futuro para mãe e filha. Mas por ainda não “ser 
mulher”, Pombinha não era autorizada por Dona Isabel a casar-se. A menarca da garota 
era, então, tema constante da curiosidade de todos moradores do local. 
Havia ainda Albino, um sujeito afeminado, fraco e pobre que sempre estava entre as 
mulheres e também lavava roupas. Só saía do cortiço no carnaval, quando se enfeitava 
para desfilar pelas ruas e bailes. 
Ainda foi comentada Rita Baiana, lavadeira que adorava uma festa, e que estava sumida 
do cortiço desde que se engraçou com um torneiro. 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 5 
Após encerrar essa exaustiva descrição de tantas figuras do cortiço, o narrador se 
concentra na venda à entrada da estalagem, em que Domingos e Manuel atendiam 
inúmeros fregueses no balcão, enquanto João Romão, seu patrão, e Bertoleza atendiam 
no estabelecimento ao lado servindo refeições. Ali chega um estranho que deseja falar 
com o dono do lugar. 
CAPÍTULO 4 
O estranho apresenta-se a João Romão como um indicado para trabalhar em sua 
pedreira. O salário que deseja, setenta mil-réis, a princípio assusta o dono do lugar, que 
aceita pagar-lhe somente cinquenta. 
João apresenta ao homem a pedreira e este tece diversos elogios ao lugar, ao mesmo 
tempo em que critica o trabalho mal feito pelos contratados. Propõe, então, que caso 
seja contratado saberá explorar muito melhor a pedreira e a fará dar mais lucro. O 
argumento é suficiente para convencer o seu novo patrão. 
Interessante ainda a “esperteza” de João: antes de firmar o acordo ele procura saber se 
seu novo empregado - Jerônimo - irá morar no cortiço e se fará compras e refeições em 
seu estabelecimento, pois assim garante que o salário “a mais” que lhe pagará voltará ao 
seu bolso. 
CAPÍTULO 5 
No dia seguinte Jerônimo e Piedade de Jesus, sua mulher, mudavam-se para o cortiço. 
Ocuparam a casa 35, que era vista pelos vizinhos como tendo mau agouro desde que 
uma inquilina lá morrera. Os vizinhos, aliás, acompanharam detalhadamente a mudança, 
observando a qualidade dos móveis para depois comentar entre si. O veredicto da fofoca 
foi de que o casal era bem arranjado. 
Jerônimo realmente era um homem trabalhador, desde que chegara de Portugal 
aprendera ofícios para sobreviver no Brasil. E esta sua qualidade refletiu prontamente 
nos resultados da pedreira: com novas orientações, a dispensa de alguns funcionários e a 
contratação de outros, João Romão viu seus lucros se multiplicarem, tanto que não 
tardou para aumentar o salário de seu novo empregado. Essa postura de Jerônimo 
também agradou à vizinhança, que o via com muito respeito. 
CAPÍTULO 6 
Agora o narrador descreve um dia atípico do cortiço: um domingo. Os moradores 
descansavam, tocavam instrumentos, liam, jogavam, bebiam... As lavadeiras não 
lavavam. 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 6 
Nesse momento chega a tal Rita Baiana, comentada no capítulo 3, que logo se torna o 
assunto de interesse geral: justamente por ser festeira, comportando-se de forma 
diferente de todos, era admirada pela vizinhança. Então cumprimentava um a um, 
comentava sobre suas diversões em Jacarepaguá, o Carnaval... Prometeu ainda que 
naquela noite haveria um pagodinho de violão na estalagem, o que animou a todos. 
As mulheres preparavam as casas para receber seus homens e Pombinha escrevia cartas 
para os moradores. 
CAPÍTULO 7 
Assim que o amante de Rita, Firmo, chegou à sua casa, junto com Porfiro, seu amigo, o 
violão e o cavaquinho começaram a se aquecer. Nas casas vizinhas também chegavam 
os homens das mulheres, grupos se juntavam para o jantar e estava armada a festa. 
Miranda espiava da janela de seu sobrado a bagunça que cada vez mais avançava. Os 
festeiros já haviam percebido sua presença e, quando ele decidiu reclamar, todos se 
voltaram contra, exclamando vaias e risadas. 
Após diversas conversas, quase sempre sobre a vida alheia, um chorado baiano 
começou a soar. Até Jerônimo, que fora convidado para a patuscada mas preferiu ficar 
em frente a sua casa tocando cantigas portuguesas, foi atraído pela música alegre e logo 
juntou-se ao povo. Mais um pouco e havia diversas pessoas dançando. 
Quando Rita Baiana dançou Jerônimo ficou enfeitiçado pela beleza da brasileira. Tanto 
que não viu o tempo passar e quando se deu conta, já era a hora de ir ao trabalho. 
CAPÍTULO 8 
Na hora do almoço Jerônimo se recolheu em casa e reclamou à sua mulher, Piedade, 
que não estava bem e precisava dormir. Como todo acontecimento diferente no cortiço, 
o mal-estar de Jerônimo logo era de conhecimento de todos. 
Diversas vizinhas foram visitá-lo e receitavam remédios à Piedade para sua melhora, 
mas ele com isso só se irritava. Até que Rita Baiana o visitou e o alegrou. Ela preparou-
lhe um café com parati (pinga) e fez recomendações a Piedade. Numa das visitas de 
Rita, Jerônimo não segurou seus desejos e tentou investir nela, que se esgueirou e 
ameaçou contar tudo à sua mulher. Piedade não era boba e, ao entrar no quarto, 
percebeu um clima estranho, mas era antes de tudo serva de seu marido e não 
questionou nada. Jerônimo melhorava. 
Enquanto isso se armava um confusão no cortiço... Henrique, da casa do Miranda, tinha 
interesse em Leocádia, que até então se recusava. Mas neste dia, aceitando em troca um 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 7 
coelho branco (!?), Leocádia se entregou ao jovem. No meio do ato Bruno, seu marido, 
a descobriu e a briga estava armada. Henrique conseguiu fugir sem ser reconhecido. 
Em seguida Bruno, com seu orgulho ferido, expulsou Leocádia de casa e jogou todos 
seus pertences para fora. Quando teve oportunidade Leocádia se vingou, destruindo 
tudo que restava na residência. Os vizinhos tinham reações variadas, ora rindo, ora 
preocupados, tentando acalmar os ânimos - o fato é que não havia vida privada naquele 
lugar, tudo era compartilhado. O caso teve seu ápice quando Bruno tentou bater na 
mulher e todos, inclusive João Romão, o dono da estalagem, se misturaram numa 
confusão. 
Ao final Leocádia juntou o pouco seu que restou e decidiu ir embora. Rita Baiana, 
vendo isso, pediu que lhe esperasse, pois sairia junto com ela para ajudar-lhe. O que 
seria essa ajuda tornou-se objeto de curiosidade de todos no cortiço. 
CAPÍTULO 9 
Jerônimo não estava mais de cama, mas seu comportamento mudara. Tomava todas as 
manhãs café e parati, receitados pela Ritinha “pra cortar a friagem”. No trabalho não era 
mais o mesmo: passou de exemplo a mau-exemplo. Abriu mão de todas as tradições 
portuguesas que lhe davam o ar de saudoso emigrante para absorver os costumes 
brasileiros, as refeições, as músicas, as danças... Tudo tendo se iniciado com a paixão 
pela mulher brasileira. 
Nesse jogo Piedade, sua mulher, levou a pior: por mais que seguisse sempre os gostos 
de seu marido, não se sentia à vontade na nova terra. Após algum tempo Jerônimo não 
lhe dava mais atenção, não à procurava na cama e até a repelia. 
Jerônimo avançava cada vez mais para Rita Baiana, mantendo sempre contato. Numa de 
suas conversas descobriu o que ela fizera para ajudar Leocádia, expulsa tempos antes: 
arranjou-a numa casa de engomadeiras. E até a benevolência da baiana era motivo para 
Jerônimo aumentar seu apreço por ela. 
Piedade decidiu procurar ajuda: foi até Paula, a Bruxa, tirar sorte nas cartas e buscar 
receitas para reconquistar seu homem, mas foi tudo em vão. Firmo, amante de Rita, 
também percebeu o estranho relacionamento dela com Jerônimo e parecia que logo uma 
intriga estaria armada. 
Nessa altura, porém, outra confusão chama a atenção do narrador. Agora era Florinda, 
filha até então virgemde Marciana, que aprontara e aparecera grávida. Sua mãe 
descontrolou-se e a atacou violentamente até descobrir o homem responsável pelo ato: 
Domingos, o caixeiro da venda. 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 8 
A balbúrdia que já estava formada dirigiu-se, então, para a venda, onde João Romão 
