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, , NA PRATICA , CLINICA , CONSULTA RAPIDA ,. .. > • , , NA PRÁTICA CLÍNICA CONSULTA RAPIDA L 123 Laboratório na prática clínica [recurso eletrônico] / Ricardo M. Xavier . . . [et ai.]. - 2. ed. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre : Artmed, 201 1 . (Consulta rápida) Editado também como livro impresso em 201 O. ISBN 978-85-363-241 4-2 1 . Medicina - Laboratório. 2. Clínica médica. 3. Semiologia. 1 . Xavier, Ricardo M. CDU 61 6-07 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus - CRB-1 0/Prov-009/1 0 RICARDO M. XAVIER , JOSE MIGUEL DORA CAROLINA FISCHINGER MOURA DE SOUZA ELVINO BARROS E COLABORADORES , , NA PRATICA , CLINICA , CONSULTA RAPIDA ,..,, 2ª EDIÇAO 201 0 © Artmed Editora S.A. , 2010 Capa: Tatiana Sperhacke Preparação de originais: Márcia Rolim Serafini, Márcio Christian Friedl Leitura final: Sandra da Câmara Godoy Editora Sênior - Biociências: Letícia Bispo de Lima Editora responsável por esta obra: Laura Ávila de Souza Projeto gráfico e editoração eletrônica: T I POS design editorial Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à ART MED® EDIT ORA S.A. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana 90040-340 Porto Alegre RS Fone (51 ) 3027-7000 Fax (51) 3027-7070 , E proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. - SAO PAULO Av. Embaixador Macedo Soares, 1 0.735 - Pavilhão 5 - Cond. Espace Center Vila Anastácio 05095-035 São Paulo SP Fone (1 1 ) 3665-1 1 00 Fax (1 1 ) 3667-1 333 SAC 0800 703-3444 IMPRESSO NO BRAS IL PRINTED IN BRAZIL Ricardo M. Xavier. Professor Associado do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital de Clín icas de Porto Alegre (HCPA). Doutor em lm unologia pela Universidade de Shimane, Japão. Jose Miguel Dora. Médico l ntern ista e Endocrino logista. Médico do Serviço de Patologia Clín ica e da Com issão de Medicina Laboratorial (COMLAB) do HCPA. Doutorando em Endocrinologia pela UFRGS. Carolina Fischinger Moura de Souza. Médica do Serviço de Genética Médica do HCPA. Especial ista em Genética Médica e Bioq uím ica e Pato logia Clínica pela Associação Médica Brasileira (AMB). Doutora em Biologia Molecular pela UFRGS. Elvino Barros. Professor Associado do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS . Médico do Serviço de Nefrologia do HCPA. Doutor em Nefrologia pela Un iversidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP /EPM). Afonso Luís Barth. Professor Adjunto da UFRGS. Pesquisador de Prod utividade em Pesqu isa 1 B do CNPq. Chefe do Serviço de Pato logia Clínica do HCPA. Doutor em Microbio logia Clínica pela Un iversidade de Londres. Airton Tetelbom Stein. Professor Titular de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Professor Adjunto de Saúde Coletiva da Universidade Luterana do Brasi l (ULBRA). Coordenador de Protocolos Assistenciais do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Alex Pospich Cioffi. Médico l nternista. Médico Residente do Serviço de Endocri nologia do HCPA. Alexandre de Araujo. Médico da Eq uipe de Transplante Hepático do Serviço de Gastroenterologia do HCPA. Doutor em Gastroenterologia pela UFRGS. Alexandre Luis Klamt. Médico Residente do Serviço de Gastroenterologia do HCPA. Alice de Medeiros Zelmanowicz. Médica Oncologista. Coordenadora do Centro de Prevenção de Câncer da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Doutora em Epidem iologia pela UFRGS . Ana Luiza Maia. Professora Associada da Faculdade de Medicina da U FRGS. Chefe do Setor de Tireoide do Serviço de Endocrinologia do HCPA. Ana Paula Alegretti. Farmacêutica-Bioquím ica do Serviço de Patologia Clín ica do HCPA. Mestre em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da UFRGS. Ana Paula Webber Rossini. Médica l nternista. Médica Residente do Serviço de Card io logia do HCPA. André Wajner. Médico lnternista e Emergencista. Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar. Preceptor da Residência de Clínica Médica do Hospital Nossa Senhora da Conceição. Coordenador do Serviço de Medicina Hospitalar do Hospital Municipal Getúlio Vargas (Sapucaia do Sul). Andréia Biolo. Médica Card io logista. Professora do Curso de Pós-Graduação em Card iologia e Ciências Card iovasculares da UFRGS Médica do Serviço de Car d iologia do HCPA. Doutora em Card io logia e Ciências Vasculares pela UFRGS e pela Boston University. A Angela Beatriz John. Médica Contratada do Serviço de Pneumo logia do HCPA. Especial ista em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Especial ista em Endoscopia Respiratória pela Sociedade Brasileira de En doscopia Peroral (SBEP) . Especial ista em Terapia I ntensiva pela Associação de Medicina I ntensiva Brasileira(AMIB) . Mestre em Ciências Pneumológicas pela UFRGS. Angélica Dai Pizzol. Médica Residente do Serviço de Neurologia do HCPA. Antônio de Barros Lopes. Médico Contratado do Serviço de Emergência do HCPA. Mestre em Gastroenterologia pela UFRGS. Artur Francisco Schumacher Schuh. Médico Residente do Serviço de Neurologia do HCPA. Beatriz D'Agord Schaan. Professora Adjunta do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Professora do Programa de Pós-Graduação em Endocrinologia da UFRGS. Doutora em Ciências Médicas pela UFRGS. Brasil Silva Neto. Médico Uro logista. Membro Titular da Sociedade Brasi leira de Urologia. Research Fellow, U ro logy, Department, Lahey Clinic Medical Center, Boston/EUA. Doutor em Ciências Cirúrgicas pela UFRGS . • VI Briele Keiserman. Médica Reumatologista do HCPA. Camila Matzenbacher Bittar. Médica Residente do Serviço de Genética Médica do HCPA. Candice Franke Krumel. Médica Gastroenterologista. Carlos Alberto Prompt. Professor Assistente do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Carlos Fernando Francesconi. Professor do Departamento de Medicina I nterna da U FRGS. Chefe do Serviço de Gastroenterologia do HCPA. Doutor em Gastroen terologia pela U FRGS. Carolina da Fonte Pithan. Médica Hematologista e Hemoterapeuta do Hospital Nossa Senhora da Conceição. Coordenadora do Programa de Residência Médica em Hemato logia e Hemoterapia do Hospital Nossa Senhora da Conceição. Caroline Kaercher Kramer. Médica Endocrino logista. Doutoranda em Endocrino logia pela U FRGS. Christina Matzenbacher Bittar. Méd ica Hemato logista do HCPA, do Hospital Mãe de Deus e do Hospital Materno I nfantil Presidente Vargas. Doutora em Ciências Médicas pela UFRGS. Clarissa Troller Habekost. Médica Neuro logista do HCPA. Cristiane Seganfredo Weber. Médica Hematologista e l nternista. Médica Hema tologista do Serviço Hemato logia e Transplante de Medu la Óssea do HCPA. Mé d ica do Laboratório do Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre. Cristina Antonini Arruda. Médica Gastroenterologista do HCPA. Cristina Flores. Méd ica Gastroenterologista. Médica Contratada do Serviço de Gastroenterologia do HCPA. Especial ista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasi leira de Endoscopia Digestiva (SOBED). Mestre em Gastroenterologia pela UFRGS. Denise Rossato Silva. Médica l nternista e Pneumologista. Médica do Serviço de Pneumo logia do HCPA. Mestre em Ciências Pneumológicas pela UFRGS. Diego Rodrigues Falei. Médico l nfecto logista do Serviço de Controle de I nfecção Hospitalar do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Porto Alegre. Mestre em Ciências Médicas pela UFRGS. • • VII Diego Santana Chaves Geraldo Miguel. Médico Residente do Serviço de Genética Médica do HCPA. Eduardo Gehling Bertoldi. Médico Residente do Serviço de Card iologia do HCPA.Erlon Oliveira de Abreu Silva. Méd ico l nternista. Médico Residente de Card iologia do Instituto de Card iologia do Rio Grande do Su l . Mestrando em Card io logia e Ciências Card iovasculares pela UFRGS. Fábio Munhoz Svartman. Médico l nternista e Pneumo logista. Médico Contratado do Serviço de Pneumologia do HCPA. Título de Especial ista pela Sociedade Bra sileira de Pneumo logia e Tisiologia (SBPn. Mestrando em Ciências Médicas pela UFRGS. Fabíola Satler. Médica l nternista e Endocrinologista. Mestranda em Endocrinologia pela UFRGS. Fernando Saldanha Thomé. Professor Adjunto do Departamento de Med icina I nterna da UFRGS. Médico do Serviço de Nefro logia do HCPA. Douto r em Nefro logia pela U FRGS. Filippo P. Vairo. Médico Residente do Serviço de Genética Médica do HCPA. Flavo Beno Fernandes. Médico Hematologista e Pato logista Clínico. Médico do Serviço de Patologia Clínica do HCPA. Assessor Médico do Laboratório Weinmann. Francisco Veronese. Professor Adjunto do Departamento de Med icina Interna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Médico do Serviço de Nefrologia do HCPA. Guilherme Geib. Médico lntern ista e Oncologista. Médico do Serviço de Medicina I nterna do HCPA. Guilherme Heiden Teló. Médico lnternista, Card iologista e Ecocard iografista. Mé d ico Contratado do Serviço de Medicina Interna do Grupo Hospitalar Conceição. Mestrando em Card io logia e Ciências Card iovasculares pela UFRGS. Gustavo Adolpho Moreira Faulhaber. Médico l nternista e Hematologista. Médico Contratado do Serviço Medicina I nterna do HCPA. Médico Pato logista Clínico do Laboratório Weinmann. Especialista em Patologia Clín ica pela AMB. Mestre em Ciências Médicas pela UFRGS. Gustavo Peretti Rodini. Médico G inecologista e Obstetra. Especial ista em Video laparoscopia e H isteroscopia pela Federação Brasileira das Associações de G ine cologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Mestrando em Ciências Méd icas pela UFRGS . . . . VIII Gustavo Schroeder. Médico Cirurgião Geral. Médico Residente do Serviço de Uro logia do HCPA. Haley Calcagnotto. Médico Ginecologista e Obstetra. Preceptor