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Sistema auditivo e vestibular

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Flávia Licia Mendes de Assis 
1 
Sistema Auditivo e vestibular 
 
1- Descrever o sistema auditivo 
1.1 Estruturas e funções 
A orelha é um órgão sensorial especializado em duas funções 
distintas: audição e equilíbrio. 
Ela pode ser dividida em orelhas externa, média e interna. 
 
Ouvido Externo 
Constituído pelas estruturas que vão da aurícula até o meato 
acústico externo até a (membrana timpânica); 
 
Função: Coleta a energia sonora e a concentra no tímpano, 
ou membrana timpânica. 
 
Estruturas 
Pavilhão auditivo ou auricular ou Aurícula: 
- Coleta e encaminha as ondas sonoras até a orelha média 
 
- Amplificar o som, auxiliar na localização da fonte sonora e 
proteger a orelhas média e interna. 
 
- Sua forma nos torna mais sensíveis aos sons que chegam de 
frente do que de trás; 
 
Canal auditivo ou Meato acústico externo: 
O meato acústico externo transfere e amplifica o som para a 
orelha média; 
 
- Auxiliar na localização da fonte sonora, que consiste na 
impressão de volume sonoro causada pela aplicação de 
pressão sobre as orelhas. 
 
- Efeito sombra (“shadow effect”) da cabeça, no qual ondas de 
pequeno comprimento são bloqueadas pela cabeça e a 
pressão sonora é reduzida no lado oposto à fonte sonora. 
 
- Proteção da membrana do tímpano, além de manter um 
certo equilíbrio de temperatura e umidade necessários à 
preservação da elasticidade da membrana. 
 
➢ Cerume: Produzido pelas glândulas ceruminosas, 
contém lisozima: antibactericida, Lubrifica o canal 
auditivo, Barreira protetora pegajosa, então 
poluentes e insetos pequenos tentem a ficar presos, 
pH ácido (4 a 5), ajudando a diminuir o risco de 
infecção por alguns microorganismos. 
➢ Os pelos; 
 
- É fechado internamente por uma camada membranosa fina, 
chamada de membrana timpânica. 
 
Ouvido Médio 
Função: 
Os sons que incidem no ouvido externo são transportados 
pelo ar, porem, o ambiente dentro do ouvido interno, na 
cóclea é aquoso. 
 
- Então o ouvido médio tem função de igualar a resistência 
baixa do som aéreo com a resistência alta do liquido, ou seja, 
aumenta a pressão. 
 
- Porque, quando as ondas sonoras passam de um meio de 
baixa para alta, quase toda a energia acústica é refletida. 
 
➢ Processos para o aumento de pressão 
Obtido pela concentração da força imposta na membrana 
timpânica, de diâmetro grande, sobre a janela oval de 
diâmetro muito menor e através dos ossículos que fazem o 
efeito mecânico com a janela oval. 
 
Estruturas 
Membrana timpânica 
- Sua função é a de vibrar mediante estímulos sonoros; estas 
vibrações se transmitem pelo ouvido médio; 
 
- Formato levemente cônico, com a ponta do cone 
estendendo-se para dentro da cavidade do ouvido médio. 
 
Ossículos: 
- O ossículo ligado à membrana timpânica é o martelo, o qual 
forma uma conexão rígida com a bigorna. A bigorna forma 
uma conexão flexível com o estribo. 
 
- A porção basal achatada do estribo, a platina, move-se para 
dentro e para fora, como um pistão, na janela oval, 
transmitindo, assim, as vibrações sonoras aos fluidos da 
cóclea no ouvido interno. 
 
Tuba auditiva 
- Permite que o ar no ouvido médio esta em continuidade 
com o ar nas cavidades nasais; 
 
- Ela se abre temporariamente durante a mastigação, o 
bocego e a deglutição, a de permitir que a pressão da orelha 
média se equilibre com a pressão atmosférica. 
 
 
Flávia Licia Mendes de Assis 
2 
Ouvido interno 
Consiste na cóclea, que é parte do sistema auditivo, e nos 
canais semicirculares, que é uma parte importante do sistema 
vestibular. 
 