acabou fazendo papel de juiz, interrogando seu empregado e decretando a punição: 
Domingos teria de casar-se ou era demitido. João prometeu ainda que, caso Domingos 
preferisse fugir, ele arcaria com o dote de Florinda, o que acalmou os ânimos de 
Marciana. 
À noite Augusta e Alexandre receberam a visita da comadre Léonie, a cocote que 
cuidava da filha do casal, Juju. Esta visita também interessava a todos na estalagem já 
que Leónie vivia de forma diferente de todos ali, na cidade, desfrutando de festas e 
roupas luxuosas. O fato de ter que vender seu corpo para manter este status não gerava 
discriminação entre os demais, sendo que as mulheres do cortiço até a invejavam, pois 
não estava presa a nenhum marido e ainda assim tinha boa vida. 
Juju também se vestia de maneira diferenciada, sendo admirada por todos. Pombinha, a 
garota mais educada do lugar, também se interessava por essa vida e era amiga de 
Léonie, que lhe chamou, ela e sua mãe, para jantar um dia em sua casa. 
CAPÍTULO 10 
No outro dia, Marciana foi procurar por João Romão para acertar a promessa de dote 
que havia feito, já que Domingos havia sumido, mas aquele se fez desentendido e não 
garantiu nada à Florinda. 
Marciana chegou a sua casa e descontou a desgraça em sua maior mania, a limpeza 
doméstica. Em meio a esta situação Florinda chorava, irritando ainda mais sua mãe, que 
tentou bater-lhe novamente. Porém a filha reagiu de forma inesperada e fugiu de casa. 
Marciana entrou em choque com a atitude de Florinda e iniciou a armar confusão com 
João Romão, quem considerava culpado pelos últimos acontecimentos. Ele foi enérgico, 
mandando-a embora da estalagem. 
João Romão tomou esta atitude extrema, pois já estava suficientemente transtornado 
com outro fato que ocorria naquele domingo: Miranda, seu vizinho, ganhara o título de 
barão e fazia uma festa para comemorar seu triunfo. O vendeiro, que até então só se 
preocupara em acumular riquezas em detrimento de seu bem estar, agora se perguntava 
se realmente estava satisfeito com aquilo, se o caminho que tomou Miranda não era 
mais atraente. O Barão conseguiu, portanto, o que queria, saiu do papel de invejoso para 
o de invejado. 
Para tentar compensar a “derrota” sofrida para seu vizinho, João Romão saiu pelo 
cortiço a impor seu poder, mostrar sua força, reclamando de tudo e de todos. Tudo era 
uma bagunça, tudo devia ficar em ordem, afinal, ele era o “soberano” do lugar! O ápice 
de sua demonstração de autoridade foi quando viu que Marciana não o obedeceu em sair 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 9 
do cortiço, então chamou a polícia para levá-la presa. Só Paula, a Bruxa, se 
impressionou com tudo aquilo. 
Quando chegou a noite, o domingo tornou-se animado na estalagem, pegando carona na 
festança que já ocorria no vizinho Miranda. Porém, entre uma dança e outra, Jerônimo e 
Rita Baiana se insinuavam cada vez mais um ao outro e Firmo não aguentou a situação, 
partindo para cima de seu concorrente. 
A luta armou-se, entre o capoeira brasileiro e o forte português. Todos tentaram impedi-
los, mas ninguém conseguiu. Rita não disfarçava certo contentamento em ver dois 
homens brigando por ela; Piedade estava apreensiva pela vida do marido, e com razão. 
Após muitos golpes de ambos os lados, Firmo enfiou uma navalha em Jerônimo, que 
caiu. 
A esta altura o cortiço já estava um caos, lotado de moradores e curiosos que 
acompanhavam a briga entre gritos e lamentações. Vendo isso a polícia chegou ao local 
e outro conflito se armou: ninguém queria que os soldados entrassem, pois sabiam que 
quando isso acontecia todas casas eram invadidas e destruídas. Dessa forma Jerônimo 
foi recolhido para sua casa e todos demais dirigiram o foco para a proteção da 
estalagem, montando uma barricada de tralhas junto ao portão. 
A resistência se rompeu quando surgiu a notícia de que a casa 12, de Marciana, estava 
em chamas. Em instantes o amontoado de casas também seria incendiado, então todos 
se atropelavam tentando salvar sua parte. Os praças invadiram o lugar, prendendo uns, 
destruindo as casas de outros. Em seguida caiu uma tempestade. 
CAPÍTULO 11 
Foi a Bruxa quem tentou incendiar o cortiço, influenciada pela loucura recente que vira 
em Marciana, mas ninguém descobriu. 
Joao Romão logo começou a planejar a recuperação dos prejuízos que a invasão policial 
causou: sua brilhante ideia foi de cobrar algo a mais dos seus inquilinos para cobrir os 
custos. Antes disso precisou ir à cidade prestar depoimento na secretaria de polícia, 
aonde foi acompanhado por vários moradores curiosos que responderam junto a ele a 
todas as perguntas, em um desajustado coro. O fato é que ninguém acusaria qualquer 
culpado para o início da confusão, afinal, o cortiço tinha suas próprias regras. 
Enquanto isso Jerônimo era tratado por Rita e Piedade, numa situação um tanto 
desconcertante para esta última, que, no entanto, não exteriorizava seu incômodo. 
Passada uma noite após a da confusão, todos já voltavam à rotina com mais ânimo. 
Exceto Pombinha, que no domingo havia atendido ao convite de Leónie e a visitara 
junto de sua mãe, Dona Isabel. O motivo desse desânimo em Pombinha é que durante a 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 10 
visita ela havia sido abusada sexualmente por Leónie enquanto sua mãe dormia devido 
um vinho que tomara. A situação constrangedora deixou a garota confusa. 
Neste dia é narrado o momento poético em que Pombinha resolve isolar-se e caminhar 
pelos arredores do cortiço, até que, entre pensamentos e sonhos, “torna-se mulher”. 
CAPÍTULO 12 
Pombinha foi direto para sua casa contar à sua mãe a tão esperada novidade. Dona 
Isabel agradecia à primeira menstruação da garota como uma dádiva divina. Logo todos 
no cortiço sabiam da novidade e parabenizavam mãe e filha. Na noite do mesmo dia 
João da Costa compareceu à casa daquela que, agora sim, seria sua noiva. 
Jerônimo precisou ser encaminhado para um hospital e a partir de então Rita sentiu-se 
mal: ela ficou sozinha, uma vez que tinha pouco contato com Firmo, que fora proibido 
de entrar na estalagem. 
Outro que estava mal era Bruno, já arrependido de ter expulsado Leocádia de casa. A 
Bruxa tirara-lhe cartas que diziam que a mulher ainda o amava, o que o animou para 
tentar um contato. Procurou, então, por Pombinha para ela lhe escrever uma carta. 
Mesmo ocupada com a costura de seu enxoval, a menina atendeu ao pedido de Bruno, 
que entre lágrimas confessou que aceitaria Leocádia de volta e esqueceria sua traição. 
Pombinha já passara por situações como aquela diversas vezes, mas agora com suas 
recentes experiências e a proximidade de seu casamento, via com outros olhos a 
interessante relação que se travava entre homens e mulheres. Enquanto um tentava 
demonstrar sempre sua superioridade, a outra era a verdadeira dominadora. 
Chegou o dia de seu casamento. Saiu abençoada por todos do cortiço. 
CAPÍTULO 13 
A casa de Dona Isabel e Pombinha mal fora desocupada e já tinha novos inquilinos. O 
mesmo acontecia com o restante do cortiço, que tinha suas casas divididas e 
subdivididas a todo momento para acomodar mais gente que chegava, mais gente que 
nascia. Não só o cortiço, mas o bairro crescia. Tanto que surgiu um cortiço concorrente, 
o “Cabeça-de-Gato”, levantado por outro português. 
João Romão, percebendo a concorrência, incentivou um sentimento de intriga entre os 
moradores de sua estalagem e os daquela, ainda que sem motivos muito claros. Até os 
moradores de cada cortiço tinham sua denominação: os carapicus eram do São Romão 
(estabelecimentode João Romão) e os cabeças-de-gato do concorrente. Firmo, que 
havia sido expulso do São Romão, era um dos mais respeitados dos cabeças-de-gato, 
considerado um líder por suas habilidades. 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 11 
No entanto, após três meses, João Romão notou que o cortiço vizinho não era uma 
