Buscar

Prévia do material em texto

AQUISIÇÕES E 
REESTRUTURAÇÕES 
EMPRESARIAIS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Rodrigo Malta Meurer 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Durante nossos estudos, abordaremos de forma conceitual e por meio de 
exemplos os diferentes aspectos societários que ocorrem nas diferentes 
empresas. Conforme abordagem a ser apresentada no decorrer da disciplina, 
estudaremos os seguintes pontos: 
1. Aspectos conceituais. 
2. Aspectos normativos. 
3. Técnicas empregadas. 
4. Planejamento dos trabalhos. 
5. Execução dos trabalhos. 
6. Conclusão dos trabalhos. 
Esses são os temas que serão abordados no decorrer da disciplina. Na 
aula de hoje estudaremos as formas com que uma empresa pode realizar 
investimento em outras sociedades, podendo ocorrer devida participação 
societária por intermédio, ou seja, participação de uma sociedade por meio de 
outras empresas, a qual a entidade possui investimentos. 
No decorrer da disciplina, verificaremos as condições de participação 
societária necessárias na investidora na contabilização da conta investimentos 
no Ativo Não Circulante. Com isso, nas primeiras aulas, vamos nos aprofundar 
nos aspectos conceituais e normativos. Deste modo, vamos identificar os 
diferentes tipos de participações societárias e os diferentes métodos de 
avaliação desses investimentos. 
Nas próximas aulas, discutiremos aquisição de participação societária, 
voltando-nos, principalmente, às operações de combinações de negócios, que 
se trata de uma das formas com que o adquirente obtém o controle sobre um ou 
mais negócios. Posteriormente, buscaremos compreender os conceitos 
fundamentais para consolidação de demonstrações contábeis, apresentando os 
procedimentos para consolidação. 
Em seguida, buscaremos entender a reestruturação societária das 
entidades com o principal foco na observância da união de uma ou mais 
sociedades em, até mesmo, da junção de entidades, com intuito de formar outra 
entidade, sendo ainda analisadas as principais operações descritas como: 
Incorporação, Cisão e Fusão. Por fim, veremos a reestruturação das sociedades. 
 
 
3 
No entanto, nesta aula buscaremos o entendimento sobre a reestruturação 
financeira em casos de falência e recuperação judicial. 
Dessa forma, temos o modelo completo que será abordado durante 
nossos estudos. 
CONTEXTUALIZANDO 
Os investimentos são pontos importantes no contexto de uma 
organização, lembrando que existe uma série de decisões a serem tomadas em 
uma entidade, ligadas a suas atividades operacionais e de financiamentos, 
ademais, tem-se as atividades de investimentos que devem ser avaliadas para 
alcance de melhores resultados. Continuando, os usuários de uma empresa 
devem tomar decisões quanto aos investimentos de seus recursos em busca de 
crescimento e desenvolvimento, pois o objetivo dos sócios é o lucro. 
Nesta aula, vamos nos aprofundar nos conceitos de investimentos em 
participações societárias, buscando o entendimento dos diferentes 
investimentos que ocorrem de uma empresa sobre outra. Nessa mesma linha, 
vamos estudar sobre as diferentes formas de investimentos, que se tratam até 
mesmo da aquisição e/ou compra de ações de outra entidade, e a partir disso 
aprofundar nos conceitos de participações societárias ligadas à influência 
significativa e controle de uma sociedade sobre outra. 
Mais adiante, identificaremos o valor de uma ação, aprofundando-se na 
mensuração do valor dessa ação adquirida e, por meio das diferentes grandezas 
dos investimentos, avaliaremos as questões de participação societária entre 
essas empresas. Observaremos, então, por meio da avaliação da participação 
de uma entidade sobre a outra, diferentes tipos de controle. 
Estes, por sua vez, serão conceituados e exemplificados para melhor 
entendimento durante a aula. Dessa maneira, no decorrer da disciplina, vamos 
nos centrar principalmente nos investimentos que possuem intenção de 
permanência, ou seja, uma extensão da atividade econômica da investidora 
sobre a investida, que são caracterizados pela não intenção de sua venda, 
envolvendo a conta Ativo Não Circulante do grupo Investimento. Esses 
investimentos serão normalmente classificados com ou sem influência 
significativa e verificada ainda a presença ou não do controle de uma investidora 
sobre investida. O entendimento desses conceitos será fundamental no decorrer 
da disciplina. 
 
 
4 
TEMA 1 – ASPECTOS CONCEITUAIS DE INVESTIMENTOS EM 
PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS 
Uma entidade possui três tipos de atividades. Nessa linha, essas 
atividades são separadas em operacionais, de investimentos e de 
financiamentos. O objetivo da disciplina em questão será voltado as atividades 
de investimentos. O termo investimento é entendido como aplicação de recursos, 
os quais possuem a intenção de obtenção de benefício econômico futuro (Vieira; 
Souza, 2018). Para tanto, ao efetuar um investimento, é necessário que o 
investidor leve em consideração o retorno que poderá ter em relação ao risco 
assumido por este (Borges, 2016). 
Com isso, devemos saber que as contas do grupo Investimentos são 
classificados conforme os arts. 178 e 179 da Lei n. 6.404/1976, no Ativo Não 
Circulante, estão presentes também, as contas dos ativos realizáveis a longo 
prazo, Imobilizado e Intangível. Ainda, o art. 179 da Lei n. 6.404/1976, estabelece 
que investimentos são classificados como “as participações permanentes em 
outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo 
circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou 
da empresa” (Brasil, 1976). Dessa maneira, entendemos que os investimentos 
são aqueles com as características de permanente, ou seja, não se destinam à 
venda e não fazem parte de operações destinadas à manutenção das atividades 
na empresa. 
Nesse contexto, Gelbcke et al. (2018) colocam que, no subgrupo 
Investimentos, os ativos são divididos em dois tipos: participações permanentes 
em outras sociedades e outros investimentos permanentes. Ainda conforme 
Gelbcke et al. (2018, p. 516), os autores ressaltam que “neste último subgrupo 
deverão estar classificadas as propriedades para investimento, quando 
existirem, mas separadamente das participações permanentes em outras 
sociedades e de outros investimentos permanentes”. 
Os investimentos permanentes podem ser entendidos como as aplicações 
de uma empresa (investidora) sobre outra empresa (investida), em que possui a 
intenção de expansão ou a diversificação de suas atividades (Borges, 2016). 
Sendo que essas participações podem envolver o Capital Social da entidade 
investida através de ações ou quotas mantidas pela empresa investidora 
(Gelbcke et al, 2018; Santos; Lopes, 2020). É indispensável entendermos, então, 
 