Cóclea 
É um tubo ósseo membranoso que se enrola como uma 
concha de caracol dentro do labirinto óssea; 
 
Função: É nela que a 
energia das ondas de 
pressão geradas pelo som 
é transformada em 
impulsos neurais. 
Além de amplificar e 
converter, ela também 
atua como um analisador 
mecânico de frequências, decompondo as formas de ondas 
acústicas complexas em elementos mais simples. 
 
Componentes da cóclea 
Dois orifícios: 
- Janela oval (em contato com o estribo) 
- Janela redonda (coberto por uma membrana sem ossículos), 
ambos localizados na extremidade basal dela. 
 
Linfas 
- Perlinfa: Entre o labirinto ósseo e o membranoso 
- Endolinfa: Dentro do labirinto membranoso, rica em 
potássio 
 
Câmaras da cóclea 
A cóclea está bipartida desde a extremidade basal até a apical 
por uma partição coclear, que é uma estrutura flexível que 
sustenta a membrana basilar e a membrana tectorial. 
 
Em um corte transversal, vemos que o tubo está dividido em 
três câmaras preenchidas 
por fluido: 
 
 
1. Escala Vestibular 
- Está separa da escala 
média pela membrana de 
Reissner; 
 
- O seu fluido é a perilinfa- 
Concentrações baixas de 
K⁺ e altas de Na ⁺. 
 
 
2. Escala timpânica 
- Tem continuidade com a escala vestibular através de um 
orifício nas membranas chamado de helicotrema; 
 
- O seu fluido é a perilinfa. 
3. Escala média 
- Está separa da escala timpânica pela membrana basilar; 
 
- Contém os órgãos de corti, estrutura responsável pela 
transdução do som; 
 
- É preenchida pela endolinfa- Possuir alta concentração de 
K⁺ e baixa de Na⁺; 
 
Helicotrema 
Une a escala vestibular à escala timpânica, permitindo que 
seu fluido, dito perilinfa, se misture. 
 
Uma consequência desse arranjo estrutural é que o 
movimento para dentro da janela oval desloca o fluido do 
ouvido interno, o que resulta em uma leve protuberância da 
janela redonda para fora e na deformação da partição coclear. 
 
Tonotopia da cóclea 
A movimentação do estribo na janela faz o liquido da coclea 
se movimenta e assim vibra a membrana basilar em resposta 
ao som. 
Sabe- se a medidas da vibração e a frequência de disparo, de 
cada fibra do nervo auditivo que inervam a membrana basilar 
são diferentes ao longo de seu comprimento, respondendo 
mais intensamente aos sons de frequência específica em cada 
parte. 
 
Essa diferença da percepção da frequência se pela geometria 
da membrana basilar: 
➢ Mais larga e flexível na extremidade apical e mais 
estreita e rígida na extremidade basal. 
➢ O movimento sempre se inicia na extremidade basal 
e se propaga à extremidade apical. 
 
O estímulo acústico inicia uma onda de propagação de 
mesma frequência na cóclea, seguindo da base ao ápice, 
crescendo em amplitude e diminuindo em velocidade, até um 
ponto em que o deslocamento máximo é atingido; 
Esse ponto é determinado pela frequência do som. 
 
Orgão de Corti 
O órgão de Corti é a estrutura transdutora de energia 
mecânica para energia elétrica; 
 
 
Flávia Licia Mendes de Assis 
3 
- Localiza-se ao 
longo e sobre a 
membrana 
basilar, sendo 
formado por 
cinco tipos 
básicos de 
células. 
 
 
1) Células ciliadas internas: São as principais células 
receptoras auditivas. 
Formam a coluna mais interna ao longo do orgão 
 
2) Células ciliadas externas: Formam as três fileiras 
mais externas; 
São em número três vezes maior e são cilíndricas. 
Têm alta seletividade frequência. 
 
3) Células de sustentação: Deiters, Hensen, Claudius. 
 
1.2 Transdução do som 
A audição é um sentido complexo que envolve várias 
transduções. A energia das ondas sonoras no ar se torna 
vibrações mecânicas e, depois, ondas no líquido da cóclea. 
 
