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Disciplina: Competitividade e Infraestrutura Portuária. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E SIMULADO P1 1. Pesquisadores (Stopford, 2002; Rodrigue et al., 2016; López- Bermúdez et al., 2018) apontam que os investimentos em infraestruturas portuárias têm um impacto direto nas economias nacionais. Você concorda com essa afirmativa? Explique: Sim, concordo. Os investimentos em infraestrutura portaria favorece a competitividade, o fluxo no embarque e desembarque de mercadorias, diminuição de riscos operacionais tanto pessoais quanto de mercadoria. Os portos exercem sobre a economia uma influência muito maior do que lhe é atribuída, principalmente no que concerne ao PIB. E além do mais, as estimativas da UNCTAD (2020) mostram que 80% do comércio mundial é transportado por via marítima. 2. Qual o principal efeito das mudanças na legislação do setor portuário nas últimas décadas, com reflexos diretos nas questões de competitividade portuária? A promulgação da Lei 8.630 de 25 de fevereiro de 1993, a chamada Lei dos Portos, que trouxe diversas inovações, principalmente em relação à criação de novos terminais privados e arrendados, a criação do Operador Portuário, a organização do trabalho portuário pelo OGMO (órgão gestor da mão-de-obra), dentre outras medidas importantes. A reforma portuária visava aumentar a competitividade da economia nacional influenciada pelo acirramento na competição do mercado internacional que, com a inserção do capital privado no setor portuário, provocou o aumento das disputas por cargas e clientes. Para tal foi necessário: excluir os obstáculos do setor portuário; facilitar o desenvolvimento do comércio exterior; expandir o atendimento da demanda; reduzir os custos de movimentação e consequente repasse aos embarcadores; e aumentar a competitividade sistêmica. Um dos principais avanços foram: Possibilitar a União concentrar os investimentos públicos em obras de infraestrutura, deixando sob a responsabilidade da iniciativa privada os investimentos relativos à superestrutura, aparelhamento portuário, recuperação e conservação das instalações; O que concerne sobre a Lei 12.815/13: manteve a definição de porto organizado, permitiu aumento do investimento em terminais privados, estabelecendo melhores diretrizes para licitação de novos arrendamentos e renovação dos arrendamentos existentes, visando: Modernizar e aumentar a capacidade dos terminais portuários; Dar escala competitiva a esses terminais; reduzir os custos para atender a demanda por movimentação de carga. A Nova Lei 12.815/13 trouxe novos conceitos: Terminal de Uso Privado (TUP); A Estação de Transbordo de Cargas (ETC); A Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte e Instalação Portuária de Turismo. Portanto, se a qualidade da infraestrutura portuária não melhorar continuamente, pode haver um impacto adverso substancial na economia de um país. 3. Quais os principais reflexos do transporte em contêineres, no transporte marítimo internacional, com efeitos diretos na estrutura portuária? O contêiner é uma das maneiras mais seguras para o transporte de cargas. Além da redução dos custos logísticos, já que os contêineres podem ser transferidos rapidamente para diferentes modais de transporte, evitam-se acidentes e prejuízos comuns ao manuseio direto dos produtos, pois o contêiner é um recipiente construído de material resistente, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez. O transporte em contêineres, mudou profundamente o transporte marítimo internacional, entre outras coisas, mudou de atividades intensivas em mão-de-obra para atividades mais intensivas em capital, incluindo maiores navios com reflexos em investimentos substanciais de infraestrutura e equipamento portuário. Um dos principais reflexos do transporte em contêineres, no transporte marítimo internacional, com efeitos diretos na estrutura portuária: Nos últimos anos, além da consolidação horizontal, os armadores têm diversificado sua atuação, adquirindo terminais portuários ou participações em operadores portuários, de forma a estender sua influência na cadeia de serviços, ou seja, verticalizar suas operações. É fato que a verticalização representa, potencialmente, uma redução nos custos de transação e um maior controle do armador sobre os serviços prestados pelo terminal. 