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ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Liliana Rockenbach Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o conceito de uso racional de medicamentos (URM). Identificar as estratégias acerca do URM. Relacionar o URM com os processos de educação em saúde. Introdução Estima-se que, no Brasil, de 6,6 a 54,5% das internações hospitalares sejam decorrentes de reações adversas a medicamentos (MASTROIANNI; VARALLO, 2013). Dos casos de automedicação irracional e medicação irracional, a so- bredosagem acidental e a hepatotoxicidade medicamentosa estão entre as causas de óbitos. Portanto, além de colocar em risco a vida dos cidadãos, o uso irracional de medicamentos gera custos de internação, de prolongamento de internação, de diagnóstico e de tratamentos para os cofres públicos. Essa verba drenada por erros evitáveis poderia ser utilizada pelo sistema de saúde para a promoção de setores que carecem de investi- mento, caracterizando, assim, o uso irracional de medicamentos como um problema de saúde pública. A fim de mudar essa realidade, o Ministério da Saúde lançou, em 2001, a Política Nacional de Medicamentos, que busca, por meio de suas diretrizes, prioridades e estratégias estabelecer o uso racional de medicamentos no país, também preconizado pela organização Mundial da Saúde (BRASIL, 2006; 2004). Neste capítulo, você vai estudar a respeito do uso racional de medi- camentos, compreendendo seu conceito, suas estratégias e sua relação com os processos de educação em saúde. Uso racional de medicamentos: o que isso significa? Diferentemente da época dos boticários, quando o acesso aos tratamentos era limitado e o conhecimento acerca dos medicamentos era pequeno e restrito, atualmente, o arsenal terapêutico disponível nas drogarias é vasto. Os medi- camentos são uma forma custo-efetiva para a redução da carga de doenças e mortalidade que contribui para a efi ciência dos sistemas de saúde e promove a melhoria da qualidade de vida individual (ORDEM..., 2018). “Os medicamentos acrescentam não só anos à vida, mas, também, vida aos anos”. (ORDEM..., 2018). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50% dos medicamentos apresentam erros de prescrição, dispensação ou venda, e mais de 50% são usados incorretamente pelos pacientes. Mesmo frente a esses altos índices, grande parte dos países não possui estratégias de combate ao uso não racional de medicamentos e, em alguns, menos de 40% dos pacientes são tratados de acordo com diretrizes clínicas preestabelecidas (MARIN et al., 2003; BRASIL, 2012). Mundialmente, as fontes que geram o uso incorreto dos medicamentos são diversas e vão desde a falta de preparo dos médicos, condições precárias ou falhas no diagnóstico, que geram erros de prescrição, a aquisição de medi- camentos com menor preço e qualidade duvidosa, que levam à inefetividade terapêutica, até a incapacidade da população em seguir a posologia correta- mente, o que gera os erros de uso e armazenamento (BRASIL, 2012; MAS- TROIANNI; VARALLO, 2013). No Brasil, os fatores que mais contribuem para erros medicamentosos são: uso concomitante de mais de três medicamentos (polifarmácia), uso indiscriminado de antibióticos, prescrições não baseadas em diretrizes ou protocolos validados, automedicação e o grande arsenal terapêutico disponível nas drogarias (MARIN et al., 2003; BRASIL, 2012). É importante destacar que o uso incorreto dos medicamentos pode gerar consequências como a ineficiência terapêutica sem efeitos nocivos à saúde, mas, também, consequências que: Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos2 requeiram ou prolonguem a hospitalização; causem incapacidade persistente ou significativa; tragam efeitos clinicamente importantes; representem problemas graves, que podem resultar no óbito do paciente ou que ameacem a vida do indivíduo (risco de morte no momento da reação/evento) (MASTROIANNI; VARALLO, 2013). Além de afetarem diretamente a qualidade de vida do paciente, esses efeitos também geram custos elevados ao sistema de saúde. A definição do uso racional de medicamentos data de 1985 e foi elaborada pela OMS: “Patients receive medications appropriate to their clinical needs, in doses that meet their