Resumo 
1° Transdução: Quando o estribo vibra, ele empurra e puxa 
a fina membrana da janela oval à qual está conectado. 
As vibrações da janela oval geram ondas nos canais cheios de 
líquido da cóclea; 
 
2° Transdução: À medida que as ondas se movem pela 
cóclea, elas empurram as membranas flexíveis do ducto 
coclear, curvando as células ciliadas sensoriais, que estão 
dentro do ducto. A energia da onda se dissipa de volta para o 
ar da orelha média na janela redonda. O movimento do ducto 
coclear abre ou fecha canais iônicos na membrana das células 
ciliadas, gerando sinaiselétricos; 
 
3° Transdução: Esses sinais elétricos alteram a liberação do 
neurotransmissor; 
 
4° Transdução: A ligação do neurotransmissor aos 
neurônios sensoriais auditivos inicia potenciais de ação; 
 
5° Transdução: A transmissão da informação codificada 
sobre o som pelo ramo coclear do nervo vestibulococlear até 
o encéfalo. 
 
Passos da transdução: 
1) O movimento da onda inicia a transdução sensorial 
pelo deslocamento lateral entre a membrana basilar 
e a membrana tectorial; 
 
2) Esse movimento inclina os enteriocilios, deslocando 
o feixe paralelo ao plano na direção do estereocílio 
mais alto (Cinocilio); 
 
3) Isso estira os ligamentos apicais, abrindo 
diretamente canais de potássio localizados nas 
pontas de inserção dos ligamentos, despolarizando 
as células ciliadas. 
 
4) A abertura dos canais de K+ somáticos favorece o 
efluxo de K+, pela endolinfa ter maior concentração 
de potássio; 
 
5) A despolarização, abre canais de cálcio dependentes 
de voltagem na membrana da célula ciliada, 
resultando em um influxo de Ca+2 e mobilização de 
vesículas com neurotransmissores; 
 
6) Permitindo a liberação de transmissor do lado basal 
da célula nas terminações do nervo cóclear. 
 
Repouso: 
1) O movimento na direção oposta comprime os 
ligamentos apicais, fechando os canais e 
hiperpolarizando a célula ciliada; 
 
2) À medida que os estereocílios se inclinam para frente 
e para trás, a tensão sobre os ligamentos apicais 
varia, modulando o fluxo iônico; 
 
3) Resultando em um potencial receptor graduado que 
segue os movimentos dos estereocílios. 
 
2- Identificar as vias auditivas 
Após a cóclea transformar as ondas sonoras em sinais 
elétricos, os neurônios sensoriais transferem essa informação 
para o encéfalo. 
 
Na via auditiva este número é de quatro ou mais: 
 
Flávia Licia Mendes de Assis 
4 
1° neurônio – Gânglio espiral; 
2° neurônio – Núcleo coclear ventral/dorsal (ponte); 
3° neurônio – Colículo inferior (mesencéfalo); 
4° neurônio – Núcleo geniculado medial (tálamo). 
 
Via do núcleo coclear ventral 
A projeção do núcleo coclear anterior para o colículo inferior 
é bilateral, refletindo a importância dos mecanismos 
binauriculares para a localização de sons horizontais. 
 
1) Os axônios de primeira ordem que entram no tronco 
encefálico vindos da cóclea terminam 
ipsilateralmente nos núcleos cocleares dorsal e 
ventral... 
 
2) Os axônios de segunda ordem do núcleo coclear 
anterior sobem até a ponte bilateralmente até o 
núcleo olivar superior; 
 
3) Os neuro ̂nios no núcleo olivar superior sobem pela 
via lemnisco lateral, para o Colículo inferior, 
localizado no mesencéfalo; 
 
4) Os neurônios do Colículo inferior, se projetam para o 
núcleo geniculado medial do tálamo; 
 
5) Os neurônios do núcleo geniculo, se projetam 
finalmente, para o córtex auditivo primário (giro 
temporal superior) do lobo temporal. 
 
Obs: O colículo inferior é o destino de quase todas as vias 
auditivas oriundas das porções caudais do tronco encefálico e 
realiza importantes funções integrativas, como o processamento 
das frequências sonoras e a integração de dados para a 
localização do som no espaço. 
 