4. Quanto a questão da hierarquia portuária: “Mudanças geográficas e territoriais são inevitáveis ao longo do tempo”. Explique: Alguns portos que hoje são os principais terminais podem começar a ser servidos por hubs e não oferecerão mais serviços diretos. Isso deve ser visto pela comunidade portuária como uma oportunidade de repensar o sistema portuário nacional e regional, no qual os portos secundários poderiam ganhar maior destaque do que atualmente. A indústria portuária está sob pressão, passa por grandes incertezas, mudanças em suas operações, riscos crescentes e retornos decrescentes, e pode exigir novos tipos de parcerias público privadas e governança portuária em um futuro próximo. As razões para a pressão generalizada (nos setores governamental e privado) vêm de uma combinação de fatores endógenos e exógenos (incluindo uma desaceleração no comércio mundial e um crescimento fraco na produção). 5. Qual a importância das cadeias de transporte integradas para os portos modernos? Os portos não são estruturas autônomas, eles integram uma cadeia logística formada por transporte rodoviário, ferroviário e aquaviário, estações de transbordo, terminais de armazenagem, exportadores e importadores e agências de navegação. Além disso, diversos órgãos públicos atuam na regulação e fiscalização de suas atividades no que concerne ao serviço portuário propriamente dito e a questões ambientais, alfandegárias, de segurança, marítimas, sanitárias etc. 6. Explique os fatores endógenos e exógenos ligados a competitividade portuária. Fatores Endógenos - relacionados aos negócios portuários, têm origem no setor público, nas empresas portuárias e na indústria portuária. No caso do setor público, os modelos de governança existentes projetados na década de 1990 estão agora em grande parte desatualizados. Ademais, houve desalinhamento entre os processos industriais e burocráticos. Acrescentando a preocupação crescente com as questões ambientais, sociais e de segurança que têm diversos efeitos sobre a governança, a gestão dos negócios e o nível de exigência das operações portuárias. Fatores Exógenos – são aqueles relacionados às indústrias de transporte e logística, bem como à economia e ao comércio. Além da tendência em direção a navios gigantes que tem reduzido o número de escalas e intensificado picos de atividade. Considerando, a consolidação do setor e a expansão das parcerias globais têm permitido que as companhias marítimas exerçam uma pressão cada vez maior. 7. Dentro do conceito evolutivo de HINTERLÂNDIA portuária, como você analisaria de forma objetiva sua área de abrangência em relação a infraestrutura interna de um porto. Como o conceito de Hinterlândia literalmente significa terra de trás, correspondendo a área de influência de uma cidade portuária, por concentrar significativa atividade econômica, pode engendrar uma rede urbana, constituída por centros urbanos menores. Por exemplo, o porto de Santos é fundamental para o escoamento dos bens e mercadorias produzidos na sua área de influência, que abrange os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. E de acordo com SANTOS PORT AUTORITY o Porto de Santos representa a melhor opção logística e econômica para a exportação e também para a importação, uma vez que tal área concentra uma grande parte do mercado consumidor brasileiro. 8. Dentro do contexto de eficiência e competitividade, quais seriam pontosestruturais obrigatoriamente requeridos na sua visão? Explique de forma objetiva. Considerando as novas tecnologias emergentes, bem como a indústria 4.0 na logística internacional, composta por um conglomerado de ferramentas tais como: big data, realidade aumentada, impressão 3D: manufatura aditiva, computação em nuvem, cibersegurança, internet das coisas, integração de sistemas, simulações, robôs autônomos. Associado a essas ferramentas, temos que considerar a: Infraestrutura Portuária Básica, Infraestrutura Portuária Operacional, Superestrutura Portuária e Equipamento Portuário. 9. Explique com suas palavras o que entende por Infraestrutura e Superestrutura Portuária, e qual o possível impacto de investimentos na relação público-privada. Dentro do Porto Organizado, a modernização, ampliação e manutenção da infraestrutura viária, da infraestrutura ferroviária, do acesso aquaviário e das demais instalações públicas cabem à SPA. A Companhia pode executar esses investimentos de forma direta, financiados com recursos próprios ou aportes do Tesouro, ou de forma indireta, por meio de parcerias com a iniciativa privada. Com a conquista da sustentabilidade econômico-financeira, a SPA vem reduzindo a dependência de recursos públicos para a condução das grandes obras. Já os investimentos em superestrutura – terminais, equipamentos para movimentação de cargas – são promovidos pela iniciativa privada por meio dos contratos de arrendamento e demais parcerias previstas no arcabouço legal do setor. (SANTOS PORT AUTORITY). Através do Planejamento portuário, o PNLP é possível ter acesso a projeção de demanda, capacidade e investimentos portuários. Um possível impacto de investimentos na relação publico privada tende a ser positivo pois estaria contribuindo na infraestrutura e superestrutura portuária trazendo eficiência, eficácia e competitividade portuária. 