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Toxicologia Forense

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Prévia do material em texto

@Kalinesousabrito
Aula 01
Profa. Dra. Kaline Sousa
Profa. Dra. Kaline Sousa
Graduação em Biomedicina
Especialização em Saúde Coletiva com Ênfase em Saúde da Família
Mestrado em Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde
Doutorado em Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde
CERTIFICADO
TOXICOLOGIA FORENSE
OBJETIVO DO CURSO
Aula 01: Introdução à Toxicologia Forense
Aula 02: Agentes Tóxicos Sociais e Seus
Efeitos na Saúde Humana
Aula 03: Técnicas de Análise Toxicológica
e Laudo Pericial
Aula 04: Drogas Facilitadoras de Crimes
(Estupro)
Aula 05: Perguntas e RespostasTOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
Toxicologia é a ciência que tem a função de
identificar e quantificar os efeitos adversos
relacionados com a exposição à certos
agentes, denominados tóxicos, que podem
ser substâncias químicas orgânicas ou
inorgânicas.
A toxicologia moderna é composta por quatro
disciplinas: clínica, reguladora, de
investigação e forense.
RANGEL, 2003/2004
TOXICOLOGIA FORENSE
Desde a antiguidade, a elucidação de mortes
associadas a substâncias químicas, era uma
preocupação, porém, o toxicologista Mateu Josep
Bonaventura Orfila i Rotger (1787-1853), foi o
primeiro a relacionar material de autópsia com
análise química, para revelar casos de
envenenamento que tinham cunho legal. Ele
adotou métodos novos de análises, adaptando-os
à atividade forense.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014
TOXICOLOGIA FORENSE
A Toxicologia Forense tem a finalidade de auxiliar a
investigação médica ou legal de morte, envenenamento
e uso de drogas, onde profissionais de diversas
formações, atuem em uma vasta área do conhecimento:
Química Toxicológica, Toxicologia Farmacológica, Clínica,
Forense, Ocupacional, Veterinária, Ambiental
(Ecotoxicologia), Aplicada a Alimentos, Genética,
Analítica, Experimental e outras áreas.
Busca analisar os efeitos prejudiciais de substâncias químicas no organismo humano em casos
de investigação de violência, homicídios, suicídios, acidentes, abuso de drogas, alcoolemia,
golpes conhecidos como boa noite Cinderela.
TOXICOLOGIA FORENSE
Esta ciência determina o agente químico causador
da morte, e possibilita quantificá-lo, dando a
sociedade uma resposta sobre o fato. Em casos de
crimes, o exame toxicológico é feito em materiais
coletados tanto em pessoas vivas quanto em
cadáveres, além de outras amostras retiradas do
local.
No indivíduo vivo, para rastrear drogas de abuso e
caracterizar um estado de toxicodependência e no
cadáver para detectar overdose ou reação
anafilática á drogas (quando a morte está
associada ao consumo de drogas).
RANGEL, 2003/2004
TOXICOLOGIA FORENSE
Há uma vasta gama de amostras que podem
ser utilizadas em toxicologia forense, como
por exemplo: órgãos colhidos na autópsia,
fluidos biológicos (tanto do indivíduo vivo,
quanto do cadáver) etc. As amostras são
selecionadas e colhidas de acordo com a
especificidade do caso e o tipo de análise que
se pretende realizar.
RANGEL, 2003/2004
Uma autópsia, necropsia ou exame cadavérico é um procedimento médico que consiste em
examinar um cadáver para determinar a causa e modo de morte
TOXICOLOGIA FORENSE
RANGEL, 2003/2004
No caso dos mortos, os testes são
realizados pela Medicina Legal para
atestar a causa de mortes:
- Suspeitas de ingestão de tóxicos
- Suspeitas de Envenenamento
- Suspeitas de Overdose
TOXICOLOGIA FORENSE
INVESTIGAÇÃO MÉDICO-LEGAL
As análises toxicológicas são de suma
importância no auxílio à medicina legal para a
realização dos diagnósticos relacionados com
intoxicações violentas, ou seja, que levam a
morte por sua letalidade.
Na análise toxicológica post mortem, muitas
podem ser as amostras coletadas em caso de
uma necropsia, sendo que o analista deve ter
um certo zelo ao selecionar às amostras a
serem coletadas a partir do histórico do caso e
as circunstâncias que levaram o indivíduo ao
óbito.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014
TOXICOLOGIA FORENSE
A equipe de investigação médico – legal geralmente consiste:
1- Investigador policial
2- Médico legista
3- Patologista forense
4-Toxicologista forense
MARTINS, 2013
TOXICOLOGIA FORENSE
O investigador policial confecciona laudos de
análises toxicológicos post mortem, que sendo
realizados pela Polícia Técnica consistem em
fortes ferramentas indiciárias, onde o policial
englobado necessita conhecer o protocolo de
produção das provas. Sendo de extrema
importância investigar as mortes com suspeita
de toxicantes envolvidos, pois através da análise
toxicológica do corpo é possível esclarecer o
caso.
FERRARI JÚNIOR, 2012
TOXICOLOGIA FORENSE
O médico legista é responsável por realizar o exame de
corpo e delito em indivíduos mortos ou vivos.
Este profissional relaciona vários campos do direito e
elabora laudos que analisam os fatos que ocorreram
no crime.
O médico legista pode atuar em outras áreas, como a
criminologia e asfixiologista, sendo de grande
importância tal profissional ter um certo conhecimento
a respeito jurídico, para no entanto, entender o quanto
é importante entender uma prova durante a análise.
SOARES, 2012
TOXICOLOGIA FORENSE
Já, o patologista forense busca encontrar a
causa da morte da pessoa através da análise do
cadáver, contudo, este processo é chamado de
autópsia. Além disso, quando os familiares não
reconhecem o corpo, o patologista forense
realiza a identificação do cadáver.
E por fim, o toxicologista forense está
relacionado com questões judiciais, onde busca
reconhecer, identificar e quantificar os riscos de
exposição de tais toxicantes.
RANGEL, 2003/2004
TOXICOLOGIA FORENSE
Deve-se ter uma interação entre a toxicologia e a medicina legal, pois
ambas se complementam e são de extrema importância para esclarecer
as dúvidas sobre as circunstancias que levaram a vítima ao óbito
TOXICOLOGIA FORENSE
Por meio da toxicologia forense, muito
relevante no campo do Direito, pode-se
acusar ou inocentar um réu, em caso de
homicídios com suspeitas de
envenenamento, por exemplo.
Mas para que a toxicologia forense seja
aplicada para identificar e quantificar o
agente tóxico, faz-se necessário que haja a
cadeia de custódia, procedimento que
antecede a análise.
TOXICOLOGIA FORENSE
A cadeia de custódia, consiste em uma ação documentada
de todo o processo executado, desde a visualização da
amostra, seguido da coleta, manuseio, recipiente utilizado,
até o descarte final da mesma. A confiabilidade de todo o
processo, concentra-se em uma cadeia de custódia bem
executada, que levará à uma análise mais segura e precisa
da amostra, e consequentemente, do caso como um todo.
MARTINI, 2014
TOXICOLOGIA FORENSE
As principais áreas de aplicação da toxicologia
forense são:
1) toxicologia da investigação da morte ou post
mortem
2) a toxicologia ante mortem
3) a dopagem no esporte
4) teste de drogas em ambiente de trabalho e
no trânsito
TOXICOLOGIA FORENSE
1) Na toxicologia post mortem, as
análises são aplicadas em investigação
de crimes com vítimas fatais, onde há
suspeita de que substâncias tóxicas
possam ter contribuído com a causa da
morte do indivíduo. Muitas vezes,
também, é importante realizar pesquisa
de drogas de abuso ou de medicamentos
em vítimas de homicídio e morte
acidental, pois pode haver correlação
entre o consumo de drogas e as
circunstâncias que causaram a morte.
