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Memoria e comportamento

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MEMÓRIA E COMPORTAMENTO
INTRODUÇÃO
De acordo com Silverthorn, 2017, “a memória é a habilidade de reter e 
evocar informações”. O processamento de diferentes tipos de memória 
tende a ocorrer por diferentes vias. Tortora, 2016, diz que para uma 
experiência se tornar parte da memoria, ela deve produzir mudanças 
funcionais e estruturais persistentes que representam aquela experiência 
no encéfalo, chamada de plasticidade (mudança associada ao 
aprendizado). A memória é armazenada por todo o córtex cerebral em 
vias conhecidas como traços da memória.
Sabe-se que as informações que chegam ao nosso cérebro formam um 
circuito neural, ou seja, a informação recebida ativa uma rede de 
neurônios, que, caso seja reforçada, resultará na retenção dessa 
informação. A repetição é importante pois toda vez que repetimos os 
estímulos, ativamos o mesmo circuito neural. A ativação contínua reforça 
esse circuito e torna mais fácil a posterior evocação da informação 
armazenada. (JUNIOR, C. A. M; FARIA, N. C; 2015). A memória 
ocorre em estágios, sendo imediata, curto e longo prazo, e consolidação da 
memória. Além da memória de trabalho.
MEMÓRIA IMEDIATA E CURTO PRAZO
A memória ocorre em estágios, sendo imediata, memória de curto prazo, 
memória a longo prazo e consolidação da memória. A memória imediata 
fornece uma perspectiva para o tempo presente, permitindo que saibamos 
onde estamos e o que estamos fazendo. Entretanto, quando um estímulo 
chega ao SNC, primeiro vai para a memória de curto prazo, uma área de 
armazenamento limitado que pode reter somente cerca de 7 a 12 partes 
da informação e a retém por apenas segundos ou minutos. Essas 
memorias desaparecem, a não ser que seja repetida, o que possibilitará seu 
armazenamento de uma forma mais permanente. As áreas encefálicas 
envolvidas na memória imediata e de curto prazo incluem hipocampo, 
corpos mamilares e dois núcleos do tálamo, o anterior e medial. 
(SILVERTHORN, 2017) (TORTORA, 2016)
MEMÓRIA DE TRABALHO
A memória de trabalho é uma das memórias que recebe grande ênfase na 
aprendizagem pois ela, além de manipular informações novas advindas 
das vias sensoriais, faz a ligação com a memória de longo prazo, ou seja, 
com o conhecimento já armazenado. A memória de trabalho é um 
componente da função executiva que armazena e retém temporariamente 
a informação enquanto uma determinada tarefa está sendo realizada, 
assim, esta memória dá suporte às atividades cognitivas como, por 
exemplo, a leitura. 
Considera-se que a memória de trabalho é um sistema cerebral que fornece 
armazenamento temporário e manipulação das informações necessárias 
para tarefas cognitivas complexas como a compreensão da linguagem, 
leitura, aprendizagem, operações matemáticas, pensamento e raciocínio.A 
memória de trabalho está presente em várias tarefas diárias, como na 
manutenção temporária de um número de telefone, na resolução mental 
de cálculos matemáticos, quando seguimos direções e instruções, ao 
apresentarmos um trabalho, na leitura de um texto, ou seja, no momento 
em que a informação chega à mente, cabe à memória de trabalho manter 
durante segundos/minutos a informação que está sendo processada.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
O armazenamento da memória de longo prazo requer alterações anatômicas 
nas sinapses, criando caminhos axonais, em geral. A memória de longo 
prazo é dividida em dois tipos: reflexiva e declarativa (implícita e explícita). 
O hipocampo é necessário para a formação da memoria explícita, ao passo 
que várias outras regiões do encéfalo, incluindo estriado, amígdala e nucleus 
accumbens, estão envolvidos na formação das memórias em geral. 
Memória Implícita
A implícita é automática e não requer processos conscientes para sua 
formação ou evocação. As informações armazenadas na memoria implícita 
são adquiridas lentamente por meio da repetição. Habilidades motoras, 
procedimentos e hábitos estão inclusas nesse tipo de memória. A explícita, 
por outro lado, requer atenção consciente para ser evocada. As vias 
neuronais envolvidas neste tipo de memória estão nos lobos temporais. As 
vezes, as memórias podem ser transferidas entre implícita e explícitas 
(SILVERTHORN, 2017). Na memória implícita, existem três formas de 
aprendizado: habituação, sensibilização e condicionamento clássico.
A habituação é a forma mais simples de aprendizado implícito. Ocorre, por 
exemplo, quando aprendesse a ignorar um novo estímulo. Ou seja, se o 
estímulo não é nem benéfico nem prejudicial, o indivíduo aprende a ignorá-
lo após repetidas exposições. Nestas situações, o que em primeiro momento 
necessita de adaptação, acaba por acostumar-se.
Outro tipo de aprendizado é a sensibilização, que, neste caso, envolve a 
facilitação pré-sináptica da transmissão sináptica. Quando se depara 
repetidamente com um estímulo inofensivo, o animal habitua-se a ele. 
Quando o estímulo é nocivo, o mesmo aprende a temê-lo, respondendo 
rigorosamente não somente ao estímulo nocivo, mas também a estímulos 
relacionados. Pelo menos três grupos de interneurônios moduladores estão 
envolvidos na sensibilização, tendo como destaque o uso de serotonina como 
neurotransmissor. A apresentação repetida do estímulo nocivo pode 
fortalecer a atividade sináptica por dias. A sensibilização de longa duração 
resulta em crescimento de novas conexões sinápticas. 
O condicionamento é a forma de aprendizado mais complexa. Neste caso, 
não se aprende apenas sobre a propriedade de um estímulo, mas também a 
associar um estímulo com outro. (KANDEL, 2014)
Memória Explícita
A memória explícita pode ainda ser dividida em episódica e semântica. A 
episódica é utilizada para recordar “o que se viu ontem”. A semântica é 
utilizada para se aprender o significado de novas palavras e conceitos. O 
encéfalo não possui um sítio único de armazenamento de longa duração 
para memórias explícitas. Ao contrário, o armazenamento de qualquer item 
cognitivo está amplamente distribuído em muitas regiões encefálicas e pode 
ser acessada de forma independente (por meio de estímulos visuais, verbais 
ou outros elementos sensoriais). Um estímulo novo estimula a liberação de 
glutamato nos terminais neuronais, que gera um rápido potencial 
excitatório pós-sináptico (PEPS) nos interneurônios e neurônios motores. A 
estimulação repetida leva a uma diminuição na força de transmissão 
sináptica entre interneurônios excitatórios e neurônios motores. Neste 
exemplo de mecanismo, a resposta reflexa diminuiria. 
COMPORTAMENTO
O sistema comportamental é um 
importante modulador do 
processamento cognitivo e sensorial. 
Muitos neurônios responsáveis pelo 
comportamento são encontrados em 
regiões encefálicas fora do córtex 
cerebral, incluindo partes do tronco 
encefá lico, hipotá lamo e sistema 
límbico.
Os neurônios conhecidos como sistemas 
de moduladores difusos se originam na 
formação reticular no tronco encefálico 
e projetam seus axônios para grandes 
áreas do encéfalo. Existem quatro 
sistemas modulares: noradrenérgico; 
serotoninérgico; dopaminérgico e 
colinérgico. Esse sistema é responsável 
pela regulação comportamental por 
influenciar a atenção, motivação, 
vigília, memória, controle motor, 
humor e homeostasia metabólica. 
(SILVERTHORN, 2017)
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