 
5 
que os objetivos da investidora é a expansão e a diversificação de suas 
atividades. Nessa acepção, corroborando com essas afirmações, Perez Júnior e 
Oliveira (2012, p. 30-31) apontam as seguintes intenções da investidora sobre a 
investida. 
• Garantir atividade complementar. 
• Garantir fornecimento de matéria-prima, tecnologia e serviços. 
• Aumentar a participação no mercado. 
• Manter cliente estratégico. 
Sobre essa ótica, é importante entendermos que o objetivo da investidora 
na investida não é o de realizar aplicações para posteriormente liquidá-las. Isso 
porque, levando-se em consideração os objetivos apontados por Perez Júnior e 
Oliveira (2012), podemos colocá-los da seguinte forma: supomos que somos 
sócios de uma empresa do setor de varejo e em determinado período 
alcançamos lucros, justificados pelas altas demandas do consumidor por nossos 
produtos em nossa empresa. A partir disso, realizamos uma avaliação de como 
realizar novos investimentos e chegamos à conclusão de que não devemos 
injetar capital em nossa empresa, mas, sim, buscar participação societária em 
outras empresas do setor de varejo. 
O referido ato se tratade uma estratégia, pois, ao adquirirmos ações ou 
quotas de outras empresas concorrentes de nosso mercado, podemos adquirir 
os clientes dessas empresas para o nosso mercado, pois estamos aumentando 
nosso campo de atuação por meio da participação em outras empresas. 
No mais, estamos complementando nossas atividades e garantindo nosso 
crescimento no mercado, uma vez que detemos mais participação neste. Nesse 
ponto de vista, é importante ter a visão sobre o mercado e, assim, tomar as 
decisões, que possam trazer benefícios para nossa empresa. 
Ainda, podemos também ampliar nosso mercado sobre outros tipos de 
produtos, os quais nós não trabalhamos, assim, podemos investir em outras 
empresas, aumentando nosso leque de produtos e nossas oportunidades no 
mercado. Nesse pensamento, somos proprietários de uma indústria que produz 
bebidas destiladas e desejamos adquirir participação em uma empresa que 
produz bebidas fermentadas. Ao efetuarmos esse investimento, aumentamos 
nossa participação no mercado e oferecemos dois tipos de bebidas. 
 
 
6 
Nesse contexto, vamos considerar um exemplo prático de lançamento 
contábil, ao qual ocorreu uma operação de investimento no valor de 
R$100.000,00, com pagamento à vista de 50% e o restante para 30 dias. Temos 
a contabilização de investimento descrita da seguinte forma: 
Quadro 1 – Lançamentos contábeis na investidora 
Contas Débito Crédito 
Investimento (Ativo Não Circulante) R$ 
100.000,00 
 
Banco Conta Movimento (Ativo Circulante) R$ 50.000,00 
Contas ou Títulos a Pagar (Passivo 
Circulante) 
 R$ 50.000,00 
Total R$ 
100.000,00 
R$ 
100.000,00 
Fonte: Meurer, 2020. 
O exemplo em questão se trata de investimento permanente. Como visto 
já anteriormente, os investimentos são classificados em dois tipos em seu 
subgrupo, sendo em participações permanentes em outras sociedades e outros 
investimentos permanentes. Todavia, existem os investimentos temporários, 
estes, por sua vez, são liquidados logo após, ou seja, revendidos com propósitos 
especulativos (Almeida, 2013; Vieira; Souza, 2018). 
Sendo o principal objetivo do investimento temporário, a manutenção e a 
obtenção de benefícios com a sua venda. Nesse caso pessoal, este tem 
finalidade contrária ao investimento realizado de maneira permanente, sendo 
tratado no Pronunciamento Técnico CPC 48 (2016) – Instrumentos Financeiros. 
A fim de demonstrar o que já foi descrito, vejamos a classificação dos 
investimentos. 
Tabela 1 – Tipos de Investimentos 
Tipos de Investimentos 
Permanentes 
Controlada 
Coligada 
Joint Venture 
Temporários Instrumentos Financeiros 
Fonte: Elaborado com base em CPC 48, 2016. 
Por meio da tabela, fica simples a distinção de investimento permanente 
e temporário. Nessa perspectiva, nosso objetivo na disciplina em questão, como 
 
 
7 
já comentado, serão as participações societárias tidas como permanentes 
registradas no Ativo Não Circulante no grupo Investimentos. 
Ao falarmos sobre investimentos permanentes relacionados à investidora 
com a investida, não devemos deixar de citar o instrumento de gestão 
denominada em inglês de Holding, conhecida como sociedade controladora. 
Esta tem como propósito a participação societária em outras empresas. 
Conforme o art. 2º da Lei n. 6404//76, “a companhia pode ter por objeto participar 
de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é 
facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de 
incentivos fiscais”. Observemos, a seguir, a Figura 1: 
Figura 1 – Participação societária 
 
Fonte: Meurer, 2020. 
Conforme a figura, observamos que a empresa A se trata de uma 
sociedade controladora, que possui participação nas empresas B, C, D e E. Com 
isso, é importante sabermos qual o percentual de participação entre as empresas 
e como devemos interpretar as referidas participações. No decorrer da disciplina, 
vamos passar por diversos temas que estarão trazendo o entendido a respeito 
da figura em questão. 
TEMA 2 – INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA E CONTROLE SOCIETÁRIO 
Como comentado anteriormente, nosso objetivo é falar somente dos 
investimentos tidos como permanentes, pois existe uma diferença em que 
devemos prestar atenção no momento de lançarmos no Balanço Patrimonial. 
Exemplo: 
 
 
8 
• Ativo circulante 
o Instrumentos financeiros 
• Ativo não circulante 
o Realizável a longo prazo 
 Instrumentos financeiros 
• Investimentos 
Investimentos em participações societárias. 
Isto posto, vamos verificar somente a conta Investimentos e examinar se 
a investidora possui influência significativa ou se exerce controle sobre a 
investida. Observemos, então, a figura a seguir, que retrata o tema a ser 
discutido. 
Figura 2 – Coligada, controlada e negócios em conjunto 
 
Fonte: Meurer, 2020. 
Por meio da figura retratada, conseguimos ter uma maior noção dos 
investimentos permanentes e temporários e os CPCs que as disciplinam. Nos 
próximos tópicos, vamos entender os conceitos e definições, quanto a influência 
significativa e controle entre as empresas. De acordo ainda com a figura, vamos 
nos centrar no CPC 18 R2 (2012) e no CPC 19 R2 (2012), que disciplina sobre 
Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimentos Controlados 
em Conjunto. 
 