own individual requirements, for an adequate period of time, and at the lowest cost to them and their community” (WORLD..., 1985), isto é, o paciente receber o medicamento mais apropriado para suas necessidades clínicas, na dose adequada para suas necessidades individuais, pelo tempo certo e pelo menor custo para o indivíduo e para a sua comunidade. Portanto, o sucesso terapêutico, alcançado pelo uso racional dos medica- mentos, depende: da escolha do tratamento correto para o caso, medicamentoso e/ou não medicamentoso; da seleção (prescrição) do medicamento de forma científica e racional; do medicamento, considerando sua efetividade, segurança, o custo/ acesso para o paciente; da dispensação completa e adequada; da utilização correta pelo usuário (adesão). Cabe salientar que, para que todas essas etapas sejam cumpridas, as deci- sões clínicas e as relações estabelecidas entre os profissionais e usuários são determinantes (MARIN et al., 2003; BRASIL, 2012). O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como diretrizes básicas: a univer- salidade, a integralidade, a descentralização e a participação popular. A fim de atender essas diretrizes, uma das estratégias desenvolvidas foi a Política Nacional de Medicamentos (BRASIL, 1998; 2001): aprovada pela Comissão Intergestores e pelo Conselho Nacional de Saúde, tem como propósito “garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade desses produtos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais”. Com esse intuito, suas principais diretrizes são o estabelecimento da relação de 3Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos medicamentos essenciais, a reorientação da Assistência Farmacêutica (AF), o estímulo à produção de medicamentos e a sua regulamentação sanitária. Além de determinar as diretrizes básicas para que seja cumprida, a Política Nacional de Medicamentos (BRASIL, 1998; 2001; 2006) também estabelece suas prioridades, dentre as quais também está o uso racional de medicamentos. Em relação a esse uso, afirma: [...] atenção especial será concedida à informação relativa às repercussões sociais e econômicas do receituário médico, principalmente no nível ambu- latorial, no tratamento de doenças prevalentes. Especial ênfase deverá ser dada, também, ao processo educativo dos usuários ou consumidores acerca dos riscos da automedicação, da interrupção e da troca da medicação prescrita, bem como quanto à necessidade da receita médica, no tocante à dispensação de medicamentos tarjados. Paralelamente, todas essas questões serão objeto de atividades dirigidas aos profissionais prescritores dos produtos e aos dis- pensadores. Promover-se-á, da mesma forma, a adequação dos currículos dos cursos de formação dos profissionais de saúde. Além disso, terá importante enfoque a adoção de medicamentos genéricos, envolvendo a produção, a co- mercialização, a prescrição e o uso, mediante ação intersetorial, vez que esta iniciativa ultrapassa os limites do setor saúde, abrangendo outros ministérios e esferas de Governo, além da sociedade e das corporações profissionais. Nesse particular, é importante ressaltar que a farmácia deve ser considerada estabe- lecimento comercial diferenciado. A propaganda de produtos farmacêuticos, tanto aquela direcionada aos médicos, quanto especialmente a que se destina ao comércio farmacêutico e à população leiga, deverá se enquadrar em todos os preceitos legais vigentes, nas diretrizes éticas emanadas do Conselho Nacional de Saúde, bem como nos padrões éticos aceitos internacionalmente (BRASIL, 1998, documento on-line). Assim, essa política prevêa revisão e a reformulação de todos os âmbitos envolvidos, a fim de que se cumpra o uso racional de medicamentos (Figura 1), englobando desde os currículos universitários de médicos, farmacêuticos e outros profissionais, passando pela produção dos medicamentos em geral e, em especial, dos genéricos, que devem facilitar o acesso da população ao tratamento com preços mais acessíveis, até o cuidado com a orientação da população. Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos4 Figura 1. Modelo teórico conceitual do uso racional de medicamentos. Fonte: Marin et al. (2003, p. 288). Estratégias para o URM Quando uma prática, um procedimento ou cultura precisam ser altrerados, é necessário planejamento e defi nição de estratégias. Como vimos, o uso correto dos medicamentos depende do sucesso das várias etapas que envol- vem o medicamento, abrangendo os processos de produção, armazenamento, transporte, prescrição, obtenção e uso adequados. A reformulação dos setores responsáveis por essas etapas, prevista na Política Nacional de Medicamentos, não pode ocorrer por meio de estratégias baseadas em métodos empíricos e nem vetada a uma metodologia que não leve em conta a realidade de cada local. Os setores envolvidos correspondem a diferentes esferas de governos (por exemplo, prefeituras), a universidades e organizações públicas e privadas. Então, se as estratégias a serem seguidas para que ocorra o URM forem empíricas, isso significaria cada setor seguir o que seus gestores determinassem de acordo com suas experiências, conhecimento e ideais, o que resultaria em ações diversas e que poderiam ficar restritas ao setor, sem atingir o objetivo proposto. Além disso, essas estratégias estariam atreladas aos seus gestores e vulneráveis ao abandono ou à alteração com a mudança da gestão. Por outro lado, se o Ministério da Saúde determinar as estratégias a serem seguidas, haverá uma uniformidade 5Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos de ação entre os setores, com consequente maior potencial de sucesso, desde que as metodologias utilizadas para o emprego das estratégias sejam delineáveis de acordo com a realidade local e suas particularidades. “Se você quiser começar amanhã a mudar a prática e implementar a evidência, prepare-se bem: envolva o público pertinente; desenvolva uma proposta de mudança que seja baseada em evidência, factível e atraente; estude as principais dificuldades para o sucesso da mudança e selecione um conjunto de estratégias e medidas em diferentes níveis ligados ao problema; sem dúvida, trabalhe dentro de seus recursos e possibilidades. Defina indicadores de medida de sucesso e monitorize o progresso continu amente ou a intervalos regulares. Finalmente, satisfaça-se com um trabalho que leva a cuidado mais eficaz, eficiente, seguro e amistoso para seus pacientes” (GROL; GRIMSHAW, 2003). Com esse intuito, a Política Nacional e Medicamentos também definiu as medidas a serem tomadas para a promoção do uso racional de medicamentos: 1. implementação da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME); 2. campanhas educativas; 3. registro e uso de medicamentos genéricos; 4. elaboração do formulário terapêutico nacional; 5. implementação da farmacoepidemiologia e da farmacovigilância; 6. formação de recursos humanos. A seguir, veja em detalhe cada uma dessas medidas. Revisão permanente da RENAME A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) foi adotada pela OMS há mais de 25 anos, em 1978 (CONSELHO..., 2016). O Brasil utiliza esse documento ofi cial para nortear as ações de AF e o uso racional de medica- mentos — trata-se de uma lista composta pelos medicamentos indispensáveis para atender à maioria dos problemas de saúde da população (BRASIL, 2001; Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos6 2004; 2017) e serve de parâmetro para os estados e municípios selecionarem seus medicamentos (BRASIL, 2006; 2004). A RENAME é feita e atualizada a partir da avaliação de dados reais, organizada de acordo com as doenças e os agravos de saúde mais relevan- tes e prevalentes, considerando as diferenças regionais do Brasil (BRASIL, 1998; 2001). De acordo com o Decreto nº. 7.646, de 21 de dezembro de 2011, a atualização da RENAME é responsabilidade da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) a cada dois anos. Para entrar nessa lista, além de ser considerado essencial para o atendimento da população, o medicamento deve apresentar segurança, eficácia terapêutica e qualidade comprovadas e disponibilidade. A disponibilidade considera, também, o custo desses produtos frente aos recursos disponíveis (MARIN et al., 2003; BRASIL, 2004; 2017). Os municípios analisam as prescrições na rede de saúde, o número de medicamentos, os gastos efetuados/mês, dados de consumo e demanda, situ- ações particulares de saúde local e outras informações que sejam relevantes para selecionar os medicamentos