grande ameaça e que, por fim, ajudava no movimento dos seus negócios, com o 
crescimento do bairro. Então ele dirigiu suas atenções para outra intriga que mais lhe 
interessava: Miranda. 
João mudou seus costumes, suas roupas, sua agenda... Usava casacos, chapéus, fazia a 
barba, lia jornais, reformou seu quarto. Não trabalhava mais servindo pratos, contratou 
quem o fizesse. Finalmente encontrou um meio para empenhar tanto dinheiro 
acumulado. E a mudança deu resultado: Miranda o cumprimentava e às vezes até 
conversava com João. O mesmo acontecia com o velho Botelho, desocupado que vivia à 
custa de Miranda. 
Certo dia, numa das muitas conversas entre João Romão e Botelho, o velho lhe lançou 
uma ideia: que conquistasse Zulmira, a filha de Miranda, que já estava moça - com isso 
levaria a herança! Botelho tinha influência com o Barão e ajudaria João na conquista, 
contanto que ele o retribuísse pecuniariamente. O comerciante tentou pechinchar no 
ajuste, mas acabou cedendo no valor que Botelho desejava. 
Dias depois João Romão já era convidado de Miranda para jantar. Apesar da falta de 
costume de participar de eventos como esse, o dono do cortiço arranjou-se bem e ficou 
satisfeito: o primeiro passo havia sido dado. 
Ao chegar a casa deparou-se com sua companheira, Bertoleza, já deitada, imunda, cada 
vez mais maltratada pelo trabalho que se acumulava sobre ela. João percebeu que ela 
atrapalharia, sem dúvida, seus planos para com Zulmira. Pensou “E se ela morresse?”... 
CAPÍTULO 14 
Rita e Firmo deram um jeito de manterem seus encontros: alugavam um quarto de uma 
velha na Rua de São João Batista, já que um não poderia entrar no cortiço do outro, 
devido às rivalidades entre carapicus e cabeças-de-gato. No entanto o homem percebeu 
que cada vez menos a morena se interessava por ele, sempre se atrasando e saindo cedo, 
até o dia em que nem apareceu. Firmo já desconfiava de alguma traição, que foi 
confirmada quando soube que na mesma época Jerônimo havia saído do hospital. 
Prometeu um novo ataque. 
E realmente Rita estava entregue aos cuidados de Jerônimo, que continuava bem fraco 
depois de meses de cama. Piedade, sua mulher, ainda remoía em silêncio suas tristezas. 
Antes que Firmo pudesse pôr em prática uma nova ação, Jerônimo já armava contra ele. 
Com mais dois amigos, Zé Carlos e Pataca, montou uma emboscada em que pegaria seu 
rival em desvantagem numérica e bêbado. 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 12 
CAPÍTULO 15 
Na mesma noite chuvosa foram os três em direção ao Garnisé, bar frequentado por 
Firmo. Lá entrou somente Pataca, que se fez de amigo do capoeira oferecendo-lhe mais 
bebidas, o que o deixava ainda mais ébrio do que estava. Firmo confessou seu interesse 
em atacar Jerônimo ainda naquela noite. Pataca aproveitou-se da situação para saber 
quais armas ele levava e atraiu-o para a emboscada: alegando ter visto Rita na praia 
convenceu Firmo de segui-lo. 
Na praia, após caminharem bastante, encontraram com Zé Carlos e Jerônimo, que 
atacaram de surpresa. Com a vítima completamente bêbada não foi tarefa difícil 
desarmá-lo e enchê-lo de pancadas até a morte. Jogaram o corpo ao mar. 
Após pagar o que devia aos seus ajudantes, Jerônimo voltou ao cortiço. À porta de sua 
casa percebeu a luz ainda acesa e lembrou-se de sua mulher. Não a desejava mais. 
Mudou de rumo e foi ter com Rita que, ao vê-lo cheio de sangue pelo corpo e com a 
navalha que fora de Firmo, entregou-se completamente a ele. Fizeram planos de saírem 
da estalagem e viverem juntos. 
CAPÍTULO 16 
Piedade passara a noite em claro, entre pensamentos trágicos e alucinações em relação 
ao seu marido. Ela amaldiçoava o dia em que decidiu vir ao Brasil e deixar sua terra, 
onde com certeza Jerônimo ainda seria o mesmo, sem ser atraído pela luxúria da 
América. 
Quando amanheceu foi à rua procurar notícias. Não demorou muito para que o sumiço 
de Jerônimo se tornasse a notícia do dia na estalagem. Rita também saíra, pois se 
preocupava com a repercussão que a morte de Firmo causaria, o que era justificado pois 
o povo do Cabeça-de-Gato já jurava vingança contra os carapicus pelo assassinato de 
seu líder. 
Quando voltou ao cortiço, Piedade já sabia que seu marido estava bem, mas havia 
fugido de casa. Ao descobrir que Firmo havia sido morto, ela ainda tentou duvidar que 
tudo acontecera por causa da baiana, mas não havia outra conclusão possível. 
Em seguida chegou a Rita, feliz, após um encontro com Jerônimo. Piedade não 
aguentou ver tal cena e partiu para cima da rival, primeiro com ofensas, depois 
fisicamente. Como sempre, o cortiço todo parou para ver a briga: os portugueses 
apoiavam Piedade e os brasileiros a Rita. O calor da briga não demorou a se espalhar 
entre todos que logo começaram também a se enfrentar. 
João Romão, vendo que não controlaria a bagunça, tratou de proteger sua venda. 
Miranda iniciou a apitar, chamando a polícia, que pouco depois chegou e pediu 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 13 
reforços, tamanha era a confusão. Ao mesmo tempo era possível ouvir o grito de guerra 
dos cabeças-de-gato que vinham em bando, prontos para vingar Firmo. 
CAPÍTULO 17 
Ainda que a batalha entre portugueses e brasileiros do cortiço São Romão estivesse em 
seu ápice, a chegada dos cabeças-de-gato reuniu rapidamente os carapicus. Os invasores 
vinham à moda de seu líder assassinado, com navalhas preparadas. A batalha teve 
início. 
Porém em alguns instantes via-se uma casa, a 88, a incendiar. E dessa vez a bruxa fez o 
trabalho perfeito, pois o fogo não dava sinais de baixar. Surpreendentemente, os 
cabeças-de-gato, diferente dos policias no último incêndio, não se aproveitaram da 
situação, mas recuaram por considerar uma briga injusta. Foram capazes até mesmo de 
ajudar a salvar os bens de seus inimigos. 
A confusão no cortiço crescia, com diversos móveis sendo atirados para a rua, enquanto 
outros traziam água para apagar o fogo. Era possível ver a Bruxa à janela de sua casa, 
sorrindo, e sendo consumida pelas chamas. 
O incidente acabou com a chegada dos bombeiros que atuavam como heróis, para o 
delírio dos animados espectadores da desgraça e, em especial, das senhoras assanhadas. 
CAPÍTULO 18 
Durante o incêndio o velho Libório, morador do cortiço que vivia à custa de esmolas, 
correu desesperado para dentro de sua casa em chamas. Vendo isso, João Romão o 
seguiu e pegou de surpresa o velho arrastando um enorme embrulho. Libório se 
enfureceu, ficou agressivo com a presença de João, que logo percebeu do que se tratava: 
havia no embrulho diversas garrafas de dinheiro que eram guardadas dentro do colchão 
do pedinte. Em meio às chamas os dois pareciam iniciar uma briga, mas uma parte do 
teto caiu sobre o velho, então o dono da estalagem pegou o embrulho e garantiu sua 
fuga. 
No dia seguinte havia cadáveres queimados no meio do pátio, entre eles o da Bruxa e de 
Libório. Vários outros se feriram, e a filhinha de Augusta Carne-Mole morrera. 
Miranda consolava João pelo desastre, mas esse relevava: após o primeiro incêndio 
havia feito um seguro e este segundo o deixava, portanto, no lucro. O português já 
planejava reconstruir sua estalagem, com ainda mais casas, aproveitando o pátio que era 
grande demais. Miranda admirava a atitude de seu vizinho. 
Mais tarde, quando Bertoleza já dormia, João Romão pôs-se a contar quanto dinheiro 
havia nas garrafas do velho Libório. A quantia era suficiente para começar a por em 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 14 
prática seus planos de ampliação docortiço, apesar de algumas notas mofadas e outras 
que não mais valiam. Para estas últimas João tinha destino certo: embutiria aos poucos 
nos trocos da venda. 
CAPÍTULO 19 
Passados alguns dias o cortiço já estava em obras. Havia grande movimento, mas a 
rotina pouco mudara. Além de reconstruir casas, João Romão também decidiu reformar 
