Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estratégia aplicada aos negócios Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 SST Oliveira, Leandro Zanqueti de Estratégia Aplicada aos Negócios / Leandro Zanqueti de Oliveira Ano: 2020 nº de p.: 11 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 Estratégia aplicada aos negócios 3 Apresentação Estudaremos, neste momento, a Estratégia aplicada aos Negócios e, para facilitar a compreensão, abordaremos exemplos dos povos mais antigos, que já utilizavam estratégias para atingir seus objetivos. Além disso, conheceremos o conceito de Estratégia sob a ótica de alguns autores e, assim, veremos a importância das estratégias para que uma empresa seja competitiva no mercado. Aprenderemos quais são as Estratégias de Negócios e como são criadas, para atingir os objetivos organizacionais e, então, veremos a principal característica de uma estratégia competitiva. Vamos lá?! O conceito de estratégia Os povos antigos, como egípcios, gregos, romanos, entre outros, que conseguiram, por algum tempo, perpetuaram-se no poder, utilizaram da organização dos meios para atingir os objetivos desejados. Por exemplo, no Egito Antigo, os faraós conseguiram conquistar grande parte do Oriente Médio e realizar construções que perduram até a atualidade, visto que se utilizaram de estratégias de guerra, armazenagem, movimentação e alianças políticas para conseguir manter o poder. O Império Romano, por sua vez, conseguiu conquistar grande parte do Continente Europeu, estendendo-se para o Oriente por meio de estratégias de guerra e alianças com diversos povos. Países como Espanha e Portugal conseguiram se perpetuar no poder com estratégias na busca de especiarias nas Índias. Além do comércio das especiarias, esses países possuíam grande vantagem competitiva no que se referia à navegação, o que possibilitou a expansão mercantil de outros produtos, inclusive o negócio de escravos. Além disso, esses países conseguiram “colonizar” o continente americano e explorar suas riquezas, fazendo com que suas colônias fossem totalmente dependentes. Eles permaneceram no poder por alguns séculos, porém, com o avanço da Revolução Industrial Inglesa, acabaram por perder força, gerando um grande endividamento perante a coroa inglesa. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 4 A Inglaterra, por meio da Estratégia do Livre Comércio e da Revolução Industrial, conseguiu fazer com que grande parte dos países adotasse esse sistema econômico que perdura até a atualidade. Já os Estados Unidos da América, que foram colônia inglesa, conseguiram a sua liberdade e autonomia por meio da estratégia de guerra e, posteriormente, da liberdade econômica conquistada por eles. Estratégia: caminho a ser seguido Fonte: Plataforma Deduca (2020). Vemos, assim, que a presença da estratégia permeia diversas fases da história humana, durante as quais foi utilizada a organização dos meios para se atingir os objetivos, sendo esta a definição de estratégia. Segundo Maximiano (2015), a Estratégia é uma palavra herdada dos gregos que designava “arte dos generais”. Esse conceito grego está atrelado às guerras e, principalmente, à vitória. Na atualidade, o conceito de Estratégia acaba sendo relacionado às organizações e suas relações de concorrência, tendo o concorrente como “inimigo” e buscando, pelas estratégias, formas de ganhar vantagens e assegurar a sobrevivência. Já Certo e Peter (2005) definem Estratégia como um processo interativo e contínuo, que tem como objetivo manter a organização integrada ao ambiente. Dessa forma, devido à grande concorrência, as empresas contemporâneas buscam novas formas de sobreviver e competir. Estratégia, nesse contexto, consiste na busca de meios para atingir objetivos e reconhecimento dessa realidade. A estratégia pode ser definida como a determinação das metas e de objetivos básicos a longo prazo de uma empresa bem como da adoção de cursos de ação e a alocação dos recursos necessários à consecução dessas metas. (GHEMAWAT, 2000, p. 15) Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 5 Para Costa (2007), as estratégias, em princípio, não devem estar diretamente condicionadas à situação atual das empresas. Mas, antes, são ações definidas para o dia a dia da empresa e ligadas às estratégias definidas pelas empresas para a construção do futuro. Estratégia de baixo custo Para uma formulação de estratégias, em um primeiro momento, deve-se ter em mente que elas devem ser planejadas a partir de situações que atendam inteiramente a seu propósito: o ambiente e a capacitação da organização ideais, de uma implementação fácil e rápida e sem necessidade de grandes e custosas transformações (COSTA, 2007). Conforme Costa (2007), a formulação das estratégias pode ser facilitada e entendida se considerarmos o triângulo estratégico. Apresentamos, na figura a seguir, os fatores que compõem-no: Triângulo estratégico Propósito Ambiente externo Capacitação Estratégias FUTURO Fonte: Adaptado de Costa (2007). Esse triângulo estratégico caracteriza três pontos fundamentais para a formulação das estratégias de uma organização. O propósito da organização, representando “O que queremos ser?”; o ambiente externo, representando “O que nos é permitido ser?”; e, por fim, a capacitação, que representa “O que nós sabemos fazer?”