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Modelos de desenvolvimento organizacional Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 SST Ardigo, Rafaela Mota Modelos de desenvolvimento organizacional / Rafaela Mota Ardigo Ano: 2020 nº de p.: Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. 12 Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 3 Modelos de desenvolvimento organizacional Apresentação Nesta unidade, poderemos analisar o desenvolvimento organizacional das empresas e, a partir do diagnóstico do problema e do planejamento realizado, avaliar se o desenvolvimento organizacional foi capaz de resolvê-lo. Nesse aspecto, poderemos verificar as mudanças que são importantes para o desenvolvimento organizacional e, com isso, ajustar os modelos. Desenvolvimento organizacional O processo de desenvolvimento organizacional pode utilizar diversas estratégias para obter sucesso. Conforme Chiavenato (2003), os principais modelos utilizados nas organizações são: Managerial Grid; de Lawrence e Lorsch; e 3-D de eficácia gerencial de Reddin. Os principais modelos de desenvolvimento organizacional Managerial Grid - Desenvolvido por Blake e Mouton Modelo de Lawrence e Lorsch - Desenvolvido por Lawrence e Lorsch Modelo 3-D de eficácia gerencial - Desenvolvido por Reddin Fonte: Adaptada de Chiavenato (2003). Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 4 O modelo do managerial grid ou grade gerencial Elaborado por Blake e Mouton, foi o primeiro modelo criado para a execução de processos de desenvolvimento organizacional. Segundo esses autores, a mudança na organização se inicia a partir da mudança individual e refletirá nos padrões de comportamento dos grupos. Eles acreditam que cada pessoa é um indivíduo único e, portanto, a empresa pode incentivar que a mudança aconteça a partir de estratégias apropriadas a cada tipo de pessoa. Para isso, a empresa deve avaliar o seu excellence gap e o nível de excelência de cada uma de suas áreas: produção, recursos humanos, administração financeira, contabilidade, pesquisa e desenvolvimento etc. Excellence gap é um termo utilizado para definir a diferença entre o que a empresa é e o que gostaria de ser. Curiosidade Conforme Chiavenato (2003), o modelo desenvolvido por Blake e Mouton conta com seis fases: treinamento por meio de seminários de laboratório, desenvolvimento de equipes, reuniões de confrontação intergrupal, estabelecimento dos objetivos da organização pelo autoescalão da empresa, implementação através das equipes e avaliação dos resultados. As três primeiras fases estão relacionadas ao desenvolvimento gerencial, enquanto as três últimas, ao desenvolvimento organizacional. Como você pode perceber, essas fases se assemelham aos processos de desenvolvimento organizacional. Vimos que as teorias cientificas são amplamente utilizadas para o desenvolvimento de modelos voltados à ação prática no dia a dia das empresas. Blake e Mouton desenvolveram seu modelo baseados na crença de que os administradores devem se preocupar com dois fatores principais para garantir o desenvolvimento organizacional: a produção e a gestão de pessoas. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 5 A partir dessa ideia, eles desenvolveram um modelo de dois eixos. O eixo vertical delimita a preocupação com as pessoas, enquanto o eixo horizontal, a preocupação com a produção, ou seja, com os resultados da organização. Cada eixo possui nove quadrantes e a posição em cada quadrante do modelo determinará quais são os estilos gerenciais e de participação de cada indivíduo dentro da organização. Managerial Grid ou Grade Gerencial Baixa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Baixa Alta Alta Preocupação com Produção (resultados) Estilo 9.1 A eficiência nas operações resulta de se fazer um arranjo das condições de trabalho de tal modo que os elementos humanos interfiram num grau mínimo. Estilo 5.5 Um adequado desempenho organizacional torna-se possível através do equilíbrio entre a necessidade de se conseguir que o trabalho seja executado e a manuten- ção do moral das pessoas num nível satisfatório. Estilo 9.9 A realização do trabalho é conseguida da