seu armazém, erguendo um sobrado mais alto que o de Miranda. E para isso já não 
economizava, ele estava mudado, valorizava o luxo. Tanto que pouco permanecia na 
estalagem: agora aplicava em ações da bolsa, tinha amigos barões, frequentava cafés 
chiques. 
Miranda e o velho Botelho acompanhavam os avanços do São Romão diariamente, 
admirados. E se perguntavam como podia um homem de tanta atitude e status manter o 
relacionamento com uma preta como Bertoleza. Mas a verdade era que o 
relacionamento nem existia. 
Bertoleza percebia dia a dia o distanciamento de seu amigo. Ele mal a procurava, e 
quando o fazia era com repugnância. Ela percebia o perfume de cocotes em suas roupas, 
a mudança do comportamento, mas ainda o admirava. Bertoleza já não esperava amor, 
mas ao menos um apoio para viver sua velhice que logo chegaria, afinal, desgastava-se 
muito, trabalhando todos os dias, o dia todo. 
Botelho procurou João Romão para dar-lhe uma boa nova: poderia pedir a mão de 
Zulmira com certeza de sucesso, Miranda já havia aprovado a união. Restava resolver-
se com Bertoleza, que ouviu a conversa e não pôde segurar suas lágrimas. 
Enquanto isso Jerônimo estava empregado em outra pedreira e vivia com Rita Baiana 
em outra estalagem. Lá se entregara definitivamente à cultura brasileira, aos costumes, 
aos modos: viciou-se nas bebidas, nas danças, já não sabia mais economizar. Vivia feliz, 
de amor, o casal. 
Piedade, por outro lado, só piorara. Enfraquecia-se física e mentalmente. Emagreceu 
muito e descobriu nas bebidas a fuga de sua tristeza. Seu único contentamento era sua 
filha, que aos domingos saía da escola e ficava com a mãe. Os vizinhos a elegeram a 
nova Pombinha, agora sobre o nome de Senhorinha, tal era a admiração que tinham por 
ela. 
Um dia Senhorinha chegou para sua mãe com uma carta do colégio informando que há 
seis meses não era feito o pagamento. Indignada, Piedade foi até a casa de Jerônimo e lá 
se encontraram as duas figuras, desgastadas, e um sopro de esperança passou pelo 
coração da portuguesa quando ele a olhou com certo remorso e tocou-lhe o corpo. Mas 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 15 
Jerônimo sabia o que queria: apenas lamentou não poder mais pagar o colégio da filha e 
voltou aos braços de Rita. 
CAPÍTULO 20 
O cortiço estava, enfim, mudado. As cem casinhas já somavam mais de quatrocentas. O 
pátio virara uma rua. A estalagem era o maior sobrado da região. Na entrada agora 
havia um jardim e uma placa “Avenida São Romão”. Até mesmo os moradores eram 
diferentes: havia funcionários públicos, artistas, estudantes, não só lavadeiras e 
operários. O Cabeça-de-Gato já não era mais comparável à obra de João Romão. 
Após chegar em casa, Piedade pôs a filha para dormir e foi à vizinhança procurar o que 
fazer. Juntou-se à uma roda na casa da das Dores. Lá se embebedou e virou o sarro de 
todos: ela dançava, cantava, caía e levantava. Quando João Romão chegou à estalagem 
e viu a bagunça mandou todos às suas casas. Ela até tentou enfrentá-lo, mas foi 
impedida por Pataca, que já a assediava há algum tempo. 
Foram Pataca e Piedade para a casa dela. Conversaram, beberam mais, comeram... e ele 
a atacou. Senhorinha acordou com o barulho e encontrou os dois juntos, no chão da 
cozinha. Piedade desfaleceu e vomitou sobre si. Pataca a levou para o quarto e foi 
embora. Senhorinha chorou. 
CAPÍTULO 21 
Ao mesmo tempo estava João Romão em seu quarto, todo reformado, com papel de 
parede, móveis novos, pronto para um casal. Bertoleza dormia nos fundos do armazém, 
no chão. Aí estava o grande impasse do português: Miranda já havia concedido a mão 
de sua filha Zulmira e Dona Estela já procurava uma data para o casamento, mas 
Bertoleza permanecia em sua casa. Seu pensamento “E se ela morresse?” logo passou 
para “E se eu a matasse?”. Mas essa alternativa parecia muito arriscada, já que agora, 
prestes a se casar, todos desconfiariam do feito. João se arrependeu de não ter dado um 
fim na negra antes. O dono da estalagem caminhou até onde sua antiga amiga dormia e 
a olhou por um tempo pensando no que faria dela, até que ela acordou, assustando o 
homem, que pensou “Será que ela desconfia de algo?”. 
A noite passou sem que João dormisse. Assim que saiu para o cortiço soube de um 
desastre: Agostinho, filho de Machona, acidentou-se quando brincava na pedreira e 
morreu violentamente. Sabendo disso, o português estranhamente lamentou o ocorrido: 
porque morrer assim uma criança que não faz mal a ninguém, e não Bertoleza, que tanto 
o atrapalha! 
Em instantes chegou o velho Botelho ao sobrado de João e contou que se preocupava 
com a influência da negra sobre sua imagem perante Miranda e Dona Estela. Discutiram 
então, durante o almoço, o que se deveria fazer. Surpreendentemente Bertoleza entrou 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 16 
no recinto e professou injúrias a João Romão, afirmando que não se deixaria ser 
descartada daquela forma, que “quem lhe comeu a carne haveria de roer seus ossos”. 
Após essa discussão Botelho e João saíram. Bastou algum tempo para que tivessem uma 
ideia: poderiam denunciar Bertoleza ao seu dono, afinal, como foi dito no início dessa 
história, João falsificou a alforria da negra, portanto, ela ainda era escrava! João 
providenciaria o endereço e o nome de quem fosse de direito e Botelho faria o contato. 
Daquele dia em diante Bertoleza ficou em alerta, despertava com qualquer barulho 
durante a noite, sabia do risco que corria. 
CAPÍTULO 22 
Enquanto isso o São Romão prosperava: o armazém se tornou um centro de distribuição 
de mercadorias para vários comércios menores, a estalagem abrigava cada vez mais 
pessoas instruídas, quase não havia lavadeiras. 
Leónie ainda visitava o lugar levando Juju para visitar Alexandre e sua mulher. Essas 
visitas continuavam causando alvoroço e admiração entre os moradores, principalmente 
a partir de quando, junto a Leónie, estava Pombinha! A moça, após dois anos de 
casamento, se cansou do noivo, se aventurou com outros até perder o marido, então foi 
morar com Leónie, para viver a mesma vida de prostituta. Sua mãe, Dona Isabel, de 
início rejeitou a mudança, tentou reatar o casamento, mas com o tempo, conforme ia 
ficando dependente financeiramente da filha, aceitou a condição e foi morar com ela, 
até a morte. Eram, então, Leónie e Pombinha as duas grandes damas da cidade, a 
endinheirar-se sobre os desejos dos homens. Pombinha tinha no cortiço uma “aprendiz”, 
a filha de Jerônimo e da pobre Piedade, e dava-lhe todos os mimos, da mesma forma 
que anos antes Leónie fazia com ela. 
Piedade estava completamente entregue à bebida. Era abusada todos os dias por homens 
que se aproveitavam de sua embriaguez. Já não trabalhava - ninguém confiaria suas 
roupas a ela. Mantinha-se no São Romão à custa de Leónie, mas com o tempo sua 
figura não era mais bem vista por lá, já que o lugar era cada vez mais bem frequentado. 
Até que foram expulsas, ela e sua filha. Partiram para o Cabeça-de-Gato, que de forma 
oposta ao São Romão, tornava-se mais miserável, absorvendo toda podridão da qual a 
outra estalagem se desfazia. 
CAPÍTULO 23 
João Romão convivia com Miranda rotineiramente, era quase membro da família, só 
faltava oficializar. 
Passados alguns dias, o velho Botelho avisa o português que o dono de Bertoleza já 
estava a par de sua situação e que logo estaria no armazém para capturá-la. O tal homem 
chegou acompanhado de policiais e João Romão fez como se não soubesse da 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 17procedência da negra. Ao ser surpreendida pelo grupo na cozinha, a escrava percebe a 
emboscada e rasga seu próprio corpo com a faca. 
Enquanto isso chegava à estalagem uma comissão de abolicionistas para trazer um 
diploma de sócio benemérito a João Romão. Ele pede para encaminhá-los à sala de 
visitas. 
FIM 
 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 18 
QUESTÕES DE VESTIBULARES 
 