TOXICOLOGIA FORENSE
2) A toxicologia ante mortem é responsável
pela análise de amostras biológicas de
indivíduos vivos, cujo consumo de substâncias
tóxicas pode estar relacionado a fatos de
interesse forense. Exemplo desta aplicação da
toxicologia é o uso de “droga facilitadora de
crime” (DFC), onde substâncias psicoativas são
administradas à vítima, sem seu
consentimento, com o objetivo de incapacitá-la
de suas ações cognitivas para a decisão de
realizar ou não um crime, sendo os mais
comuns o roubo, homicídio, sequestro e
estupro.
TOXICOLOGIA FORENSE
O controle de dopagem no esporte (Doping)
também é uma área de interesse forense, já
que muitas vezes os atletas fazem uso de
substâncias ilícitas, além do fato de que a
detecçãode substâncias, ou métodos
proibidos, têm implicações legais ao atleta.
As substâncias mais frequentemente
utilizadas para melhora no desempenho nos
esportes (saúde e bem-estar dos atletas) são
anabolizantes, estimulantes, narcóticas e
diuréticas.
TOXICOLOGIA FORENSE
Com relação ao controle do uso de drogas no
ambiente de trabalho, o objetivo é monitorar a
autoadministração de substâncias que possam
ter efeitos negativos na saúde dos indivíduos
expostos podendo reduzir sua produtividade,
como, também, causar acidentes no local de
trabalho.
TOXICOLOGIA FORENSE
O monitoramento de indivíduos condutores
de veículo automotor tem se destacado
também, pois o número de vítimas de
acidente sob influência de drogas de abuso,
ou de medicamentos, é crescente, sendo o
álcool o mais prevalente, embora também
seja necessário monitorar o consumo de
medicamentos e drogas ilícitas.
TOXICOLOGIA FORENSE
Foi instituído o Sistema Nacional de Políticas Públicas
sobre drogas através da Lei Federal 11.343/2006, pelo
qual, utiliza medidas para a prevenção do uso
inapropriado de drogas, atenção e inserir novamente na
sociedade usuários e dependentes de drogas. Além
disso, foram estabelecidas regras que repreendem a
uma produção sem autorização de tais substâncias e ao
tráfico de drogas ilícitas, que são crimes.
COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DO DELITO
TOXICOLOGIA FORENSE
Os crimes da Lei de Tóxicos 11.342/2006 são
denominados “crimes de vestígios”, realizados
através da perícia, sendo que o laudo pericial é feito
pelo órgão policial. As principais substâncias que
causam dependência analisadas são a maconha,
cocaína, heroína, morfina e solventes (OGA;
CAMARGO; BATISTUZZO, 2014).
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
A toxicologia forense realiza
análise de substâncias trazidas
pela Polícia ou pelos peritos de
locais de crimes e constata se
estas amostras são drogas, outras
substâncias ilegais, medicamentos
psicotrópicos ou se possuem
conteúdo nocivo.
TOXICOLOGIA FORENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIA FORENSE CANINA 
TOXICOLOGIA FORENSE
Nos últimos anos as drogas sintéticas
estão cada vez mais sofrendo
alterações químicas e exigindo mais
estudos e pesquisas para sua
identificação. Estas são chamadas de
“Novas Substâncias Psicoativas” que
se referem a drogas sintéticas.
Todos os testes, tanto em amostras brutas, como em amostras biológicas passam por exames
de identificação para saber qual tipo de sustâncias elas são, qual teor, se são drogas puras ou
diluídas, qual material é utilizado para diluir, entre outras caraterísticas.
TOXICOLOGIA FORENSE
Os criminosos modificam quimicamente as
moléculas das substâncias, a molécula da
cocaína, por exemplo, e a partir disso se cria
uma nova droga. Mas o trabalho minucioso da
toxicologia forense é extrair e identificar as
moléculas que compõe a “nova substância”.
NaHCO3
Extração da planta Erythroxylon, o cloridrato
da cocaína é a forma mais estável dessa
substância, que pode ser deslocada por meio
de bases fracas, como o bicarbonato de
sódio.
TOXICOLOGIA FORENSE
“Com a toxicologia forense a capacidade resolutiva dos casos aumentou. Anos
atrás não existiam ainda determinados exames que detectassem, por exemplo,
presença de cocaína no sangue de alguém que morreu por overdose. Hoje é
possível atestar, quantificar e fechar um caso de forma eficaz e com agilidade”.
TOXICOLOGIA FORENSE
O laudo considera resultados do exame toxicológico número
5054/2013 do Instituto Médico-Legal (IML) feito no corpo de
Chorão. O exame toxicológico apontou que o corpo
apresentava 4,714 microgramas da droga por mililitro de
sangue. Segundo os peritos, foi possível concluir, a partir dos
testes, que a causa da morte foi "intoxicação exógena devido à
cocainemia".
De acordo com especialistas, o excesso da droga pode ter
causado um infarto ou um acidente vascular cerebral. “[A
cocaína gera] muita adrenalina, gera aumento da pressão,
aumento da frequência cardíaca e respiratória, sobrecarga
cardíaca e, com isso, tem menos sangue chegando no coração
e no cérebro”.
TOXICOLOGIA FORENSE
“O toxicologista forense pode atuar na cena
de crime, como perito. Ele faz todo o
processamento do local, desde o registro
dessas amostras até a coleta e envio para o
laboratório. Então ele pode trabalhar tanto in
loco, coletando e garantindo a manutenção
dessas amostras; no laboratório, já com as
análises; e posteriormente, fazendo a emissão
do laudo”.
OBJETIVO DO CURSO
Aula 01: Introdução à Toxicologia Forense
Aula 02: Agentes Tóxicos Sociais e Seus
Efeitos na Saúde Humana
Aula 03: Técnicas de Análise Toxicológica
e Laudo Pericial
Aula 04: Drogas Facilitadoras de Crimes
(Estupro)
Aula 05: Perguntas e RespostasTOXICOLOGIA FORENSE
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
TOXICOLOGIA FORENSE
WAGNER, J.R. Introduction to forensic toxicology. In: An Introduction to Interdisciplinary Toxicology. Academic
Press, p. 445–59, 2020.
DORTA, D.J.; YONAMINE, M.; COSTA, J.L.; MARTINIS, B.S. Toxicologia Forense. 1.Ed. São Paulo: Blucher, 2018.
BORDIN, D.M.; ALVES, M.; MARTINIS, B.S.; EXTRACTION, D.P. Técnicas de preparo de amostras biológicas com
interesse forense. Scientia Chromatographica, v.7, n.2, p.125–43, 2015.
OGA, Seizi; CAMARGO, Márcia Maria de A.; BATISTUZZO, José Antonio de O. Fundamentos de Toxicologia.
4.ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
RANGEL, Rui. Noções Gerais sobre outras Ciências Forenses. Medicina Legal, 2003/2004.
AIELLO, T.B; PEÇANHA, M.P. Análise toxicológica forense: da ficção científica à realidade. Revista Eletrônica de Biologia, v.4, n.3,
2011.
ALVES, Sergio Rabello. Toxicologia Forense e Saúde Pública: desenvolvimento e avaliação de um sistema de informações como
ferramenta para a vigilância de agravos decorrentes da utilização de substâncias químicas. 2005.
Muito Obrigada!!!
Kaline.britosousa@gmail.com
@Kalinesousabrito
Aula 02
Profa. Dra. Kaline Sousa
Profa. Dra. Kaline Sousa
Graduação em Biomedicina
Especialização em Saúde Coletiva com Ênfase em Saúde da Família
Mestrado em Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde
Doutorado em Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde
CERTIFICADO
TOXICOLOGIA FORENSE
OBJETIVO DO CURSO
Aula 01: Introdução à Toxicologia Forense
Aula 02: Agentes Tóxicos Sociais e Seus
Efeitos na Saúde Humana
Aula 03: Técnicas de Análise Toxicológica
e Laudo Pericial
Aula 04: Drogas Facilitadoras de Crimes
(Estupro)
Aula 05: Perguntas e RespostasTOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
Além de buscar a verdade acerca de um fato
perante a lei, a toxicologia forense também
consiste, em uma ciência multidisciplinar que
se volta em identificar e quantificar
substâncias tóxicas, que possam levar à
algum dano ou alteração ao organismo.