 
9 
2.1 Influência significativa em uma investida 
Aqui, vamos nos aprofundar sobre o que seria influência significativa de 
uma empresa, em que possui participação sobre a empresa investida, chamada 
então de coligada. Este é o nome dado à empresa que possui influência 
significativa da investidora, sendo assim, a influência significativa adquirida pelo 
investidor não configura como controle e nem controle em conjunto (Perez 
Júnior; Oliveira, 2012). 
Desse modo, vamos compreender que a influência significativa pode se 
dar por meio de duas métricas, sendo quantitativa e qualitativa. Quanto à 
quantitativa, é retratado no CPC 18 R2 (2012) em seu item 5, que a influência 
significativa ocorre quando “o investidor mantém direta ou indiretamente [...] 
vinte por cento ou mais do poder de voto da investida, presume-se que ele 
tenha influência significativa, a menos que possa ser claramente demonstrado o 
contrário”. Por meio disso, a investidora detém influência significativa sobre a 
investida, dando o direito a ela do poder de participar das decisões financeiras e 
operacionais da investida (Perez Júnior; Oliveira, 2012). 
Para Gelbcke et al. (2018), a influência significativa fornece ao investidor 
benefícios atrelados ao processo decisório da investida, porém, sem o poder de 
controlá-la. Entende-se, então, que uma influência significativa deve ser de 20% 
ou mais de participação societária na investida, dando à investidora o poder de 
voto, caso contrário, participações do investidor abaixo de 20%, assume-se que 
ele não possui influência significativa sobre a investida (CPC 18 R2, 2012). 
Não possuindo influência significativa, esses investimentos são 
classificados como Outros Investimentos Permanentes, localizado também no 
grupo Investimentos, o qual discutiremos em nossas próximas aulas, ou podem 
ser classificados como Instrumentos Financeiros. No caso de Instrumentos 
Financeiros, estes não são o objetivo de nossa disciplina, pois são investimentos 
temporários, que por sua vez são disciplinados pelo CPC 48 (2016). 
Todavia, devemos entender, também, que influência significativa não se 
trata de controle da investidora sobre a investida e nem como controle em 
conjunto. Para melhor entendermos a respeito, a influência significativa pode ser 
evidenciada da seguinte forma para o investidor, de acordo com o CPC 18 R2 
(2012) em seu item 6. 
 
 
10 
(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da 
investida; 
(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em 
decisões sobre dividendos e outras distribuições; 
(c) operações materiais entre o investidor ea investida; 
(d) intercâmbio de diretores ou gerentes; 
(e) fornecimento de informação técnica essencial. 
Com isso, observamos que a influência significativa pode ser obtida por 
meio quantitativo conforme já discutido e pode ser advinda também por meio dos 
pontos ressaltados acima no CPC 18 R2 (2012) em seu item 6, que se entende 
como métrica qualitativa. E, de certa forma, o uso do termo coligada não 
especifica o percentual mínimo de participação, com isso, cabe entendermos se 
existe ou não influência significativa, podendo essa influência ser de forma direta 
ou indireta (Gelbcke et al., 2018). 
A fim de compreendermos melhor a respeito, tem-se que um investidor 
detém 18% do capital votante da empresa Alfa e possui, além desse capital 
votante, representação no conselho da administração, no qual são tomadas as 
decisões. Ao verificarmos nosso exemplo, vemos que a empresa não possui 
quantitativamente influência significativa de 20% ou mais do capital votante da 
investida, pois o investidor detém somente 18% não considerando como 
coligada. 
Todavia, ele possui representação no conselho da administração, nesse 
caso, a investidora possui influência significativa. Percebe-se, então, que 
devemos avaliar não só quantitativamente, mas também qualitativamente. 
2.2 Controle societário de uma investida 
Diferente de influência significativa de uma investidora sobre a investida, 
o controle societário é disposto por Perez Júnior e Oliveira (2012), quando o 
investidor detém mais de 50% do capital votante da empresa investida. Ou seja, 
participações inferiores a 50% do capital votante não podem ser consideradas a 
empresa investida como controlada. 
Corroborando com o já descrito, o CPC 36 R3 (2012), em seu item 6, 
denota que “o investidor controla a investida quando está exposto a, ou tem 
direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a 
investida e tem a capacidade de afetar esses retornos por meio de seu poder 
sobre a investida”. 
 
 
11 
Desse modo, assim como no tópico anterior, além de ter o controle 
quantitativamente, é necessário que observemos alguns atributos fundamentais 
para determinação de controle sobre a investida. Uma vez que o investidor 
detém o controle sobre outra empresa, ele possui, conforme o CPC 36 R3 
(2012), item 10, “poder sobre a investida quando tem direitos existentes que lhe 
dão a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes, ou seja, as atividades 
que afetam significativamente os retornos da investida”. Conforme o item 7 do 
CPC 36 R3 (2012), observemos os atributos para que o investidor detenha o 
controle da investida. 
(a) poder sobre a investida. 
(b) exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de 
seu envolvimento com a investida. 
(c) a capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o 
valor de seus retornos. 
A partir disso, podemos compreender que, com o controle, vem a 
possibilidade de dirigir políticas financeiras e operacionais de determinada 
empresa, passando a assumir os riscos e os benefícios. Para entendermos 
melhor a respeito do termo controle da investidora (controladora) sobre a 
investida (controlada), há alguns pontos que não devem ser negligenciados, 
seguindo como base o CPC 36 R3 (2012), o investidor ou empresa investidora 
possui o controle, quando tem mais da metade do poder de voto, possuindo a 
capacidade de dirigir a política financeira e operacional da investida, o poder de 
nomear e/ou afastar a maioria dos membros que compõem o conselho e, por 
fim, a capacidade de influenciar a maioria dos votos em reuniões do conselho. 
Conforme a definição do termo controle, sabemos então que o investidor 
ou a empresa investidora recebe o nome de controladora, e a sociedade 
investida recebe o nome de controlada. Assim como colocado no tópico anterior 
sobre influência significativa, uma sociedade pode desempenhar controle de 
maneira direta e/ou indireta. Tais pontos vamos estudar mais adiante. 
No mais, é importante entendermos que a influência significativa e o 
controle são obtidos por meio da participação no capital votante da empresa 
investida, ou seja, compra de ações ordinárias. Desse modo, empresas possuem 
ações ordinárias e preferenciais, tais especificações sobre esses tipos de ações 
serão abordadas mais a fundo no próximo tema desta aula. 
Para entendermos mais, suponhamos que realizamos um investimento 
que resultou na compra de 15.000 ações ordinárias da empresa Alfa. Sabe-se 
 
