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ESTADO DE SANTA CATARINA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR MANUAL DO PARTICIPANTE Versão 2016-1 CURSO DE DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE Curso de Busca e Resgate Terrestre Apresentação do Curso INTRODUÇÃO OBJETIVOS Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1. Identificar os participantes, os instrutores e o pessoal de apoio do curso; 2. Identificar as expectativas do grupo em relação ao curso; 3. Descrever a finalidade, o método de ensino e a forma de avaliação do curso; 4. Descrever os aspectos de agenda e logística do curso. CBRT- 2016-1 MP - Introdução 1 Curso de Busca e Resgate Terrestre DINÂMICA PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES, INSTRUTORES E PESSOAL DE APOIO IDENTIFICAÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO GRUPO FINALIDADE DO CURSO Proporcionar aos participantes do Curso de Busca e Resgate Terrestre, os conhecimentos necessários para desencadear uma Operação de Busca e Resgate Terrestre (OBRT) e assim localizar, acessar, estabilizar e transportar vítima perdida e/ou lesionada em ambiente terrestre rural. OBJETIVO DE DESEMPENHO DO CURSO Ao final do curso, os participantes distribuídos em equipes, e aplicando os conhecimentos padronizados apreendidos durante a capacitação, serão capazes de: Desempenhar corretamente todas as fases de uma ocorrência de busca e resgate terrestre, com base nas informações repassadas durante o acionamento da equipe, progredindo em terreno rural utilizando carta topográfica, bússola e GPS e/ou outras tecnologias, objetivando localizar, acessar, resgatar e transportar uma ou mais pessoas que se encontrarão perdidas e/ou lesionadas, em local de difícil acesso. MÉTODO DE ENSINO DO CURSO Conforme técnicas de Ensino vigentes na Corporação, será utilizado o método de ensino interativo valorizando a participação, a troca de experiências e o alcance de objetivos preestabelecidos. CBRT- 2016-1 MP - Introdução 2 Curso de Busca e Resgate Terrestre PÚBLICO ALVO Bombeiros Militares. AVALIAÇÃO DOS PARTICIPANTES A avaliação dos participantes será realizada através de: 1) Avaliação de desempenho escrita (objetiva de múltipla questão) realizada ao término das lições teóricas 1 a 3, no tempo máximo de 60 min, compondo a média final dos participantes; 2) Avaliações de desempenho, práticas, de caráter eliminatório (apto ou inapto), após o término das lições 4, 5 e 6; 3) Avaliação final correspondendo aos objetivos de desempenho deste curso, também compondo a média final dos participantes. Observações: Em caso de reprovação do participante (inapto nas lições 4, e/ou 5, e/ou 6), será possibilitado a repetição, em uma única oportunidade, da prova em que foi reprovado. Caso seja aprovado não terá no decorrer do curso nova oportunidade de repetir prova nas avaliações eliminatórias. A execução da prova de recuperação será efetivada logo após a conclusão da avaliação de todos os participantes. A constatação de tentativa ou da efetiva utilização de meios ilícitos nas avaliações, acarretará no desligamento do curso, bem como, na adoção das medidas disciplinares. CONDIÇÕES PARA APROVAÇÃO E CERTIFICAÇÃO Será aprovado o aluno que for considerado apto nas avaliações eliminatórias e que obtenha média mínima 7 nas avaliações de desempenho. Ao participante que obter média mínima 8, a certificação o habilitará a utilizar o brevê de formação no curso e a compor equipes de busca e resgate terrestre. CBRT- 2016-1 MP - Introdução 3 Curso de Busca e Resgate Terrestre FREQUENCIA E PONTUALIDADE É obrigatória a presença e a pontualidade em todas as lições do curso. Espera-se responsabilidade e respeito mútuo de todos os participantes. AVALIAÇÃO DO CURSO PELOS PARTICIPANTES Haverá duas modalidades de avaliações do curso que deverão ser preenchidas pelos participantes. Uma deverá ser preenchida ao final de cada lição e a outra será realizada conjuntamente no final do