TOXICOLOGIA FORENSE
Logo, é de suma importância
compreender as formas de exposição,
toxicocinética e toxicodinâmica dos
xenobióticos (substâncias químicas
exógenas) para a interpretação dos
achados para a perícia criminal.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICIDADE
Capacidade inerente do agente tóxico de provocar
efeitos nocivos em organismos vivos.
AGENTE TÓXICO/ AGENTE TOXICANTE: Entidade química com poder de causar dano 
a um sistema biológico por provocar alteração de função. 
 -Potencial causador de morte 
 -Dependente da forma e tempo de exposição 
 -Dependente da concentração
Manifestação do efeito tóxico e corresponde ao conjunto de sinais e sintomas que demonstram o
desequilíbrio produzido pela interação do agente tóxico com o organismo.
INTOXICAÇÃO
TOXICOLOGIA FORENSE
A toxicologia constitui no estudo dos tóxicos e das intoxicações.
TOXICOLOGIA FORENSE
A fase de toxicocinética estuda a movimentação
do agente tóxico no organismo, desde a sua
entrada até a sua eliminação, envolve a
transposição de membranas celulares.
Inclui todos os processos envolvidos na relação
entre a disponibilidade(Biodisponibilidade)
química e a concentração nos diferente tecidos
do organismo.
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
Toxicodinâmica
Estudaa interação dos agentes tóxicos e os
sítios de ação dos receptores
TOXICOLOGIA FORENSE
Toxicodinâmica
COMO QUE OS 
XENOBIÓTICOS 
PODEM SER 
CONSIDERADOS 
DROGAS???
TOXICOLOGIA FORENSE
O que é Droga?
Qualquer substância que ocasiona uma alteração no funcionamento biológico por suas ações químicas.
TOXICOLOGIA FORENSE
O que a Droga?
➢ A Droga, segundo a definição da Organização Mundial
de Saúde – OMS é qualquer substância não produzida
pelo organismo, mas que tem a propriedade de atuar
sobre um ou mais de seus sistemas produzindo
alterações em seu funcionamento.
➢O uso continuado de drogas causa dano ao indivíduo,
pois modifica, aumenta, inibe ou reforça as funções
fisiológicas, psicológicas ou imunológicas do organismo
de maneira transitória ou permanente.
Droga!
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
O termo abuso aplica-se especificamente a substâncias
não-prescritas de utilização intencional, excessiva,
persistente ou esporádica desvinculada com a prática
médica aceitável.
DROGAS DE ABUSO
De acordo com os efeitos produzidos no sistema nervoso , as 
drogas podem ser classificadas em três categorias: 
1. DEPRESSORAS (PSICOLÉPTICOS) 
2. ESTIMULANTES (PSICOANALÉPTICOS) 
3. PERTURBADORES (PSICODISLÉPTICOS)
CATEGORIA DAS DROGAS DE ABUSO
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
Drogas de Abuso
Os Depressores do SNC
As drogas de abuso que são depressores do SNC (álcool) produzem
depressão geral do SNC semelhante aos agentes anestésicos
voláteis, produzindo os efeitos familiares de intoxicação aguda. A
depressão leve do SNC é caracterizada por ausência de interesse no
ambiente e incapacidade de concentrar-se em um tópico (pequeno
tempo de concentração).
À medida que a depressão progride, há letargia ou sono,
diminuição do tônus muscular, diminuição da capacidade de se
movimentar e diminuição da percepção de sensações como dor,
calor e frio. A depressão acentuada do SNC produz inconsciência
ou coma, perda de reflexos, insuficiência respiratória e morte.
TOXICOLOGIA FORENSE
Drogas de Abuso
Os Depressores do SNC
Drogas que diminuem a atividade CEREBRAL
(alteração quantitativa).
As reações do usuário são:
 Lentidão
 Sonolência
 Apatia
 Falta de coordenação motora
 Dificuldade de concentração
 Perda de memória
TOXICOLOGIA FORENSE
Drogas de Abuso
Os Depressores do SNC
 Álcool (etanol e outros);
 Calmantes (barbitúricos,
benzodiazepínicos);
 Inalantes (éter, clorofórmio, acetona, cola
de sapateiro, lança-perfume);
 Ópio e seus derivados (heroína, morfina,
codeína, xaropes antitussígenos);
 Anestésicos gerais: cetamina (Special K)
(Boa noite cinderela).
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
Drogas de Abuso
Os Estimulantes do SNC
As drogas de abuso que são estimulantes do SNC (como
a cocaína), produzem vários efeitos. O estímulo leve é
caracterizado por vigília, alerta mental e diminuição da
fadiga. O aumento da estimulação produz
hiperatividade, nervosismo e insônia. A estimulação
excessiva pode causar convulsões, arritmias cardíacas e
morte.
- Cocaína (Pó, Crack e Merla); 
- Anfetaminas (bolinhas, rebites, moderadores de 
apetite); 
- Cafeína (Café, Chá-Mate, pó de guaraná); 
- Nicotina (tabaco). 
TOXICOLOGIA FORENSE
Drogas de Abuso 
Os Estimulantes do SNC
TOXICOLOGIA FORENSE
• Via oral: Absorção é lenta e Apenas 25% da droga
ingerida alcança o cérebro, e isso requer um longo
período de tempo.
• Aspirada: A absorção acontece pelas membranas
nasofaríngeas, mas por se tratar de uma substância
vasoconstritora, limita sua própria absorção.
• Injetada (endovenosa): A cocaína cruza todas as
barreiras de absorção e alcança a corrente sanguínea
imediatamente. Produz um rápido, poderoso e breve
efeito (grande potencial de abuso) .
• Fumada: Absorção rápida e quase completa, porém,
uma porção significante é perdida quando a cocaína é
aquecida nesta preparação (fumada).
TOXICOLOGIA FORENSE
METABOLIZAÇÃO DA COCAÍNA
TOXICOLOGIA FORENSE
MECANISMO DE AÇÃO DA COCAÍNA
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
Drogas de Abuso
Os Perturbadores do SNC
São drogas que agem modificando
qualitativamente a atividade cerebral, levando
o usuário à alteração de sua percepção,
podendo ocorrer:
 Confusão mental (delírios e alucinações) 
 Despersonalização 
 Distorção do tempo e do espaço
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
 Perda da capacidade de calcular tempo e espaço e prejuízo da
memória e da atenção
 Os olhos do usuário ficam avermelhados
 A boca fica seca e o coração dispara
 O uso continuado leva a problemas respiratórios (bronquites) e
pode causar infertilidade no homem
 Câncer
USO EXCESSIVO DE MACONHA
Intoxicação por até 12 a 24 horas,
devido à liberação lenta dos
canabinoides a partir do tecido adiposo.
Aproximadamente 80-90% da droga é eliminada em 5 dias.
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
A Dietilamida de Ácido Lisérgico, ou LSD
como é conhecido, é uma substância
alucinógena - também chamada de
psicodélica ou psicotomimética -
perturbadora do sistema nervoso
central, capaz de causar alteração do
estado de consciência, provocar
distorções do senso e da percepção.
Pico em 2 a 4 horas e dura de 8 a 12 horas. 
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
As principais drogas sintetizadas e
encontradas nas análises periciais são
skunk (droga produzida em laboratório
feita através de vários cruzamentos de
tipos de maconha e seus efeitos podem
ser cerca de sete vezes mais fortes do
que os da maconha comum), além do
haxixe e as sintéticas como pontos de
LSD, ecstasy, cristais de MDMA e DMT
(Dimetiltriptamina).