 
12 
que essa empresa possui um total de 20.000 ações ordinárias e, conforme Lei 
n. 10.303/2001, esta estabelece que em uma sociedade empresária ela não deve 
possuir mais que 50% de ações preferenciais sem direito ao voto. 
Para o exemplo em questão, consideramos que a empresa Alfa não 
possui ações preferenciais. Vamos realizar os cálculos com o intuito de verificar 
a existência ou não de controle nosso sobre a empresa Alfa: 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑉𝑉𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝑉𝑉𝐶𝐶𝑉𝑉 =
Número de ações ordinárias adquiridas
Número total de ações ordinárias
 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑉𝑉𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝑉𝑉𝐶𝐶𝑉𝑉 =
15.000 ações adquiridas
20.000 total ações ordinárias
 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑉𝑉𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝑉𝑉𝐶𝐶𝑉𝑉 = 0,75 = 75% 
Por meio do cálculo realizado, podemos identificar que existe nosso 
controle sobre a empresa Alfa. E se considerarmos que a empresa Alfa possui 
mais 50% em ações preferenciais, isso daria um total de 40.000 mil ações. Será 
que ainda teríamos o controle sobre essa empresa? Vamos realizar os cálculos 
novamente. 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝑇𝑇𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 =
Número de ações 
Total de ações
 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝑇𝑇𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 =
15.000 ações adquiridas 
40.000 ações totais
 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝑇𝑇𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 0,375 = 37,5% 
Realizados os cálculos, observa-se que alcançamos 37,5% de 
participação total sobre a empresa Alfa, será que temos o controle sobre essa 
empresa? Bom, a avaliação de controle de uma empresa sobre a outra está 
relacionado somente ao cálculo do capital votante, ou seja, nas ações ordinárias. 
Portanto, nossa participação total na empresa é de 37,5%, mas possuímos o 
direito de voto em 75%. Concluímos, aqui, que exercemos o controle sobre a 
empresa Alfa. 
 
 
 
13 
TEMA 3 – IDENTIFICAÇÃO DO VALOR DA AÇÃO DE UMA EMPRESA 
Para compreendermos a participação societária de uma empresa sobre a 
outra, é necessário que saibamos como é identificado o valor de uma ação de 
uma empresa. Ou seja, certa sociedade possui 1 milhão de ações, qual é o valor 
dessas ações? Com isso, é crucial que possamos entender, que esses tipos de 
sociedades podem ser constituídos por Sociedades por Cotas de 
Responsabilidade Limitada (LTDA) e Sociedades por Ações (S.A.). Nessa linha, 
sabemos que existe o direito a voto ao adquirir ações ordinárias e o direito aos 
resultados da empresa ao adquirir ações preferenciais. Com isso, vamos 
relembrar de forma abrangente quais as características de ações ordinárias e 
preferenciais, conforme Perez Júnior e Oliveira (2012, p. 31): 
Ações ordinárias: 
Conferem ao acionista direito de voto na empresa na realização das 
assembleias de acionistas; 
São menos negociadas no mercado que as preferenciais; 
Menor liquidez. 
Ações preferenciais: 
Garantem aos acionistas maior participação nos resultados da 
empresa; 
Não dão direito a voto; 
Possuem Preferência na distribuição dos resultados; 
Possuem Prioridade no recebimento de proventos e no reembolso de 
capital em caso de dissolução da sociedade em relação aos demais 
acionistas; 
São mais negociadas, maior liquidez. 
Constata-se, então, a diferença entre adquirir ações ordinárias em relação 
as ações preferenciais. A proporção de açõespreferenciais não deve ser 
superior a 50%. Pois conforme a Lei n. 6404/1976, art. 15, alterada pela Lei n. 
10.303/2001, ela ressalta que o número de ações preferencias sem direito a voto 
deve ser no máximo 50%. 
Desde 2001, as sociedades anônimas podem emitir somente uma ação 
preferencial a cada ação ordinária. Desta forma, a distribuição de ações pode 
ser assim demonstrada: 
Tabela 3 – Percentual de ações 
Capital Até 2001 Controle % 
Ações Ordinárias 100.000 50.001 50,001% 
Ações Preferenciais 100.000 
Total 200.000 50.001 25,001% 
Fonte: Elaborado com base em Perez Júnior e Oliveira, 2012. 
 
 
14 
Conforme observado na tabela pessoal, para se ter o controle é 
necessário ter no mínimo 25% de participação no capital total da empresa, 
conforme consta na descrição da tabela. De modo que, para se obter o controle, 
deve-se possuir participação maior que 50% do capital votante. Então, sabemos 
os pontos pelos quais distinguimos as ações ordinárias das ações preferenciais, 
e o percentual mínimo para se obter o controle sobre determinada sociedade. 
Com isso, como é imposto o valor nominal de uma ação? Para 
entendermos melhor a respeito, o valor nominal da ação é aquele obtido por 
meio da divisão do capital social pelo número total de ações em uma empresa, 
conforme previsto em legislação, com o intuito de assegura a riqueza ao detentor 
das ações. 
Nessa linha pessoal, o valor nominal de uma ação, conforme Perez Júnior 
e Oliveira (2012, p. 33), consiste no “valor que consta da escritura da empresa 
(contrato social, no caso de Limitadas, ou estatuto social, no caso das 
Sociedades por Ações)”. De certo modo, entendemos que o valor nominal 
referente à ação de uma sociedade será determinado conforme documento 
constitutivo. A Lei n. 6404/1976, art. 11, coloca alguns pontos referentes à 
determinação do valor nominal de uma ação como sendo: 
Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital 
social e estabelecerá se as ações terão, ou não, valor nominal. 
§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto poderá 
criar uma ou mais classes de ações preferenciais com valor nominal. 
§ 2º O valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia. 
§ 3º O valor nominal das ações de companhia aberta não poderá ser 
inferior ao mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários. 
Indo mais além, o art. 13 da Lei n. 6404/1976 impõe que “é vedada a 
emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal”. Para tanto, a restrição 
referente ao Art. 13 da Lei 6404/1976 não é aplicável a sociedades que possuem 
somente descrito em seu estatuto social o valor de seu capital social e a 
quantidade de ações. 
Dessa forma, como poderíamos calcular o valor nominal da ação nessa 
sociedade que não possui tal informação. Bom, supomos que a empresa Beta 
S.A. possui um capital social de R$100.000,00, a um total de 50.000 ações, 
porém, não possui em seu estatuto social o valor nominal da ação, então, como 
podemos calculá-lo? 
 