do Programa de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Geral de Caxias do Sul . Mestrando em Ciências Médicas pela UFRGS. Helena von Eye Corleta. Professora Associada da Faculdade de Medicina da UFRGS. Coordenadora do Gerar - N úcleo de Reprodução Humana do Hospital Mo inhos de Vento. Doutora em Medicina pela Universidade Ludwig- Maxim i lian, Munique, Alemanha. Helenice Pankowsky Breyer. Médica Gastroentero logista do HCPA. Mestre em Gastroenterologia pela UFRGS. Ismael Maguilnik. Professor Adjunto de Medicina I nterna da UFRGS. Chefe da Un idade de Endoscopia Digestiva do HCPA. Jamile Abud. Bióloga dos Laboratórios Mãe de Deus/Diagnóstico das Américas S.A. (DASA). Mestre em Gastroenterologia pela U FRGS. Jean Carlos de Matos. Médico Ginecologista e Obstetra. Médico Contratado do HCPA e do Hospital Matemo Infantil Presidente Vargas. Mestre em Ciências Méd icas pela UFRGS. Especial ista em Patologia Cervical e Colposcopia pela Associação Brasi leira de Genitoscopia (ABG). Joana Marcela Cagnini Ciocari. Médica Hematologista e Hemoterapeuta. Médica Residente em Transplante de Medula Óssea do Serviço de Hematologia do HCPA. Joíza Lins Camargo. Farmacêutica-Bioquím ica. Chefe da Unidade de Bioquím ica e lm unoensaios do Serviço de Patologia Clínica do HCPA. Doutora em Endocri nologia pela UFRGS. Jordana de Fraga Guimarães. Médica Residente do Serviço de Medicina I nterna do HCPA. José Antônio de Azevedo Magalhães. Professor Associado do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFRGS. Coordenador do Grupo de Medicina Fetal do HCPA e do Hospital Mãe de Deus. José Augusto Sisson de Castro. Méd ico E ndocr ino logista. Professo r do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Doutor em Ciências Méd icas pela UFRGS. • IX José Geraldo Lopes Ramos. Professor Associado do Departamento de G inecolo gia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFRGS. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da UFRGS. Vice-Diretor da Faculdade de Medicina da U FRGS. Gestor do Serviço de G ineco logia e Obstetrícia do Hospital Mãe de Deus. José Vanildo Morales. Professor Associado da Faculdade de Medicina da UFRGS. Doutor em Nefrologia pela UFRGS. Juliana Gil Thomé. Méd ica Card iologista. Júlio César Corrêa Martins. Médico l nternista. Preceptor do Am bu latório de Hi pertensão do HCPA. Diretor Técnico do Hospital U nimed Vale do Caí. Leandro Bizarro M üller. Médico Gastroentero logista. Professor do Curso de Me d icina da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Lenise Valler. Médica Residente do Serviço de Neurologia do HCPA. Leo Sekine. Médico Hematologista e Hemoterapeuta. Médico Contratado do Serviço de Hemoterapia do HCPA. Letícia Schwerz Weinert. Médica l ntern ista e Endocrino logista. Doutoranda em Endocrinologia pela U FRGS. Liana Farias Leiria. Méd ica l ntern ista e Endocrinologista. Lisandra Della Costa. Médica Hematologista e Hemoterapeuta. Médica Residente do Serviço de Transplante de Medu la Óssea do HCPA. Livia Adams Goldraich. Médica l nternista e Card iologista. Médica Contratada do Serviço de Emergência do HCPA. Mestranda em Card io logia e Ciências Card io vasculares pela UFRGS. Lucas Scotta Cabral. Médico Neurologista. Mestrando em Ciências Médicas pela UFRGS. Luciano Zubaran Goldani. Chefe do Serviço de lnfectologia do HCPA. Luciano Serpa Hammes. Médico G ineco logista e Obstetra. Coordenador da Unidade de Pesquisa em Saúde do I nstituto de Ed ucação e Pesq uisa do Hospital Moinhos de Vento. Pós-Doutorem Ciências Méd icas pela Universidade do Texas, EUA. Certificado pela Society of Cl inica! Research Associates. Luciano Werle Lunardi. Médico Residente em lnfectologia do HCPA. X Luís Beckda Silva Neto. Professor do Programa de Pós-Graduação em Card iologia e Ciências Card iovascu lares da UFRGS. Doutor em Card io logia e Ciências Car d iovasculares pela UFRGS. Fel/owship em Insuficiência Cardíaca pela Un iversity of Ottawa, Canadá. Luis Henrique Canani. Professor Adjunto do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Luiz Carlos Paul. Médico lnternista. Médico Residente do Serviço de Card iologia do HCPA. Luiz Felipe Santos Gonçalves. Professor Adjunto da Faculdade de Medicina da UFRGS. Médico Nefro logista do HCPA. Marcelle Duarte Alves. Médica l nfecto logista e lnternista. Marcelo lasso Gazzana. Médico Pneumologista do Serviço de Pneumo logia do HCPA. Médico l ntensivista do CTI Adu lto do Hospital Moinhos de Vento . Mestre em Ciências Pneumológicas pela UFRGS. Maria Cristina Gomes Matos. Médica Endocrinologista. Doutora em Clínica Médica pela UFRGS. Maria Lúcia Rocha Oppermann. Professora Adjunta do Departamento de G ine cologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFRGS. Conselheira do Con selho Regional de Med icina do Rio Grande do Sul (CREMERS). Doutora em Epide m iologia pela UFRGS. Maria Luiza Leão Brisolara. Farmacêutica-Bioquím ica. Coordenadora do Com itê da Garantia da Qualidade do Serviço de Patologia Clínica do HCPA. MBA em Gestão em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Mariana Vargas Furtado. Médica Emergencista. Pesquisadora do Grupo de Car d iopatia lsquêm ica do HCPA. Mestre em Card iologia e Ciências Card iovasculares pela UFRGS. Marilei Wolfart. Farmacêutica-Bioquím ica do Serviço de Patologia Clínica do HCPA. , Mário Reis Alvares-da-Silva. Médico Hepatologista do HCPA. Professor Adjunto do Departamento de Medicina I nterna da UFRGS. Douto r em Gastroentero logia pela UFRGS. Marli Maria Knorst. Professora Associada do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Médica Assistente do Serviço de Pneumo logia do HCPA. • XI Marlon Roberto Fiorentini. Médico CirurgiãoGeral. Médico Residente do Serviço de Urologia o HCPA. Mateus Dornelles Severo. Médico Residente do Serviço de Endocrinologia do HCPA. Matheus Truccolo Michalczuk. Médico Gastroentero logista do HCPA. Maurício Pimentel. Médico do Serviço de Card iologia do HCPA e do Hospital São Francisco, Porto Alegre. Especial ista em Eletrofisiologia Cardíaca pela Sociedade Brasi leira de Arritm ias Cardíacas (SOBRAC) . Mestre em Card io logia e Ciências Card iovasculares pela UFRGS. Mauro Antônio Czepielewski. Professsor Associado do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Diretor da Faculdade de Medicina da UFRGS. Médico do Serviço de Endocrinologia HCPA. Milton Berger. Professor Adjunto de U rologia da U FRGS . Doutor em Ciências Cirúrgicas pela UFRGS. Patricia Ashton Prolla. Médica Geneticista. Professora do Departamento de Ge nética da UFRGS. Médica do Serviço de Genética Médica do HCPA. Paulo de Tarso Roth Dalcin. Méd ico Pneumo logista. Professor Associado da Faculdade de Medicina da UFRGS. Méd ico do Serviço de Pneumo logia do HCPA. Paulo Naud. Professor Adjunto do Departamento de G inecologia e Obstetrícia da UFRGS. Coordenador do Projeto de Prevenção e Controle do Câncer da Cérvix (Projeto Vacina HPV) do HCPA. Membro da l nternational Federation of Cervical Pathology and Colposcopy (I FCPC-ln. Rafael Selbach Scheffel. Médico l ntern ista e Endocrino logista. Doutorando em Endocrinologia pela U FRGS. Raquel Scherer de Fraga. Médica Gastroenterologista. Coordenadora do Programa de Residência Médica em Gastroentero logia do Hospital da Cidade de Passo Fundo. Doutora em Gastroentero logia pela U FRGS. Renato Borges Fagundes. Professor de Gastroenterologia do Departamento de Clínica Méd ica da Un iversidade Federal de Santa Maria (UFSM). Doutorem Gas troenterologia pela UFRGS. Roberto Ceratti Manfro. Professor Associado da Faculdade de Medicina da UFRGS. Chefe do Serviço de Nefrologia do HCPA . • • XII Roberto Rossato. Médico Neurologista do HCPA. Médico Neuro logista e Neurofi siologista do Hospital São José da Santa Casa de Misericórd ia de Porto Alegre. Sabrina Bollmann Garcia. Médica Pneumologista. Sérgio Gabriel Silva de Barros. Professor Associado do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Médico do Serviço de Gastroentero logia do HCPA. Doutor em Ciências Méd icas pela U FRGS. Sérgio H. Martins-Costa. Professor Associado do Departamento de G inecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFRGS. Chefe do Serviço de G inecologia e Obstetrícia do HCPA. Gestor do Serviço de G inecologia e Obstetrícia do Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre. Sérgio Saldanha Menna Barreto. Professor Titu lar do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Pós-Doutor pela Un iversidade de Toronto, Canadá. Stela Scaglioni Marini. Médica l ntern ista e Gastroentero logista. Médica Contra tada do Hospital Geral de Caxias do Sul . Mestranda em Gastroentero logia da UFRGS. Tânia Weber Furlanetto. Professora Associada do Departamento de Medicina I nterna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Doutora em Endocrinologia pela U N 1 FESP /E PM. Pós-Doutora em Endocrinologia pela Northwestern U niversity, Chicago, 1 l l ino is, EUA. Walter Escouto Machado . Acadêm ico da Faculdade de Medicina da UFRGS. Yaser M. G. M. EI Badad. Médico Reumato logista. . . . XIII a , E com mu ita satisfação que lançamos a segunda ed ição do livro Laboratório na prática clínica: consulta rápida. Devido ao rápido avanço tecnológico na área de med icina laboratorial, tornou-se necessária a atual ização das informações méd icas e a incorporação de novos exames na área de análises clín icas e d iagnóstico laboratorial. Esta nova ed ição inclui , na maioria dos capítulos, fluxogramas de d iagnóstico laboratorial para as principais patologias d istribuídas nas d iferentes especialidades méd icas. O objetivo é sugerir aos profiss ionais da área da saúde fluxogramas racionais e baseados em evidências para utilizar