Via do núcleo coclear dorsal 
O núcleo coclear posterior exerce uma função na 
identificação da magnitude da fonte sonora, bem como na 
identificação das características espectrais complexas dos 
sons. 
 
1) Os axônios de primeira ordem que entram no tronco 
encefálico vindos da cóclea terminam 
ipsilateralmente nos núcleos cocleares dorsal e 
ventral... 
 
2) Os axônios de segunda ordem do núcleo coclear 
posterior sobem diretamente para o colículo inferior 
contralateral via lemnisco lateral. 
 
3) Os neurônios do Colículo inferior, se projetam para o 
núcleo geniculado medial do tálamo; 
 
4) Os neurônios do núcleo geniculo, se projetam 
finalmente, para o córtex auditivo primário (giro 
temporal superior) do lobo temporal. 
 
Via descendente 
O núcleo olivar superior recebe aferência descendente do 
córtex auditivo primário como uma forma de 
retroalimentação (feedback). 
1) O núcleo olivar superior então envia fibras 
olivococleares descendentes até o órgão de Corti; 
 
2) Tendo uma função inibitória nas células ciliadas para 
evitar dano de sons muito intensos. 
 
Acredita-se também que o núcleo olivar superior tenha 
conexões com os núcleos motores dos nervos trigêmeo e 
facial para facilitar a contração reflexiva dos músculos tensor 
do tímpano e estapédio, em resposta a sons nocivos. 
 
Córtex auditivo 
O destino final da informação auditiva aferente é o córtex 
auditivo. 
 
 
Flávia Licia Mendes de Assis 
5 
Subdivisão: 
➢ Área primária 
O córtex auditivo primário (A1), está localizado no giro 
temporal superior no lobo temporal e recebe aferência da 
divisão ventral do núcleo geniculado medial, contendo um 
mapa tonotópico preciso. 
 
➢ Áreas secundárias 
As áreas circunjacentes recebem aferência mais difusa das 
áreas do cinturão do núcleo geniculado medial, assim como 
aferências do córtex auditivo primário, portanto, menos 
precisas em sua organização tonotópica. 
 
Tonotópia do cortex 
Na representação tonotópica de A1, as baixas frequências 
estão representadas rostral e lateralmente, enquanto que as 
altas frequências estão representadas caudal e medialmente; 
 
- Os neurônios dispostos em bandas que se estendem por A1 
possuem frequências características muito similares. 
 
Mecanismo de localização do som 
Uma função bem compreendida, é a que os núcleos auditivos 
do tronco encefálico realizam é a localização do som; 
 
Empregamos técnicas diferentes para localizar as fontes de 
som no plano horizontal e no plano vertical; 
 
Obs: IPC: uma boa localização horizontal requer uma 
comparação dos sons que alcançam os dois ouvidos, 
enquanto que, para uma boa localização vertical, isso não 
é necessário. 
 
Localização do som horizontal 
➢ Retardo interauricolar 
O retardo nos permite localizar a fonte sonora no plano 
horizontal; 
 
- Quando se não está diretamente de frente para a fonte 
sonora, os sons mais distantes alcançam um ouvido antes do 
outro, tendo uma diferença no intervalo de tempo; 
 
- Esse intervalo é detectado por neurônios do núcleo olivar 
superior medial (OSM) tem mecanismos específicos para 
detectar o intervalo de tempo entre sinais acústicos que 
entram nos dois ouvidos. 
 
Sons contínuos e de alta frequência 
Tons contínuos apresentam uma certa dificuldade para a 
localização do som, por estarem presentes em ambos 
ouvidos; 
 
- Felizmente, o encéfalo dispõe de outro processo para a 
localização de sons de altas frequências. 
 
➢ Diferença de intensidade interauricolar 
Existe uma diferença de intensidade interauricular entre as 
duas orelhas, porque sua cabeça efetivamente lança uma 
sombra sonora. 
 
- Os neurônios do núcleo olivar superior lateral (OSL) é 
responsável pela detecção da direção de emissão sonora, 
presumidamente por comparação da diferença de 
intensidade sonora recém- chegada ao ouvido e pela emissão 
de sinal apropriado do córtex auditivo, para estimar a direção. 
 