 
 
15 
𝑉𝑉𝑃𝑃𝑉𝑉𝑜𝑜𝑃𝑃 𝑁𝑁𝑜𝑜𝑁𝑁𝑃𝑃𝑁𝑁𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑃𝑃çã𝑜𝑜 =
Capital Social
Quantidade de Ações
 
𝑉𝑉𝑃𝑃𝑉𝑉𝑜𝑜𝑃𝑃 𝑁𝑁𝑜𝑜𝑁𝑁𝑃𝑃𝑁𝑁𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑃𝑃çã𝑜𝑜 =
R$100.000,00
50.000
 
𝑉𝑉𝑃𝑃𝑉𝑉𝑜𝑜𝑃𝑃 𝑁𝑁𝑜𝑜𝑁𝑁𝑃𝑃𝑁𝑁𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑃𝑃çã𝑜𝑜 = 𝑅𝑅$2,00 
Após o cálculo, vimos que o valor nominal referente a cada ação é de R$ 
2,00. Continuando com o nosso exemplo, podemos provar o valor obtido no 
cálculo anterior da seguinte forma: 
𝐶𝐶𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑆𝑆𝑜𝑜𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 = 𝑄𝑄𝑄𝑄𝑃𝑃𝑁𝑁𝑃𝑃𝑃𝑃𝑑𝑑𝑃𝑃𝑑𝑑𝑄𝑄 𝑑𝑑𝑄𝑄 𝑃𝑃çõ𝑄𝑄𝑒𝑒 𝑋𝑋 𝑉𝑉𝑃𝑃𝑉𝑉𝑜𝑜𝑃𝑃 𝑁𝑁𝑜𝑜𝑁𝑁𝑃𝑃𝑁𝑁𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑃𝑃çã𝑜𝑜 
𝐶𝐶𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑆𝑆𝑜𝑜𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 = 50.000 𝑋𝑋 𝑅𝑅$2,00 
𝐶𝐶𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑆𝑆𝑜𝑜𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 = 𝑅𝑅$100.000 
Por meio dos exemplos, observamos o valor nominal da ação no momento 
da constituição da sociedade. Para tanto, temos que considerar que em 
momentos posteriores pode ocorrer a subscrição de novos valores, pois Perez 
Júnior e Oliveira (2012, p. 33) afirmam que “subscrever é o ato em que o sócio 
ou acionista se compromete a aplicar recursos na empresa”. Devemos ainda 
considerar que não é permitida a emissão de ações a preços inferiores ao seu 
valor nominal, de acordo com a Lei n. 6404/1976. Salvo os casos em que as 
ações não possuem valor nominal. 
A fim de compreendermos melhor a respeito, vamos considerar o exemplo 
anterior, em que a empresa Beta S.A. possui 50.000 ações ordinárias e sabemos 
que o valor nominal dessas ações corresponde a R$ 2,00. Nessa linha, 
consideremos também que possuímos participação nessa empresa em 15.000 
ações, dessa forma, nosso valor total nominal referente a essas ações adquiridas 
será de R$ 30.000,00 (15.000 ações x R$ 2,00 = R$ 30,000). E qual seria a 
nossa participação nessa empresa? Vamos aos cálculos: 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑉𝑉𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝑉𝑉𝐶𝐶𝑉𝑉 =
Número de ações ordinárias adquiridas
Número total de ações ordinárias
 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑉𝑉𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝑉𝑉𝐶𝐶𝑉𝑉 =
150.000
50.000
 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑉𝑉𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝑉𝑉𝐶𝐶𝑉𝑉 = 0,30 = 30% 
Pois bem, possuímos participação referente a 30%, podemos chegar ao 
mesmo resultado dividindo o valor nominal de nossa participação de R$ 
 
 
16 
30.000,00 pelo valor do capital social de R$ 100.000,00. É importante 
acrescentarmos sobre nossa participação na empresa Beta S.A., que não 
controlamos esta sociedade, pois possuímos participação inferior a 50% do 
capital votante. 
Notamos que não há problemas e nem dificuldades quanto aos cálculos 
e ao entendimento a respeito de nossa participação. Mas, se tomarmos outra 
situação, em que houve a emissão de 10.000 novas ações, com valor nominal 
por ação de R$ 3,00, logo o número total de ações da empresa Beta S.A. seria 
de 60.000 ações e não de 50.000 ações. Podemos perceber que nossa 
participação seria menor, por conta da integralização dessas novas ações 
realizadas por outro acionista. 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑉𝑉𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝑉𝑉𝐶𝐶𝑉𝑉 =
15.000
60.000
 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑉𝑉𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶𝑉𝑉𝐶𝐶𝑉𝑉 = 0,25 = 25% 
Com a entrada de um novo acionista investindo em mais 10.000 ações, 
nossa participação na empresa Beta S.A. seria reduzida de 30% para 25%. 
Contudo, é necessário que a gente contabilize o novo valor integralizado, 
correspondente a R$30.000,00 (10.000 ações x R$3,00 valor nominal da ação = 
R$30.000,00). Ao realizar essa contabilização, nós teríamos o mesmo 
percentual de participação que anteriormente? Bom, é necessário que o 
montante excedente ao valor do capital social anterior seja registrado no ágio na 
emissão de ações. 
Vamos acompanhar os lançamentos a serem feitos em nossa empresa: 
Tabela 4 – Lançamentos 
 
 
Nessa linha de pensamento, é necessário realizar a diferença do valor 
nominal da ação anterior em relação as novas ações emitidas (R$ 3,00 – R$ 
(1) R$20.000,00
Participação Societária (Investimento) 
R$30.000,00 (1)
Caixa
 