. Devemos ressaltar que a escolha de uma estratégia que entre em conflito com o propósito da organização (Missão, Visão e seus Valores) terá imensa dificuldade Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 6 de sucesso em sua implementação, indo, portanto, ao desencontro do que a organização quer ser. Para um bom diagnóstico, devem ser analisados elementos como: Competitividade; Portfólio de serviços e produtos; Flexibilidade a mudanças; Vulnerabilidade quanto às ameaças; Disponibilidade de implementar as transformações; Recursos estratégicos; Desenvolvimento e Inovação; Poder e Liderança; Tratamento das estratégias e Problemas para construir o futuro da organização (COSTA, 2007). Para Costa (2007), o processo de estratégias, infelizmente, não é uma ciência exata. Portanto, não existe uma receita a ser seguida, pronta para ser copiada e implantada. Pelo contrário, nesse ambiente, existe muita invenção, criação, experimentação e ajustes. Logo, temos um processo de melhoria e experimentação contínuas. Ainda cumpre destacar que qualquer estratégia deve ser simples, clara e objetiva. Escolha pela melhor estratégia Fonte: Plataforma Deduca (2020). No que se refere a uma estratégia competitiva, ela corresponde ao que uma organização decide fazer para que seus clientes ou consumidores tenham pre- ferências por seus produtos e serviços (COSTA, 2007). Dessa maneira, ela define o posicionamento de um negócio que o diferencia de seus concorrentes. O cerne da Estratégia, chamada de Liderança no Custo Total, está no fato de uma organização realizar ações nas quais o seu custo total esteja abaixo dos custos de seus competidores. Isso porque o custo mais baixo permitirá uma defesa da organização perante os seus concorrentes no que tange à briga de preços e promoções. Sobre as demais forças competitivas (ameaça de novos entrantes, ameaça de produtos substitutos e poder de negociação dos compradores), Porter Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 7 (1980; 1985) destaca que existirá apenas um líder em custo em uma mesma indústria. Segundo Porter (1980; 1985), apenas pode existir um líder em custo, pois, ao contrário, essa briga por preços levaria a uma guerra, portanto, seria desastrosa a longo prazo na estrutura da empresa. Segundo Alday (2002), a Estratégia de Baixo Custo alinha seus esforços em busca de uma eficiênciaprodutiva no aumento do volume de produção e na redução dos gastos com propaganda, assistência técnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento etc. Veremos, nos próximos tópicos, um pouco sobre as Estratégias por Diferenciação e por Nicho de Mercado. Estratégia por diferenciação e estratégia por nicho de mercado Com relação à Estratégia de Diferenciação, uma organização oferta, em sua indústria, um produto percebido como único pelos clientes, com características intrínsecas e/ou extrínsecas que diferem-no de seus concorrentes. Nesse meio, os desejos dos consumidores têm dificultado a oferta de um produto de massa, pois existe uma grande diversidade de segmentos de mercado. A Estratégia de Diferenciação ocorre, basicamente, quando uma organização, por meio de um produto e/ou serviço diferenciado de seus concorrentes, cria valores competitivos. Para Carneiro, Cavalcanti e Silva (1997), Estratégia de Diferenciação presume que uma empresa ofereça um produto considerado único por seus clientes, com características diferentes daqueles ofertados pela concorrência. Assim, a Estratégia de Diferenciação oferece defesa à empresa e fidelização dos clientes, considerando que estarão dispostos a pagar mais no produto, pois irá atendê-los em suas necessidades da melhor forma. Retomando Alday (2002), optar por uma estratégia competitiva de diferenciação, faz a empresa investir pesado em sua imagem, tecnologia, assistência técnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento, recursos humanos, pesquisa de mercado, qualidade etc., com o objetivo de criar valor e oferecer um diferencial ao consumidor. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 8 A formulação de uma estratégia competitiva tem como principal característica estabelecer uma relação entre uma companhia e seu meio ambiente. Para isso, deve ser considerado o grau de concorrência, que depende de cinco forças competitivas básicas: Fornecedores, Entrantes potenciais, Concorrentes estabelecidos, Compradores e Produtos substitutos. É a partir da soma dessas forças que se torna possível determinar o potencial de lucro final na indústria. Atenção Porter (1980; 1985) afirma que podem existir várias empresas obtendo sucesso com a Estratégia de Diferenciação, entretanto, cada uma especializa-se em características e atributos diferentes, considerando um cenário no qual exista um número maior de clientes que valorizem essas características e atributos. Vejamos agora a Estratégia por Nincho de Mercado. Em um mundo descontinuado, a inovação da estratégia é a chave para criação de riqueza (MINTZBERG et al, 2006). Ainda para os autores, atualmente muitas empresas estão preocupadas com o Economic Value Added (EVA) – em Língua Portuguesa, Valor Econômico Agregado – para ganhar mais do que seu custo de capital, sendo isso apenas um ponto de partida. Porém, esse não é o objetivo, mas, sim, capturar uma parte desproporcional de criação de riqueza do setor. As empresas preparadas e aptas para se reinventarem é que estarão competindo no mercado. Isso vale tanto para as empresas entrantes, que precisam de estratégias competitivas para sobrevivência, quanto para as empresas já ativas, que precisam se reinventar. Para Costa (2007), se a instituição é mais forte do que todos seus concorrentes em todos os fatores-chave de escolha daquela área estratégica, podemos dizer que sua competitividade é alta. Por conseguinte, se ela é mais fraca, sua competitividade é baixa. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 9 De uma maneira simples, a organização, ao ter um nicho, torna-se relevante para atender suas estratégias e não desperdiçar tempo e recursos. Por isso, é importante definir o mercado e o público-alvo para que ela se dedique à criação e à forma como irá disponibilizar seu produto e/ou serviço. Atenção Alday (2002) cita a Estratégia Competitiva de Foco que, em resumo, significa a escolha de um alvo restrito por meio da Estratégia de Diferenciação ou a Estratégia de Custos. A empresa especializa-se para atender a um mercado, segmento ou um nicho específico. A Estratégia de Enfoque está fundamentada no fato de que uma organização é capaz de atender a seu mercado-alvo com uma qualidade superior, o que é considerado estratégico para uma organização. Nesse caso, o escopo estratégico deve ser suficientemente definido e restritivo, objetivando encontrar uma maneira que permita à organização atender, com maior eficácia, às seguintes dimensões: • Tipologia dos consumidores; • Composto de produto; • Canal de distribuição; • Segmentação geográfica. O mercado-alvo restrito pode ser atendido por meio de uma posição de custo mais baixo ou de uma posição de diferenciação, mesmo que a organização não possa manter essa posição em toda a indústria. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 10 Fechamento Vimos que povos da Antiguidade, como os egípcios, gregos, romanos, entre outros, já pensavam em estratégias, pois entendiam que, sem elas, não conseguiriam alcançar seus objetivos. Aém disso, entendemos que o conceito de Estratégia é bastante discutido por pensadores da área e que ganhou grande relevância em função da altissima concorrência existente entre as empresas. Aprendemos, também, sobre as Estratégias de Negócios, que são as de Baixo Custo, por Diferenciação e por Nicho de Mercado, e estas devem estar alinhadas aos objetivos organizacionais. Assim, vimos que: a) na Estratégia de Baixo Custo, o valor inferior do produto faz com que a empresa se defenda de seus concorrentes; b) na Estratégia por Diferenciação, a empresa oferece um produto único aos seus clientes; e c) na Estratégia por Nincho de Mercado, a empresa necessariamente, precisa definir o mercado e o público-alvo ao qual deseja atender. Compreendemos, assim, que a principal característica de uma estratégia competitiva é gerar um relacionamento entre a empresa e o seu meio ambiente. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 11 Referências ALDAY, H. E. C. Estratégias empresariais. Coleção Gestão Empresarial, Sao, 2002. CARNEIRO, J. M. T.; CAVALCANTI, M. A. F. D.; SILVA, J. F. da. Porter revisitado: análise crítica da tipologia estratégica do mestre. Revista de Administração Contemporânea, v. 1, n. 3, p. 7-30, 1997. CERTO, S.; PETER, J. P. Administração estratégica: Planejamento e Implantação de Estratégia. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2005. COSTA, E. A. Gestão estratégica: da empresa que temos para a empresa que queremos. São Paulo: Saraiva, 2007. GHEMAWAT, P. A Estratégia e o Cenário dos Negócios: texto e casos. Porto Alegre: Bookman, 2000. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2015. MINTZBERG, H. et al. O Processo da Estratégia - 4. Porto Alegre: Bookman Editora, 2006. PORTER, M. E. Competitive strategy: techniques for analysing industries and competitors. New York : Free Press, 1980. ______. Competitive advantage: creating and sustaining competitive performance. New York : Free Press, 1985. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06
Compartilhar