Direção do som 
- Se o som vem diretamente da direita, a orelha esquerda o 
escutará com uma intensidade significativamente menor; 
 
- Com sons oriundos diretamente de frente, a mesma 
intensidade alcança as duas orelhas; 
 
- Com sons vindos de direções intermediárias, ocorrem 
diferenças de intensidade intermediárias. 
 
Obs: Baixa frequência- A informação da intensidade não 
pode ser utilizada para localizar sons com frequências 
mais baixas, porque as ondas sonoras nessas frequências 
sofrem difração, contornando a cabeça, e as intensidades 
serão aproximadamente equivalentes para os dois 
ouvidos; 
 
- Não se forma nenhuma sombra sonora sob baixas 
frequências. 
 
Localização do som na vertical 
As saliências e os sulcos aparentementeproduzem reflexões 
que permitem que o som entre no ouvido; 
 
Além disso, o ouvido externo permite que os sons de alta 
frequência entrem no canal auditivo quando esses vêm de 
uma fonte elevada. 
 
3- Lesões do sistema auditivo 
Existem três formas de perda auditiva: a condutiva, a central 
e a sensório-neural. 
 
Perda condutiva: O som não pode ser transmitido a partir 
da orelha externa ou da orelha média. 
 
Causas 
➢ Obstrução do canal auditivo com cera (cerume), ou 
líquido na orelha média devido a uma infecção; 
➢ Doenças ou traumas que impedem a vibração do 
martelo, da bigorna ou do estribo. 
 
Perda auditiva central: Resulta de dano nas vias neurais 
entre a orelha e o córtex cerebral ou de danos no próprio 
córtex, como poderia ocorrer em um acidente vascular 
encefálico. 
 
 
Flávia Licia Mendes de Assis 
6 
Perda auditiva sensório-neural: Origina-se de lesões em 
estruturas da orelha interna; 
➢ Incluindo morte de células pilosas, como resultado 
de exposição a sons altos. 
 
Ex: Noventa por cento da perda auditiva em idosos, 
denominada presbiacusia, é sensório-neural. 
 
4- Descrever o sistema vestibular 
O sistema vestibular informa sobre a posição e o movimento 
da cabeça, provendo-nos com o sentido do equilíbrio, e 
auxilia na coordenação dos movimentos da cabeça e dos 
olhos e nos ajustes da postura corporal. 
 
Funções do labirinto Vestibular: 
 1) Transformar as forças provocadas pela aceleração da 
cabeça e da gravidade em um sinal biológico. 
 2) Informar os centros nervosos sobre a velocidade da 
cabeça e sua posição no espaço. 
 3) Inicia alguns reflexos necessários para a estabilização do 
olhar, da cabeça e do corpo. 
 
4.1 Estruturas e funções 
O labirinto vestibular inclui duas estruturas com 
diferentes funções: os órgãos otolíticos e os canais 
semicirculares. 
- Cada estrutura é sensível a um tipo de movimento. 
 
Canais Semicirculares 
Detectam a aceleração angulação da cabeça; 
 
- A aceleração angular é gerada por movimentos rotacionais 
repentinos e constitui-se no estímulo primário para os canais 
semicirculares. 
➢ Canal superior (Flexão/ extersão); 
➢ Canal horizontal (Rotação); 
➢ Canal posterior (Flexão lateral). 
 
- Eles estão colocados em planos aproximadamente 
ortogonais entre si (cerca de 90 graus entre cada arcos); 
 
- Juntos, auxiliam na percepção de todos os ângulos possíveis 
de rotação da cabeça. 
 
- Os canais semicirculares são preenchidos com endolinfa. 
 
Ampolas 
É uma protuberância do canal semicircular onde encontra- se 
as células ciliadas, agrupadas em uma crista; 
 
- Em cima das células ciliadas tem os esteriocilios e o 
cinocilio, que se projetam dentro da cúpula gelatinosa, a qual 
se estende no lúmen do canal. 
 