 
17 
2,00), ou seja, obtemos a diferença de R$ 1,00. Assim, registramos o valor 
relacionado ao aumento de capital social em R$ 20.000,00 (10.000 novas ações 
X R$ 2,00 valor nominal da ação = R$ 20.000,00), de acordo com nossa 
participação na empresa Beta S.A. Além disso, registramos o ágio da emissão 
dessas ações, com valor correspondente a R$ 10.000,00 (10.000 ações emitidas 
X R$1,00 valor nominal representado pela diferença). 
Com isso, o Capital Social seria correspondente a R$ 110.000,00 na 
sociedade. Sendo assim, teríamos o mesmo percentual de participação 
calculado pelo número de ações e pelo valor do Capital Social. 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜𝑒𝑒𝑜𝑜𝑃𝑃𝑃𝑃𝑄𝑄𝑃𝑃á𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 =
𝑉𝑉𝑃𝑃𝑉𝑉𝑜𝑜𝑃𝑃 𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜 𝑒𝑒𝑜𝑜𝑃𝑃𝑃𝑃𝑄𝑄𝑃𝑃á𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝐶𝐶𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑆𝑆𝑜𝑜𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉
 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜 𝑒𝑒𝑜𝑜𝑃𝑃𝑃𝑃𝑄𝑄𝑃𝑃á𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 =
𝑅𝑅$30.000,00
𝑅𝑅$120.000,00
 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃çã𝑜𝑜 𝑒𝑒𝑜𝑜𝑃𝑃𝑃𝑃𝑄𝑄𝑃𝑃á𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 = 0,25 = 25% 
Percebe-se que alcançamos a mesma participação societária na Beta 
S.A., uma vez que calculado não somente pelo número de ações, mas também 
em relação ao capital social. No mais, não podemos deixar de falar sobre a 
variação patrimonial, o qual Perez Júnior e Oliveira (2012, p. 33) retratam essa 
como sendo “o valor da riqueza da empresa, avaliada de acordo com as práticas 
contábeis, representada pelo Patrimônio Líquido (PL) contábil dividido pela 
quantidade de ações ou cotas que compõem o capital social”. 
Para simplificar, vamos utilizar a empresa Beta S.A. novamente, porém, 
antes da emissão das novas ações, ou seja, nesse período a empresa tinha R$ 
100.000,00 correspondente ao Capital Social, sendo a nossa participação na 
mesma em R$ 30.000,00. A fim de entendermos sobre variação patrimonial, 
vamos imaginar que a empresa Beta S.A., além de seu capital social de R$ 
100.000,00, apurou no final do exercício um valor de R$ 25.000,00 referente a 
Lucro Líquido. Nessa linha, é necessário efetuarmos a soma das contas, da qual 
fazem parte do PL, alcançando então um valor correspondente a R$ 125.000,00. 
Vamos aos cálculos: 
𝑉𝑉𝑃𝑃𝑉𝑉𝑜𝑜𝑃𝑃 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑁𝑁𝑜𝑜𝑁𝑁𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑃𝑃çã𝑜𝑜 =
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑁𝑁ô𝑁𝑁𝑃𝑃𝑁𝑁𝑜𝑜 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝑄𝑄𝑃𝑃𝑑𝑑𝑜𝑜
𝑄𝑄𝑄𝑄𝑃𝑃𝑁𝑁𝑃𝑃𝑃𝑃𝑑𝑑𝑃𝑃𝑑𝑑𝑄𝑄 𝑑𝑑𝑄𝑄 𝑃𝑃çõ𝑄𝑄𝑒𝑒
 
𝑉𝑉𝑃𝑃𝑉𝑉𝑜𝑜𝑃𝑃 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑁𝑁𝑜𝑜𝑁𝑁𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑃𝑃çã𝑜𝑜 =
𝑅𝑅$125.000,00
50.000
 
 
 
18 
𝑉𝑉𝑃𝑃𝑉𝑉𝑜𝑜𝑃𝑃 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑁𝑁𝑜𝑜𝑁𝑁𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑃𝑃çã𝑜𝑜 = 𝑅𝑅$2,50 
Alcançamos um valor patrimonial da ação de R$ 2,50, lembremos que 
nosso investimento foi de R$ 2,00 na empresa Beta S.A. e, com o decorrer das 
atividades realizadas pela empresa, esta alcançou desempenhos, os quais 
foram referentes a R$ 0,50. 
Vamos observar como ficariam os lançamentos: 
Tabela 5 – Lançamentos 
 
 
Deste modo, há a riqueza gerada pela sociedade, sem considerar a 
emissão das ações e sem considerar a distribuição dos dividendos. 
TEMA 4 – TIPOS DE CONTROLE: CLASSIFICAÇÃO ACERCA DO PERCENTUAL 
DE PARTICIPAÇÃO 
No decorrer desta aula, vimos quais são os pontos necessários para que 
uma sociedade possua influência ou controle sobre a outra e como realizamos a 
identificação do valor de uma ação em uma empresa. Nessa acepção, vamos 
focar nas diferentes formas de controle. Sendo elas: Controle Isolado, Controle 
em Conjunto, Controle Compartilhado e o Controle Integral. 
No Controle Isolado, Perez Júnior e Oliveira (2012, p. 36), caracterizam 
este quando “o controle de uma empresa normalmente é exercido pelo investidor 
ou empresa investidora que detenha mais de 50% do capital votante (cotas de 
sociedades limitadas ou ações ordinárias de sociedades por ações)”. 
 
 
 
 
(1) R$30.000,00
(2) R$7.500,00
Participação Societária (Investimento) 
R$30.000,00 (1)
Caixa
R$7.500,00 (2)
Resultado de Equivalência Patrimonial
 
 
19 
Figura 3 – Controle Isolado 
 
Fonte: Meurer, 2020. 
Por meio da figura, observamos que o Controle Isolado pode também 
ser chamado de Controle Direto. Assim, é possível entendermos que a empresa 
Alfa possui mais de 50% do capital votante da empresa Beta, no mais, o controle 
é exercido diretamente pela empresa Alfa. 
O Controle Conjunto, por sua vez, como o próprio nome já diz, é 
realizado por mais de uma empresa. O CPC 18 R2 (2012) traz a definição em 
seu item 3: “é o compartilhamento, contratualmente convencionado, do controle 
de negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes 
exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle”. Para 
nos fundamentarmos melhor a respeito, os autores Perez Júnior e Oliveira (2012) 
ressaltam que o controle conjunto é quando os investidores possuem o mesmo 
percentual de participação, sendo impedidos de tomarem decisões 
isoladamente, sem o consentimento em conjunto. 
Figura 4 – Controle conjunto 
 
Fonte: Meurer, 2020. 
 
 
20 
Observamos na figura que as empresas Alfa e Beta possuem os mesmos 
percentuais desempenhando o controle conjunto sobre a empresa Beta e não 
unilateral. Com isso, esse tipo de controle também pode ser chamado de Joint 
Venture. 
No Controle Compartilhado, diferente do Controle Conjunto, os 
investidores não possuem mais que 50% do capital votante. Perez Júnior e 
Oliveira (2012, p.36) afirmam que “o capital votante é formado por um grupo 
controlador, composto normalmente pelos maiores acionistas, cuja a somatória 
de participações não ultrapassará 50% do capital votante”. 
Figura 5 – Controle compartilhado 
 
Fonte: Meurer, 2020. 
Por meio da Figura 5, podemos compreender melhor o que foi descrito 
por Perez Júnior e Oliveira (2012), pois houve a união das empresas Alfa e 
Ômega para exercerem o Controle Compartilhado, visto que nenhuma das 
empresas detém participação superior a 50%, mas juntas conseguem obter 55% 
do capital votante, o que caracteriza a empresa Beta como controlada pelas 
empresas Alfa e Ômega. 
O Controle Integral é parecido com o Controle Isolado, no entanto, Perez 
Júnior e Oliveira (2012) colocam que no controle integral é quando uma empresa 
possui a totalidade de ações da empresa controlada, o que diferencia do controle 
isolado, deste modo, ao possuir o total de participação do capital votante da 
controlada, ela pode ser chamada então de subsidiária integral. 
 