curso. Esclareça qualquer dúvida de preenchimento com o coordenador ou com quaisquer dos instrutores do curso. É muito importante para o melhoramento futuro do curso que você responda as avaliações de forma criteriosa e atenta! AVALIAÇÃO DO DIA Ao final de cada jornada diária, os participantes participarão de uma dinâmica onde apontarão os aspectos positivos e por melhorar observados durante o dia. ASPECTOS DE ORDEM PRÁTICA É proibido fumar tanto no ambiente de sala de aula quanto nos ambientes externos quando do desenvolvimento das aulas. Somente poderá ser permitido fumar nos horários de intervalos e em locais abertos e amplamente ventilados. Durante as aulas é proibido o uso de telefones celulares e similares, exceto se autorizado pela equipe de instrução. PREGO Servirá para anotar perguntas conflitivas ou dúvidas levantadas pelos participantes, as quais deverão ser esclarecidas tão logo seja possível. CBRT- 2016-1 MP - Introdução 4 Curso de Busca e Resgate Terrestre AGENDA DO CURSO CURSO DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE 3ºBBM 04/07/2016 A 15/07/2016 Segunda-feira (04/07/2016) 07h45min - Abertura do curso 08h00min - Introdução e apresentação do curso 10h00min - Pausa 10h20min - Lição 1 – Conceito e eventos que provocam OBRT; comportamento do perdido 12h20min - Pausa para almoço 14h00min - Lição 1 – Conceito e eventos que provocam OBRT; comportamento do perdido 16h00min - Pausa 16h20min - Lição 2 – Fundamentos da Equipe de Busca e Resgate Terrestre 18h20min - Avaliação do dia Terça-feira (05/07/2016) 08h00min - Lição 2 – Fundamentos da Equipe de Busca e Resgate Terrestre 10h00min - Pausa 10h20min - Lição 3 – Recursos materiais 12h20min - Pausa para almoço 14h00min - Lição 3 – Recursos materiais 16h00min - Pausa 16h20min - Lição 4 – Noções de cartografia e sistema de coordenadas 18h20min - Avaliação do dia Quarta-feira (06/07/2016) 08h00min - Lição 4 – Noções de cartografia e sistema de coordenadas 10h00min - Pausa 10h20min - Lição 4 – Noções de cartografia e sistema de coordenadas 12h20min - Pausa para almoço 14h00min - Avaliação de desempenho (lições 1 a 3) 15h00min - Lição 5 – Bússola, orientação e navegação 16h00min - Pausa 16h20min - Lição 5 – Bússola, orientação e navegação 18h20min - Avaliação do dia CBRT- 2016-1 MP - Introdução 5 Curso de Busca e Resgate Terrestre Quinta-feira (07/07/2016) 08h00min - Avaliação eliminatória nº 1 (coordenadas UTM em carta topográfica) 09h00min - Lição 5 – Bússola, orientação e navegação 10h00min - Pausa 10h20min - Lição 5 – Bússola, orientação e navegação 12h20min - Pausa para almoço 14h00min - Lição 5 – Bússola, orientação e navegação 16h00min - Pausa 16h20min - Lição 6 – Sistema de posicionamento global 18h20min - Avaliação do dia Sexta-feira (08/07/2016) 07h00min - Lição 6 – Sistema de posicionamento global 09h00min - Pausa 09h20min - Lição 6 – Sistema de posicionamento global 11h20min - Avaliação eliminatória nº 2 (navegação com bússola) 12h20min - Pausa para almoço 14h00min - Avaliação eliminatória nº 3 (navegação com GPS) 15h00min - Lição 7 – Novas tecnologias para localização e busca 16h00min - Lição 7 – Pausa 16h20min - Lição 7 – Novas tecnologias para localização e busca 18h20min - Avaliação do dia Segunda-feira (11/07/2016) 08h00min - Lição 7 – Novas tecnologias para localização e busca 10h00min - Pausa 10h20min - Lição 7 – Novas tecnologias para localização e busca 12h20min - Pausa para almoço 14h00min - Lição 8 – Fases e etapas de uma OBRT 16h00min - Pausa 16h20min - Lição 8 – Fases e etapas de uma OBRT 18h20min - Avaliação do dia Terça-feira (12/07/2016) 08h00min - Lição 9 – Noções da utilização de aeronaves 10h00min - Pausa 10h20min - Lição 9 – Noções da utilização de aeronaves 12h20min - Pausa paraalmoço 14h00min - Lição 10 - OBRT com a utilização de cães 16h00min - Pausa 16h20min - Lição 10 - OBRT com a utilização de cães 18h20min - Pausa para jantar CBRT- 2016-1 MP - Introdução 6 Curso de Busca e Resgate Terrestre Quarta-feira (13/07/2016) 