1. (ITA) Leia as proposições acerca de O Cortiço. 
I. Constantemente, as personagens sofrem zoomorfização, isto é, aanimalização do 
comportamento humano, respeitando os preceitos daliteratura naturalista. 
II. A visão patológica do comportamentosexual é trabalhada por meio do rebaixamento 
das relações, doadultério, do lesbianismo, da prostituição etc. 
III. O meioadquire enorme importância no enredo, uma vez que determina 
ocomportamento de todas as personagens, anulando o livre-arbítrio. 
IV. O estilo de Aluísio Azevedo, dentro de O Cortiço, confirma o que sepercebe 
também no conjunto de sua obra: o talento para retrataragrupamentos humanos. 
Está(ão) correta(s) 
a) todas. 
b) apenas I. 
c) apenas I e II. 
d) apenas I, II e III. 
e) apenas III e IV. 
 
As questões 2, 3 e 4 baseiam-se no seguinte fragmento do romance O cortiço (1890), de 
Aluísio Azevedo (1857-1913): 
“Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas 
pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos aoombro, numa 
balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões 
espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba degritos sem nexo, e choro de crianças 
esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam 
clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um 
ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-
se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas. 
Os sinos da vizinhança começaram a badalar. 
E tudo era um clamor. 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 19 
A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava 
horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que 
nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das 
éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, 
ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela 
orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante 
de maluca. 
Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, 
que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas.” 
(Aluísio Azevedo. O cortiço) 
 