os recursos d iagnósticos da área de med icina laboratorial. Uma das novidades desta ed ição é a apresentação de casos clínicos relacionados ao tema de cada capítulo, além da descrição de como o laboratório pode auxil iar em sua resolução d iagnóstica. No final dos capítulos há ainda uma descrição do desfecho clínico de cada caso com base na orientação da investigação laboratorial. Esses casos são i lustrativos e representam situações reais da prática méd ica, enfatizando a im portância da racionalização da investi gação laboratorial. Este l ivro continua sendo com posto por três partes: na primeira são apresen tadas as informações gerais sobre med icina laboratorial que consideramos úteis para o profissional da saúde, incluindo uma visão sobre o laboratório moderno de análises clín icas e seu relacionamento com o méd ico, além de noções sobre as principais técnicas laboratoriais e sobre a interpretação dos resultados dos testes. Segue-se o corpo principal do texto, no qual cada capítu lo aborda o uso dos testes laboratoriais na investigação das principais situações clín icas das d iversas especialidades. Ao final, incluímos os exames específicos com valores de referência e as principais ind icações de seu uso em ordem alfabética, para perm itir uma rápida consulta. Por fim , esta nova ed ição inclui tam bém uma cartela com os principais exames laboratoriais util izados na rotina méd ica d iária. Essa cartela poderá ser consultada tanto para obter valores de referência dos exames como para guiar a solicitação dos exames mais frequentes conforme a s ituação clínica. Gostaríamos de fazer um agradecimento especial ao Dr. Fi l ippo P. Vairo, pelo auxílio na revisão da Parte I l i , bem como pela sugestão de sites para a boa parte dos capítulos apresentados na Parte l i . Os organizadores , a O laboratório clínico é certamente o setor da assistência em saúde que sofre em primeiro lugar o im pacto dos avanços da pesquisa bioméd ica. Como esses avanços estão ocorrendo em grande velocidade, é facilmente com preensível o enorme progresso que esse setor tem apresentado nas ú ltimas décadas, em especial na variedade e qualidade dos testes laboratoriais q ue são oferecidos aos méd icos e demais profiss ionais da saúde. O méd ico utiliza os resultados dos exames laboratoriais como informações q ue devem ser interpretadas - juntamente com os demais dados obtidos durante , a consulta - e util izadas na tomada de decisões clínicas. E evidente que esses profissionais, nos últimos anos, estão se tornando cada vez mais dependentes das i nformações oriundas do laboratório. No entanto, a prática moderna da me d icina determ ina que esse processo de tomada de decisões deve ser sem pre baseado nas melhores evidências d isponíveis na literatura méd ica, inclu indo tam bém considerações relacionadas à custo-efetividade e ao im pacto nos desfechos clínicos. E isso vale não somente para as decisões terapêuticas, mas tam bém para as d iagnósticas, incluindo a seleção e interpretação dos testes laboratoriais. Levando em consideração os dois aspectos recém -citados, ou seja, o rápido progresso no setor de anál ises clín icas e as exigências da prática moderna da med icina, fica bastante claro o desafio que os méd icos enfrentam para em prega rem de maneira racional e eficiente o laboratório na prática clínica d iária. O presente trabalho objetiva auxil iar nesta tarefa. Acred itamos que a melhor maneira de fazê- lo é expondo, de maneira sucinta e esquemática, as melhores evidências de como investigar os problemas mais com u ns no consultório nas d iversas especialidades clínicas. A formatação deste livro com preende três partes: na primeira são apresentadas informações gerais sobre medicina laboratorial que consideramos úteis para o profissional da saúde, incluindo uma visão sobre o laboratório moderno de análi ses clínicas e seu relacionamento com o médico, além de noções sobre as principais técnicas laboratoriais e sobre a interpretação objetiva dos resultados dos testes. Segue-se o corpo principal do texto , onde cada capítulo aborda o uso dos testes laboratoriais na investigação das principais situações clín icas das d iversas especiali dades. Ao final incluímos os exames específicos com valores de referência e as principais ind icações de seu uso em ordem alfabética para faci l itar uma consulta rápida. Queremos lem brar que existe uma grande variedade de métodos, equipamen tos e processamento dos d iferentes materiais biológicos a serem exam inados. Por isso , devem ser sem pre consu ltados os valores de referência do laboratório específico que realizou o exame. Os valores de referência aqu i apresentados poderão ser d iferentes dos valores de outros laboratórios, assim como a meto dologia util izada. Além d isso, é im portante lem brar que esses valores podem ser alterados a qualquer momento em função dos novos conhecimentos adqu iridos. Os organizadores • • • XVIII AAH AAS aCL ACTH ADA ADH ADP aFL AFP AGA AIJ AINEs AL ANCA AR ASLO AS CUS AT- 1 1 1 ATR AVC BAAR BNP BT Ca e-ANCA CAT-SP Anticorpo anti-h istona , Acido acetilsalicílico Anticorpos anticard io 1 i pi na Hormôn io ade noco rtico trófico Adenosina deam inase Hormônio antid iurético Adenosina d ifosfato Anticorpos fosfol ipídeos a-feto proteína Associação Americana de Gastroentero logia Artrite id iopática juveni l Anti-inflamatório não esteroidais Anticoagulante Lúpico Anticorpo anticitoplasma de neutrófilos Artrite reumato ide Antiestreptol is ina O Células escamosas atípicas com sign ificância indeterm inada Antitrom bina I l i Acidose tubular renal Acidente vascu lar cerebral Bacilo álcool-ácido resistente Peptídeo natriu rético tipo B Bi l irrubina total Cálcio Anticorpo anticitoplasma de neutrófilo pad rão eito plasmático Cateterismo venoso dos seios petrosos i nfe rio res CBAVD Ausência bi lateral congên ita dos duetos deferentes CCL Contagem de corpos lamelares CCP Peptídeo cíclico citru l inado CD Citológico d iferencial CEA Antígeno carcinoem brionário CFTR Regulador de condutância transmem brana da fibrose cística CIVD Coagulação intravascular d isseminada CK CK-MB CLCa CLCr CLIA CMV CP CPER Cr CREST CRH CT CTx CYA Creatinoquinase Creatinoq uinase fração MB Clearance de cálcio Clearance de Creatin ina l m u noensaio quim iolum inescente Citomegalovírus Cito patológico (Papanicolaou) Colangiopancreatografia endoscópica retógrada Creatin ina Esclerose sistêm ica forma lim itada (calcinose, Raynaud, esôfago , esc le rod acti 1 ia, telangiectasia) Hormônio l iberador da corticotrofina Colesterol total C-teleopeptídeo sérico Ciclosporina DAC DAEM DCCT DDAVP DDPC DE DHEA DI 1 DM DMG DMO DMTC DRC DTPA DvW EBV ECG ECLIA ELISA EMIT Enterotc EPF EQU ES FA FAN FG FID FLIPI FPIA FR FSH XX Doença aterosclerótica • coro na ria na Distúrbio androgênico do envelhecimento mascul ino Diabetes Contro/ and Comp/ications Triai Desmopressina Doença de depósito de pirofosfato de cálcio Disfunção erétil De id roe pia nd roste ro na Doença inflamatória intestinal Diabete mel ito Diabete mel ito gestacional De nsitometria óssea Doença m ista do tecido conjuntivo Doença renal crônica acido Dietilenotriam inopentacético Doença de von Willebrand Vírus Epstein-Barr E letroca rd iogram a l m u noensaio e letroquim iolum inescente Ensaio imunoenzimático lm unoensaio enzimático m ultipl icado Enterotomografia com putadorizada Exame parasitológico de fezes Exame qualitativo de urina Esclerose s istêm ica Fosfatase Alcalina Fator antinuclear Filtração glomerular Fossa ilíaca d ireta , lnd ice prognóstico internacional para l infoma folicular Fluorescência polarizada Fator reumatoide Hormônio folículo estim ulante FTA-ABS FvW GASA GBM GGT GH GIG GN GNPE GnRH HAC Absorção fluorescente do anticorpo antitreponema Fator de von Wilebrand Gradiente de album ina so ro-ascite Mem brana basal glomerular Gama G lutam i l Transferase Hormônio do crescimento Grande para a idade gestacional G lom e ru lo nefrite G lo me ru lo nefrite pós-estre ptocóc ica Hormônio l iberador de gonadotrofina H iperplasia adrenal congênita HAC-C H iperplasia adrenal congênita clássica HAC-NC Hiperplasia adrenal HAS HAV HbA1c HbsAg HBV hCG congênita não clássica H ipertensão arterial sistêm ica Vírus da Hepatite A Hemoglobina gl icada Antígeno de superfície da hepatite B (antígeno Austrália) Vítus da Hepatite B Gonodotrofina coriônica homana HCV Vírus da Hepatite C H DL lipoproteína de alta densidade HDV Vírus da Hepatite D HELLP Hemolytic anemia e/evated /iverenzymes and /ow plateled count HHF H ipercalcem ia hipocalciúrica fam iliar HIV Vírus da imunodeficiência humana H LA Antígeno leucocitário humano HMWK Cininogênio de alto peso molecular H P H PV HSV Ht HU IA IAM IC ICA-51 2 ICC IDL I ECAs 1 FI lgA IGF1 IGFBP3 lgE lgG lgM 1 L-6 IMC I PC I RA I RC 1 S I ITR IV K LA LCS LDH LDL LES LH H ipertensão portal Papilomavírus humano Herpes vírus sim pies Hematócrito Un idade Hounsfield 1 nsuficiência ad renal 1 nfarto agudo do m iocárd io I nsuficiência cardíaca Anticorpo anti- i lhota pancreática 1 n s uf ic iê nc ia cardíaca congestiva Lipoproteína de densidade intermed iária I n ibidores da enzima conversora de a ngioste ns i na 1 m u nofl uo rescê ncia indireta l m u noglobul ina A fator de crescimento semelhante à insul ina 1 Proteína ligadora tipo 3 do fator de crescimento semelhante à insul ina l m u noglobul ina E lm unoglobul ina G l m u noglobul ina M lnterleucina 6 , l nd ice de massa corporal Índ ice de proteinúria/ creatinúria I nsuficiência renal aguda Insuficiência renal crôn ica Índ ice de sensibi l idade i nte rnac io na 1 Tripsina im unorreativa 1 ntra venoso potássio Líquido am niótico Líquido