Percepção da rotação 
(1) Quando a cabeça 
rotaciona o canal 
semicircular sofre uma 
rotação também e a 
endolinfa vai para o 
lado contrario devido à 
inercia; 
 
 
(2) A endolinfa exerce uma força sobre a cúpula; 
 
(3) Essa força encurva a cúpula, que dobra os estereocílios 
que dependendo da direção da rotação, podem estimular ou 
inibir a liberação de neurotransmissor das células ciliadas 
para as terminações do nervo vestibular; 
 
(4) Enquanto a rotação excita as células ciliadas de um canal, 
ela inibe as células ciliadas do seu canal correspondente 
contralateral. 
 
(5) Esse sistema de “liga-desliga” otimiza a habilidade do 
encéfalo em detectar movimentos rotacionais. 
 
Velocidade constante 
Quando o canal rota para a esquerda (vista frontal), a 
endolinfa se atrasa e aplica uma força de sentido oposto sobre 
a cúpula, dobrando os estereocílios situados no seu interior. 
 
- Se a rotação da cabeça for mantida em velocidade 
constante, a fricção da endolinfa nas paredes do canal 
determinará, ao final, que os dois se movam juntos, o que 
reduz, até cessar, o encurtamento da cúpula após 15 a 30 
segundos; 
 
 
Flávia Licia Mendes de Assis 
7 
Rotação prolongada 
- Rotação de longa duração da cabeça leva à adaptação dos 
impulsos nos axônios vestibulares; 
 
- Quando a rotação finalmente cessa, a inércia da endolinfa 
provoca a inclinação da cúpula na outra direção, gerando 
uma resposta oposta das células ciliadas e uma sensação 
temporária de rotação no sentido contrário; (tontura e perda 
de equilíbrio) 
 
Ex: Sempre que você parar de repente de rodar; 
- Seus canais estavam enviando a mensagem de que seu 
corpo ainda estava girando, agora na direção oposta. 
 
Órgão Otolíticos 
Detectam a aceleração linear da cabeça, da gravidade e as 
inclinações da cabeça; 
 
Sáculo e Utrículo 
- São um par de câmaras, o sáculo e o utrículo, próximos ao 
centro do labirinto; 
 
- Cada órgão otolítico contém um epitélio sensorial chamado 
de mácula; 
 
Mácula 
A mácula vestibular contém células ciliadas, com seus 
estereocílios projetando-se para dentro de uma cobertura 
gelatinosa; 
 
 
- Os movimentos são 
transduzidos pelas 
células ciliadas na 
 
mácula quando os 
feixes de estereocílios 
são deflectidos. 
 
 
 
Estríola 
Uma área especializada que divide as células ciliadas em duas 
populações com polaridades opostas; 
 
- Na mácula utricular, os cinocílios estão orientados em 
direção à estríola 
 
Ótolitos: 
Os órgãos otolíticos apresentam diminutos cristais de 
carbonato de cálcio chamados de otólitos; 
 
- Os otólitos estão incrustados na cobertura gelatinosa da 
mácula, próximos às extremidades dos feixes de estereocílios; 
 
- As otocônias tornam a membrana otolítica bem mais pesada 
do que as estruturas e os fluidos circundantes, de maneira 
que, quando a cabeça se inclina, a gravidade ocasiona um 
deslocamento da membrana em relação ao epitélio sensorial. 
 
4.2 Transdução vestibular 
1) Quando o ângulo da cabeça muda ou quando essa é 
acelerada, uma força (inércia) é exercida sobre os 
otólitos 
 
2) Que atuam sobre a cobertura gelatinosa, movendo-a 
levemente e curvando os estereocílios das células 
ciliadas; 
 
3) O deslocamento dos estereocílios em direção ao 
cinocílio resulta em uma despolarização, o potencial 
excitatório do receptor; 
 
4) O deslocamento dos estereocílios na direção oposta 
ao cinocílio hiperpolariza, inibindo a célula. 
 
Interpretação dos movimentos lineares 
Essas fibras nervosas possuem uma frequência de disparo 
estável e relativamente alta quando a cabeça está aprumada. 
 
A mudança na frequência de disparo em resposta a um dado 
movimento pode ser tanto duradoura quanto transitória, 
sinalizando assim tanto a inclinação da cabeça quanto a 
aceleração linear. 
1) Antes da inclinação, o axônio mostra uma alta taxa 
de disparo, a qual aumenta ou diminui dependendo 
da direção da inclinação. 
 