necessários à sua demanda. Os municípios só podem solicitar medicamentos contidos na RENAME, ou seja, a Rela- ção Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) é feita a partir da RENAME (BRASIL, 2006; 2004). O gestor estadual é quem coordena esse processo na esfera do estado, com a cooperação técnica do gestor federal, a fim de garantir que a aquisição dos medicamentos e recursos atenda à situação epidemiológica do município (BRASIL, 2006). Dessa forma, a RENAME promove a uniformização de condutas tera- pêuticas, disciplinando o seu uso; facilita o fluxo de informações; garante o acesso da população a medicamentos eficazes e seguros; e racionaliza custos, possibilitando maior otimização dos recursos disponíveis e contribuindo, assim, para a promoção do uso racional de medicamentos (MARIN et al., 2003; BRASIL, 2004; 2017). Campanhas educativas Esta estratégia visa o desenvolvimento de campanhas educativas que contem com a participação das entidades representativas dos profi ssionais de saúde e seu objetivo é estimular o uso racional de medicamentos. O desenvolvimento e a realização dessas campanhas são de responsabilidade dos gestores do SUS junto a entidades da sociedade civil organizada (BRASIL, 1998; 2001). 7Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos Registro e uso de medicamentos genéricos A partir da publicação da Política Nacional de Medicamentos, houve a progressiva promoção do uso de medicamentos genéricos, o que envolveu a criação de normas e leis que regulamentam o registro, os testes de equivalência terapêutica e de biodisponibilidade, a produção, a comercialização, a prescrição e a dispensação de medicamentos genéricos em todo o território nacional (BRASIL, 1998; 2001). Em ordem cronológica, temos a Lei nº. 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, que altera a Lei nº. 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigi- lância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências; as Resoluções nº. 391, de 9 de agosto de 1999; nº. 10, de 2 de janeiro de 2001; nº. 135, de 29 de maio de 2003 e nº. 16, de 2 de março 2007 — todas elas determi- nam normas e detalhes do regulamento técnico para medicamentos genéricos. A promoção dos medicamentos genéricos no país visa aumentar o acesso da população aos medicamentos a partir de alternativas de menor custo. Formulário Terapêutico Nacional (FTN) O Formulário Terapêutico Nacional é um documento que possui informações científi cas sobre os medicamentos da RENAME. Essas informações são retiradas de fontes seguras e atualizadas (BRASIL, 2006; 2010). O FTN é composto por: Informações terapêuticas e farmacológicas: manifestações gerais das doenças, descrição do medicamento, características farmacológicas do medicamento, indicação, contraindicação, precauções, posologia, via de administração, duração do tratamento, interações, efeitos adversos (BRASIL, 2006). Informações farmacêuticas: nome genérico,grupo terapêutico, forma farmacêutica, concentração, apresentação; recomendações gerais quanto a prescrição, dispensação e cuidados com os medicamentos (BRASIL, 2006). O intuito do FTN é dar suporte aos profissionais de saúde na prescrição e dispensação dos medicamentos e, assim, uniformizar e racionalizar o uso desses produtos (BRASIL, 2001; 2004; 2010). Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos8 Farmacoepidemiologia e farmacovigilância Após cumprir com sucesso as etapas de desenvolvimento necessárias para apro- vação de sua comercialização, o medicamento continua sob observação. O estudo de suas reações adversas, agudas ou crônicas, induzidas quando o medicamento é utilizado no conjunto da população ou em grupos populacionais específi cos após sua liberação para comercialização, caracteriza a farmacovigilância. Assim, o papel da farmacovigilância é avaliar o risco do uso dos tratamentos farmaco- lógicos (BRASIL, 2001; MASTROIANNI; VARALLO, 2013). As análises e avaliações geradas reorientam os procedimentos relativos a registros, formas de comercialização, prescrição e dispensação dos produtos a fim de garantir o uso racional dos mesmos. Você deve estar se perguntando como a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebe essas informações, não é? Qualquer pessoa pode