10. Quanto a possível realocação de um porto: “o sucesso ou fracasso desta “transformação estrutural” depende do cenário político e / ou regulamentações e / ou barreiras institucionais que afetam as operações eficientes e eficazes dos terminais”. Você concorda com esta afirmativa? Explique. Sim, concordo visto que a realocação de um porto pode renovar seu ciclo de vida, uma vez que não haja mais possibilidades de racionalização ou investimento, quando o acesso se torna muito limitado ou as externalidades do porto se tornam desproporcionais. Muitos portos estão passando pelo que é conhecido como "divisão de localização" em resposta a problemas como dotação de terra limitada em torno dos portos tradicionais, impedindo a expansão, vários problemas simultâneos (rodovias congestionadas, ferrovias e áreas portuárias; infraestrutura inadequada para volumes crescentes; infraestrutura de suporte subdesenvolvida; conexões insuficientes com o interior e aumento da demanda por transporte, entre outros). A realocação de um porto esbarra no entrave político, a falta de planejamento com relação aos planos de Estado, dentre outros. 11. Quais os possíveis efeitos e reflexos de condutas anticompetitivas, na concorrência entre portos e intraportos? Explique. A concorrência interportos existe quando dois ou mais portos competem por carga de e/ou para uma mesma área geográfica. O nível de concorrência entre portos depende, em geral, do tamanho do mercado geográfico servido pelos portos em questão. A concorrência intraporto ocorre quando dois ou mais terminais dentro de um mesmo porto competem pelo mesmo tipo de carga. Quaisquer condutas anticompetitivas nesse segmento podem afetar negativamente os demais setores da economia, inclusive o consumidor final (OECD, 2021). Nesse sentido, os portos são estruturas fundamentais para o bom funcionamento da economia brasileira, estruturas responsáveis pelo escoamento de mais de 95% das exportações do Brasil e mais de 90% das importações. 12. Você concorda que: “diante do novo fluxo do capital privado no setor, inicialmente pelo arrendamento de terminais e, posteriormente, com investimentos em terminais de uso privado, cresceram as denúncias de práticas anticompetitivas entre os agentes do setor”. Explique seu ponto de vista e aponte qual o órgão responsável por dirimir estas disputas. Cresceram as denúncias de práticas anticompetitivas entre os agentes do setor, fruto muitas vezes de vácuos regulatórios. O órgão responsável é a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, com sede em Paris, França, é uma organização internacional composta por 35 países membros, que reúne as economias mais avançadas do mundo, bem como alguns países emergentes como a Coreia do Sul, o Chile, o México e a Turquia. A Organização foi fundada em 14 de dezembro de 1961, sucedendo a Organização para a Cooperação Econômica Europeia, criada em 16 de abril de 1948. Desde 1º de junho de 2006, seu Secretário-Geral é o mexicano José Ángel Gurría Treviño. Embora não seja membro da OCDE, o Brasil pode participar de Comitês da Organização e de inúmeras instâncias de trabalho. O País tem integrado as atividades da Organização e de seus órgãos técnicos, sobretudo comitês técnicos, reuniões de grupos de trabalho e seminários, com a presença de especialistas brasileiros. 13. Explique com suas palavras: “a vantagem competitiva de um porto não se dá somente pelos seus atributos intrínsecos como localização e eficiência operacional, mas, também, na forma como ele se integra com os demais elos da cadeia produtiva”. Assim sendo os demais elos da cadeia produtiva são determinantes para a escolha de um porto por uma empresa de transporte marítimo, ou por uma empresa exportadora ou importadora de commodities se baseia no custo total da operação logística (custos totais de transporte, armazenagem, inventário, embalagens, processamento de pedidos e tecnologia da informação e custos de lotes, frente ao objetivo de atingir o nível de serviço desejado pelo cliente), considerando a necessidade de outros modais de transporte e as localizações de origem e destino das mercadorias. 