cerebrospinal Lactato desidrogenase Lipoproteína de baixa densidade Lúpus eritematoso sistêm ico Hormônio lute in izante LPa LPA MAO MCAD MDRD NEM2 MHC MMG MPO MTD ND NTA NTx OMS p PA p-ANCA PAPP-A PBE PBS PCR PE PIG pH PKU PL PM PMN PNTN Po lim icr Lipoproteína A Ácido 1 iso fosfa tíd ico Mo noam inox idas e Desid rogenase da Acil-CoA de cadeia média Modification of diet in renal disease Neoplasia endócrina mú ltipla tipo 2 Com plexo principal de histocom patibi l idade Mamografia Mieloperoxidase Monitoração terapêutica de drogas Não d isponível Necrose tubular aguda N-te leo pe ptíd eo uriná rio Organização Mund ial da Saúde Progeste ro na Pancretatite aguda Anticorpo anticitoplasma de neutrófilo padrão perinuclear Proteína A plasmática assoe iad a à gestação Peritonite bacteriana espontânea Peritonite bacteriana secundária Reação em cadeia da pol imerase Pré-eclâm psia Pequeno para a idade gestacional potencial hidrogeniôn ico Fe n i Ice to nú ria Punção lom bar Poliomiel ite Po l imorfon ucleares Programa Nacional de Triagem Neonatal Cultura com crescimento de mais de uma espécie de bactéria • XXI PR3 PRL PSA PT PTH PTHi PTT RI RN RNA RNI RNP RPR SAAF se SCA S-DHEA SHBG SHU SIADH S l l -D SNA SN SNC SOP ss SUA TB TBG • • XXII Anticorpo antiproteinase 3 Prolactina Antígeno prostático específico Proteínas totais Paratormônio Paratormônio intacto Púrpura trom bocitopên ica trom bótica Resistência insulínica Recém-nascido , Acido ribonucleico Razão de normal ização i nte rnac io na 1 Ribo nucleo proteína Rapid plasma regain Sí nd rom e anticorpo a ntif o sf o lí p ide Sínd rome de CushingSíndrome coronariana aguda Sulfato de deid roepiand rostero na G lobul ina ligadora de hormônios sexuais Síndrome hemolítico- ,.. . urem 1ca Síndrome da secreção inapropriada do hormônio a ntid i u rético Sínd rome do intestino irretratável com predomínio de d iarréia Síndrome nefrítica aguda Síndrome nefrótica S istema nervoso central Síndrome dos ovários po 1 icísticos Sínd rome de Sjõgren Sangramento uterino anormal Tuberculose G lobul ina ligadora da tiroxina TC Tg TG TGI TGO TG P TK TL TLC Tnl TnT TP TPO TRAB TRH TS TSH TT TTG TTPA TVP VCM VDRL VI P VLCFA VLDL VPM VSG �-hCG Tomografia com putadorizada Ti reoglo bu 1 i na Trig 1 ice ríd eos Trato gastrintestinal Transam inase glutâm ico oxalacética (Asn Transam inase glutâm ico pirúvica (ALT) Tacrol imus Testosterona livre Cá leu lo da testos terona livre Troponina 1 Troponina T Tem po de protrom bina Anticorpo antitiperoxidase Anticorpo anti rreceptor de TSH Hormônio l iberador da ti reotrofi na Tem po de sangramento hormônio estimu lador da tireóide Testosterona total Teste de tolerância à glicose Tem po de trom boplastina parcial ativada Trom bose venosa profunda Volume corpuscular méd io Venereal diseases research labora tory test Peptídeo intestinal vasoativo , Acidos graxos de cadeia m u ito longa Lipoproteína de m u ito baixa densidade Volume plaquetário méd io Velocidade de sed imentação globu lar Gonadotrofina coriônica humana fração beta PARTE 1 CONCEITOS GERAIS EM MEDICINA LABORATORIAL , , 1 O MEDICO E O LABORATORIO / 33 Ricardo M . Xavier, Elvino Barros , , , 2 COLETA DE MATERIAL BIOLOGICO: PRINCIPIOS E TECNICAS / 45 M arilei Wolfart , , 3 CONTROLE DE QUALIDADE EM ANALISES CLINICAS / 65 Maria Luiza Leão Brisolara , 4 PRINCIPAIS M ETODOS APLICADOS NO , , , LABORATORIO DE ANALISES CLINICAS / 79 Ana Paula Alegretti, Joíza Lins Camargo, Afonso Luís Barth ,., 5 INTERPRETAÇAO DE EXAMES LABORATORIAIS / 1 0 1 Airton Tetelbom Stein, André Wajner, Alice de Medeiros Zelmanowicz N A , 6 MONITORAÇAO TERAPEUTICA DE FARMACOS / 1 1 8 Joíza Lins Camargo, Elvino Barros , , 7 FATORES INTERFERENTES EM ANALISES CLINICAS / 1 25 Jamile Abud, José M iguel Dora , 8 BIOSSEGURANÇA E RISCOS BIOLOGICOS / 1 32 M arilei Wolfart PARTE li AVALIAÇÃO LABORATORIAL ORIENTADA CONFORME A CONDIÇÃO CLÍN ICA CARDIOLOGIA Coordenadora: Livia Adams Goldraich 9 ARRITMIAS / 1 43 Maurício Pimentel, Luiz Carlos Paul A 1 O CARDIOPATIA ISQUEM ICA I 146 Guilherme Heiden Teló, Mariana Vargas Furtado 1 1 DISLIPIDEM IAS I 1 52 Juliana Gil Thomé, Livia Adams Goldraich 12 ENDOCARDITE INFECCIOSA / 1 60 Livia Adams Goldraich, Marcelle Duarte Alves # A 1 3 HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA I 1 67 Erlon Oliveira de Abreu Silva, Júlio César Corrêa Martins A , 1 4 INSUFICIENCIA CARDIACA / 1 73 Livia Adams Goldraich, Andréia Bialo 1 5 MIOCARDITE I 1 79 Eduardo Gehling Bertoldi, Luís Beck da Silva Neto , 1 6 PERICARDITES E DERRAME PERICARDICO / 185 Ana Paula Webber Rossini, Mariana Vargas Furtado ENDOCRINOLOGIA Coordenador: José M iguel Dora 1 7 AM ENORREIA / 1 90 Liana Farias Leiria, Maria Cristina Gomes Matos 1 8 BAIXA ESTATURA / 1 95 Letícia Schwerz Weinert, Mauro Antônio Czepielewski 1 9 DIABETE M ELITO / 200 Rafael Selbach Scheffel, Luis Henrique Canani 20 FEOCROMOCITOMA I 207 Caroline Kaercher Kramer, Beatriz D'Agord Schaan , 21 HIPERALDOSTERONISMO PRIMARIO / 2 1 2 Alex Pospich Cioffi, Beatriz D'Agord Schaan 22 HIPERCALCEM IA / 220 Letícia Schwerz Weinert, José Augusto Sisson de Castro 23 HIPERTIREOIDISMO / 225 José M iguel Dora, Walter Escouto Machado, Ana Luiza Maia 24 24 HIPOCALCEM IA / 230 Rafael Selbach Scheffel , Tânia Weber Furlanetto 25 HIPOTIREOIDISM O I 235 José M iguel Dora, Ana Luiza Maia 26 HIRSUTISMO I 239 Fabíola Satler, Maria Cristina Gomes Matos A 27 INSUFICIENCIA ADRENAL / 245 Liana Farias Leiria, Mauro Antônio Czepielewski 28 OSTEOPOROSE / 251 José M iguel Dora, José Augusto Sisson de Castro , 29 SINDROM E DE CUSH ING / 256 Mateus Dornelles Severo, Mauro Antônio Czepielewski GASTRENTEROLOGIA Coordenador: Antônio de Barros Lopes "" 30 ALTERAÇAO DE TRANSAM INASES, FOSFATASE ALCALINA E y-GLUTAMIL TRANSFERASE / 261 Matheus Truccolo M ichalczuk, Cristina Antonini Arruda 31 ASCITE / 269 ,, Alexandre de Araujo, Mário Reis Alvares-da-Silva "" 32 CIRROSE E COMPLICAÇOES / 276 Raquel Scherer de Fraga 33 DIARREIA AGUDA I 282 Antônio de Barros Lopes, Cristina Flores A 34 DIARREIA CRONICA / 293 Antônio de Barros Lopes, Carlos Fernando Francesconi , 35 DOENÇA ULCEROSA PEPTICA / 301 Leandro Bizarro Müller, Renato Borges Fagundes 36 HEPATITES VIRAIS / 306 Antônio de Barros Lopes, Alexandre de Araujo ,, 37 ICTERICIA / 31 6 Alexandre Luis Klamt, Sérgio Gabriel Silva de Barros 25 38 PANCREATITE AGUDA / 320 Candice Franke Krumel, Helenice Pankowsky Breyer, Ismael Maguilnik A 39 PANCREATITE CRONICA / 328 Stela Scaglioni Marini, Helenice Pankowski Breyer, Ismael Maguilnik , GENETICA Coordenadora: Carolina Fischinger Moura de Souza , , 40 DIAGNOSTICO PRE-NATAL I 333 Filippo P. Vairo, Camila Matzenbacher Bittar, Carolina Fischinger Moura de Souza 41 ERROS INATOS DO METABOLISM O / 339 Filippo P. Vairo, Carolina Fischinger Moura de Souza, Diego Santana Chaves Geraldo M iguel 42 TRIAGEM NEONATAUTESTE DO PEZINHO / 35 1 Camila Matzenbacher Bittar, Carolina Fischinger Moura de Souza, Filippo P. Vairo , GINECOLOGIA E OBSTETRICIA Coordenador: Haley Calcagnotto A # 43 ASSISTENCIA PRE-NATAL / 359 Haley Calcagnotto, Helena von Eye Corleta "" 44 AVALIAÇAO DA MATURIDADE PULMONAR / 364 Haley Calcagnotto, José Antônio de Azevedo Magalhães 45 DIABETE GESTACIONAL / 368 Haley Calcagnotto, Maria Lúcia Rocha Oppermann , 46 DIAGNOSTICO DE SANGRAM ENTO UTERINO ANORMAL / 37 4 Gustavo Peretti Rodini, Helena von Eye Corleta 47 DOENÇA HIPERTENSIVA NA GRAVIDEZ / 379 Sérgio H . Martins-Costa, José Geraldo Lopes Ramos 48 INFERTILIDADE FEM ININA / 385 Gustavo Peretti Rodini, Helena von Eye Corleta 49 PATOLOGIA CERVICAL E HPV / 389 Paulo Naud, Jean Carlos de Matos , Luciano Serpa Hammes, Haley Calcagnotto 26 HEMATOLOGIA Coordenadora: Cristiane Seganfredo Weber 50 ANEMIAS I 395 Joana Marcela Cagnini Ciocari, Cristiane Seganfredo Weber, Gustavo Adolpho Moreira Faulhaber 51 COAGULOPATIAS / 400 Carolina da Fonte Pithan, Flavo Beno Fernandes , 52 DISCRASIAS PLASMOCITARIAS / 406 Lisandra Della Costa, Cristiane Seganfredo Weber 53 DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS / 41 1 Leo Sekine, Christina Matzenbacher Bittar 54 LEUCEM IAS I 420 Leo Sekine, Christina Matzenbacher Bittar 55 LEUCOPENIAS / 427 Cristiane Seganfredo Weber, Gustavo Adolpho Moreira Faulhaber 56 TROMBOCITOPENIAS / 432 Cristiane Seganfredo Weber, Gustavo Adolpho Moreira Faulhaber 57 TROMBOFILIAS / 436 Carolina da Fonte Pithan, Flavo Beno Fernandes INFECTOLOGIA Coordenador: Luciano Zubaran Goldani , 58 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS / 442 Luciano Werle Lunardi , Luciano Zubaran Goldani ... 59 INFECÇAO PELO H IV / 449 Diego Rodrigues Falei, Luciano Zubaran Goldani 60 PRINCIPAIS DOENÇAS OPORTUNISTAS / 455 Luciano Zubaran Goldani 27 NEFROLOGIA Coordenador: Elvino Barros , , 61 DISTURBIOS HIDRELETROLITICOS ! 459 Fernando Saldanha Thomé, Jordana de Fraga Guimarães, Elvino Barros , , 62 DISTURBIOS ACIDOBASICOS I 467 Fernando Saldanha Thomé, Jordana de Fraga Guimarães, Elvino Barros "" , 63 INFECÇAO URINARIA / 481 Elvino Barros, Francisco Veronese A 64 INSUFICIENCIA RENAL AGUDA / 487 Fernando Saldanha Thomé, Jordana de Fraga Guimarães, Elvino Barros A 65 DOENÇA RENAL CRONICA / 497 Carlos Alberto Prompt, Fernando Saldanha Thomé, Elvino Barros , 66 NEFROLITIASE / 502 Elvino Barros, Jordana de Fraga Guimarães, Francisco Veronese"" 67 REJEIÇAO NO TRANSPLANTE RENAL / 5 1 2 Luiz Felipe Santos Gonçalves , Roberto Ceratti M anfro 68 DISNATREMIAS / 5 1 7 Fernando Saldanha Thomé, Jordana de Fraga Guimarães, Elvino Barros , , 69 SINDROME NEFRITICA / 528 José Vanildo Morales, Francisco Veronese, Elvino Barros , , 70 SINDROM E NEFROTICA I 533 Elvino Barros, José Vanildo Morales, Francisco Veronese NEUROLOGIA Coordenadora: Lenise Valler "" 71 CONVULSOES ! 