 
 
 
 
21 
Figura 6 – Controle compartilhado 
 
Fonte: Meurer, 2020. 
Por meio da Figura 6, observamos que existe um percentual de 100% de 
participação da Empresa Alfa sobre Beta, o que compreende um controle 
integral. 
TEMA 5 – TIPOS DE CONTROLE: CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PROPRIEDADE 
DOS TÍTULOS PATRIMONIAIS 
Além do que já foi visto, é importante entendermos que a participação de 
uma sociedade, ou seja, da investidora sobre a investida, pode ser de forma 
direta ou indireta. Essa participação direta ou indireta pode se dar em função 
de uma influência significativa ou até mesmo do controle. Para entendermos 
melhor a respeito, vamos relembrar a Figura 1, a qual observamos logo no início 
de nossa aula. 
Figura 7 – Participação societária 
 
Fonte: Meurer, 2020. 
 
 
22 
Podemos observar, então, por meio da Figura 7, que a empresa A possui 
o controle diretamente das empresas B, C, e D. Mas e quanto à empresa E? 
Podemos ver que a empresa A possui 6% de participação, sendo essa 
participação exercida de forma direta. Então, podemos dizer que a participação 
da empresa A sobre a empresa E é de apenas 6%? Não, pois, como visto, a 
empresa A possui participação indireta na empresa E por meio das empresas B, 
C e D. 
Segundo o CPC 18 R2 (2012) e Perez Júnior e Oliveira (2012), esse tipo 
de participação é aquela em que uma empresa investidora obtém a participação 
de uma empresa por meio de outra empresa. Para entendermos melhor a 
respeito, vamos realizar os cálculos. 
(100% 𝑋𝑋 5%) + (80% 𝑋𝑋 8%) + 6% + (70% 𝑋𝑋 12%) 
5% + 6,4% + 6% + 8,4% 
25,8% 
Como podemos observar, a participação da empresa A sobre a Empresa 
E é de 25,8%. Esse percentual foi obtido por meio dos cálculos realizados acima, 
tendo em vista a participação indireta da empresa A sobre a empresa E por 
intermédio da empresa B. Ou seja, dos 5% de participação da empresa B sobre 
a empresa E, a empresa A possui exatamente 5%, pois existe o controle integral 
da empresa A sobre a empresa B. Referido cálculo realizado em relação a 
participação indireta da empresa A em E, pormeio da empresa B, deve ser 
realizado nas demais empresas (C e D). 
Após a apuração de todos os cálculos, compreendemos que se trata a 
empresa E de uma coligada, pois a empresa A por possuir participação no capital 
votante superior a 20% possui influência significativa. Notando-se, também, uma 
participação tanto direta, como também indireta da empresa A sobre a empresa 
E. 
TROCANDO IDEIAS 
Durante nossa aula, abordamos conteúdo referente aos Investimentos 
localizados no Ativo Não Circulante do Balanço Patrimonial. Nesse enfoque, 
vimos as participações societárias tidas como coligadas e as participações 
societárias vista como controladas. Diante do que foi estudado, você conhece 
 
 
23 
alguma empresa que possui participações societárias em coligadas e 
controladas em conjunto? 
NA PRÁTICA 
Observemos a Figura 8 e, com base ns informações fornecidas, vamos 
determinar os tipos de investimentos (controlada, coligada ou sem influência 
significativa) da empresa Avante. 
O gabarito pode ser encontrado ao final deste material, após a seção 
Referências. 
Figura 8 – Participação da empresa Avante 
 
Fonte: Meurer, 2020. Crédito da imagem: Volha Hlinskaya/Shutterstock. 
Analise as alternativas a seguir e defina se é controlada, coligada ou sem 
influência significativa. 
• A empresa Avante detém 80% do capital votante da empresa Belarus. 
• A empresa Avante possui 5% do capital votante da empresa Caxias. 
• A empresa Belarus tem 22% do capital votante da empresa Caxias. 
• A empresa Avante possui 8% do capital votante da empresa Delta. 
• A empresa Avante possui 12% do capital votante da empresa Elefante, 
sendo que a empresa Avante transferiu funcionários responsáveis pela 
área de finanças para a empresa Elefante. 
Em nosso segundo exemplo, vamos verificar qual o percentual de 
participação da empresa A sobre as empresas. Observemos a Figura 9. 
 
 
24 
Figura 9 – Participação da empresa A sobre as demais empresas 
 
Fonte: Meurer, 2020. 
Conforme a figura, podemos afirmar que: 
a) A empresa C e I são controladas de A. 
b) A participação indireta de A em F e H é idêntica. 
c) A participação indireta de A em H é de 51,1%. 
d) G é controlada indireta de A. 
e) A empresa A participa indiretamente em I com 9,25%. 
O gabarito encontra-se ao final do material, após as referências. 
FINALIZANDO 
Em nossa aula, tivemos como foco a discussão relacionada aos aspectos 
conceituais referentes aos investimentos em participações societárias. Por meio 
disso, pudemos entender as formas de investimentos que podem ser 
classificados em temporários e permanentes. Em meio a isso, nosso foco 
durante a disciplina está somente nos investimentos permanentes. 
Portanto, focamos no decorrer da discussão somente nas participações 
que são classificadas no Ativo Não Circulante do grupo Investimentos. 
Compreendemos que esses tipos de investimentos são adquiridos por meio de 
cotas ou ações de outras empresas e que o objetivo deles está ligado à 
expansão das atividades da empresa investidora e não em sua venda posterior. 
 
 
25 
Com base nisso, estudamos o que seria uma participação societária de 
uma empresa sobre a outra, tida como influência significativa e também por meio 
de controle. Na influência significativa, vimos que é necessário que a empresa 
investidora possua participação acima de 20% do capital votante na empresa 
investida. No mais, observamos, também, que a influência significativa pode ser 
obtida não somente por aspectos quantitativos, mas também por aspectos 
qualitativos que juntos são pontos cruciais para determinar se a empresa 
investida é uma coligada e possui influência significativa da investidora. 
Continuando, buscamos saber o que seria controle de uma sociedade 
sobre a outra e, desse modo, vimos que, para se ter esse tipo de controle, é 
fundamental possuir mais de 50% do capital votante da empresa investida. 
Podemos colocar essa participação como participação da empresa controladora 
sobre a empresa controlada. 
Após isso, buscamos saber como mensurar o valor de uma ação, sendo 
que, o valor nominal da ação pode estar explícito no estatuto social da entidade, 
ou não. Caso este não esteja, vimos que devemos realizar a divisão do valor do 
Capital Social da empresa pelo número total de ações, alcançando então o valor 
nominal da ação. No mais, vimos que para alcançarmos o valor patrimonial de 
uma ação é necessário considerarmos não somente o Capital Social como dito 
anteriormente, mas todas as contas que fazem parte do grupo do Patrimônio 
Líquido, dividindo esse valor total pelo número total de ações. E, ao final do 
tópico, vimos as mudanças que podem ocorrer em uma empresa, quanto à 
emissão de novas ações e como devem ser realizados os cálculos. 
Finalizando nossa aula, aprendemos que o controle de uma empresa 
sobre a outra pode se dar de diferentes maneiras: controle isolado, controle 
conjunto, controle compartilhado e controle integral. No mais, buscamos o 
entendimento a respeito da participação de uma empresa sobre a outra, de forma 
direta ou indireta. 
 