entrar em contato com a ANVISA a fim de fazer reclamações ou informar efeitos adversos, mas a ANVISA não pode ficar à mercê dessas informações. Por isso, a Agência criou, no início de 2001, a Rede Sentinela, uma rede de hospitais e farmácias que servem como observatório ativo do desempenho e da segurança de produtos de saúde regularmente usados: medicamentos, kits para exames laboratoriais, órteses, próteses, equipamentos e materiais médico-hospitalares, saneantes, sangue e seus componentes. Dessa forma, é parte importante do Sistema de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária – VIGIPOS (instituído pela Portaria Ministerial MS n°. 1.660, de 22 de julho de 2009). Esse projeto iniciou com hospitais e farmácias do SUS recrutados pela AN- VISA, mas, a partir de 2011, foi aberto para qualquer instituição que tenha interesse — para isso, é necessário seguir o documento de Critérios para Credenciamento de Instituições na Rede Sentinela (2011). Hoje, a Rede Sentinela é disciplinada por dois instrumentos normativos: a RDC Anvisa n°. 51/2014 (dispõe sobre a Rede Sentinela para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária) e a Instrução Norma- tiva da Anvisa IN n°. 8/2014 (dispõe sobre os critérios para adesão, participação e permanência dos serviços de saúde na Rede Sentinela) (AGÊNCIA..., 2018). 9Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos No Brasil, todo e qualquer cidadão que seja, ou não, usuário de medicamentos pode contribuir para a análise da segurança desses produtos. Quando alguém detectar reação adversa, inefetividade terapêutica, desvio da qualidade e erros de administração de um medicamento ou produto de saúde, deve informar a vigilância sanitária. Com a contribuição dos usuários, pro�ssionais da saúde e da indústria farmacêutica nas atividades de farmacovigilância, é possível identificar e classificar mais eficientemente os erros relativos à administração de medicamentos, principalmente no que diz respeito à frequência de ocorrência. Essa é mais uma forma de a população contribuir para o uso racional de medicamentos (MASTROIANNI; VARALDO, 2013). Para cadastrar uma notificação, acesse o link a seguir. https://goo.gl/138Rj5 A farmacoepidemiologia ou epidemiologia do medicamento surgiu da convergência entre a farmácia clínica e a epidemiologia (CASTRO, 2000). De acordo com a Política Nacional de Medicamentos, caracteriza-se pela aplicação do método e do raciocínio epidemiológico no estudo dos efeitos (tanto benéficos quanto adversos) e do uso de medicamentos em populações humanas (BRASIL, 2001). Devido ao grande arsenal terapêutico atualmente disponível, somado à intensificação do uso dos medicamentos, começaram a surgir casos de morbi-mortalidade provenientes do uso dos mesmos que provocaram a ne- cessidade de investigar e garantir o perfil de segurança desses produtos. A partir da farmacoepidemiologia desses casos, ou seja, a partir da detecção e do estudo desses eventos, que ocorreram em um grande número de pessoas, surgiram normas a respeito dos testes que devem ser realizados durante o desenvolvimento dos medicamentos, a fim de garantir a segurança do seu usuário (CASTRO, 2000). Assim, ao analisar efeitos farmacológicos benéficos ou adversos im- portantes em um grande número de pessoas, a farmacoepidemiologia identifica a necessidade de alteração ou inserção de testes e normas re- ferentes aos medicamentos, contribuindo para a garantia do uso racional dos medicamentos. Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos10 Em 1937, dezenas de crianças morreram ao usar um xarope de sulfanilamida que continha etilenoglicol entre seus excipientes. Na época, uma formulação pediátrica de sulfa caracterizava uma grande novidade terapêutica e, somada à falta de legislação referente a testes de toxicidade e segurança, culminou nessa epidemia. De forma semelhante, no início dos anos 1960, a talidomida utilizada por grávidas causou lesões e morte de embriões. Esses eventos causaram o surgimento de alterações nas normas de regulamentação existentes na época (CASTRO, 2000). O colírio Latisse foi inicialmente desenvolvido para o tratamento de glaucoma, mas, a partir de seu uso pela população, um novo efeito detectado gerou uma nova indicação