TOXICOLOGIA FORENSE
OBJETIVO DO CURSO
Aula 01: Introdução à Toxicologia Forense
Aula 02: Agentes Tóxicos Sociais e Seus
Efeitos na Saúde Humana
Aula 03: Técnicas de Análise Toxicológica
e Laudo Pericial
Aula 04: Drogas Facilitadoras de Crimes
(Estupro)
Aula 05: Perguntas e RespostasTOXICOLOGIA FORENSE
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
TOXICOLOGIA FORENSE
WAGNER, J.R. Introduction to forensic toxicology. In: An Introduction to Interdisciplinary Toxicology. Academic
Press, p. 445–59, 2020.
DORTA, D.J.; YONAMINE, M.; COSTA, J.L.; MARTINIS, B.S. Toxicologia Forense. 1.Ed. São Paulo: Blucher, 2018.
BORDIN, D.M.; ALVES, M.; MARTINIS, B.S.; EXTRACTION, D.P. Técnicas de preparo de amostras biológicas com
interesse forense. Scientia Chromatographica, v.7, n.2, p.125–43, 2015.
OGA, Seizi; CAMARGO, Márcia Maria de A.; BATISTUZZO, José Antonio de O. Fundamentos de Toxicologia.
4.ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
RANGEL, Rui. Noções Gerais sobre outras Ciências Forenses. Medicina Legal, 2003/2004.
AIELLO, T.B; PEÇANHA, M.P. Análise toxicológica forense: da ficção científica à realidade. Revista Eletrônica de Biologia, v.4, n.3,
2011.
ALVES, Sergio Rabello. Toxicologia Forense e Saúde Pública: desenvolvimento e avaliação de um sistema de informações como
ferramenta para a vigilância de agravos decorrentes da utilização de substâncias químicas. 2005.
Muito Obrigada!!!
Kaline.britosousa@gmail.com
@Kalinesousabrito
Aula 03
Profa. Dra. Kaline Sousa
Profa. Dra. Kaline Sousa
Graduação em Biomedicina
Especialização em Saúde Coletiva com Ênfase em Saúde da Família
Mestrado em Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde
Doutorado em Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde
CERTIFICADO
TOXICOLOGIA FORENSE
OBJETIVO DO CURSO
Aula 01: Introdução à Toxicologia Forense
Aula 02: Agentes Tóxicos Sociais e Seus
Efeitos na Saúde Humana
Aula 03: Técnicas de Análise Toxicológica
e Laudo Pericial
Aula 04: Drogas Facilitadoras de Crimes
(Estupro)
Aula 05: Perguntas e RespostasTOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
SISTEMA DE QUALIDADE DOS LABORATÓRIOS
A toxicologia forense desempenha um papel
fundamental para estabelecer a causa e o efeito de
determinado evento como, por exemplo, crimes e
abuso de drogas que podem ou não levar a uma
overdose.
Para que setenha um resultado satisfatório
necessita-se de um rigoroso controle de qualidade
que se estende desde a coleta do material/amostra,
sua identificação e posterior processamento.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014
TOXICOLOGIA FORENSE
SISTEMA DE QUALIDADE DOS LABORATÓRIOS
Os laboratórios de análises forenses possuem um
sistema de qualidade que é classificado em dois
tipos: Controle de qualidade e segurança de
qualidade, ambas têm por finalidade a
capacitação do analista, as condições
laboratoriais, integridade dos equipamentos
utilizados para analises forenses, cuidados com a
documentação dos procedimentos e resultados,
além, da validação deste resultado obtido bem
como a metodologia utilizada.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014
TOXICOLOGIA FORENSE
A validação de métodos é um dos quesitos fundamentais
dentro do sistema de qualidade desses laboratórios, pois, eles
irão conferir credibilidade ao resultado. Esses métodos
consistem na linearidade, na curva de calibração, precisão,
estabilidade, especificidade dentre outros.
Pode-se citar ainda outro requisito importante dentro deste
sistema de qualidade, que consiste na “cadeia de custódia”, é
um termo que se refere as documentações que os laboratórios
realizam para rastrear todo o processo de análise do material
biológico, e como já foi descrito, desde sua coleta, transporte,
analise, descarte ou estocagem para evitar possíveis erros na
identificação do material do doador ou da vítima.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014
SISTEMA DE QUALIDADE DOS LABORATÓRIOS
TOXICOLOGIA FORENSE
A cadeia de custódia deve conter algumas informações
como: quem manuseou a amostra? Onde ela foi obtida?
Quando foi realizada o manuseio? Ela está dividida em dois
tipos de cadeia de custódia, a cadeia de custódia externa e
interna.
SISTEMA DE QUALIDADE DOS LABORATÓRIOS
A cadeia de custodia externa compreende o momento da
coleta do material, transporte até o laboratório e a cadeia
de custódia interna corresponde ao momento em que ela
chega ao laboratório, o registro do mesmo, os exames e
testes realizados, armazenamento, descarte ou devolução.
TOXICOLOGIA FORENSE
Os laboratórios de análises forenses devem seguir
normas e diretrizes que englobam a coleta, cadeia
custódia, processamento da amostra, testes
confirmatórios entre outros.
SISTEMA DE QUALIDADE DOS LABORATÓRIOS
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
Assim, para que haja excelência nos resultados é
necessário um rigoroso controle de qualidade, seja ela
externo ou interno, revelando com precisão a causa
determinado evento ocorrido.
TOXICOLOGIA FORENSE
As quantidades de amostras biológicas solicitadas para as
análises, depende do que está sendo estudado, por exemplo,
as mortes que envolvem a ingestão de determinadas
substâncias, requerem a coleta de grande quantidade de
material durante a autópsia. O FTLG (Guia para os Laboratórios
de Toxicologia Forense) recomenda a coleta, em quantidade
suficiente, das amostras para diversas análises e sua repetição,
quando necessária.
AMOSTRAS BIOLÓGICAS
Diversas amostras podem ser utilizadas: sangue, urina,
encéfalo, coração, bile, conteúdo gástrico e, em situações de
extrema decomposição, podem ser coletados ainda, cabelo,
osso e tecido muscular.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
TOXICOLOGIA FORENSE
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
AMOSTRAS BIOLÓGICAS
Sangue - O sangue escolhido nas análises toxicológicas é o
sangue periférico, obtido por punção das veias subclávia e
femural, devido ao fato de que a possibilidade de
contaminação desses locais, por difusão de outras
regiões, é pequena.
Devido ao colabamento das veias em caso de hemorragias
por exemplo, essa coleta não é possível, sendo coletado
então, o sangue da cavidade cardíaca (que é passível de
concentrar mais os analitos, devido à redistribuição pós-
mortal) ou o sangue da cavidade torácica, sendo que este,
pode estar contaminado por fluidos de outros órgãos.
Substâncias facilmente detectadas no sangue: cianeto,
álcool e monóxido de carbono.
TOXICOLOGIA FORENSE
AMOSTRAS BIOLÓGICAS
Humor vítreo - Constitui um fluido transparente que
se localiza na cavidade posterior do olho e preenche o
espaço entre o cristalino e a retina. É mantido ligado
por uma rede de fibrilas e a viscosidade deve-se à
presença de ácido hialurônico. É uma amostra de fácil
coleta e por estar relativamente protegido de
contaminações em um compartimento, representa
uma amostra privilegiada. Sua análise requer um
treinamento baseado em centrifugação, filtração,
emprego de hialuronidase etc. Seu uso é indicado em
análises de cadáveres carbonizados, em
decomposição ou politraumatizados.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
TOXICOLOGIA FORENSE
AMOSTRAS BIOLÓGICAS
Conteúdo estomacal - Amostra importante para as
análises, principalmente quando o histórico se refere a
intoxicação por via oral, pois prevalece no estômago a
forma inalterada dos xenobióticos. O estômago ligado às
suas extremidades (cárdia e piloro) deve ser enviado,
fechado, ao laboratório. Os achados observados na
abertura, podem direcionar às análises, como por
exemplo, restos de toxicantes não absorvidos, como os
comprimidos.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
TOXICOLOGIA FORENSE
AMOSTRAS BIOLÓGICAS
Fígado - É um dos mais importantes tecidos coletados para
análises toxicológicas post mortem. É um órgão que
apresenta elevada capacidade de ligação a xenobióticos e
constitui o principal órgão envolvido na biotransformação
dos toxicantes. Possui uma importante vascularização e é
passagem obrigatória dos xenobióticos absorvidos no
intestino para a circulação sistêmica.
