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Síntese Território e Sociedade Paula

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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA 
FOZ DO IGUAÇU 
CURSO DE TURISMO
Disciplina: Território e Sociedade
Docente: Mauro José Ferreira Curry
 Paula Cristiny Assis de Lima¹
20 de dezembro de 2021
ANÁLISE DOS CONCEITOS DE TERRITÓRIO, TERRITORIALIDADES, FRONTEIRAS E RELACIONAR COM O FENÔMENO DO TURISMO
	Primeiro devemos compreender o que cada conceito se trata e qual sua interferência com o turismo. Sabemos que território pode ser visto como um espaço demarcado ou delimitado composto por divisões geográficas, regionais, ambiental e outros, em si, onde se pode existir a possibilidade do ser humano crescer. Contudo, essa noção de território nos leva a outra vertente desse conceito, que seria a territorialidade, que nada mais e nada menos, é um conjunto de relações entre a história, sociedade e tempo, um grupo de poderes. Todavia, dentro dessas vertentes, nos deparamos com o seguinte caso: a desterritorialização, acontece essa manifestação quando o poder das construções humanas se perde para que outras possam existir, consequentemente, temos a perda de identidade, história, cultura, pessoas e afins, ou seja, aniquilar um espaço para que outro possa existir, dando origem a multiterritorialidade, que consiste no conjunto de diversas identidades dentro e um território, dando espaço para a diversidade territorial (história, cultura, costumes, dogmas, etc).
	Com conhecimento básico sobre os conceitos, vemos que o principal influenciador e também fundador desses conceitos é a geografia, que visto pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) como um estudo que consiste na análise de todos os níveis territoriais de uma localidade, ou seja, estuda a superfície da terra, seus fenômenos naturais (clima), a sociedade, a história da formação da região e entre outros, no uso de materiais como mapas urbanos, mapas de zoneamentos, mapas topográficos, mapas climáticos, mapas demográficos, mapas de uso de solo, mapas fotográficos e também mapas de uso agrário. A geografia nos mostra também os conflitos que ocorrem dentro dos territórios, temos como exemplo os conflitos entre as fronteiras como Estados Unidos e México, países do continente africano como Mauritânia e Senegal, entre outros. Portanto, com esses estudos, nós compreendemos muitas coisas que ocorrem dentro de um determinado espaço, em questão de fronteira, especificamente USA X MÉXICO, no documentário Turismo Macabro, dirigido pelo jornalista neozelandês David Farrier, onde ele mostra que norte da fronteira entre os Estados Unidos e México, é possível realizar um processo de transfronteiriço, existe um “passeio de experiência” onde mostra a verdadeira realidade daqueles que tentam cruzar a fronteira ilegalmente, esse passeio é realizado por um cara ex-contrabandista de imigrantes, ele relata que já presenciou pessoas falharem nessa tentativa de cruzar a fronteira, presenciou pessoas perdendo suas vidas em busca de uma coisa melhor do outro lado. O passeio custa cerca de U$50 (R$286 real brasileiro) mas na vida real dos imigrantes, pagam cerca de U$3.000 (R$17.208 real brasileiro) por uma travessia segura, porém, acontece muitos roubos, abusos e entre outras consequências extremas. Contudo, o objetivo desse passeio turístico é de conscientizar aos visitantes e moradores que não será seguro atravessar ilegalmente a fronteira, porém, devemos nos perguntar “a que ponto o imigrante chega que ele decide apostar a própria vida para cruzar a fronteira? Sabendo que corre grandes riscos de perdê-la?”.
	O turismo é visto por muitos turismólogos como um campo abrangente da ciência social, porquê nela é possível observar e desenvolver pesquisas socioambientais, por consistir tudo aquilo que existe dentro de um território, no caso a paisagem, sociedade, divisões regionais e afins. O turismo pode ser visto também como um fenômeno onde o ser humano pode usufruir de diversas formas, seja para lazer e ócio ou enriquecer seus conhecimentos, mas para essas ações acontecerem é preciso se ter tempo, dinheiro e vontade. O turismo se comporta de forma harmoniosa nesses estudos, pois ele tem o essencial para que a geografia possa fundamentar seus dados estatísticos geográficos, como aqui já dito, para se fazer turismo é preciso de um território cujo tenha uma história/explicação da sua formação e fenômenos (clima, vegetação, superfície, geologia) e que esteja ocupado por uma sociedade que tenha um patrimônio histórico para contribuir aos fatos, juntando tudo isso, temos um espaço com identidade, legibilidade e acessibilidade, uma área perfeita para a geografia aplicar seus métodos de investigação. Dentro dessa fundamentação, percebemos que a geografia e o turismo estão em uma via de mão dupla, Boullón (2002) declarou que “o espaço turístico é consequência da presença e distribuição territorial dos atrativos turísticos que, não devemos esquecer, são a matéria-prima do turismo. Este elemento é do patrimônio turístico, mas o empreendimento e infraestrutura turística, são suficientes para definir o espaço turístico de qualquer país.”, logo concluímos que, do mesmo jeito que o turismo afeta de forma positiva nessas pesquisas geográficas, os estudos territoriais também afetam o setor turístico, como afirma o Panosso Netto e Lehomann (2012) que a teoria de Boullón é importante, dado ao seguinte fato de “porque ela se torna uma das bases para o ordenamento dos fluxos turísticos para o estabelecimento das demais ações do setor, uma vez que o planejamento turístico deve iniciar a partir da identificação dos aspectos físicos e geográficos do destino que será desenvolvido.”
	Contudo, sabendo que existe uma grande relação harmoniosa entre o turismo e a geografia, que é através desses estudos territoriais que se organiza o planejamento dos destinos turísticos dentro dos territórios e em conjunto o desenvolvimento sustentável, relação entre produtores e produto a ser ofertado no turismo, ou seja, segundo o Costa e Reubens (2014), falam que os produtores de produtos endógenos e gestores das atividades turísticas, eles usam o recurso das indicações geográficas (as famosas IG’s) com funcionalidade de divulgar os seus produtos e serviços, construção de roteiros e elaboração de produtos turísticos para aumentar a competitividade no mercado, pelo fato de serem produtos diferenciados no mundo globalização. Temos como exemplo dessa correlação, os destinos turísticos: Parque das Aves, Parque Nacional do Iguaçu, Marco das Três Fronteiras, Itaipu Binacional, entre outros destinos, todos eles precisaram de estudos territoriais para que houve todo um projeto de organização e planejamento de sua estrutura, para que a legibilidade, acessibilidade e identidade daquele espaço não se perdesse. Outro exemplo, são as construções humanas, a Ponte da Amizade que interliga Brasil com Paraguay, as próprias empresas de locomoção como aeroportos, rodoviárias, estações de trem, metrô e etc. Todavia, tudo que conhecemos hoje, para que essas coisas pudessem existir no nosso dia a dia, foi devido aos estudos territoriais em conjunto com o turismo.

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