539 Lenise Valler A 72 DEMENCIA I 544 Lenise Valler , 73 DISTURBIOS DO MOVIMENTO / 548 Artur Francisco Schumacher Schuh, Roberto Rossato 28 74 DOENÇAS CEREBROVASCULARES / 552 Lucas Scotta Cabral .. 75 DOENÇAS DA TRANSM ISSAO NEUROMUSCULAR / 559 Lucas Scotta Cabral, Roberto Rossato , 76 DOENÇAS DESM IELINIZANTES/ESCLEROSE MULTIPLA I 564 Clarissa Troller Habekost, Roberto Rossato .. 77 INFECÇOES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL I 570 Angélica Dai Pizzol, Roberto Rossato , 78 NEUROPATIAS PERIFERICAS / 578 Angélica Dai Pizzol, Lucas Scotta Cabral, Roberto Rossato , , 79 SINDROMES PARANEOPLASICAS DO SISTEMA NERVOSO / 586 Lucas Scotta Cabral, Roberto Rossato ONCOLOGIA Coordenador: Guilherme Geib .. , " 80 AVALIAÇAO DO RISCO HEREDITARIO DE CANCER / 592 Guilherme Geib, Patricia Ashton Prolla, Ana Luiza Maia 81 MARCADORES TUM ORAIS / 599 Guilherme Geib PNEUMOLOGIA Coordenadora: Carolina Fischinger Moura de Souza , 82 BRONQUIECTASIAS E FIBROSE CISTICA NO ADULTO / 61 6 Denise Rossato Silva, Marcelo Basso Gazzana, Paulo de Tarso Roth Dalcin 83 DERRAME PLEURAL I 628 " Fábio Munhoz Svartman, Angela Beatriz John " 84 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA / 636 " Marli Maria Knorst, Angela Beatriz John 85 DOENÇAS PULMONARES PARENQUIMATOSAS DIFUSAS / 643 Marcelo Basso Gazzana, Denise Rossato Silva .. 86 HIPERTENSAO PULM ONAR / 654 " Angela Beatriz John, Marcelo Basso Gazzana, Sérgio Saldanha Menna Barreto 29 , 87 PNEUMONIA COMUNITARIA E HOSPITALAR I 663 Sabrina Bollmann Garcia, Fábio Munhoz Svartman, Marcelo Basso Gazzana 88 TROMBOEMBOLIA PULMONAR I 67 4 A Marcelo Basso Gazzana, Angela Beatriz John, Sergio Saldanha Menna Barreto 89 TUBERCULOSE I 686 Denise Rossato Silva, Marcelo Basso Gazzana, Paulo de Tarso Roth Dalcin REUMATOLOGIA Coordenador: Ricardo M . Xavier 90 ARTROPATIAS / 696 Briele Keiserman, Yaser M . G. M . E I Badad, Ricardo M . Xavier 91 DOENÇAS DIFUSAS DO TECIDO CONJUNTIVO I 705 Briele Keiserman, Yaser M . G. M . EI Badad, Ricardo M . Xavier , , 92 SINDROM E DOS ANTICORPOS ANTIFOSFOLIPIDEOS / 7 1 O Briele Keiserman, Yaser M . G. M . EI Badad, Ricardo M . Xavier 93 VASCULITES / 7 13 Briele Keiserman, Yaser M . G. M . EI Badad, Ricardo M . Xavier UROLOGIA Coordenador: Gustavo Schroeder ., , 94 DISFUNÇAO ERETIL / 7 1 7 Gustavo Schroeder, Brasil Silva Neto 95 INFERTILIDADE MASCULINA / 722 Marlon Roberto Fiorentini, Mi lton Berger PARTE Ili EXAMES LABORATORIAIS MAIS COMUNS 96 EXAMES LABORATORIAIS MAIS COMUNS / 733 , Filippo P. Vairo, Carolina Fischinger Moura de Souza, José M iguel Dora, Elvino Barros INDICE / 91 1 30 PARTE 1 , CAPITULO 1 RICARDO M . XAVIER ELVI NO BARROS Os testes laboratoriais são parte importante na prática méd ica. Apesar do consa grado adágio de que "a clínica é soberana " , a participação das informações oriun das do laboratório clínico na tomada de decisões nunca fo i tão importante como nesse momento . Certamente continuará a crescer de maneira acentuada, em um futuro próximo, com a incorporação de novos testes, especialmente na área da biologia celular e molecular. No entanto, tem -se observado um aumento exagerado na sol icitação de exa mes laboratoriais, que são pedidos, com freq uência, sem uma justificativa razoá vel , m uitas vezes pela falta de tem po do méd ico para realizar uma boa anam ne se e um exame físico de seus pacientes. Portanto, um número elevado de exames é realizado d iariamente para suprir as im perfeições do atendimento médico, decor rentes das incapacidades técnicas de q uem o efetua ou do modo apressado e d ispl icente como é realizado. A falta de informações clín icas adequadas e de um raciocínio d iagnóstico bem estruturado - dois instrumentos fundamentais para o d iagnóstico e para a tomada de decisão - subvertem a ordem hierárquica natural das relações q ue regem a atividade d iagnóstica, ou seja, os exames transformam se em um meio para o méd ico form ular - em vez de verificar - suas hipóteses d iagnósticas. O ato méd ico fica, dessa forma, refém da tecnologia, e sua participa ção no d iagnóstico de condições mais com plexas se resume a selecionar exames , com plementares para rastrear doenças. E relativamente com um , após uma inves- tigação exaustiva, encontrarmos exames com resultados normais, atribuindo-se os sintomas, nesses casos, a uma causa mental ou psicossomática. Quando esses mesmos exames apresentam algum " resultado anormal " , o que é tanto mais provável quanto maior for o número de testes so l icitados, independentemente da presença ou não de doença, seguem-se intervenções d iagnósticas mais inva sivas e onerosas. Assim , é importante que o méd ico tenha tempo suficiente e tranqui l idade para a real ização de uma boa anam nese e de um exame físico para e laborar as suas hipóteses d iagnósticas e solicitar exames de forma racional para cada caso. o -a: •O � o m :5 o w o o - e •W � o INDICAÇÕES DE EXAMES LABORATORIAIS Para gerar informação útil, um teste laboratorial precisa ser sol icitado com objetivo clín ico específico (Quadro 1 . 1 ). O clín ico relaciona cada um desses objetivos buscando informações por meio do conhecimento fisiopatológico da doença ou das doenças em consideração (Quadro 1 .2). Além dos motivos espúrios de solicitação de exames, quando não há preocupa ção com os interesses do paciente (p. ex. , motivação econôm ica, investigação científica sem consentimento, hábito, faci l idade de solicitação, frustração de não saber mais o que fazer ou para i lud ir o paciente de que estaria recebendo uma atenção méd ica melhor) , as principais ind icações de exames com plementares são as seguintes: 34 Quadro 1 .1 , OBJETIVOS DO ATENDIMENTO MEDICO Detectar e quantificar risco futuro de doença Detectar doença subclínica Estabelecer e exclu ir d iagnósticos Avaliar a gravidade da doença e defin i r prognósticos Selecionar terapia adequada Monitorar a evolução da doença e a resposta terapêutica Quadro 1 .2 NECESSIDADES CLÍNICAS DE INFORMAÇÃO Avaliar a função de um órgão Avaliar a atividade metabólica Avaliar o estado nutricional Detectar e mon itorar neoplasias Detectar e quantificar dano tissular Detectar e identificar doenças genéticas Detectar e identificar doenças imunológicas Detectar e identificar agentes infecciosos Detectar e identificar intoxicantes e venenos Monitorar agentes terapêuticos Diagnóstico : testar as h ipóteses e as questões específicas levantadas após a anam nese e o exame fís ico. O exame ajuda a detectar, confirmar, documentar ou excluir uma determ inada doença. Mon itoração : medir a progressão/regressão de uma doença, a resposta ao tratamento ou os níveis de um fármaco. Prognóstico : defin ido pela presença de um determ inado marcador ou pelo seu maior ou menor grau de anormal idade. Rastreamento: a util ização dos exames como med ida de d iagnóstico precoce ou preventiva é cada vez mais frequente e deverá ser ainda mais im portante com os testes baseados em ácidos nucleicos (biologia molecular, medicina ge nôm ica). Tendo em vista o risco elevado de falso-positivos (devido à baixa proba bilidade pré-teste), o potencial im pacto emocional (diagnóstico precoce de doen ça sem tratamento efetivo) e o alto custo, há necessidade de critérios bastante rigorosos para definir a utilidade de um determ inado teste para rastreamento. Defin ição de cond ições basais para futuras com parações (apósperíodo de tem po ou intervenção terapêutica). Tranq ui l ização do paciente: até o momento, não há com provação de que ocorra um efeito favorável nesse sentido. Deve-se pesar o risco do aumento da ansiedade d iante de um resultado falso-positivo. Solicitação do paciente : atualmente, o paciente tem à sua disposição um número enorme de informações científicas, por meio de livros, da im prensa e, principal mente, dos meios eletrônicos em constante expansão. Será possível , em um futuro próximo, o paciente sol icitar m uitos dos seus exames e, com eles em mãos, consultar o seu médico. Este deverá analisar tais exames e definir o d iag nóstico e o tratamento mais adequados ou solicitar novos exames com essa finalidade, pois cabe ao méd ico a decisão final. O princípio ético de autonom ia confere ao paciente o direito de requerer um exame ou uma terapia, mas esse d ireito deve ser considerado pelo méd ico d iante de outros princípios éticos, como o da beneficência e não maleficência. Nos Estados Unidos, sistemas de autossolicitação de exames pelos pacientes estão tornando-se bastante populares. SEQUÊNCIA DE SOLICITAÇÃO DE EXAMES A ordem em que os exames devem ser so l icitados depende da situação clínica. Os casos de urgência exigem que o teste de maior capacidade de defin ição seja util izado primeiro , mesmo que seja de maior risco ou custo. Quando não houver urgência, procedimentos com menor alcance e menor risco podem ser sol icitados primeiramente. Muitas vezes, fatores logísticos, como tem po de realização do exame, comodidade, necessidade de velocidade para defin ir alta hospitalar mais precoce ou listas de espera, tam bém participam da decisão. A ordem mais com u m ente seguida é : t do menor para o de maior custo ; t do menor para o de maior risco ; e t do mais sim ples para o mais com plexo. 