Rins - É o principal órgão de eliminação para a maioria das
drogas. É um órgão com importante vascularização e rico em
metalotioneínas, apresentando particular relevância nos
casos de intoxicação por metais tóxicos.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
TOXICOLOGIA FORENSE
Encéfalo - É um tecido muito vascularizado. Devido
sua característica lipídica, permite que os compostos
lipossolúveis atravessem a barreira hematoencefálica
e atinjam elevada concentração nessa.
Essa matriz acaba sendo pouco utilizada nas análises toxicológicas, por causa dos
poucos estudos sobre a distribuição dos toxicantes e a falta de técnicas e
purificações para obtenção dos dados.
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
TOXICOLOGIA FORENSE
AMOSTRAS BIOLÓGICAS
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
Urina - É um fluido biológico extensamente utilizado em
análises toxicológicas, apresentando valor inestimável nas
análises de triagem, sendo a matriz de eleição para a maioria
dos testes de triagem imunoenzimáticos, apresentando maior
concentração de metabólitos.
É uma das matrizes com menor número de interferentes
endógenos, por ser constituída por água e apresenta-se com
níveis significativos de lipídeos e proteínas em estados
patológicos. Contudo, devido ao relaxamento dos esfíncteres,
traumas com rompimento da bexiga ou o fato de ter havido
uma micção no momento que precedeu a morte, a bexiga
poderá estar vazia no momento da necropsia, sendo assim,
muitas vezes acaba sendo inviável o exame desse fluído.
TOXICOLOGIA FORENSE
COLETA E ARMAZENAMENTO
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
As amostras são coletadas de acordo com as normas e
procedimentos do laboratório de toxicologia analítica,
de maneira geral, não são adicionados conservantes a
elas.
Porém, quando há suspeita de intoxicação por cocaína
é recomendada a coleta em frasco com fluoreto de
sódio, que garante a estabilidade dessa substância. Na
análise de metais tóxicos, uma amostra de sangue
adicional deve ser coletada em um tubo contendo um
quelante, à exemplo do EDTA.
TOXICOLOGIA FORENSE
OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014; CASTELARI ET AL. 2018
O estômago deve ser coletado com suas
extremidades amarradas para evitar qualquer
extravasamento; o humor vítreo deve ser coletado
dos dois olhos, como uso de seringa e agulha e pode
ser armazenado sem conservantes. O encéfalo,
coletado após a abertura da calota craniana, e
acondicionado em recipiente apropriado sem adição
de conservantes, assim como o fígado, rim e pulmão.
A urina é coletada por meio da punção da bexiga,
com o uso de seringa e agulha. As amostras coletadas
devem ser armazenadas à 4ºC, até serem enviadas ao
laboratório, onde após os procedimentos analíticos,
são armazenadas à -20ºC
COLETA E ARMAZENAMENTO
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
Os quadros de intoxicação causados pela exposição aos agentes
xenobióticos, na maioria das vezes, apresentam sintomas e
lesões inespecíficos, o que requer a utilização de métodos
analíticos que possibilitem o isolamento, a identificação e a
quantificação dessas substâncias nas amostras biológicas.
As substâncias são diversas e podem apresentar grande
quantidade de interferentes, o que aumenta o grau de
dificuldade de análise. Entretanto, técnicas de preparo de
amostras podem ser aplicadas previamente ao emprego de
técnicas de detecção com a finalidade de isolar o analito de
interesse, visando à perda mínima deste com remoção eficaz
de interferentes, alta recuperação do analito, baixo tempo de
análise e custo.
ANÁLISE TOXICOLÓGICA
TOXICOLOGIA FORENSE
Segundo a classificação toxicológica da Lei Estadual no 7.747/1982,
as substâncias químicas são classificadas em:
Classe I – altamente tóxicas para o homem, causam lesões
sistêmicas, possuem propriedades carcinogênicas, teratogênicas,
mutagênicas e prejudica o processo reprodutivo.
Classe II – medianamente tóxica, causa irritação severa na pele.
Classe III – pouco tóxica, causa irritação moderada na pele.
Classe IV – praticamente não tóxica, provocam irritação leve na pele.
Conforme Tocchetto e Passagli et al. (2011) o mais graves problemas na sociedade moderna são
as drogas de uso abusivo, pois as elevadas taxas de homicídios registradas se devem ao consumo
abusivo de álcool e à presença das drogas ilícitas, estas são denominadas psicoativas ou
psicotrópicas porque atuam no Sistema Nervoso Central (SNC), modificando o humor, a
consciência, os pensamentos e os sentimentos.
TOXICOLOGIA FORENSE
A busca direcionada pode ser aplicada quando a presença de
uma substância ou grupo de substâncias é suspeita ou quando
o analista está interessado em um número limitado de
substâncias, tal como no controle de dopagem e no controle de
drogas em local de trabalho.
A busca não direcionada, também conhecida como análise de
desconhecidos totais, é aplicada quando não existem
informações que possam direcionar os procedimentos
analíticos, com um número praticamente ilimitado de
substâncias potencialmente presente na amostra. Esse tipo de
análise requer uma abordagem concisa e planejada,
denominada análise toxicológica sistemática (ATS).
2018 DANIEL JUNQUEIRA DORTA
Estratégias de busca direcionada ou não direcionada de
compostos de relevância toxicológica:
TOXICOLOGIA FORENSE
ANÁLISE TOXICOLÓGICA
A ATS é definida como a busca químico-analítica lógica, em
uma dada amostra de teste, por uma substância
potencialmente tóxica cuja presença não é suspeitada e cuja
identidade é desconhecida.
Os objetivos finais da ATS são: detectar a presença de todas
as substâncias de relevância toxicológica presentes na
amostra e identificá-las com o maior grau possível de certeza
e excluir a presença de todas as demais substâncias
relevantes. Assim, para atingir seu objetivo precípuo de
detectar e identificar corretamente todas as substâncias
relevantes presentes em uma determinada amostra, uma
sequência de procedimentos claramente sistematizados deve
ser seguida.
2018 DANIEL JUNQUEIRA DORTA
TOXICOLOGIA FORENSE
A primeira etapa da análise toxicológica sistemática é a
preparação da amostra, com isolamento e concentração dos
compostos de interesse, que usualmente é realizada
empregando extração em fase sólida ou extração líquido-
líquido.
A segunda etapa consiste na diferenciação e detecção dos
compostos presentes na amostra, a qual é normalmente
realizada por métodos cromatográficos, tais como
cromatografia em camada delgada (thin layer chromatography,
TLC), cromatografia a gás (gas chromatography, GC) e
cromatografia líquida de alta eficiência (high performance
liquid chromatography, HPLC), com diferentes modos de
detecção.
ANÁLISE TOXICOLÓGICA
2018 DANIEL JUNQUEIRA DORTA
TOXICOLOGIA FORENSE
De forma geral, são preferidos os métodos
instrumentais associados a detectores
multidimensionais, tais como os seletivos de massas
em GC e os de arranjo de diodos e seletivos de
massas sequenciais em HPLC.
A última etapa da análise é a identificação das
substâncias detectadas, que se baseia na
comparação dos resultados analíticos com bancos
de dados de referência, com ganhos significativos na
capacidade de identificação de substâncias em
análises toxicológicas observados quando dados
analíticos de sistemas de baixa correlação são
combinados.