2. (UNIFESP) Em O cortiço, o caráter naturalista da obrafaz com que o narrador se 
posicione em terceira pessoa, onisciente eonipresente, preocupado em oferecer uma 
visão crítico-analítica dosfatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e 
muitopróxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto eexplícito em: 
a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas 
ameaçadas pelo fogo. 
b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as 
chamas. 
c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos... 
d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. 
e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa 
incendiada... 
 
3. (UNIFESP) O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira 
figurada, um retrato de nosso país, no final do século XIX. Põe em evidência a 
competição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as camadas de baixo, 
compostas de brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de 
degradação de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e 
humanas. No fragmento, há várias outras características do Naturalismo. Aponte a 
alternativa em que as duas características apresentadas são corretas: 
a) Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida 
e dos fatos sociais contemporâneos ao escritor. 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 20 
b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o 
meio ambiente. 
c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica 
aos valores burgueses e predileção pelos mais pobres. 
d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a idéia 
de Deus; utilização de preciosismos vocabulares, paraenfatizar o distanciamento entre a 
enunciação e os fatos enunciados. 
e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; 
predominância de elementos anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente 
degradante dos personagens. 
 
4. (UNIFESP) Releia o fragmento de O Cortiço, com especial atenção aos dois trechos a 
seguir: 
“Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças 
esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. 
(...) 
E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se 
baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.” 
No fragmento, rico em efeitos descritivos e soluções literárias que configuram imagens 
plásticas no espírito do leitor, Aluísio Azevedo apresenta características psicológicas de 
comportamento comunitário. Aponte a alternativa que explicita o que os dois trechos 
têm em comum: 
a) Preocupação de um em relação à tragédia do outro, no primeiro trecho, e preocupação 
de poucos em relação à tragédia comum, no segundo trecho. 
b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, e desprezo de todos por si 
próprios, no segundo trecho. 
c) Angústia de um não poder ajudar o outro, no primeiro trecho, e angústiade não se 
conhecer o outro, por quem se é ajudado, no segundo trecho. 
d) Desespero que se expressa por murmúrios, no primeiro trecho, e desespero que se 
expressa por apatia, no segundo trecho. 
e) Anonimato da confusão e do “salve-se quem puder”, no primeiro trecho, 
eanonimato da cooperação e do “todos por todos”, no segundo trecho. 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 21 
 