terapêutica para esse medicamento, o tratamento de hipotricose palpebral (crescimento inadequado ou insuficiente de cílios) (BARROS, 2018; ALLERGAN, 2018). Recursos humanos A Política Nacional de Medicamentos (BRASIL, 2001) prevê a interação, a formação e o treinamento dos profi ssionais envolvidos nos diversos setores estratégicos para o uso racional de medicamentos. Trata-se do acesso do profi ssional a conhecimentos e treinamentos para capacitações específi cas, como, por exemplo, o gerenciamento de sistemas de saúde e de informação, guias terapêuticos padronizados e mecanismos de farmacovigilância. Essa normativa estabelece, ainda, a educação continuada dos profissionais de saúde a respeito de farmacologia, terapêutica aplicada e outras questões pertinentes ao uso racional de medicamentos, além da disseminação de in- formações objetivas e atualizadas. Reorientação da Assistência Farmacêutica Todas essas estratégias inicialmente delineadas pela Política Nacional de Medicamentos (BRASIL, 1998) foram incorporadas e aprofundadas na reo- rientação da Assistência Farmacêutica (AF) (BRASIL, 2004). Como previsto, o Ministério da Saúde estabelece instruções técnicas (BRASIL, 2006) detalhadas para cada uma das atividades do ciclo da AF: seleção (RENAME/REMUME), programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação. 11Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos Essas normas técnicas detalhadas orientam passo a passo cada uma das etapas com o objetivo de promover o acesso da população aos medicamentos e garantir o uso racional dos mesmos de forma sincronizada em todo o território nacional (BRASIL, 2006; 2004). URM e educação em saúde Conforme previsto pelas estratégias de campanhas educativas e formação de recursos humanos, dentro da prioridade de estabelecimento do uso racional de medicamentos da Política Nacional de Medicamentos e da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (BRASIL, 1998; 2004), diversas campanhas e formas educacionais foram e têm sido desenvolvidas e realizadas para os mais diversos grupos envolvidos. O próprio Ministério da Saúde desenvolveu outras normas e materiais educativos para a formação dos profissionais e para a padronização dos pro- cedimentos, que são periodicamente atualizados. Uma dessas é a Série A de normas e manuais técnicos, intitulada “Uso Racio- nal de Medicamentos: temas e selecionados”,documento técnico que apresenta uma compilação das condutas baseadas em evidências sobre medicamentos utilizados em atenção primária à saúde dentro de temas como (BRASIL, 2012): a importância dos medicamentos essenciais em prescrição e gestão racionais; o uso indiscriminado de antimicrobianos e resistência microbiana; interações medicamentosas; uso racional de anti-inflamatórios não esteróides, antidepressivos, contraceptivos hormonais orais, anti-hipertensivos, antidiabéticos; estatinas na prevenção de cardiopatia isquêmica; indicações e seleção de inibidores da bomba de prótons; o papel do cálcio e da vitamina D na prevenção de fraturas ósseas; uso de antiasmáticos em adultos e crianças: uma atualização; uso do ácido acetilsalicílico em prevenção primária e secundária de eventos cardio e cerebrovasculares. Outro documento educativo produzido e disponibilizado pelo Ministério da Saúde intitula-se “Assistência Farmacêutica na Atenção básica – Instruções técnicas para a sua organização” e traz informações e instruções a respeito de todas as etapas do ciclo da Assistência Farmacêutica (seleção, programação, Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos12 aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação) para a qualificação dos profissionais estatais e municipais envolvidos. Por meio do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estra- tégicos (DAF/SCTIE/MS), o Ministério da Saúde promoveu e documentou um amplo debate envolvendo diferentes profissionais da AF do país. Após cerca de duas décadas da publicação da PNM, o objetivo desse debate foi avaliar a atual organização da AF no Brasil e propor alternativas para a promoção da melhoria da gestão, dos processos logísticos e assistenciais, assim como da ampliação e da sustentabilidade de um modelo mais eficiente de financiamento do SUS (BRASIL, 2018). Além