 
 
26 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, M. C. Contabilidade Avançada: textos, exemplos e exercícios 
resolvidos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
BORGES, V. N. Contabilidade societária I. 1. ed. Rio de Janeiro: Sedes, 2016. 
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro 1976. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 6 
jan. 2021. 
BRASIL. Lei n. 10.303, de 31 de outubro de 2001. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10303.htm>. Acesso em: 
6 jan. 2021. 
CPC. Investimento em coligada, em controlada e em empreendimentos 
controlados em conjunto. 2012. Disponível em: 
<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos 
Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=49>. Acesso em: 6 jan. 2021. 
CPC. Negócios em conjunto. 2012. Disponível em: 
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/274_CPC_19_%20R2_rev%2013.pd
f>. Acesso em: 6 jan. 2021. 
CPC. Demonstrações consolidadas. 2012. Disponível em: 
<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-
Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=67>. Acesso em: 6 jan. 2021. 
CPC. Instrumentos financeiros. 2016. Disponível em: 
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/530_CPC_48.pdf>. Acesso em: 6 
jan. 2021. 
GELBCKE, E. R. et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas 
as sociedades, de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. 
Atlas, 2018. 
PEREZ JÚNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. D. Contabilidade avançada: texto e 
testes com respostas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
SANTOS, D. P. P.; LOPES, M. Notas sobre a responsabilidade contratual do 
alienante pela violação das cláusulas de declarações e garantias nos contratos 
 
 
27 
de alienação de participação societária representativa de controle. Revista 
Brasileira de Direito Civil-RBDCivil, v. 24, n. 2, p. 241, 2020. 
VIEIRA, S. B.; SOUZA, M. M. Relação entre o nível de evidenciação dos 
investimentos em coligadas, empreendimentos controlados em conjunto e 
controladas e as características das companhias de capital aberto brasileiras. 
Revista de Finanças e Contabilidade da Unimep, v. 5, n. 2, p. 71-87, 2018. 
 
 
 
28 
GABARITO 
Primeiro exercício: 
Primeiramente, tem-se a afirmação de que “a empresa Avante detém 80% 
do capital votante da empresa Belarus”. Essa participação se configura como a 
de controle, ou seja, conforme Perez Júnior e Oliveira (2012, p. 36), “o controle 
de uma empresa normalmente é exercido pelo investidor ou empresa investidora 
que detenha mais de 50% do capital votante”. 
Na segunda afirmação, a empresa Avante possui apenas 5% do capital 
votante da empresa Caxias, todavia, existe uma influência de forma indireta da 
empresa Avante em relação à Caxias. Vamos considerar o seguinte: a empresa 
Belarus possui um capital social de R$ 100,00 e, ao verificarmos a participação 
de 80% da empresa Avantesobre ela, temos que existe uma participação de 
R$80,00. 
Dito isso, a empresa Belarus possui participação de 22% sobre a empresa 
Caxias, sendo assim, desses 22% temos influência indireta na empresa Caxias 
de 17,2%. Com isso, 5% mais os 17,2% resulta em um total de 22,2%. 
Concluímos que se trata de um investimento em coligada. Relembramos, por 
meio do CPC 18 R2 (2012), que, quantitativamente, a influência significativa 
deve ser de 20% ou mais do poder de voto da investida. 
Logo, já sabemos responder à terceira afirmação, pois os 22% de 
participação da empresa Belarus sobre a Caxias significam que ela possui 
influência significativa. 
Em relação à quarta afirmativa, a empresa Avante não possui influência 
significativa sobre a empresa Delta, pois possui participação inferior a 20%. 
Por fim, temos a afirmação da Avante sobre a Elefante. Adiantamos que 
possui influência significativa, pois, além dos 12% de participação do capital 
votante da empresa Elefante, a Avante possui funcionários da área financeira 
que estão na empresa Elefante. Dessa maneira, devemos observar se existe 
influência significativa não só quantitativamente, mas também qualitativamente. 
Segundo exercício: 
Passo a passo de como interpretar a participação da empresa A 
sobre as outras empresas: 
A alternativa A, sabemos que a empresa A detém mais de 50% do capital 
votante de C, logo, a empresa C é controlada pela empresa A. Entretanto, 
 
 
29 
devemos realizar os cálculos de participação da empresa A sobre a empresa I. 
Com isso, seguem os cálculos: 
• (20% X 10% X 25%) = 0,005 = 0,5%. 
• (60% X 70% X 20%) = 0,084 = 8,4%. 
• (30% X 30% X 20%) = 0,0178 = 1,8%. 
Por meio dos resultados obtidos, conclui-se que a participação da 
empresa A sobre empresa I é correspondente a 10,7% de participação. Dessa 
forma, I não é controlada de A. Descarta a alternativa A. 
Na alternativa B, não precisamos recorrer aos cálculos, pois somente por 
observação podemos notar que a participação da empresa A em F e H são 
distintas. Já na alternativa C, esta dispõe que existe uma participação indireta da 
empresa A sobre a H, no percentual de 51,1%. Ao observar a figura, vimos que 
essa participação é indireta, mas e o percentual, será que é isso mesmo? Vamos 
aos cálculos novamente. 
• (20% X 10% X 25% X 20%) = 0,001 = 0,10%. 
• (60% X 70%) = 0,42 = 42%. 
• (30% X 30%) = 0,09 = 9%. 
Os resultados alcançados apontam a participação da empresa A em H de 
51,1%. Portanto, a alternativa C está correta. 
Na alternativa D, é afirmado que a empresa G é controlada indireta da 
empresa A, se efetuarmos os cálculos, a empresa A possui somente 20% de 
participação em G, o que não dá o direito de controle para a empresa A. Por fim, 
a alternativa E diz que a empresa A participa indiretamente da empresa I em 
9,25%. Nós já realizamos esse cálculo em nossa primeira alternativa e, como já 
vimos, a participação da empresa A sobre a I é de 10,7% e não de 9,25, portanto, 
está errada. 
	Conversa inicial
	Contextualizando
	Trocando ideias
	Na prática
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS
	GABARITO