parte das pessoas comprometidas: a interdependên- cia através de um "interesse comum" no objetivo da organização conduz a relaciona- mentos de confiança e de respeito. Estilo 1.9 Atenção concentrada nas necessidades das pessoas, pois relacionamentos satisfatórios conduzem a uma atmosfera confortadora e a um ritmo de trabalho de organização cordial. Estilo 1.1 A aplicação de um esforço mínimo para se conseguir: que o trabalho necessário seja executado é adequada e suficiente para se conservar a prerrogativa de membro da organização; Pr eo cu pa çã o co m p es so as Fonte: Chiavenato (2003, p. 395). Analisando a figura anterior, você perceberá a existência de cinco estilos de administração predominantes de acordo com o comportamento e o tipo de trabalho realizado por cada pessoa. Os estilos 1.1 e 9.1 se aproximam de um estilo de administração mais autocrático, no qual o fator humano é pouco ou nada valorizado. Ele é usado por organizações ou em situações em que o impacto humano na produção não seja considerado uma interferência, como em algumas indústrias; ou quando se exige um padrão mínimo de esforço, pois não se deseja um nível de produção muito alto, como em algumas atividades artesanais. O estilo 1.9 se aproxima de estilos de liderança mais liberais. Esse tipo de liderança é um pouco romântico, visto que a eficiência nos grupos sob ele costuma ser baixo. Falta foco e a inspiração para produzir algo. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 6 Já os estilos 5.5 e 9.9 são aqueles que se aproximam de estilos de liderança democráticos. No primeiro caso, busca-se um equilíbrio satisfatório entre os objetivos da empresa e os dos indivíduos. No segundo, procura-se um alto nível de produtividade e há um grande investimento no bem-estar das pessoas. Esses são os estilos de administração baseados no comportamento que se deseja de cada indivíduo almejados pelo desenvolvimento organizacional. O modelo de Lawrence e Lorsch Chiavenato (2003) aponta que o modelo desenvolvido por esses autores considera o conceito de diferenciação, integração e defrontamentos. No conceito de diferenciação e integração, reside a ideia de que a organização é um sistema que envolve relações complexas. Para que a organização se torne mais eficiente, ela precisa se especializar em áreas ou departamento especialistas, como produção, área comercial, recursos humanos, finanças e logística. Esse processo é chamado de diferenciação. Por outro lado, para que os resultados da organização sejam alcançados, ela também precisa fazer com que as diferentes áreas consigam “conversar entre si”. O que isso significa? Que os grupos estabelecidos em cada área precisam trabalhar em conjunto para que a organização consiga alcançar os resultados que deseja. Esse processo é chamado de integração. Já o conceito de defrontamentos está associado aos contratos psicológicos que são firmados pelos membros de um grupo. As pessoas e as organizações são movidas pela sensação de retorno que possuem com relação ao valor que acreditam agregar à organização. Chiavenato (2003) relata que as organizações podem possuir defrontamentos relacionados ao seu ambiente, aos seus grupos de trabalho ou ao indivíduo. Lawrence e Lorsch propõem um modelo de desenvolvimento organizacional dividido em quatro fases: diagnóstico, planejamento, ação e avaliação. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 7 O ciclo do processo de desenvolvimento organizacional de Lawrence e Lorsch 1- Diagnóstico 2- Planejamento 3- Ação 4- Avaliação Fonte: Adaptada de Chiavenato(2003). Conforme Chiavenato (2003), a fase do diagnóstico consiste no levantamento dos três tipos de defrontamento, - organização, grupo ou indivíduo, presentes na organização. A avaliação de onde a empresa está com relação a esses fatores e onde almeja chegar consistirá no diagnóstico que guiará o planejamento. A partir daí, a etapa de planejamento poderá desenvolver estratégias coerentes com as reais necessidades da organização. Essas estratégias podem ser de ordem educacional, estrutural ou transacional (CHIAVENATO, 2003). Estratégias educacionais são aquelas que desejam mudar as expectativas dos indivíduos com relação ao retorno esperado pelo seu trabalho. Enquanto as estratégias estruturais se referem a mudanças na estrutura da organização e podem envolver elementos como alteração de funções, salários, liderança e comunicação. As estratégias transacionais, por sua vez, buscam mudanças no clima e na cultura da organização. Com a estratégia definida, temos a fase de implementação da ação. Durante essa fase, é esperado que a organização tenha conseguido estabelecer laços entre os grupos que gerem um comprometimento profundo para que a mudança seja realizada. Importante lembrar que esse processo precisa ter um follow up. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 8 Follow up é um jargão muito utilizado nas organizações e significa o mesmo que processo de acompanhamento do procedimento de mudança. Saiba mais A fase de avaliação é caracterizada pelo fechamento do processo de desenvolvimento organizacional. Os resultados identificados nessa fase podem demonstrar que todas as ações esperadas no processo de planejamento foram implementadas com sucesso. Esse seria o mundo ideal dos agentes de mudança. Entretanto, é corriqueiro que durante a fase de avaliação sejam identificadas questões que ainda precisam ser melhoradas ou ajustadas para atingirem um maior grau de eficiência. Portanto, o processo de avaliação acaba retroalimentando o processo inicial. Segundo Chiavenato (2003), a partir dessa fase, o desenvolvimento organizacional ganha uma dinâmica própria. Modelo 3-D da eficácia gerencial de Reddin O modelo 3-D de Reddin prega a eficácia acima da eficiência. O importante, segundo esse modelo, é que o gerente seja o mais eficaz possível, ou seja, o que importa são os resultados que ele obtém e não como os obtém. Reddin defende que um gestor eficaz é aquele que consegue adaptar o seu estilo de liderança conforme as situações se apresentam. Cada situação na organização exigirá um estilo de liderança diferente, portanto, o gestor eficaz deve ser uma pessoa altamente adaptável à mudança, voltada exclusivamente para a ação. Segundo Chiavenato (2003), Reddin defendia que o indivíduo com essas características conseguiria definir objetivos claros, precisos e, se tivesse a oportunidade, desenvolveria completamente o seu potencial para realizar a mudança necessária. Além disso, cumpre lembrar que a figura do administrador como solucionador de problemas é mais importante do que a figura do consultor. Conforme Chiavenato (2003), para o modelo 3-D de eficácia de Reddin, não há um estilo ideal. Entretanto, esse modelo defende que o gestor eficaz tenha três habilidades gerenciais básicas: a sensitividade organizacional, a flexibilidade de estilo e a destreza de gerência situacional. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 9 A sensitividade organizacional relaciona-se com a habilidade do gestor em identificar as tendências de comportamento em cada situação dentro da organização. Ao perceber um padrão de estilo de comportamento em certas situações, o gestor eficaz deverá ter a capacidade de flexibilizar o seu estilo de liderança, ou seja, seu estilo deverá mudar para atender com maior eficácia o problema a ser resolvido. A destreza da gerência será medida pelo grau em que ela conseguiu realizar a mudança ou resolver o problema. O nome Eficácia 3-D vem exatamente dessas três habilidades gerenciais. A partir delas, Reddin desenvolveu um modelo que contém quatro estilos básicos de acordo com o nível de habilidade de cada gestor, os quais são: separado, integrado, relacionado ou dedicado. Conforme Chiavenato (2003), cada um desses quadrantes possui um equivalente mais ou menos eficiente. Acompanhe na figura a seguir. Os quatro estilos básicos e seus equivalentes mais ou menos eficazes Missionário Transigente Desertor Autocrata Relacionado Integrado Separado Dedicado Promotor Executivo Burocrata Autocrata benevolente Efica z + Efic az - Efic az Fonte: Chiavenato (2003, p. 401). Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 10 Cada um desses quatro estilos pode ser avaliado quanto ao seu grau de orientação para as pessoas e o seu grau de orientação para a tarefa. Vimos que o desenvolvimento organizacional não almeja resultados ótimos, mas aqueles que sejam suficientemente bons para integrar os objetivos da organização e dos indivíduos. Portanto, para nosso intuito, devemos considerar nesse modelo que o quadrante localizado no meio da figura anterior é o mais apropriado para o desenvolvimento organizacional. Preferencialmente, o gestor deve buscar um estilo integrado, ou seja, um estilo que consiga integrar tanto sua orientação para a tarefa quanto para o bem-estar das pessoas. Os principais modelos de desenvolvimento organizacional e suas características Modelos de desenvolvimento organizacional e suas característi- cas Managerial Grid ou Modelo de Grade • Modelo desenvolvido por Blake e Mouton. • Foi o modelo pioneiro de processos de mudança organizacional. • Foco das organizações deve ser a mudança do comportamento individual. • Os administradores devem se preocupar com as pessoas e com a produção. • O estilo de liderança deverá ser adequado ao tipo de comportamento mais adequado estabelecido em cada quadrante. Modelo de Lawrence e Lorsch • Baseado no conceito de diferenciação e integração e de defrontamentos. • Estabelece um modelo de desenvolvimento organizacional em quatro fases: diagnóstico, planejamento, ação e avaliação. • O modelo é um ciclo que se retroalimenta constantemente, ou seja, o processo nunca acaba. Modelo 3-D da eficácia gerencial de Reddin • O que importa é a eficácia do gestor, ou seja, o que ele faz e não como faz. • Os gestores devem ser flexíveis e desenvolver habilidades que permitam adaptação às mudanças. • O papel do administrador é mais importante do que o do consultor. • O estilo de liderança não é estático; o gestor deverá adotar o estilo mais adequado para cada situação. • Existem estilos mais e menos eficazes. • O estilo ideal para o desenvolvimento organizacional é o integrado. Fonte: Adaptado de Chiavento (2003). Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 11 Identificação das técnicas de desenvolvimento organizacional Para Schein (1972), o papel do consultor no processo de desenvolvimento organizacional consiste em auxiliar o gestor no aprendizado de técnicas de diagnóstico e no desenvolvimento de planos de ação para a resolução de problemas. É importante destacar que o autor defende que o consultor não deve atuar como se fosse o dono do problema. O desenvolvimento organizacional será tão mais efetivo quando for maior a disponibilidade e o interesse real da organização no processo de mudança. A cúpula organizacional tem um papel fundamental nesse processo. Se não houver apoio verdadeiro dela no processo de mudança, as chances dos modelos de desenvolvimento organizacional fracassar são bastante elevadas. Conforme Chiavento (2003), os administradores podem utilizar diversas técnicas de desenvolvimento organizacional para obterem sucesso no processo de mudança, as quais são utilizadas para melhorar e maximizar os resultados planejados pelo desenvolvimento organizacional. O autor identificaa existência de três técnicas principais: de intervenção para os indivíduos; de intervenção para duas ou mais pessoas; de intervenção para equipes ou grupos; e de intervenção para relações intergrupais. Fechamento Nesta unidade, evidenciamos os modelos de desenvolvimento organizacional. Vimos que a escolha de cada uma dessas técnicas dependerá da situação atual da empresa e do objetivo que ela almeja alcançar com a mudança. Observamos que todas elas têm o enfoque na melhoria das relações entre as pessoas, uma vez que o desenvolvimento organizacional é ponto crucial para que ocorra a mudança profunda, relacionada à cultura e ao clima organizacional. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06 12 Referências CHIAVENATO, I. Introdução a Teoria Geral da Administração: Uma visão abrangente da moderna administração nas organizações. 7. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. SCHEIN, E. H. Consultoria de Procedimentos: Seu papel no desenvolvimento organizacional. 1. ed. brasileira. São Paulo: Edgar Blucher LTDA, 1972. Licensed to ISMAEL NUNES DA SILVA FILHO - mael.nsilva@uol.com.br - 414.534.538-06
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