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Ana Valéria Dantas de Araújo Góis Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico ANATOMIA ↦ Encéfalo ▹Cérebro – é formado pelo telencéfalo (onde está situados os giros e os sulcos) e diencéfalo (tálamo e hipotálamo) É uma parte do encéfalo ▹ Tronco encefálico – mesencéfalo, ponte e bulbo ▹ Cerebelo AVE ↦ Geralmente acontece em pacientes mais velhos (50-55 anos), quadro súbito que evolui para déficit neurológico, fraqueza muscular, dificuldade para falar ↦ Temos 2 tipos ▹Isquêmicos – mais de 80% dos casos ▹ Hemorrágicos – corresponde a cerca de 17% Hemorragia intraparenquimatosa (HIP – cerca de 10%) – muito relacionado com HAS Hemorragia subaracnóidea (cerca de 7%) – muito relacionado com ruptura de aneurismas OBS – Geralmente quem diferencia o AVEi do AVEh é a TC HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA (HIP) ↦ Causas ▹HAS – principal causa Causa lesão em pequenas artérias (artérias perfurantes – cerebral media, cerebral posterior, cerebral anterior e basilar) formação de Microaneurismas de Charcot e Bouchard * Quando o aneurisma rompe, tem-se a hemorragia cerebral e o sangue vai para o parênquima OBS – Quando tem localização lobar, pensa-se em causas secundárias (as listadas abaixo) ▹ Angiopatia amiloide Doença de vaso sanguíneo – é como se a parede do vaso ficasse “podre” Mais comum em paciente idoso Provoca hemorragia recorrente Sangramentos em região atípica ▹ MAV ▹Cavernoma ▹Tumores ▹Coagulopatia ▹Drogas – cocaína, anfetamina ▹TVC (Trombose Venosa Cerebral) Comum em paciente do sexo feminino, jovem, tabagista e que faz uso de ACO, com dor de cabeça que não passa ↦ HIP Hipertensivo ▹ Localização típica de hematomas profundos Putâmen – vizinho à cápsula interna hemiplagia Tálamo Cerebelo Ponte ▹ Geralmente está associado à pacientes com hipertensão descontrolada ↦ Angiopatia Amiloide ▹ Doença dos vasos ▹ Deposição do beta-amilóide na parede dos vasos cerebrais ▹ Relacionado com alterações da apolipoproteina E ▹ Hemorragias lobares recorrentes – não tem muito o que fazer para não acontecer Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ▹ Idosos ▹ Pode ocasionar sangramentos próximos ao córtex cerebral, nos lobos cerebrais ▹ Para o diagnóstico, faz biopsia ↦ Fatores de Risco ▹ Idade avançada – acima de 50 anos; aumenta muito mais acima de 70 ▹ Sexo masculino ▹ Tabagismo ▹ Alcoolismo moderado/ grave ▹ DM ▹ Hepatopatia – alteração da coagulação ▹ Dupla antiagregação plaquetária – problemas cardíacos isquêmicos, tratamento de AVEi ↦ Fisiopatologia ▹Lesão primária Compressão do hematoma Aumento da pressão intra-craniana (PIC) ▹Lesão secundária Inflamação Ruptura BHE Radicais livres Disfunção mitocondrial Edema Excitotoxicidade OBS – Paciente chegou, fez o diagnóstico, é interessante que o paciente seja encaminhado para UTI, porque ele pode piorar rapidamente ↦ Quadro Clínico ▹Sintomas deficitários de instalação súbita, relacionados à região afetada Os sintomas são contralaterais devido os feixes nervosos se inverterem na decussação das pirâmides (no bulbo) ▹ Mais comuns Cefaleia Afasia Hemiparesia – perda de força * Graduação da força vai de 0 a 5 – 5 quando é normal e 0 quando não tem nenhum tipo de contração muscular Paralisia facial – central (é contra-lateral; só acomete a metade inferior da face) OBS – A paralisia facial periférica acomete toda a hemi-face OBS – Plegia é o déficit total e paresia é um déficit parcial ↦ Diagnóstico ▹ TC sem contraste para diferenciar se é isquêmico ou hemorrágico confirma que é AVE hemorrágico procurar etiologia (se é primário, secundário) o que fala a favor de ser hipertensivo, ou seja, primário, é paciente acima de 50 anos, paciente hipertenso, localizações profundas, sinais tomográficos de doença de pequenos vasos; ou alto risco para doença secundária quando o paciente não é hipertenso e abaixo