35 o -a: 'º � o m :5 o w o o - e •W ::i: o o -a: •O � o m :5 o w o o - e •W � o Deve-se sem pre tentar realizar o exame mais eficiente, ou seja, de maior sensibi lidade, especificidade, valor preditivo e rapidez no resu ltado. MEDICINA LABORATORIAL BASEADA EM EVIDÊNCIAS E EFETIVIDADE CLÍNICA Na busca de evidências na literatura sobre o desem penho dos testes d iagnósticos para defin ir sua utilidade clínica, devemos reconhecer a existência de d iversos elementos, todos eles importantes para a tomada de decisão nos d iversos níveis de atenção à saúde (ver tam bém Cap. 5 , I nterpretação de exames laboratoriais). Desempenho técnico. A base de qualquer evidência é o desempenho técnico do teste. Além de precisão, acurácia (exatidão), l inearidade (faixa de valores men suráveis e interferentes), os fatores de variabil idade pré-analíticos (coleta, variabi lidade biológica e estabil idade da amostra) tam bém são im portantes, pois podem lim itar o benefício do teste na rotina (p. ex., variabilidade biológica dos marcadores do metabolismo ósseo). Desempenho diagnóstico (ver Cap. 5, Interpretação de exames laboratoriais). Sen sibi l idade e especificidade são características próprias do teste e, portanto, de maior interesse para o profissional de laboratório. O valor preditivo positivo e negativo e a taxa de verossim i lhança (/ike/ihood ratio) são características de desem penho d iagnóstico que levam em consideração a prevalência da doença na popu lação em estudo (probabi l idade pré-teste) e, portanto , de maior interesse para o clínico. Alguns ind icadores, como o número necessário para d iagnosticar (NND) e a curva ROC, permitem uma com paração de desempenho entre os testes e ajudam a inclu ir impl icações financeiras no processo de decisão. Benefício clínico. O im pacto ou benefício clínico do teste é a evidência mais d ifícil de encontrar na literatura, que está concentrada nos desempenhos técnico e d iag nóstico. O im pacto clínico pode ser d ividido no efeito que o uso do teste terá: t na estratégia d iagnóstica (melhora do desem penho d iagnóstico) ; t na estratégia terapêutica (uso e otim ização de terapia, evitar com pl icações) ; t no desfecho clínico (consequência dos itens anteriores). Benefício operacional. O uso de um teste d iagnóstico pode, além do im pacto clínico, ter um im pacto operacional. O benefício operacional pode ser a d iminuição no tem po de internação, a necessidade de recursos humanos e , ainda, a redução na util ização de outros recursos de saúde. Benefício econômico. A avaliação de efetividade econôm ica ainda é um instru mento não bem estabelecido na área de assistência à saúde. No entanto, trata-se de uma necessidade premente ao decid ir-se sobre um novo teste que é mais caro do que o já em uso e nos processos de decisão em termos de alocação de recursos. 36 A avaliação da efetividade do laboratório clínico e de sua contribu ição para os desfechos clínicos tem sido matéria de crescentes d iscussões na l iteratura. A solicitação e a interpretação correta dos testes laboratoriais, dentro de uma visão centrada no paciente, melhora os desfechos clín icos e, por isso, tam bém tem im pacto positivo nos custos globais da assistência à saúde. Ainda necessitamos de uma melhor defin ição de ind icadores para quantificar a eficiência desses testes, ou seja, da relação custo/efetividade favorável . É importante que o clínico tenha ciência do questionamento sobre o im pacto q ue a informação oriunda da sol icita ção de um determ inado teste terá no desfecho clínico do seu paciente, maximi zando, dessa forma, o aprove itamento dos recursos de saúde. FONTES DE VARIABILIDADE NOS RESULTADOS A interpretação correta da informação, ou seja, o ato de d iscernir o sign ificado e a im portância do resultado de um determ inado teste laboratorial no contexto da q uestão méd ica ou hipótese que desencadeou o pedido é a etapa final e mais crítica de uma série de eventos com plexos que pode ser conhecida como o 11 ciclo do exame " (Fig. 1 . 1 ) . Além do conhecimento sobre interpretação de cada exame, reconhecer as etapas mais críticas do ciclo do exame e averiguar como os labora tórios têm tomado med idas para dim inuir a variabil idade desses d iversos processos perm item uma correta aval iação da q ualidade da informação obtida. Portanto, não há dúvida de q ue uma relação estreita clínico- laboratório é o ponto-chave. No momento em que so l icita um teste laboratorial para aval iação com ple mentar de seu paciente, o méd ico espera que todos esses eventos ocorram de maneira correta, ou seja, sem erros. Assim , a interação entre clínico e laboratório estaria l ivre de fatores de confusão ou desentendimento em relação ao resu ltado do teste. Contudo, na prática, todas as etapas desse ciclo de eventos podem sofrer a influência de fatores de variabilidade, com potencial im pacto na validade da informação gerada, e q ue devem ser bem conhecidos pelo clínico. Ao contrário do que m u itos méd icos pensam (e m u itos pacientes tam bém), com m uita frequência esses fatores de erro não dizem respeito ao laboratório clínico, mas remetem a fatores próprios do paciente, como a variabil idade biológica de um determ inado anal ito (Quadro 1 .3). A variabil idade biológica não pode ser contro lada por nenhuma med ida do laboratório, que, no máximo, fornece valores de referência próprios para cada situação (p. ex., sexo, faixa etária) , em que a variabili dade possa modificar de maneira significativa a interpretação do resultado do exame. Outros fatores de variabil idade são derivados do próprio méd ico, como prepa ração imprópria do paciente antes do exame (p. ex. , anticoagu lação antes da dosagem de proteínas C e S, dosagem de triglicerídeos sem jejum adequado) , ou por seleção equivocada dos testes laboratoriais relativos à questão clínica (au mentando a chance de falso-negativos e falso-positivos - ver Cap. 5, Interpretação de exames laboratoriais). Na realidade, não é possível conhecermos a totalidade dos possíve is fatores interferentesnos resultados dos m u itos testes q ue são, com freq uência, so l icitados, sendo im portante consultar o pessoal do laboratório para d iscussão em casos de dúvida. 37 o -a: 'º � o m :5 o w o o - e •W ::i: o o -a: •O � o m <C ...J o w o o - e •W � o e L , 1 N 1 e o H ipóteses Paciente História/exame físico sobre presença, .,....______,. ---------------- natureza e gravidade de doença - Solicita o exame - Prepara o paciente -... - Interpreta o resultado - Reavalia hipóteses • • • or1g1na1s - Estabelece diagnóstico ou prognóstico - Recomenda tratamento e acompanhamento • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • L A Coleta da amostra B o R - Processa o material A T - Arquiva o material , o R 1 o Define valores de referência Analisa a amostra Figura 1 .1 Ciclo do exame. Emite o laudo Verifica o resultado Do ponto de vista do laboratório, as fontes possíveis de variabi l idade podem ser d ivididas entre as etapas pré-analíticas, analíticas e pós-analíticas. Variabilidade pré-analítica. Pode ser derivada do preparo inadequado do paciente (hora da coleta, jejum , certos al imentos, exercício físico e med icações) ou da coleta e manipulação da amostra, que são responsabil idades d iretas dos laborató rios (ver Cap. 2 , Coleta de material biológico: princípios e técn icas) . É im portante que o clínico considere os cu idados que um determ inado laboratório toma para evitar alguns dos problemas mais sérios, como troca de amostras (proced imentos de identificação da amostra, principalmente por etiq ueta com cód igo de barras, durante todas as etapas analíticas ; treinamento rigoroso e periódico dos coleta dores para q ue sigam sistematicamente proced imentos padronizados) e demora ou conservação inadequada do material entre a coleta e a anál ise (com um nos laboratórios atuais, tendo em vista a tendência de os postos de coleta estarem cada vez mais d istantes da área técnica). 38 Quadro 1 .3 , , VARIAVEIS BIOLOGICAS QUE AFETAM OS RESULTADOS DOS TESTES LABORATORIAIS Ritmos biológicos - Circadianos: ciclos de variação de aproximadamente 24 h (p. ex. , cortisol sérico) - Ultradianos: ciclos < 24 h (p. ex . , hormônios l i berados em pulsos, como a testosterona) - 1 nfradianos : ciclos > 24 h (p. ex. , ciclo menstrual) Fatores constitucionais - Sexo - Idade - Genótipo Fatores extrínsecos - Postura - Exercício - Dieta (p. ex . , cafeína) - Drogas - Uso de álcool - Gestação - Doença intercorrente Variabilidade analítica. Engloba o método analítico (reagentes, equipamento , proced imentos e recursos humanos). Essa fase da real ização do exame recebeu atenção especial nas ú ltimas duas décadas, e , atualmente, a maioria dos especia listas (mas não dos méd icos) reconhece que tal fase contribui com uma fração pequena da variabi l idade total dos testes. Isso ocorreu devido à melhoria na acurácia e na precisão das metodologias modernas, em especial a automação crescente dos processos, bem como devido à adoção por parte dos laboratórios de programas de garantia de qualidade e testes de proficiência externos. A So ciedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC) e a Sociedade Brasileira de Anál ises Clín icas (SBAC) oferecem testes de proficiência, além de programas de credibi l ida de, nos quais a qualidade dos processos do laboratório é m inuciosamente verifi cada por aud itores externos. Variabilidade pós-analítica. Ocorre entre o térm ino do método analítico e a assim i lação do resultado pelo clínico. A fonte mais trad icional de erro pós-analítico é a transcrição dos resultados. Entretanto , os f amos os "erros de d igitação " estão se tornando cada vez menos frequentes, devido ao processo de i nterfaceamento entre os equ ipamentos de automação e o sistema de informática do laboratório, 39 o -a: 'º � o m :5 o w o o - e •W ::i: o o -a: •O � o m :5 o w o o - e •W � o com a tendência de d isponibi l ização da informação on-line para o clínico e o paciente. Cabe salientar aqui a im portância da qualidade do laudo im presso forne cido pelos laboratórios, visto que, m uitas vezes, esses laudos são pouco claros com desenho gráfico