5. (ESPM) Dos segmentos abaixo, extraídos de O Cortiço, de Aluísio Azevedo, marque 
o que não traduza exemplo de zoomorfismo: 
(A) Zulmira tinha então doze para treze anos e era o tipo acabado de fluminense; 
pálida, magrinha, com pequeninas manchas roxas nas mucosas do nariz, das 
pálpebras e dos lábios, faces levemente pintalgadas de sardas. 
(B) Leandra... a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca 
de animal do campo. 
(C) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração 
tumultuosa de machos e fêmeas. 
(D) E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa começou 
a minhocar... e multiplicar-se como larvas no esterco. 
(E) Firmo, o atual amante de Rita Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpo e 
ágil como um cabrito... 
 
6. (UEL) A questão refere-se aos trechos a seguir. 
“Justamente por essa ocasião vendeu-se também um sobrado que ficava à direita da 
venda, separado desta apenas por aquelas vinte braças; e de sorte que todo o flanco 
esquerdo do prédio, coisa de uns vinte e tantos metros, despejava para o terreno do 
vendeiro as suas nove janelas de peitoril. Comprou-o um tal Miranda, negociante 
português, estabelecido na rua do Hospício com uma loja de fazendas por atacado.” 
“E durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se 
de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de 
vida, aterrado diante daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa, por 
debaixo das janelas, e cujas raízes piores e mais grossasdo que serpentes miravam por 
toda parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo.” 
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 26. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 23; 33.) 
Com base nos fragmentos citados e nos conhecimentos sobre o romance O Cortiço, de 
Aluísio Azevedo, considere as afirmações a seguir: 
I. A descrição do cortiço, feita através de uma linguagem metafórica, indica que, no 
romance, esse espaço coletivo adquire vida orgânica, revelando-se um “ser” cuja força 
de crescimento assemelha-se ao poderio de raízes em desenvolvimento constante que 
ameaçam tudo abalar. 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 22 
II. A inquietação de Miranda quanto ao crescimento do cortiço deve-se ao fato de que 
sua casa, o sobrado, ainda que fosse uma construção imponente, não possuía uma 
estrutura capaz de suportar o crescimento desenfreado do vizinho, que ameaçava 
derrubar sua habitação. 
III. Não obstante a oposição entre o sobrado e o cortiço em termos de aparência física 
dos ambientes, os moradores de um e outro espaço não se distinguem totalmente, haja 
vista que seus comportamentos se assemelham em vários aspectos, como, por exemplo, 
os de João Romão e Miranda. 
IV. Os dois ambientes descritos marcam uma oposição entre ocoletivo (o cortiço) e o 
individual (o sobrado) e, por extensão, remetem também à estratificação presente no 
contexto do Rio de Janeirodo final do século XIX. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
(A) I e II. 
(B) I e III. 
(C) II e IV. 
(D) I, III e IV. 
(E) II, III e IV. 
 