dos documentos e treinamentos voltados aos profissionais de saúde envolvidos, diversos órgãos, como os Conselhos Federal e Regionais de Farmácia, muitas vezes em conjunto com universidades e graduandos em Farmácia, desenvolvem campanhas de conscientização da população sobre os perigos da automedicação, do significado e da importância do uso racional de medicamentos e de como o cidadão pode contribuir. Uma das formas de campanha é a entrega de panfletos explicativos, conforme exemplo a seguir. Exemplo de campanha de combate a automedicação com foco na população, realizada na forma de folders e desenvolvida pelo Conselho Federal de Farmácia. Fonte: Conselho Federal de Farmácia (2016, documento on-line). 13Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos Neste ano, os Conselhos Regionais de Farmácia estão unidos em uma campanha nacional para promoção da adesão às terapias medicamentosas e ao seu uso seguro e racional dos medicamentos em comemoração ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado em 5 de maio (CONSELHO..., 2018). Como comentado no início deste capítulo, os problemas decorrentes do uso irracional de medicamentos não são exclusividade do Brasil; a busca pelo estabelecimento do uso racional dos medicamentos é uma luta de outros países também. Esses países também criam estratégias político-normativas e educacionais, como você pode observar no link a seguir, que traz uma campanha de conscientização e educação voltada para a população de Por- tugal em relação ao URM. No link a seguir, você encontra um exemplo de campanha informativa educativa da Ordem dos Farmacêuticos, órgão que regulariza a profissão em Portugal. https://goo.gl/x2fzSf, Também no âmbito internacional, a OMS, parceira e promovedora da luta pelo URM, organizou um documento informativo explicativo que compila diversas estratégias de sucesso de diferentes países a cerca da promoção do URM (WORLD..., 2012). Esse documento traz, por exemplo: a problemática acerca do URM; um capítulo sobre a implementação de lista de medicamentos essenciais no qual consta a experiência de Oman e o Programa de Farmácia Popular do Brasil; outro sobre tratar o paciente certo no momento certo, com experiências em lugar como Senegal, Suazilândia, Tailândia, Índia e Bangladesh; e, ainda, capítulos sobre adesão ao tratamento, capacidades do Sistema de Saúde e a importância de lideranças (WORLD..., 2012). Portanto, governos e organizações locais e mundiais têm desenvolvido programas de informação e educação para promoção do uso racional de medicamentos que passa a ser dever não só dos profissionais de saúde, mas de cada cidadão. Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos14 1. O URM ocorre quando o paciente recebe o medicamento mais apropriado para suas necessidades clínicas, na dose adequada para suas necessidades individuais, pelo tempo certo e pelo menor custo para o indivíduo e para a sua comunidade. Portanto, o URM depende: a) do médico, que deve fazer diagnóstico e prescrição corretamente, e do paciente, que deve certificar-se de que a indicação médica está correta e comprar e usar o medicamento corretamente. b) do Ministério da Saúde, que deve prover as condições ideais de trabalho para que o médico faça a prescrição correta, além de fornecer o medicamento para o paciente. c) da produção, que deve ser realizada com qualidade pela indútria farmacêutica; do médico, que deve ser capaz de fazer o diagnóstico e determinar o tratamento correto; do farmacêutico, que deve assegurar-se, partir de uma dispensação adequada, de que o paciente entendeu como o medicamento deve ser adminsitrado; do paciente, que deve seguir as orientações e fazer o tratamento completo com medicamento de qualidade; e do Ministério da Saúde (governos), que deve prover aquilo que lhe é de responsabilidade para que cada uma dessas etapas tenha sucesso. d) da produção realizada pela indútria farmacêutica; do médico, que deve determinar o tratamento correto; do farmacêutico, que deve vender a opção mais barata de medicamento; do paciente, que deve saber como o tratamento indicado deve ser realizado e fazer o tratamento completo; e do Ministério da Saúde (governos), que deve prover cursos preparatórios e treinamentos para cada um deles. e) nenhuma das alternativas anteriores. 