inadequado, o que prejud ica o processo de interpretação do resu ltado. ERROS LABORATORIAIS Qualquer desconform idade, desde a requ isição dos testes até o relatório dos resultados e sua adequada interpretação, podem ser considerados erros. Apesar dos esforços dos laboratórios em e l iminá-los, inevitavelmente nos deparamos com resultados de testes com erros. A frequência de erros laboratoriais, na l iteratu ra, é m u ito variável (1/ 1 00 a 1 /1 .000), em parte devido a d iferenças na forma de categorização de erro. Assim mesmo, boa parte desses erros não altera o resultado de mane ira cl in icamente sign ificativa (p. ex. , variação dentro da faixa considerada normal). Uma revisão recente encontrou considerável concordância na atribu ição da maior parte dos erros na fase pré-analítica, sendo a troca de amostras um dos erros mais com u ns q ue ocorrem na coleta. A possibi l idade de um resultado equivocado deve ser levantada quando: t O resultado é estapafúrdio, não fisiológico ou im possível . t O resu ltado é inconsistente com resu ltados prévios do mesmo paciente ou incom patível com os resultados de outros testes real izados na mesma amostra. O resultado d ifere do que é esperado pelos achados clínicos. Neste ú ltimo caso , a consideração da possibi l idade de erro laboratorial é razoável , mas a reavaliação da im pressão clínica é igualmente necessária, ou até mesmo a verificação se o resultado realmente é incom patível com a im pressão. Os resultados anormais inesperados, na sua maioria, encontram -se leve ou moderadamente fora da faixa de valores de referência. A probabil idade de q ue tais testes indiq uem a presença de uma doença não suspe itada é m uito menor d iante de pacientes ambu latoriais do que de pacientes hospitalizados, devido à menor prevalência de doença nos primeiros. Outro fator a ser considerado é o acaso . Como os intervalos dos valores de referência são l im itados a 95% dos ind ivíd uos considerados hígidos, para cada teste real izado espera-se q ue 1 em 20 pacientes sem doença tenha um resultado acima ou abaixo desse intervalo. Essa probabi l idade aumenta ainda mais em proporção ao número de testes rea lizados. Quando um erro laboratorial é suspeitado, o clínico deve agir para confirmar ou refutar essa suspeita. Não é suficiente somente desconsiderar o resultado. O clínico deve avaliar as fontes possíveis de variabi l idade bio lógica ou pré-analítica d iscutidas, com especial atenção ao uso concom itante de med icamento. Se a possibi l idade de erro ainda não tiver sido descartada, o clínico pode solicitar ao laboratório que repita a análise na amostra original e , de preferência, solicitar uma nova amostra, obviamente sem custos para o paciente. 40 Se um erro realmente estiver presente, o laboratório deve ser informado para q ue med idas de prevenção de novos eventos sejam tomadas. O ideal é que o responsável pela realização do exame seja contatado para que tente identificar a causa do erro. No entanto , se o resultado for válido, o clínico deve confrontar-se com o desagradável fato de que a sua im pressão clínica ou a sua interpretação do resultado fo i errônea. Tendo em vista a crescente crim inal ização do erro , é freq uente que o contato com o pessoal de laboratório para d iscutir um resultado suspeito desperte atitudes defensivas, d iminuindo a qual idade do d iálogo. O clínico deve estar ciente desse fato e deixar bem clara a necessidade de esclarecimento da situação e de ressaltar q ue o paciente é o ún ico foco de interesse. TRANSFORMAÇÕES NOS LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS Alémde ser importante que o clínico reconheça e avalie os d iversos aspectos do desempenho dos testes de laboratório e identifique os processos mais suscetíveis de variabil idade na sua execução, também é interessante que se tenha uma noção das transformações q ue estão ocorrendo e das tendências para o futuro no setor de anál ises clínicas. Existem duas verdadeiras revo luções em andamento no laboratório clínico : a primeira é a necessidade de organizar, inovar e im plementar novas tecno logias para tornar o processo de real ização de testes laboratoriais menos d ispend ioso para o sistema de saúde, a despeito do aumento no número e na sofisticação desses testes ; a segunda d iz respeito ao desenvolvimento de maneiras de introduzir na prática clínica pelo menos parte da informação obtida a partir dos testes de biologia molecu lar, cuja tendência é de crescimento exponencial. O grande progresso observado na ciência e na tecnologia méd icas teve um im pacto sign ificativo na maneira como os laboratórios real izam os exames, pro movendo não somente um aumento quantitativo e q ual itativo de produtividade, como tam bém na velocidade e precisão em que os resultados são d isponibil izados. Novas metodologias oriundas da pesquisa básica, como a reação em cadeia da polimerase para am pl ificação de sequências de ácidos nucle icos, a citometria de fluxo e a espectrometria de massa in tandem, foram rapidamente adaptadas para o laboratório clínico, proporcionando uma q uantidade crescente de novos e com plexos exames. Técnicas já trad icionais tam bém vêm sofrendo sucessivos aprimoramentos, como os imunoensaios, q ue, com a util ização de anticorpos monoclonais, evoluíram do rad ioim unoensaio para o ELISA, a nefelometria e a qu im ioluminescência, perm itindo que um número crescente de anal itos seja testa do de maneira totalmente automatizada, com ganhos em termos de precisão e reprod utibilidade dos resultados. Os processos de automação, por sua vez, ao aumentarem fortemente a produ tividade, tam bém acabaram provocando um "excesso de oferta " de testes no mercado, q ue pressiona a d im inuição do preço dos serviços pelo aumento da com petição . Uma das principais consequências desses fenômenos tem sido os processos de fusão e aq uisição entre os laboratórios clínicos, com a tendência de 41 o -a: 'º � o m :5 o w o o - e •W ::i: o o -a: •O � o m :5 o w o o - e •W � o formação de poucos laboratórios centrais (core /aboratories) com alta capacida de de produção e de realização de testes sofisticados. Alguns estados americanos, por exem pio, têm toda a sua demanda de exames de laboratório atend ida por somente uma ou d uas dessas un idades. No nosso mercado, esse fenômeno já está ocorrendo de maneira bastante acentuada, com a formação de verdadeiras " redes " de laboratórios que atendem uma cliente la m u ito mais am pla do q ue o mercado local trad icional. Dessa maneira, ao avaliar um exame real izado em um determ inado laboratório, o méd ico deve estar ciente das cond ições técnicas do local onde o exame fo i efetivamente realizado, bem como das condições de transporte das amostras até o local de processamento . Em relação ao campo do d iagnóstico molecular (testes genéticos, testes basea dos em ácidos nucleicos), nos últimos 1 O anos houve um crescimento espetacular e, atualmente, movimenta uma indústria de 1 ,2 bilhão de dólares. Um dos aspectos que inspiraram os idealizadores do Projeto Genoma H um ano fo i o da invenção de novas tecnologias q ue tornassem o processo de estudo genético mais rápido e menos caro. A partir do sucesso desse projeto, floresceu a indústria da m iniaturi zação do d iagnóstico molecular, conhecida como revo lução dos biochips. Já exis tem mais de 1 00 grandes empresas ded icadas à produção e à comercialização de instrumentos m iniaturizados, como termocicladores, DNA microarrays, eletrofo rese m icrocapilar e outras formas de biossensores. Eles serão a matriz da realização de dezenas, centenas e até m i lhares de testes/tipagens ao mesmo tempo em uma amostra, perm itindo a detecção de maneira rápida e de baixo custo de uma am pla gama de doenças genéticas e da suscetibi l idade a vários tipos de doenças, como câncer e doenças autoim unes. A farmacogenética, ciência q ue procura defin ir determ inantes genéticos para os efeitos terapêuticos e adversos dos fár macos, e que já tem décadas de existência sem atingir uma incorporação significa tiva na prática clínica, tam bém será uma das áreas de maior desenvolvimento. A interpretação desses testes genotípicos m ultiparamétricos exigirá ainda mais dos méd icos, que mal estão se acostumando a raciocinar sobre os exames labora toriais em termos quantitativos por meio de métodos estatísticos re lativamente sim pies. Na verdade, toda uma nova e com plexa ciência, a bioinformática, desen volveu-se a partir da necessidade de obter-se algum sentido da enorme massa de informação gerada pelas novas tecnologias de biologia molecular. A atuação do patologista clín ico e de outros profiss ionais de laboratório, l iberados da rotina repetitiva do trabalho de bancada pelos processos automatizados, como consulto res e orientadores, será fundamental para a efetiva incorporação dos testes genéti cos na prática clínica. No entanto, os méd icos deverão exigir e explorar cada vez mais esse apoio técnico. A Tabela 1 . 