de 50 anos, localização atípica/lobar, sem sinais tomográficos de doença de pequenos vasos, ou quando apresenta apenas uma hemorragia intraventricular primária. ▹ Pode usar Angiotomografia, RM, angiografia para ajudar nesse diagnóstico, como na fase aguda. ↦ Tratamento ▹Suporte clínico de UTI – controle da pressão arterial e da ventilação ▹ Suspensão/ reversão de anticoagulantes É muito comum que os pacientes façam uso de Marevam nesses casos, precisa fazer o acompanhamento pelo INR (geralmente reverte com plasma fresco congelado e vitamina K) Xarelto, Clexane – se INR normal, não acreditar, porque é muito inespecífico ▹ Controle da PA, glicemia e temperatura Pacientes com PA sistólica entre 150 a 220, baixar ate 140 é seguro, mantendo PPC entre 50 a 70 Pacientes com PA sistólica que está acima de 220, faz nitropussiato de sódio por infusão continua intravenosa ▹ Tratamento cirúrgico Monitor de pressão intracraniana Ana Valéria Dantas de Araújo Góis Quando tem um AVEh dentro do ventrículo (hidrocefalia – aumento de PIC) = drenagem ventricular Paciente com Glasgow menor ou igual a 8 (paciente em coma = paciente intubado) = monitorização de PIC Paciente com hemorragia cerebelar com hidrocefalia e o paciente se encontra bem = cirurgia (dreno + evacuação do hematoma) ▹Não se usa essas medicações de maneira profilática Corticóides Medicação anti-convulsivante ↦ Escore ICH para Hemorragia Intracraniana (HIC) ▹ Escore ICH de valor prognóstico para Hemorragia Intracraniana – dá a mortalidade estimada em 30 dias, de acordo com a pontuação de 0 a 6 pontos. ▹ Leva em conta as características de: Glasgow da admissão. Idade do paciente Local do hematoma; Volume do hematoma; Se tem hemoventrículo ou não HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA (HSA) ↦ Sangramento subaracnóideo – entre a aracnoide e a pia- mater ▹Aqui onde fica os principais vasos sanguíneos e o líquor – por isso que quando se tem um sangramento, o sangue vai principalmente para o espaço subaracnóideo ↦ Causas de HSA Espontânea ▹ Causas espontâneas ou não traumáticas: Aneurismas saculares – cerca de 70% MAV Tumores cerebrais Coagulopatia TVC Hemorragia perimesencefálica benigna – não associada a aneurismas, é uma hemorragia que circunda o mesencéfalo ↦ Aneurisma Cerebrais ▹1 a 2% vem a sangrar ▹ Acontecem por uma falha na parede do vaso que é mais frágil e fina, e quando tem fatores de risco eles se rompem ▹ Comum em áreas de bifurcação (áreas convexas) ou seja, áreas que sofrem mais estresse hemodinâmico ▹ Acontecem nas artérias principais – comunicante anterior, carótida, comunicante posterior, cerebral média, basilar, vertebral 90% dos aneurismas acontecem na circulação anterior do polígono de Willis ▹Fatores de risco Historia familiar – pode-se fazer triagem através de Angiotomografia Doenças do tecido conjuntivo (sd Ehlers-Danlos, etc) Rim policístico Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ▹ Risco de ruptura Raça negra Hispânicos Tabagismo Alcoolismo HAS Drogas simpaticomiméticas Aneurisma > 7mm OBS – Aneurisma fusiforme: parede do vaso totalmente deformada OBS – Abaixo de 5mm, faz tto clínico ↦ Quadro Clínico ▹ Idade – entre 50 e 55 anos ▹O paciente relata ser a pior cefaleia da vida ▹Cefaleia sentinela – ocasionada por micro-sangramentos que antecedem a ruptura ▹Cefaleia súbita, intensa ou mudança no padrão da cefaleia ▹Náuseas e/ou vômitos ▹Perda de consciência ▹Déficit neurológico focal ▹Rigidez de nuca – após 12 a 24h ▹Coma ↦ Diagnóstico ▹Tomografia de crânio Com o passar do tempo, a TC vai perdendo sua sensibilidade (a hemoglobina vai ser metabolizada e o sangue vai sendo reabsorvido) Se o paciente tem clínica, mas não está aparecendo na TC, ai faz punção lobar Geralmente se faz a TC sem contraste Regiões hiperatenuantes localizadas no espaço subaracnóideo = hemorragias ▹LCR Se o paciente faz a punção lobar e veio hemácia = AVE Também faz para diagnóstico diferencial de meningite OBS – Líquor hemorrágico verdadeiro fica vindo sangue (quantidade de hemácia constante), quando é um acidente de punção vem sangue no início e depois vai clareando (quantidade de hemácia vai diminuindo cerca de 10%) ▹RNM Faz quando o paciente está estável Na sequencia FLAIR, mesmo que tenha se passado algum tempo, vai diagnosticar (não perde a sensibilidade) ▹Angiotomografia de crânio É o estudo dos vasos com injeção de contraste Se for negativa, passa pra angiografia cerebral É um exame não invasivo – se faz através de uma veia periférica ▹Angiografia cerebral Exame invasivo (faz por cateterismo) Geralmente é reservado mais para tratamento do que para diagnóstico HSA tomografia se positiva, faz a Angiotomografia. Se não deu positiva punção lombar se for negativa exclui HSA. Se for positiva faz Angiotomografia. OBS – Precisa suspeitar em cefaleia diferente = pedir tomografia ↦ Classificação de Hunt- Hess ▹Está relacionada ao prognóstico do paciente – gravidade do sangramento Grau 1 – Cefaleia leve, lúcido Grau 2 – Cefaleia moderada + rigidez Grau 3 – Já tem algum déficit neurológico; geralmente paciente se apresenta sonolento; o Glasgow já está abaixo de 15 Grau 4 – Intermediário ( torpor e déficit focal) Grau 5 – Coma Ana Valéria Dantas de Araújo Góis OBS – Pacientes grau 4 e 5 são ruins para cirurgias, pois o cérebro está muito “inchado OBS – 10% dos pacientes com sangramento não conseguem nem chegar ao hospital, pois chegam a óbito ↦ Escala de Fisher ▹Relacionada com o sangramento ▹ Graus: Grau 1 – tomografia normal; teve o sangramento, mas não apareceu na TC Grau 2 – sangramento de pequena monta; espessura do hematoma menor que 1mm Grau 3 – sangramento mais importante; nas camadas verticais vai está mais de 1mm Grau 4 – sangramento importante + sangue no ventrículo ou intrapariquematoso OBS – Quando maior o fisher, maior a chance do paciente ter vasoespasmo ↦ Complicações Clínicas ▹Ressangramento – aneurisma sangrou tamponou tem chance de ressangrar novamente nas primeiras 24h 4-14% no1º dia Risco aumento ate 30 dias Tratamento precoce Manter pressão sistólica abaixo de 160 ▹ Vasoespasmo – constrição do vaso diminuição do fluxo sanguíneo avc isquêmico Início no 3º ao 4º dia, pico no 7-8º dia, ate 14 dias Nimodipina por 21 dias (60mg a cada 4h, mantem por 3 semanas) * Não é indicado fazer essa medicação de forma profilática; só em casos de estar se desenvolvendo uma isquemia Hipervolemia/hipertensão * Não se faz a hipovolemia de forma profilática; mantém o volume circulante de sangue normal * Pressão não pode estar muito alta, porque pode ressangrar o aneurisma, mas também não pode estar muito baixa porque se o paciente sofrer um vasoespasmo, essa pressão muito baixa pode predispor o AVC; É interessante que a sistólica fique abaixo de 160 Angioplastia com balão ▹ Hidrocefalia – problema na absorção do líquor Cerca de 15 a 85% dos pacientes Pode ser temporária ou definitiva 1/3 DVP – quem desenvolve a hidrocefalia crônica; coloca o cateter na cavidade peritoneal Tratamento * Suporte em UTI * Nimodipina (neuroproteção) ▹ Hiponatremia – queda do sódio ↦ Tratamento ▹ Suporte em UTI ▹ Nimodipina – 60mg, 4/4h por 14 a 21 dias ▹ Conduta de convulsão – anticonvulsivante profilático usa por 3 a 7 dias de forma profilática. O mais usado é a fenitoina, que tem a forma EV e consegue chegar a um nível sérico mais elevado, mas que pode ocasionar efeitos colaterais. Usa para evitar um ressangramento. A melhor medicação é a Levetiracetam tem melhores prognósticos. ▹ Tratamento definitivo Endovascular – cateterismo do aneurisma, enche ele de molas internamente, de tal forma que o aneurisma seja excluído da circulação Craniotomia – cirurgia aberta para colocação de clip. Colocação de stent – em aneurismas fusiformes.
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