2) Quando a inclinação é na direção oposta, os 
neurônios respondem diminuindo sua taxa de 
disparo a um valor abaixo da situação de repouso e 
permanecem inibidos enquanto persistir a força 
estática. 
 
3) Quando a cabeça retorna à posição original, o nível 
de disparo dos neurônios retorna ao valor basal 
 
4) Por meio da utilização simultânea da informação 
codificada pela população total de células ciliadas 
otolíticas, o sistema nervoso central pode interpretar 
 
Flávia Licia Mendes de Assis 
8 
5- Identificar as vias auditivas 
As vias vestibulares centrais coordenam e integram as 
informações sobre os movimentos da cabeça e do corpo e as 
utilizam para controlar a eferência dos neurônios motores que 
ajustam a posição da cabeça, dos olhos e do corpo; 
 
Os axônios dos canais sem. e os órgãos otolíticos, se projetam 
pelo VIII nervo craniano aos núcleos vestibulares e também 
diretamente ao cerebelo. Os NV são importantes centros de 
integração, recebendo aferências dos NV do lado oposto, do 
cerebelo e dos sistemas somatossensorial e visual. 
 
Via do utrículo 
1) Os axônios do utrículo projetam-se para o núcleo 
vestibular lateral; 
2) O qual se projetapara a via trato vestíbulo espinhal 
todos os possíveis movimentos lineares de forma 
inequívoca.lateral, responsável pelos neurônios 
motores que controlam os músculos extensores dos 
membros posteriores; 
3) Auxiliando na manutenção da postura. 
 
Via do sáculo 
1) Os axônios do sáculo projetam-se para o núcleo 
vestibular lateral 
2) Ou para o núcleo vestibular inferior, que faz sinapse 
com o cerebelo no núcleo fastigial 
3) Para o controle dos neurônios motores na medula e 
do tronco cerebral, posição dos olhos e cabeça. 
 
Via dos anais semicirculares 
1) Os axônios dos canais semicirculares projetam-se ao 
núcleo vestibular superior e pro núcleo vestibular 
medial 
2) Os quais enviam axônios através do fascículo 
longitudinal medial para excitar os neurônios 
motores dos músculos do olho, tronco e do pescoço 
que orienta a cabeça. 
 
Córtex 
Os núcleos vestibulares superior e lateral enviam axônios ao 
complexo nuclear ventral posterior do tálamo, o qual se 
projeta a duas áreas corticais importantes para as sensações 
vestibulares. 
➢ Um dos alvos corticais localiza-se logo depois do 
córtex somatossensorial primário, próximo à 
representação da face; 
➢ O outro está na transição entre o córtex 
somatossensorial e o córtex motor (área de 
Brodmann 3ª). 
 
Nessas áreas mostram que as células relevantes respondem a 
estímulos visuais e proprioceptivos, bem como a estímulos 
vestibulares. 
 
5.1 Via RVO 
Reflexo vestíbulo- ocular (RVO) 
Uma função particularmente importante do sistema vestibular 
central é manter seus olhos orientados para uma determinada 
direção, mesmo quando você está se movimentando; 
 
- O RVO atua pela detecção das rotações da cabeça e 
imediatamente comanda um movimento compensatório 
dos olhos na direção oposta. 
 
Via do RVO 
Ex: Quando a cabeça gira para a esquerda e o RVO induz os 
dois olhos a virarem para a direita. 
1) Os axônios do canal horizontal esquerdo inervam o 
núcleo vestibular esquerdo, 
 
2) o qual envia axônios excitatórios ao núcleo do VI 
nervo craniano (núcleo abducente) contralateral 
(lado direito); 
 
3) Os axônios motores do núcleo abducente, por sua 
vez, excitam o músculo reto lateral do olho direito; 
 
4) Outra projeção excitatória do abducente cruza a 
linha médio-sagital, de volta para o lado esquerdo, 
 
5) E ascende para excitar o núcleo do III nervo craniano 
(núcleo óculo-motor), o qual excita o músculo reto 
medial do olho esquerdo; 
 
6) Assim, ambos os olhos são girados para a direita.

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