7. (UFLA) Relacione os trechos da obra O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, às 
características realistas/naturalistas seguintes que predominam nesses trechos e, a 
seguir, marque a alternativa CORRETA: 
1. Detalhismo. 
2. Crítica ao capitalismo selvagem. 
3. Força do sexo. 
( ) “(...) possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais 
duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, 
fazendo travesseiro de um saco de estepe cheio de palha.” 
( ) “(...) era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas de fazenda; 
era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras.” 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
ResumoPorCapítulo.com.br 23 
( ) “E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba semprepor fazer (...) Era 
um pobre diabo caminhando para os setenta anos, antipático, muito macilento.” 
(A) 2, 1, 3 
(B) 1, 3, 2 
(C) 3, 2, 1 
(D) 2, 3, 1 
(E) 1, 2, 3 
 
8. (UNIFESP / SP) Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador 
se posicione em terceira pessoa, onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma 
visão crítico-analística dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e 
muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito 
em: 
(A) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas 
ameaçadas pelo fogo. 
(B) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes que se despejavam sobre as chamas. 
(C) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos... 
(D) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. 
(C) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa 
incendiada... 
 
9. (UEL) Texto 1 
Decada casulo espipavam homens armados de pau, achas de lenha, varais deferro. Um 
empenho coletivo os agitava agora, a todos, numa solidariedade briosa, como se 
ficassem desonrados para sempre se apolícia entrasse ali pela primeira vez. Enquanto se 
tratava de uma simples luta entre dois rivais, estava direito! ‘Jogassem lá ascristas, que 
o mais homem ficaria com a mulher!’ mas agora tratava-sede defender a estalagem, a 
comuna, onde cada um tinha a zelar poralguém ou alguma coisa querida. 
(AZEVEDO, Aluísio, O cortiço. 26. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 139.) 
Texto 2 
O CORTIÇO: RESUMO POR CAPÍTULO 
 
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O cortiço é um romance de muitas personagens. A intenção evidente é a demostrar que 
todas, com suas particularidades, fazem parte de uma grande coletividade, de um grande 
corpo social que se corrói e se constrói simultaneamente. 
(FERREIRA, Luiz Antônio. Roteiro de leitura: O cortiço de Aluísio Azevedo. São 
Paulo: Ática, 1997. p. 42.) 
Sobre os textos, assinale a alternativa correta. 
(A) No Texto 1, por ser ele uma construção literária realista, há o predomínio da 
linguagem referencial, direta e objetiva; no Texto 2, por ser ele um estudo analítico do 
romance, há o predomínio da linguagem estética, permeada de subentendidos. 
(B) A afirmação contida no Texto 2 explicita o modo coletivo de agir do cortiço, 
algo que também se observa no Texto 1, o que justifica o prevalecimento de um 
termo coletivo como título do romance. 
(C) Tanto no Texto 1 quanto no Texto 2 há uma visão exacerbada e idealizada do 
cortiço, sendo este considerado um lugar de harmonia e justiça. 
(D) No Texto 1 prevalece a desagregação e corrosão da grande coletividade a que se 
refere o Texto 2. 
(E) O que se afirma no Texto 2 vai contra a idéia contida no Texto 1, visto que no 
cortiço jamais existe união entre os seus moradores. 
 
10. (UNILAVRAS) Pode-se afirmar corretamente com relação ao romance O Cortiço, 
exceto: 
A) É um romance urbano. 
B) O Autor admite a influência do meio no comportamento do indivíduo. 
C) Alcança a época da escravidão. 
D) Romão é tudo, menos um ingrato. 
E) O protagonista não se contenta com a ascensão econômica, quer a social também. 
 
11. (UNILAVRAS) Com relação à obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo: 
I - É uma obra que pertence ao Naturalismo brasileiro. 
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II - Como uma obra Naturalista, faz uma abordagem patológica do homem. 
III - Por ser escrita no século XIX é uma obra romântica. 
 
A) Apenas a afirmativa I está correta. 
B) Apenas a afirmativa II está correta. 
C) Apenas a afirmativa III está correta. 
D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
E) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 
12. (UNIFESP) 
“Jerônimo bebeu um bom trago de parati, mudou de roupa e deitou-se na cama de Rita. 
– Vem pra cá... disse, um pouco rouco. 
– Espera! espera! O café está quase pronto! 
E ela só foi ter com ele, levando-lhe a chávena fumegante da perfumosa bebida que 
tinha sido a mensageira dos seus amores (...) 
Depois, atirou fora a saia e, só de camisa, lançou-se contra o seu amado, num frenesi de 
desejo doído. 
Jerônimo, ao senti-la inteira nos seus braços; ao sentir na sua pele a carne quente 
daquela brasileira; ao sentir inundar-se o rosto e as espáduas, num eflúvio de baunilha e 
cumaru, a onda negra e fria da cabeleira da mulata; ao sentir esmagarem-se no seu largo 
e peludo colo de cavouqueiro os dois globos túmidos e macios, e nas suas coxas as 
coxas dela; sua alma derreteu-se, fervendo e borbulhando como um metal ao fogo, e 
saiu-lhe pela boca, pelos olhos, por todos os poros do corpo, escandescente, em brasa, 
queimando-lhe as próprias carnes e arrancando-lhe gemidos surdos, soluços 
irreprimíveis, que lhe sacudiam os membros, fibra por fibra, numa agonia extrema, 
sobrenatural, uma agonia de anjos violentados por diabos, entre a vermelhidão cruenta 
das labaredas do inferno.” 
Pode-se afirmar que o enlace amoroso entre Jerônimo e Rita, próprio à visão naturalista, 
consiste 
A) na condenação do sexo e conseqüente reafirmação dos preceitos morais. 
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B) na apresentação dos instintos contidos, sem exploração da plena sexualidade. 
C) na apresentação do amor idealizado e revestido de certo erotismo. 
D) na descrição do ser humano sob a ótica do erótico e animalesco. 
E) na concepção de sexo como prática humana nobre e sublime.

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