ANÁLISE TOXICOLÓGICA
2018 DANIEL JUNQUEIRA DORTA
TOXICOLOGIA FORENSE
ANÁLISE TOXICOLÓGICA
Após a identificação da
substância, uma etapa de
quantificação é necessária a
fim de permitir a adequada
interpretação toxicológica.
2018 DANIEL JUNQUEIRA DORTA
TOXICOLOGIA FORENSE
ENTÃO.......
A análise toxicológica inicia-se com testes de triagem
ou screening, seguido por teste confirmatório. A
triagem geralmente é realizada através de técnicas de
imunoensaio que, dependendo do teste, pode conter
anticorpos para a detecção de uma droga específica,
de um metabólito ou de uma classe de substâncias.
Apresentam alta sensibilidade, mas costumam ser
pouco específicos, podendo haver a possibilidade de
resultados falsos, tanto positivos quanto negativos.
Dessa forma, deve-se proceder à análise confirmatória
para todos os testes de screening com resultado
positivo, e de 5% dos resultados negativos.
TOXICOLOGIA FORENSE
Os métodos analíticos mais utilizados na
toxicologia forense para a determinação e
quantificação de xenobióticos são técnicas que
apresentam maior sensibilidade e compatibilidade
com as concentrações dos compostos de interesse
presentes nas amostras biológicas.
Logo, as técnicas consideradas “padrão -ouro” nas
análises toxicológicas forenses são as
cromatografias em fase gasosa ou em fase líquida,
acopladas à espectrometria de massas (CG-EM ou
CL-EM), também conhecidas pelas siglas em inglês
GC-MS e LC-MS, respectivamente.
ENTÃO.......
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 ESPECTOFOTOMETRIA 
 IMUNOENSAIOS 
 CROMATOGRAFIA 
 ESPECTOMETRIA DE MASSAS 
 ESPECTROSCOPIA 
-SENSIBILIDADE 
-ESPECIFICIDADE 
PRINCIPAIS TÉCNICAS EMPREGADAS
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
Fase Móvel
Princípio da técnica: Método físico-químico
que se baseia na migração de componentes
de uma mistura entre duas fases: a fase
estacionária que retém elementos e a fase
móvel que conduz a mistura por meio de
um soluto através da fase estacionária.
É uma técnica que pode ser utilizada para
purificação , detecção ou auxiliar a
separação de substâncias.
TOXICOLOGIA FORENSE
A espectrometria de massas é uma técnica
analítica física para detectar e identificar
moléculas de interesse por meio da medição
da sua massa e da caracterização de sua
estrutura química.
A espectrometria em massa é um método
analítico usado para identificar os compostos
diferentes baseados na constituição atômica
da amostra das moléculas e de seu estado da
carga.
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
LAUDO PERICIAL TOXICOLÓGICO
O Laudo de Análise Toxicológica, deve conter os dados a seguir:
 Identificação do processo ou inquérito e da entidade requisitante;
 Método analítico utilizado e referências à técnica de isolamento
empregada;
 Data da recepção das amostras e da conclusão dos exames;
 Amostras analisadas;
 Especialista responsável pela execução das análises;
 Níveis de detecção e quantificação;
 Estado das amostras analisadas, dentre outros dados pertinentes à
elucidação das conclusões.
ALVES,2005; CASTELARI ET AL. 2018
TOXICOLOGIA FORENSE
LAUDO PERICIAL TOXICOLÓGICO
ALVES, 2005; CASTELARI ET AL. 2018
No geral, o Laudo de Perícia Toxicológica é
enviado ao Perito-Legista que solicitou a perícia
e depois é enviado, isolado ou junto com o
Laudo de Autópsia ou de Clínica Médico-Legal, à
entidade requisitante. As informações
provenientes dos Laudos Toxicológicos Forenses,
são de suma importância para estudar a
utilização de diversas substâncias químicas, bem
como, os efeitos deletérios oriundos de seu uso
para diversos fins.
TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
TOXICOLOGIA FORENSE
WAGNER, J.R. Introduction to forensic toxicology. In: An Introduction to Interdisciplinary Toxicology. Academic
Press, p. 445–59, 2020.
DORTA, D.J.; YONAMINE, M.; COSTA, J.L.; MARTINIS, B.S. Toxicologia Forense. 1.Ed. São Paulo: Blucher, 2018.
BORDIN, D.M.; ALVES, M.; MARTINIS, B.S.; EXTRACTION, D.P. Técnicas de preparo de amostras biológicas com
interesse forense. Scientia Chromatographica, v.7, n.2, p.125–43, 2015.
OGA, Seizi; CAMARGO, Márcia Maria de A.; BATISTUZZO, José Antonio de O. Fundamentos de Toxicologia.
4.ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
RANGEL, Rui. Noções Gerais sobre outras Ciências Forenses. Medicina Legal, 2003/2004.
AIELLO, T.B; PEÇANHA, M.P. Análise toxicológica forense: da ficção científica à realidade. Revista Eletrônica de Biologia, v.4, n.3,
2011.
ALVES, Sergio Rabello. Toxicologia Forense e Saúde Pública: desenvolvimento e avaliação de um sistema de informações como
ferramenta para a vigilância de agravos decorrentes da utilização de substâncias químicas. 2005.
OBJETIVO DO CURSO
Aula 01: Introdução à Toxicologia Forense
Aula 02: Agentes Tóxicos Sociais e Seus
Efeitos na Saúde Humana
Aula 03: Técnicas de Análise Toxicológica
e Laudo Pericial
Aula 04: Drogas Facilitadoras de Crimes
(Estupro)
Aula 05: Perguntas e RespostasTOXICOLOGIA FORENSE
Muito Obrigada!!!
Kaline.britosousa@gmail.com
@Kalinesousabrito
Aula 04
Profa. Dra. Kaline Sousa
OBJETIVO DO CURSO
Aula 01: Introdução à Toxicologia Forense
Aula 02: Agentes Tóxicos Sociais e Seus
Efeitos na Saúde Humana
Aula 03: Técnicas de Análise Toxicológica
e Laudo Pericial
Aula 04: Drogas Facilitadoras de Crimes
(Estupro)
Aula 05: Perguntas e RespostasTOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE
As drogas facilitadoras de crime (DFC) são
uma série de substâncias químicas que
permitem o ato sexual e/ou roubo com
pouca ou nenhuma resistência da vítima.
No Brasil, a utilização de recursos químicos
para cometer algum delito é conhecida
popularmente como o golpe “Boa Noite,
Cinderela”.
TOXICOLOGIA FORENSE
UNODC, 2012; SHBAIR & LHERMITTE, 2010
Além de estupro ou roubo, outros
crimes são cometidos com o uso dessas
drogas como, extorsão de dinheiro,
maus tratos a crianças ou idosos ou
qualquer outro delito com pouca ou
nenhuma resistência e sem o
consentimento do indivíduo.
TOXICOLOGIA FORENSE
A utilização de substâncias psicoativas para
obtenção de algum bem e/ou benefício de
natureza humana sem consentimento e/ou
resistência da vítima é descrito desde tempos
antigos.
Elas já foram conhecidas como date rape drugs
ou drogas facilitadoras de abuso sexual, mas
recentemente a nomenclatura droga facilitadora
de crime (DFC) tem sido mais utilizada.
AGGRAWAL, 2009; SHBAIR & LHERMITTE, 2010; UNODC, 2012
TOXICOLOGIA FORENSE
Com o uso das drogas facilitadoras de estupro, a
vítima é sujeita a atos sexuais não consensuais
enquanto está incapacitada ou inconsciente devido
ao efeito de álcool e/ou drogas.
Quando um indivíduo é vítima de roubo sob ação
de algum agente químico, a nomenclatura
geralmente utilizada nestas situações é droga
facilitadora de roubo (drug-facilitated robbery).