08h00min - Exercícios de navegação 12h00min - Intervalo 14h00min – reinício dos exercícios de navegação 18h00min - Encerramento exercícios de navegação 18h00min - Avaliação do dia Quinta-feira (14/07/2016) 07h00min - Exercícios práticos - busca primária (início) 12h00min - Exercícios práticos - busca primária (término) 12h00min - Pausa para almoço 14h00min - Exercícios práticos - busca avançada (início) 24h00min - Exercícios práticos - busca avançada (término) 24h00min - Avaliação do dia Sexta-feira (15/07/2016) 07h00min - Avaliação final – busca avançada (início) 16h00min - Avaliação final - busca avançada (término). 16h00min - Avaliação do curso 18h00min - Encerramento do curso CBRT- 2016-1 MP - Introdução 7 Curso de Busca e Resgate Terrestre AVALIAÇÃO DO CURSO PELOS PARTICIPANTES Local: _________________________________ Data: _____________________ Curso de Busca e Resgate Terrestre Utilizando o formulário abaixo, preencha os espaços com sua impressão sobre o curso realizado. Inicialmente preencha os aspectos relativos ao conteúdo da lição e, em seguida, avalie o instrutor da matéria. Utilize valores desde 10 (excelente) a 1 (péssimo). LIÇÕES Nota BREVE COMENTÁRIOConteúdo Instrutor Introdução e apresentação do curso Conceito, eventos que provocam uma OBRT e comportamento do perdido Fundamentos da equipe de busca e resgate terrestre Recursos Materiais Noções de cartografia e sistema de coordenadas Bússola, orientação e navegação. Controle de distâncias Sistema de posicionamento global (GPS) Novas tecnologias para localização e busca Fases e etapas de uma ocorrência de busca e resgate terrestre Noções da utilização de aeronaves em busca Operações busca e resgate terrestre com a utilização de cães Exercícios de navegação Exercícios práticos finais Avaliação final CBRT- 2016-1 MP - Introdução 8 Curso de Busca e Resgate Terrestre Na sua opinião, qual o melhor momento do curso? Na sua opinião, qual aspecto do curso deveria ser alterado? Avaliação do curso como um todo Agora pedimos que você avalie o curso como um todo. Utilize novamente a mesma escala de valores. ASSUNTO NOTA BREVE COMENTÁRIO 1. Qualidade das instalações 2. Meios auxiliares e equipamentos 3. Instrutores como equipe 4. Alcance dos objetivos do curso Utilize o espaço a seguir para sugestões e comentários adicionais sobre os pontos fortes e os pontos fracos do curso (utilize o verso se o espaço for insuficiente): CBRT- 2016-1 MP - Introdução 9 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR Lista de checagem – Avaliação de busca avançada Equipe: Hora saída: Hora chegada: Sim = 10 pontos; Parcial = 5; Não = 0. ITEM SIM PARCIAL (1) NÃO OBSERVAÇÃO PONTOS 1 – Realizaram o complemento da coleta de informações? 2 – Determinaram corretamente a área de busca? 3 – Delimitaram corretamente os setores da área de busca? 4 – Avaliaram a necessidade de acionamento de recursos adicionais? 5 – Definiram o tipo de busca a ser realizada? 6 – Registraram corretamente em carta topográfica as coordenadas recebidas? 7 – Realizaram a checagem dos materiais a serem utilizados na busca? 8 – Utilizaram durante a busca os EPIs? 9 – Mantiveram dentro do setor estabelecido para a busca? 10 – Utilizaram a bússola adequadamente? 11 – Utilizaram o GPS adequadamente? 12 – Utilizaram corretamente a comunicação-rádio? 13 – Verbalizaram e sonorizaram adequadamente durante a busca? 14 – A equipe não se dispersou durante as buscas, se mantendo sempre no campo de visão um do outro? 15 – Demonstraram atenção durante a busca (observação/coleta de indícios verdadeiros ou descartáveis, observação de todo o ambiente em seu campo de visão (laterais, frente, ré, acima, abaixo)? 