14. Explique o conceito de Taxas e Tarifas dentro do Regulamento do Sistema Tarifário dos Portos Nacionais. “As taxas e/ou tarifas normalmente são cobradas pelo uso de determinado serviço. Trata-se de um tributo pago em favor daquele que o presta”. A Tarifa pode ser definida como o preço público, cujo valor monetário é estabelecido pela ANTAQ e é fixado em Reais por unidade de cobrança. Já a Taxa diz respeito aos preços devidos pela prestação de serviços públicos. Esses conceitos, são observados na Resolução Normativa nº 32 da ANTAQ. A taxa é instituída pelo Estado, ou seja, União, Estado, Município ou Distrito Federal, motivo pelo qual é um tributo que se refere a uma atividade pública e não privada. Existe apenas duas modalidades de taxa, a de serviço, que corresponde a prestação de um serviço indivisível e público específico, e a de polícia, que corresponde ao efetivo poder de fiscalização do Estado. O regime jurídico da taxa é definido pelo Direito Público, ao passo que o regime da tarifa corresponde ao do Direito Privado. Nas tarifas pode-se dizer que há a liberdade de contratá-las ou não, mas o mesmo não ocorre com as taxas, já que é compulsória a submissão aos efeitos tributários. 15. Como facilitador logístico, qual a importância da Agência Marítima no contexto das taxas e tarifas? É de grande relevância pois a agência marítima dispõe dos conceitos sobre taxas e tarifas em suas resoluções normativas. As tarifas cobradas pela Autoridade Portuária destinam-se a permitir a justa remuneração do capital, o melhoramento e a expansão dos serviços e assegurar o equilíbrio econômico e financeiro da empresa. Assim a Agência Marítima, torna-se indispensável nas relações entre contratante e contratado por conta deseu amplo Know-How. 16. Qual a sua opinião sobre a Cobrança pelos Serviços de Segregação e Entrega de Cargas, você concorda ou discorda? Explique. Concordo, pois, referidas cobranças não estão duplicadas, pois remuneram serviços distintos. E além do mais, no último dia 17 de agosto de 2021, sob a liderança do Ministro da Infraestrutura, TarcísioGomes de Freitas, reuniram-se na sede da ANTAQ o Presidente do CADE e o Diretor-Geral da ANTAQ e assinaram em conjunto o Memorando de Entendimento nº 01/2021, para o fim de reconhecerem a legalidade da cobrança da SSE prevista na Resolução Normativa ANTAQ 34/2019, externando, que referida cobrança por si só não constitui um ato ilícito. Reconheceu-se também, que a SSE ou THC2 é um serviço efetivamente executado pelos terminais portuários e que deve ser remunerado, outrossim, qualquer abusividade em sua cobrança terá atuação conjunta e harmônica da ANTAQ e CADE. 17. Tratando-se especificamente do Porto de Santos, o que abrange a Tabela I, referente a utilização da Infraestrutura Portuária e a Tabela II, referente a Utilização da Infraestrutura Terrestre. As tarifas cobradas pela Autoridade Portuária destinam-se a permitir a justa remuneração do capital, o melhoramento e a expansão dos serviços e assegurar o equilíbrio econômico e financeiro da empresa. As tarifas portuárias são organizadas em um conjunto de tabelas correspondentes a cada um dos tipos de serviços prestados pela SPA no atendimento ao navio, operador portuário ou dono de mercadorias (importadores e exportadores): Tabela I – Utilização da Infraestrutura Portuária: Envolve as cobranças pela utilização do acesso aquaviário e do berço de atracação; Sua abrangência: profundidades adequadas às embarcações no canal de acesso, nas bacias de evolução e junto às instalações de acostagem; balizamento do canal de acesso, desde a entrada do estuário, na baía de Santos, até as instalações de acostagem; cais, píeres e pontes de atracação que permitam a execução segura da movimentação de cargas, de tripulantes e de passageiros; instalações, redes e sistemas, localizados na faixa de cais, para iluminação, água, esgoto, energia elétrica, telecomunicações, combate a incêndio, proteção ambiental, segurança do trabalho, sanitários e estacionamento, bem como vigilância dessas dependências portuárias. Tabela II – Utilização da Infraestrutura Terrestre: Utilização da infraestrutura terrestre durante as operações e as despesas equivalentes ao “condomínio”, e outros; Sua abrangência: arruamento, pavimentação, sinalização e iluminação, acessos rodo ou ferroviários, dutos e instalações de combate a incêndio, redes de água, esgoto, energia elétrica e telecomunicação, instalações sanitárias, áreas de estacionamento, sistema de proteção ao meio ambiente e de segurança do trabalho, vigilância das dependências portuárias, bem como os demais recursos necessários para que a Administração do Porto exerça suas atribuições, estabelecidas nos artigos 17 e 18 da Lei nº 12.815/13.
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