2. A Política Nacional de Medicamentos (BRASIL, 1998), aprovada pela Comissão Intergestores e pelo Conselho Nacional de Saúde, tem como propósito “garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade destes produtos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais”. Para atingir seu objetivo, essa política defende: a) o desuso da farmacovigilância e da farmacoepidemiologia, que não contribuem para o uso racional de medicamentos. b) a criação da RENAME, que promove o URM por meio de: uniformização de condutas terapêuticas; organização do fluxo de informações; 15Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos garantia do acesso da população a medicamentos eficazes e seguros; racionalização dos custos, possibilitando maior otimização dos recursos disponíveis; e revisão da RENAME a cada dez anos. c) o incentivo e a promoção do registro e do uso de medicamentos genéricos, com o único intuito de garatir a produção de medicamentos de qualidade. d) a criação e a distribuição do Formulário Terapêutico Nacional, cujo obetivo é dar suporte aos profissionais de saúde na prescrição e dispensação dos medicamentos e, assim, uniformizar e racionalizar o uso desses produtos. e) Não há necessidade de formação de recursos humanos, esse tipo de atividade desperdiça verba pública. 3. A farmacovigilância e a farmacoepidemiologia foram áreas que surgiram com o aumento do arsenal terapêutico e a necessidade de que seus efeitos tóxicos fossem estudados e permanecessem em observação. Essa necessidade ocorre porque: a) muitos medicamentos só demonstraram efeitos secundários significativos, tanto terapêuticos quanto adversos,após alguns anos de comercialização, uma vez que a população em geral apresenta variabilidade maior. b) durante os testes de desenvolvimento de medicamentos, não é possível prever seus possíveis danos adversos. c) a farmacoepidemiologia estuda somente efeitos adversos decorrentes do uso do medicamento. d) essas duas áreas identificam a necessidade de alterações nas normas já existentes ou a criação de novas normas para identificação dos efeitos tóxicos e adversos. e) nenhuma das alternativas anteriores. 4. Os medicamentos dão suporte para o envelhecimento. Muitos dos idosos dependem do uso de vários medicamentos para o controle de doenças crônicas, como deslipidemia, hipertensão, diabetes, depressão, entre outras. Dentre os perigos da polifarmácia e os cuidados a serem tomados, é correto afirmar que: a) o maior problema da polifarmácia é o custo. b) o maior problema da polifarmácia são as interações medicamentosas, com certeza presentes quando uma pessoa faz uso de mais de 3 medicamentos. c) a maioria dos idosos reconhece a importância de informar o médico sobre os medicamentos dos quais já faz uso antes que o médico lhes indique um tratamento. d) como a possibilidade de que ocorram interações entre os medicamentos de uma polifarmácia é rara, não é preciso que o farmacêutico se preocupe em detectá-las. Estratégias de promoção do uso racional de medicamentos16 e) os idosos usuários de polifarmácia são os menos favorecidos pelo programa nacional de farmácia popular. 5. São causas frequentes do uso incorreto de medicamentos: a) não informar o médico a respeito do uso de outros medicamentos, fazer uso de medicametos genéricos. b) não informar o médico a respeito do uso de outros medicamentos e dobrar a dose para que o efeito ocorra mais rápido. c) entender e seguir corretamente a posologia indicada pelo médico. d) comprar medicamentos de referência, caros e inefetivos. e) trocar o medicamento indicado por um equivalente. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Rede Sentinela. 2018. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/rede-sentinela-apresentacao>. Acesso em: 13 nov. 2018. BRASIL. Assistência Farmacêutica na Atenção Básica: instruções técnicas para sua or- ganização. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: <http://www. ensp.fiocruz.br/portal-ensp/judicializacao/pdfs/283.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2018. BRASIL. Assistência Farmacêutica no SUS: 20 anos de políticas e propostas para de- senvolvimento e qualificação. 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