LEBEAU & MOZAYANI, 2001; SENOL et al., 2009
TOXICOLOGIA FORENSE
Estas substâncias são capazes de causar uma série
de sintomas como sedação, relaxamento muscular,
confusão, tonturas, problemas de julgamento,
amnésia anterógrada, perda da consciência, inibição
reduzida, náuseas, hipotensão e bradicardia. Em
altas doses, consumida isoladamente ou misturada
com outros compostos com propriedades
depressivas, podem acarretar em depressão
respiratória e até a morte.
MARC, 2008; HALL & MOORE, 2008
TOXICOLOGIA FORENSE
BRASIL, 2009a; BRASIL, 2009b; LEBEAU & MOZAYANI, 2001; MARC, 2008
Não há uma legislação específica no Código Penal
Brasileiro para situações que envolvem o uso de DFC, mas
este crime pode ser enquadrado como roubo pelo artigo
157 e/ou estupro pelo artigo 213 conforme o caso.
Em relação à vítima, as lesões causadas pelas DFC são
consideradas graves, podendo ser de origem psicológica e
física, como traumas e até intoxicações. Isto se deve a
dose e droga administrada, pois a gama de substâncias
que podem promover a submissão química de um
individuo é imensa com diferentes classes de compostos
que podem levar a sedação.
TOXICOLOGIA FORENSE
Entre as drogas consideradas DFC, as principais são:
 Os benzodiazepínicos (sedativo-hipnótico)
 A cetamina (anestésico)
 O gama-hidroxibutirato (GHB) - sedativo
 O etanol (potencializador de drogas)
BRASIL, 2009a; BRASIL, 2009b; LEBEAU & MOZAYANI, 2001; MARC, 2008
TOXICOLOGIA FORENSE
Os benzodiazepínicos são medicamentos
ansiolíticos utilizados como sedativos,
hipnóticos, relaxantes musculares e
apresentam atividade anticonvulsivante e
estão entre os mais consumidos do mundo.
Nesta classe de fármaco, destaca-se o
flunitrazepam (Rohypnol®), considerado
uma clássica DFC devido ao seu rápido
início de ação e longo tempo de sedação.
LEBEAU & MOZAYANI, 2001; PAPADODIMA et al., 2007; ALMEIDA & LIMA, 2008
TOXICOLOGIA FORENSE
Apesar de esta substância estar enquadrada na
lista de controle especial no Brasil (ANVISA,
2011), é possível obter ilicitamente esta droga,
o que garantiria a perpetuação do golpe “Boa
noite Cinderela” com este composto.
No fim dos anos 90, a cetamina foi considerada
uma tradicional DFC. Trata-se de um analgésico
e anestésico dissociativo que pode ser
administrado via intramuscular, intravenosa,
intranasal, oral e retal.
LEBEAU & MOZAYANI, 2001; PAPADODIMA et al., 2007; ALMEIDA & LIMA, 2008
TOXICOLOGIA FORENSE
As mesmas características da
cetamina também estão
associadas ao GHB e entre
seus principais aspectos estão
à rapidez de seus efeitos
farmacológicos após ingestão
oral e sua alta velocidade de
excreção em compostos
endógenos.
LEBEAU & MOZAYANI, 2001; SARKOLA et al., 2003; HALLER et al., 2006; ANDRESEN et al., 2008
TOXICOLOGIA FORENSE
A rápida eliminação também é peculiar ao
etanol, considerada uma DFC quando
ingerida isoladamente. Ele potencializa os
efeitos sedativos das demais drogas.
Durante sua biotransformação, uma
pequena fração desta substância sofre
reação de fase II formando
etilglicuronídeo, um típico biomarcador do
consumo de etanol com uma janela maior
de detecção.
LEBEAU & MOZAYANI, 2001; SARKOLA et al., 2003; HALLER et al., 2006; ANDRESEN et al., 2008
TOXICOLOGIA FORENSE
A urina é a uma amostra biológica não invasiva e de fácil
coleta, considerada a matriz biológica de escolha para
análises em vítimas de estupro e/ou roubo com suspeita do
uso de DFC, mas também usa-se sangue, cabelo, saliva,
vômitos, resíduos da cena do crime e roupas, etc.
A maioria dos fármacos e produtos de biotransformação é
excretada em altas concentrações na urina se comparado ao
sangue, além de ser possível detectar a presença de
xenobióticos por um período relativamente longo de tempo.
Recomenda-se a coleta de 50 mL de urina sem a
necessidade de adicionar conservantes, apenas mantendo-a
sob refrigeração o mais rápido possível. Quanto mais cedo a
amostra é obtida após o alegado evento, maior a chance de
detectar a(s) substância(s) que são rapidamente eliminadas
do corpo. LEBEAU & MOZAYANI, 2001; UNODC, 2012
MATRIZ BIOLÓGICA
TOXICOLOGIA FORENSE
As matrizes biológicas devem ser recolhidas idealmente
antes que qualquer medicação seja administrada à
vítima, mas se isso nãofor possível, todos esses
medicamentos devem ser documentados.
O material coletado deve ser devidamente rotulado
com a data e hora da coleta e as iniciais do coletor,
selados e armazenados de forma segura. Embora cada
caso tenha sua própria história e peculiaridades que
podem justificar o uso de uma matriz em relação à
outra, a urina é geralmente o espécime de escolha para
um exame toxicológico para a investigação de DFC.
MATRIZ BIOLÓGICA
JUHASCIK et al., 2004; JUHASCIK et al., 2004; UNODC, 2012
TOXICOLOGIA FORENSE
A identificação positiva na urina é normalmente prova
suficiente de que a vítima foi exposta a uma droga
dentro de um período de um a cinco dias anteriores a
coleta da amostra. Tem sido sugerido que 96 horas (pós-
ingestão) seria o tempo máximo hábil para detecção de
uma DFC e/ou produto de biotransformação.
Entretanto, etanol e GHB apresentam uma curta janela
de detecção para esta matriz. A determinação destas
DFC deve ser realizada antes do prazo limite sugerido.
LEBEAU & MOZAYANI, 2001; UNODC, 2012; SARKOLA et al., 2003; HALLER et al., 2006
MATRIZ BIOLÓGICA
TOXICOLOGIA FORENSE
Em relação às técnicas analíticas utilizadas na
determinação de DFC, a cromatografia gasosa
acoplada à espectrometria de massas (GC-MS) e a
cromatografia líquida acoplada à espectrometria de
massas (LC-MS) são as ferramentas de análise
utilizadas pelos laboratórios forenses como
referência para confirmação de DFC devido à
seletividade e sensibilidade.
LEBEAU & MOZAYANI, 2001; BETCHEL & HOLSTEGE, 2007; ADAMOWICZ & KALA, 2010; UNODC, 2012
TOXICOLOGIA FORENSE
A sensibilidade da técnica CL-EM/ EM (Cromatografia
Líquida acoplada a Espectrometria de Massas triplo
quadrupolo ou tandem) é capaz de revelar a presença
de benzodiazepínicos alguns dias após a administração da
droga.
Kintz et al., detectaram a presença de Zolpidem no
sangue, urina e cabelo seis dias após evento ocorrido
(CL-EM/EM e CG-EM).
Swanson et al. também relataram o uso de CL-EM/EM
e CG-EM na identificação de carfentanil e furanil
fentanil em amostras biológicas envolvidas com a
causa da morte em dois relatos de casos.
TOXICOLOGIA FORENSE
Apesar da capacidade de
detecção do GC-MS e LC-MS,
resultados negativos não
eliminam a possibilidade da
administração de uma DFC em
um caso suspeito.