1 apresenta algumas das tendências previstas na evolução do setor de análises clínicas. ESCOLHA DO LABORATÓRIO São apresentados, no Quadro 1 .4, alguns dos fatores q ue deverão ser levados em consideração no momento em que o méd ico i nd icar um laboratório para o 42 Tabela 1 .1 - , , EVOLUÇAO DOS SERVIÇOS DE ANALISES CLINICAS Enfoque atual r Exames realizados no laboratório Automação I nformação impressa Testes fenotípicos Testes ind ividuais Estatística 11 simples" Quadro 1 .4 Evoluindo para Exames realizados j unto ao paciente (point-of-care) Robotização I nformação eletrônica Testes genotípicos Testes multiparamétricos Estatística complexa (bioinformática) - , , , SELEÇAO DO LABORATORIO DE ANALISES CLINICAS Acessi bi l idade ao paciente, tanto geográfica quanto econômica (custo, leque de convênios oferecidos) Agi lidade na execução dos testes Existência de programa de garantia de qualidade e melhoria contínua abran gendo todas as etapas do 11 ciclo do exame " , de preferência com aval iação externa por entidades especializadas no setor de análises clínicas; e Faci l idade de comunicação do médico com a equipe técnica, com objetivo de: - auxiliar na ind icação de exames; - informar os resultados críticos; e - assessorar os clínicos na interpretação dos resultados. paciente. Mesmo reconhecendo os desafios atuais, inclu indo d ificuldades finan ceiras, enfrentados pelos laboratórios, a exigência de atenção a esses fatores é uma forma im portante de atuação do méd ico na melhoria da qualidade da saúde do seu paciente e da população. 43 o -a: 'º � o m :5 o w o o - e •W ::i: o o -a: •O � o m :5 o w o o - e •W ::i: o LEITURAS SUGERIDAS Bon i n i P, Plebani M, Ceriotti F, Rubbol i F. Errors in laboratory medici ne . C l in Chem. 2002 May;48(5) :691 -8. Cutler P. Como solucionar problemas em clínica médica. 3 . ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan ; 1 999. p . 62-70. Holmes EW. The interpretation of laboratory tests. l n : McClatchey KD. Cl in ica! laboratory medicine. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Wil l iam & Wilk ins ; 2002. p . 97-121 . Kurec AS, Lifshitz MS. General concepts and admin istrative issues. l n : Mcpherson RA, Pincus MR. Henry' s cl i n i ca! diagnosis and management by laboratory methods. 21st ed. Saunders Elsevier; 2007. p.3- 1 1 . Plebani M . The cl in ica! importance of laboratory reasoning. Clin Chim Acta. 1 999 Feb ;280(1 - 2) :35-45. SITE SUGERIDO Sociedade Bras i le i ra de Patol ogia [ I nternet] . São Pau l o : SBP; 201 0. Disponível em : www.sbp.org.br / 44 , CAPITULO 2 MARILE I WOLFART • • Um laudo laboratorial rápido e confiável é o objeto de negócio dos laboratórios clín icos e o objeto de interesse dos méd icos e dos pacientes no curso de um , d iagnóstico e/ou de um tratamento. E na coleta do material biológico que começa o processo de real ização do exame dentro do laboratório, e essa coleta está i nserida em um conjunto de proced imentos, chamados de pré-analíticos. A fase pré-analítica, segundo as defin ições das sociedades científicas e dos com itês de normatizações, é a fase do exame laboratorial que inclui a ind icação do exame, a redação da solicitação, a transm issão de eventuais instruções de preparo do pacien te, a avaliação do atendimento às condições prévias, os procedimentos de coleta, o acond icionamento e a preservação e o transporte da amostra bio lógica até o momento em que o exame seja efetivamente realizado. Atualmente, estudos têm demonstrado que essa fase é responsável por cerca de 70% do total de erros ocorridos nos laboratórios. A constatação de que a maioria dos erros no laboratório está relacionada à perda de exatidão na fase pré-analítica também significa que a grande maioria desses erros pode ser evitada por meio da padroni zação, mon itoração e contro le dos processos. Os proced imentos de co leta de vem garantir a qualidade analítica da amostra biológica. A expectativa deste capítulo é apresentar critérios im prescindíveis para ob tenção de uma amostra biológica representativa da cond ição clínica do paciente no momento da coleta. PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO O início da co leta passa pela com preensão das informações repassadas ao labo ratório por meio da requis ição méd ica. Quais testes, em q ue momento e em quais cond ições do paciente eles deverão ser realizados. Cabe à equipe responsável pela coleta garantir as cond ições pré-analíticas relevantes. cn <C o - :z o •W 1- w cn o -e.. ·- o :z -a: e.. • • o o - C,!:J •O ....J o -m ....J <C - a: w !cc � w e j$ w ....J o o Cond ições cronobiológicas do paciente , bem como sexo, idade, posição do corpo, atividade física, jejum , d ieta e uso de drogas para fins terapêuticos, taba gismo e eti l ismo, devem ser questionadas e planejadas para o momento da coleta e, sem pre que possível , controladas e relatadas no laudo, pois poderão com pro meter a exatidão dos resultados e influenciar a interpretação do clínico. O jejum solicitado no exame laboratorial significa a não ingestão de alimentos de qualquer tipo pelo número de horas determ inado de cada exame. O período de jejum varia entre 4, 8 e 1 2 horas. É permitida a ingestão de água e de medi camentos de uso contínuo q uando não suspenso pelo méd ico. Em pacientes pediátricos e idosos, o tem po de jejum deve ser planejado com fam i l iares ou responsáveis de forma a resguardar os intervalos de al imentação. A coleta é realizada, em geral , pela manhã, com o paciente em 1 5 m inutos de repouso. Repouso de 30 m inutos está recomendado na dosagem de prolactina, catecolam inas plasmáticas e testes funcionais. Para a dosagem de ferro e cortisol , deve ser evitada a coleta de amostra no período da tarde por fornecer resultados significativamente mais baixos. A data/hora da coleta, quando informada no lau do, perm ite a melhor interpretação dos resultados quanto às variações circad ianas. A identificação do paciente deve ser real izada med iante a com paração dos dados fornecidos pelo paciente ou responsável com os contemplados na docu mentação ou na requis ição do exame. Devem-se utilizar no mínimo d uas infor mações do paciente para assegurar a correta identificação da amostra (número do leito não é válido). Posição para a coleta. O paciente deve estar acomodado em uma cadeira própria de coleta ou no leito. O braço deve estar firmemente apoiado, o cotovelo não deve estar dobrado. Escolha do local da venopunção. A coleta de sangue venoso é realizada frequen temente na fossa antecubital , localizada na área anterior do braço, em frente e abaixo do cotovelo. As veias de primeira escolha são a cubital med iana e a cefá lica. As veias do dorso da mão tam bém podem ser util izadas como uma segunda esco lha; nesse caso, o arco venoso dorsal é o mais recomendado por ter veias de maior cal ibre. As demais veias do mem bro superior, q uando util izadas para a venopunção , podem promover maior desconforto ao paciente, como dor e forma ção de hematomas. Devem ser evitados mem bros em que estiverem instaladas terapias intravenosas, presença de hematomas extensos, cicatrizes de queima dura ou membro com possível l infoestase decorrente de uma mastectomia. A venopunção nas extrem idades inferiores ou a coleta arterial como alternativa na obtenção da amostra q uando as veias dos mem bros superiores forem inacessíveis devem ser real izadas com a permissão do méd ico assistente. Visualização da veia e o uso do torniquete. Recursos técnicos, como palpação da veia e massagem suave na d ireção do punho para o cotovelo, são util izadas como auxílio à localização de veias. Embora sistemas de i luminação transdérm ica despontem como nova tecnologia para a visual ização da veia, o uso de torniquetes com ou sem látex ainda é o recurso de maior escolha para facil itar tanto a palpação 46 da veia como o preenchimento dos tubos de coleta ou da seringa. No entanto , o uso i nadequado pode levar à situação de erro d iagnóstico. O uso adequado do torniq uete ou garrote deve observar: o posicionamento do torniquete de 7 ,5 a 1 O cm acima do local de punção; não usá-lo continuamente por mais de 1 m inu to (ideal 30 segundos) ; esperar 2 m inutos para usá-lo novamente no mesmo local; não utilizá-lo na coleta para dosagem de lactato e cálcio. A técnica de coleta de sangue venoso pode ser a vácuo ou com seringa e agulha. A técnica de coleta a vácuo tem sido mais recomendada por ser um sistema fechado e possibi l itar melhores cond ições de padron ização e redução de riscos de acidentes com materiais perfurantes. A qual idade da amostra coletada pelo sistema a vácuo é considerada mais elevada e representativa do que a amostra obtida pelo sistema seringa/agulha. O principal fator é a adequada proporção sangue/aditivo. O sistema oferece a garantia de aspiração de um volume de sangue proporcional à quantidade de aditivo presente no tubo de co leta e, con sequentemente, a red ução de causas de erro , como hemodiluição, volumes insu ficientes, hemól ise e formação de m icrocoágulos. PASSO A PASSO PARA O PROCEDIMENTO DE COLETA t Conferir a identificação do paciente. t Conferir o material a ser usado no paciente. t I nformar ao paciente sobre o procedimento. t Higien izar as mãos em lavatórios com água e sabão ou por meio de fricção com soluções alcoól icas a 70% e posteriormente calçar luvas de proced imento. t Posicionar o braço do paciente, inclinando-o para baixo, na altura do om bro . t Se o torniquete for usado para seleção prel im inar da veia, ped ir para q ue o paciente abra e feche a mão ; afrouxar o torniq uete e esperar 2 m inutos para usá-lo novamente. Fazer a antissepsia com álcool etílico a 70% em movimento circular do centro para a periferia. Soluções não alcoól icas são recomendadas quando houver solicitação de dosagem de álcool no sangue. t Garrotear o braço do paciente. t Retirar em balagens, rosq uear a agulha no adaptador (coleta a vácuo) ou aco plar seringa/agulha. Fazer a punção com o bisei da agulha vo ltado para cima; se necessário, para melhor visualizar a veia, esticar a pele com a outra mão (sem tocar o local onde foi feita a antissepsia). I nserir tubo a tubo na sequência recomendada (sistema a vácuo) ou aspirar lentamente o sangue para o interior da seringa. t Desgarrotear o braço do paciente. t Transferir o sangue tubo a tubo na sequência
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