HEINSE et al., 1994; DREZZETT et al., 1999; CAMPBELL et al., 2004
TOXICOLOGIA FORENSE
Fatores dificultam as investigações que envolvem DFC como:
 Atraso na notificação do incidente e da coleta de
evidências;
 Ampla gama de substâncias que podem ser utilizadas
para cometer o delito;
 Rápida eliminação de algumas drogas e seus
respectivos produtos de biotransformação;
 Erros de protocolo Laboratorial
LEBEAU & MOZAYANY, 2001; PAPADODIMA et al., 2007; UNODC, 2012
TOXICOLOGIA FORENSE
Drogas utilizadas como facilitadoras de
crime podem ser difíceis de serem
detectadas, pois a substância ativa
frequentemente está presente em baixas
concentrações (administradas em doses
baixas), podendo, também, apresentar
instabilidade química e tempo de meia-
vida curto, sendo rapidamente eliminadas
do organismo.
TOXICOLOGIA FORENSE
ESTUDO DE CASO
Novo método de análise vem sendo utilizado:
Em um trabalho realizado junto com o Hospital de
Clínicas da Unicamp, o pesquisador André Valle de
Bairros, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP
recebeu uma amostra de urina retirada de uma mulher
salva por boias-frias, após ser encontrada sozinha em
um canavial com sinais de queimaduras. Nas análises
toxicológicas realizadas no hospital, nenhuma droga foi
detectada. Porém, os toxicologistas ainda desconfiavam
que a paciente estivesse sob influência de alguma
substância.
TOXICOLOGIA FORENSE
ESTUDO DE CASO
A amostra foi analisada pelo método de
microextração em fase líquida. Por ele, foi
possível identificar a presença de cetamina.
“Chegou para mim a amostra de urina
dessa mulher. Fiz a análise toxicológica e
descobri que, realmente, ela teve contato.
Só que em valores muito baixos, que a
metodologia que eles usavam lá [no
hospital] não identificava", constatou o
pesquisador.
Etapas da extração dos benzodiazepínicos e produtos de biotransformação
por LPME - Imagem: André Valle de Bairros/Tese de doutorado
TOXICOLOGIA FORENSE
Quando uma droga é ingerida, o corpo, por meio de seu
metabolismo, a transforma em outras moléculas com
características físico-químicas diferentes de suas
precursoras. Isso dificulta bastante a análise toxicológica,
pois se faz necessário saber em que tipo de composto
aquela droga será transformada pelo organismo para
que se possa identificá-la.
A microextração em fase líquida consegue identificar e
quantificar tanto a droga ingerida como as moléculas
formadas a partir da metabolização, conhecidas como
produtos de biotransformação.
AS DIFICULDADES DE SE IDENTIFICAR UMA DFC
TOXICOLOGIA FORENSE
Um exemplo é o Diazepam [um sedativo-
hipnótico], quando ingerido, dificilmente são
encontrados valores significativos de Diazepam na
urina da vítima. Neste caso, serão encontrados
concentrações bem maiores de um produto de
biotransformação chamado Oxazepam. Essas
noções de biotransformação de drogas é
necessário nas análises de toxicologia forense
durante as investigações de uso de drogas
facilitadoras.
AS DIFICULDADES DE SE IDENTIFICAR UMA DFC
TOXICOLOGIA FORENSE
O processo baseado na LPME (microextração em
fase líquida, do inglês lyquid-phase
microextraction) utiliza membranas finas,
aproximadamente da grossura de um grafite de
lapiseira de 1mm. É uma fibra oca por dentro,
onde se insere um líquido que pode ser um
solvente ou uma solução aquosa de característica
ácida ou básica. Posteriormente, a fibra é fechada
com um alicate e colocada diretamente na urina
ou sangue a serem analisados, chamados de
matrizes biológicas.
TOXICOLOGIA FORENSE
Na microextração, toda a extração é feita
em uma escala muito pequena, onde você
tem uma diminuição de custo, reagente,
solvente e tempo. Isso maximiza a análise
toxicológica. Além disso, ela proporciona
um benefício ecológico, devido ao uso de
solventes pouco tóxicos e em baixas
quantidades. Também possibilita a
utilização de compostos naturais como o
óleo de eucalipto e pode ser considerada
‘Green Chemistry Technique’, ou Técnica de
Química Verde.
TOXICOLOGIA FORENSE
PERFIL COMPORTAMENTAL DA VÍTIMA DE DFC
O comportamento de uma vítima de DFC é
descrito de duas diferentes maneiras
conforme os efeitos da substância psicoativa.
Alguns indivíduos perdem completamente a
consciência e não se lembram de nada sobre
o ocorrido (mind rape), enquanto outros
apresentam inconsciência intermitente, como
se fosse flashbacks, o que os possibilita
descrever o delito e até o suposto agressor.
TOXICOLOGIA FORENSE
Nas situações em que ocorre amnésia
anterógrada, a vítima pode desabilitar a
memória do trauma sofrido devido à ação da
DFC. Entretanto, o fato de não recordar do
abuso sexual é assustador e de difícil
aceitação para a vítima, o que dificulta a
reconstrução psicológica após esse trauma.
PERFIL COMPORTAMENTAL DA VÍTIMA DE DFC
LEBEAU & MOZAYANI, 2001; MARC, 2008
TOXICOLOGIA FORENSE
PERFIL COMPORTAMENTAL DA VÍTIMA DE DFC
As mulheres são as maiores vítimas do abuso
sexual e estão expostas a diferentes riscos que
podem comprometer sua saúde física e
mental. Os traumas físicos podem variar de
pequenos hematomas até lesões graves que
podem resultar na morte da vítima, além da
possibilidade de desenvolver doenças
sexualmente transmissíveis (DSTs) e uma
gravidez indesejada.
CHOEN & MATSUDA, 1991; GOSTIN et al., 1994; CAMPOS & SCHOR, 2008
TOXICOLOGIA FORENSE
PERFIL COMPORTAMENTAL DA VÍTIMA DE DFC
O impacto que essas substâncias provocam no sistema
nervoso central afeta a memória e/ou consciência e
assim diminui o número de casos reportados para as
autoridades se comparado a um crime sem a
submissão química.
LEBEAU & MOZAYANY, 2001; PAPADODIMA et al., 2007; UNODC, 2012
Além disso, as vítimas de DFC sofrem danos físicos e
psicológicos que podem ser irreparáveis na vida desteindivíduo. Devido à alta incidência e consequências
biopsicossociais deste crime, este delito adquiriu as
proporções de um problema de saúde pública.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
TOXICOLOGIA FORENSE
WAGNER, J.R. Introduction to forensic toxicology. In: An Introduction to Interdisciplinary Toxicology. Academic
Press, p. 445–59, 2020.
DORTA, D.J.; YONAMINE, M.; COSTA, J.L.; MARTINIS, B.S. Toxicologia Forense. 1.Ed. São Paulo: Blucher, 2018.
BORDIN, D.M.; ALVES, M.; MARTINIS, B.S.; EXTRACTION, D.P. Técnicas de preparo de amostras biológicas com
interesse forense. Scientia Chromatographica, v.7, n.2, p.125–43, 2015.
OGA, Seizi; CAMARGO, Márcia Maria de A.; BATISTUZZO, José Antonio de O. Fundamentos de Toxicologia.
4.ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
RANGEL, Rui. Noções Gerais sobre outras Ciências Forenses. Medicina Legal, 2003/2004.
AIELLO, T.B; PEÇANHA, M.P. Análise toxicológica forense: da ficção científica à realidade. Revista Eletrônica de Biologia, v.4, n.3,
2011.
ALVES, Sergio Rabello. Toxicologia Forense e Saúde Pública: desenvolvimento e avaliação de um sistema de informações como
ferramenta para a vigilância de agravos decorrentes da utilização de substâncias químicas. 2005.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
TOXICOLOGIA FORENSE
OBJETIVO DO CURSO
Aula 01: Introdução à Toxicologia Forense
Aula 02: Agentes Tóxicos Sociais e Seus
Efeitos na Saúde Humana
Aula 03: Técnicas de Análise Toxicológica
e Laudo Pericial
Aula 04: Drogas Facilitadoras de Crimes
(Estupro)
Aula 05: Perguntas e RespostasTOXICOLOGIA FORENSE
Muito Obrigada!!!
Kaline.britosousa@gmail.com

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