16 – Registraram as distâncias percorridas? (1) 02 ou mais observações de parcialidade equivalerão a “Não”; SOMA PONTOS Componentes da equipe: NOTA Avaliador: Curso de Busca e Resgate Terrestre LIÇÃO 1 CONCEITO DE OCORRÊNCIA/OPERAÇÃO DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE EVENTOS QUE PROVOCAM UMA OBRT COMPORTAMENTO DO PERDIDO OBJETIVOS Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1. Conceituar Operação de Busca e Resgate Terrestre; 2. Identificar os principais eventos/situações que provocam o estabelecimento de uma operação de busca e resgate terrestre; 3. Identificar os comportamentos mais comuns das pessoas perdidas. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 1 1 Curso de Busca e Resgate Terrestre 1) CONCEITO DE OPERAÇÃO/OCORRÊNCIA DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE (OBRT) Operações/ocorrências de busca e resgate terrestre são os procedimentos adotados por equipe especializada, com o objetivo de localizar, acessar, estabilizar e transportar pessoa perdida ou desaparecida em ambiente terrestre com características rurais, ou ainda pessoa que em ambiente rural e embora saiba onde se encontra não tenha condições sair de tal local por seus próprios meios. 2) DESENCADEAMENTO DE UMA OCORRÊNCIA DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE Uma ocorrência de busca e resgate terrestre será desencadeada quando: a) se definir que há de fato pessoa(s) perdida(s) num ambiente rural (desorientação); b) existir informações mínimas de probabilidade de que haja pessoa(s) perdida(s) num ambiente rural (desorientação); c) se definir que há de fato pessoa(s) impossibilitada(s) de sair de um ambiente rural por seus próprios meios, embora saiba(m) onde se encontram (não há desorientação); d) existir informações mínimas de probabilidade de que pessoa(s) desaparecida(s) possam encontrar-se num ambiente rural. Assim, é necessário definir pessoa perdida e pessoa desaparecida. PESSOA PERDIDA: Uma pessoa é considerada perdida a partir do momento em que, por descuido, desconhecimento ou um acidente diverso, perde a noção de localização, não sendo capaz de sozinha realizar as manobras que possibilitem seu retorno ao local de origem. Portanto, no caso de pessoa perdida teremos sempre uma situação de desorientação. Pode não se restringir a uma única pessoa, mas ocorrer coletivamente, em grupo. Assim, uma ocorrência de busca e resgate terrestre envolvendo pessoa perdida é aquela em que se tem informações confirmadas ou aproximadas: - Sobre as circunstâncias que levaram a pessoa a se perder; - Sobre o local ou a área em que em pessoa encontra-se perdida. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 1 2 Curso de Busca e Resgate Terrestre Exemplo 1: Casal que subiu o Morro do Cambirela e que não retornou dentro do tempo esperado (informações de probabilidade). Exemplo 2: Casal que subiu o Morro do Cambirela e que não mais encontrou o caminho para a descida, havendo, contudo, informado por celular a situação em que se encontra (confirmação do acontecimento). PESSOA DESAPARECIDA: Uma pessoa é considerada desaparecida quando não se tem informações sobre o seu paradeiro ou então se tais informações são ainda muito superficiais. Esse tipo situação muitas vezes necessita ser investigada, inclusive pelos órgãos policiais, antes que se procedam as buscas, as quais somente serão realizadas quando se levante informações mínimas que possam indicar uma intervenção em ambiente rural. Dessa forma, uma ocorrência de busca e resgate terrestre envolvendo pessoa desaparecidasomente será desencadeada quando: - Existir informações mínimas sobre as circunstâncias do desaparecimento; - Existir informações mínimas sobre o local ou a área rural em que a pessoa possa encontrar-se. Exemplo 1 (indicando o desencadeamento de busca terrestre): Pessoa que sumiu após deixar o trabalho, conduzindo seu veículo Gol azul escuro e que desde então não mais foi vista e nem manteve contato. Veículo não foi mais localizado. Investigação da Polícia Civil levantou informações de que uma terceira pessoa teria sido vista entrando num veículo Gol de características semelhantes. Mais tarde, mas já a noite, um veículo com as mesmas características teria sido avistado por testemunha, saindo de um acesso que leva para uma grande área de reflorestamento nas proximidades da cidade em que ocorreu o desaparecimento. Segundo a testemunha, o local só é acessado pelas pessoas que trabalham naquela área e que no veículo Gol não faz parte dos veículos que transitam rotineiramente por aquele local. Nesse caso é viável desencadear busca terrestre na área em que há suspeita levantada. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 1 3 Curso de Busca e Resgate Terrestre Exemplo 2 (indicando o não desencadeamento de busca terrestre): Adolescente feminina que sumiu de sua residência, não sendo encontrada em local algum. Não manteve mais contato com a família. O celular também desapareceu, mas não foi mais utilizado. Há informações de que pessoa com características semelhantes teria sido vista pedindo carona numa rodovia federal em município vizinho. Nesse caso não há motivação para se iniciar busca terrestre, pois simplesmente não há onde se procurar. Trata-se, portanto, de trabalho da alçada policial. Exemplo 3 (indicando o desencadeamento de busca terrestre): Masculino maior residente em área rural sumiu de sua residência. Familiares não viram o momento exato de sua saída da residência. Já o procuraram nos arredores. Não foi visto na comunidade mais próxima onde costumava ir com frequência e nem em qualquer outro local. Embora as informações disponíveis sejam superficiais, há indicação para iniciar busca terrestre nas proximidades de seu local de moradia, bem como, nas adjacências da estrada que leva até a comunidade que costumava ir. 3) EVENTOS QUE PROVOCAM UMA OBRT SITUAÇÕES MAIS COMUNS QUE RESULTAM EM PESSOAS PERDIDAS/DESAPARECIDAS Ecoturismo e passeios em matas Esportes (trilhas ou trekking, pescarias, canoagem, raftings, rapel, caçadas, etc) Acidentes com aeronaves ou equipamentos similares Doentes mentais/depressivos/adolescentes Vítimas de crime Trabalho em área rural 4) COMPORTAMENTO DO PERDIDO/DESAPARECIDO O comportamento dos perdidos em linhas gerais dependerá das seguintes condições: ✔ Das situações descritas nos itens 2 e 3; ✔ Do grau de conhecimento do terreno e da experiência das pessoas envolvidas; ✔ Da quantidade de pessoas envolvidas; CBRT- 2016-1 - MP – Lição 1 4 Curso de Busca e Resgate Terrestre ✔ Da Idade, sexo e resistência física; ✔ Do estado de saúde ; ✔ Do tempo em que está perdido; ✔ Das condições psicológicas; ✔ Da disponibilidade de abrigo, roupas e alimentação; ✔ Das condições meteorológicas; ✔ Da “disposição” em ser encontrado ou não. Assim, são possíveis e esperadas as seguintes condições: a) Pessoas sem experiência: São representadas geralmente por ecoturistas e pessoas sem qualquer preparação específica em transito na mata. ✔ Em geral possuem pouca ou nenhuma experiência e não saberão como agir corretamente; ✔ Não conhecem a região; ✔ Não carregam alimentos suficientes; ✔ Não estão vestidos adequadamente; ✔ Poderão não possuir ou não saber encontrar abrigo adequado; ✔ Em geral não possuem preparo e resistência física; ✔ Manifestação de descontrole emocional e desmotivação prematura; ✔ Tendência a desentendimentos, chegando até mesmo a uma divisão, se em grupo; ✔ Em geral estarão em trilhas principais ou em áreas adjacentes; ✔ Eventualmente podem portar equipamentos de orientação (GPS, bússola) e até mesmo cartas, porém poderão não saber como usá-los corretamente. b) Pessoas com experiência: ✔ Em geral saberão como agir corretamente; ✔ Podem conhecer a região ou não. Se conhecem a região, a possibilidade de ter ocorrido um acidente será muito grande. Se não conhecem a região, ainda assim, é muito provável que tenha ocorrido um acidente; ✔ Em geral carregam alimentos suficientes; ✔ Estão vestidos adequadamente; ✔ Em geral possuem bom preparo e resistência física; ✔ Mantém o controle emocional e a motivação por mais tempo; ✔ Se em grupo, a tendência é não ocorrer desentendimentos, podendo haver uma divisão do grupo, a fim de buscar socorro; ✔ Procuram caminho de volta por trilhas seguras; ✔ Procuram deixar marcas e sinais e poderão margear cursos d`água; ✔ Possuirão ou saberão encontrar abrigo adequado; ✔ Acenderão fogueiras à noite. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 1 5 Curso de Busca e Resgate Terrestre c) Quantidade de pessoas envolvidas: ✔ As chances de sobrevivência e de ser encontrado serão maiores se os perdidos encontram-se em grupo. d) Homens: ✔ Em geral suportam caminhadas mais longas; ✔ Costumam percorrer as trilhas principais até o fim, passando a seguir para outra trilha principal ou secundária; ✔ Procurará água e outros alimentos naturais e tentará se abrigar das intempéries. e) Mulheres e crianças: ✔ O medo e o desespero podem levar a um prematuro desgaste físico e psicológico; ✔ Costumam percorrer somente as trilhas principais e desistem antes do fim; ✔ Podem simplesmente andar, não buscando ou adotando medidas ativas de preservação e de facilitação às equipes de busca, ou então procuram lugares em que se sintam seguras e aguardam a chegada de socorro; ✔ Em geral não possuem preparo para tais tipos de situação. f) Idade e estado de saúde: ✔ Crianças e idosos possuem por suas características (físicas e fisiológicas) menores chances de sobrevivência. O mesmo ocorre com pessoas feridas ou doentes. ✔ O estresse contribui diretamente para a redução da imunidade. Lesões decorrentes do contato com o meio podem facilitar o surgimento de infecções e doenças oportunistas. g) Do tempo em que se está perdido: ✔ As chances de sobrevivência diminuem à medida que o tempo em que se está perdido aumenta, especialmente se está ferido ou doente. h) Condições Meteorológicas: ✔ As possibilidades de sobrevivência também dependerão das condições meteorológicas. Tempo muito quente e ensolarado poderá representar desidratação e insolação. Por sua vez, tempo muito frio, poderá causar hipotermia, congelamento e necrose de extremidades. i) Da “disposição” em não ser encontrado: ✔ Situação geralmente representada por foragidos, doentes mentais, pessoas depressivas e adolescentes. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 1 6 Curso de Busca e Resgate Terrestre Foragidos: ✔ Situação em que as equipes de busca e resgate poderão excepcionalmente vir a atuar, em geral somente em apoio ou em acompanhamento às forças policiais. Doentes mentais: ✔ Normalmente agem de forma ilógica, ora como criança, ora como foragido, ora como animal; ✔ Em geral possuem bom preparo e boa resistência física; ✔ Desaparecem sozinhos; ✔ Estarão vestidos inadequadamente, sem alimentos e sem abrigo; ✔ Poderão tanto fugir como atacar a equipe de busca e resgate; j) Paraquedistas, pilotos de asa delta, paragliders, e similares: ✔ Em geral o aparelho é avistado primeiro, sendo que os ocupantes, se feridos, tendem a estar junto ao mesmo ou nas proximidades; ✔ Normalmente se enquadram na situação de “pessoa com experiência”; ✔ Alta probabilidade de estar ferido; ✔ Poderão estar “pendurados” em árvores ou em rochas; ✔ Maior possibilidade deestar em local de acesso muito difícil. k) Aeronaves: ✔ Da mesma forma anterior, normalmente o aparelho é avistado primeiro, sendo que os ocupantes, se feridos, tendem a estar junto ao mesmo ou nas proximidades, contudo, conforme a natureza do acidente as vítimas poderão estar espalhadas por muitos quilômetros; ✔ Implica em busca em grandes áreas; ✔ Maiores possibilidades de estar em local de acesso muito difícil, como topo de montanhas. ✔ Poderá variar de poucas vítimas a centenas, com altíssima probabilidade de haver mortos e feridos; ✔ Grande repercussão e consequente possibilidade de novas pessoas se perderem ou se acidentarem (curiosos, “voluntários”, familiares, imprensa, etc) CBRT- 2016-1 - MP – Lição 1 7 Curso de Busca e Resgate Terrestre LIÇÃO 2 FUNDAMENTOS DA EQUIPE DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE OBJETIVOS Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1. Identificar os objetivos da formação de equipes de busca e resgate terrestre; 2. Enumerar os componentes de uma equipe de busca e resgate terrestre; 3. Identificar os conhecimentos prévios e as habilidades dos componentes de uma equipe de busca e resgate terrestre; 4. Identificar as atribuições de cada componente de uma equipe de busca e resgate terrestre; 5. Citar as responsabilidades dos componentes de uma equipe de busca e resgate terrestre. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 2 1 Curso de Busca e Resgate Terrestre FUNDAMENTOS DA EQUIPE DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE 1) OBJETIVOS DA FORMAÇÃO DE EQUIPES DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE A formação de equipes específicas para a atuação em ocorrências de busca e resgate terrestre, se justifica pelos seguintes motivos e possui os seguintes objetivos: ✔ As ocorrências de tal natureza não são ocorrências rotineiras de forma que possibilite que o efetivo mantenha-se “treinado” e se aprimore por “experiência”, ou seja, pela simples repetição dos atendimentos, como ocorre, por exemplo, na maioria das ocorrências de atendimento pré-hospitalar. Contudo, o fato de ser um tipo de ocorrência que não ocorre todo dia, não exime o Corpo de Bombeiros de manter pessoal preparado e capacitado para o atendimento. ✔ As características de uma operação de busca e resgate terrestre demandam a existência de um grupo especifico, preparado e capacitado no assunto, cujos componentes estejam previamente definidos e que saibam atuar em conjunto. Não se trata do tipo de ocorrência em que, recebido o aviso, possa se arrebanhar alguns bombeiros escolhidos ao acaso ou por conveniência e despachá-los para o atendimento. ✔ A existência de uma equipe específica ameniza os problemas de organização e os conflitos de comando (pluralidade) e de competências (quem irá fazer o que), bastante comuns em ocorrências não rotineiras, visto a preparação prévia específica e o treinamento que a equipe disporá. ✔ Em operações de maior envergadura ou duração, a atuação por equipes específicas facilita e otimiza o trabalho em conjunto com outras equipes também específicas, de outras unidades do próprio Corpo de Bombeiros Militar ou de outros órgãos, em razão da formação afim e do treinamento idêntico ou similar. O mesmo se aplica aos casos em que sejam necessárias eventuais substituições de equipes ou de integrante de equipe durante uma operação de busca e resgate terrestre. ✔ Manter-se-á sempre o estado de preparação, inclusive de equipamentos e materiais, visto que haverá uma definição de quem são os principais responsáveis pelo atendimento de tais ocorrências. A adoção de uma ou mais equipes de busca e resgate terrestre formalmente capacitadas numa unidade, não significa que os demais bombeiros devam ser ignorados quanto aos conhecimentos, treinamentos e aperfeiçoamentos necessários para as ocorrências do tipo. Na verdade espera-se que a própria equipe seja a disseminadora do conhecimento a seus demais colegas. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 2 2 Curso de Busca e Resgate Terrestre 2) COMPOSIÇÃO DE UMA EQUIPE DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE Uma equipe de busca e resgate terrestre será formada por 4 membros, com a seguinte composição, cujas qualificações prévias e atribuições serão apresentadas posteriormente: ✔ Navegador; ✔ Resgatista 1 (R-1); ✔ Resgatista 2 (R-2); ✔ Logística. A função de comando da equipe recairá sobre o componente mais graduado ou mais antigo. Ocorrências de maior vulto ou com mais de uma equipe de busca atuando simultaneamente, demandarão a atuação de um comandante de operação específico, preferencialmente um Oficial, o qual, evidentemente, deverá estar qualificado e capacitado para a função. Como ferramenta de apoio, a equipe poderá contar com o serviço de busca com cães, não sendo porém essa uma atribuição propriamente da equipe de busca. O cinotécnico não é um componente da equipe de busca e resgate terrestre, mas sim, um complemento. 3) CONHECIMENTOS GERAIS DOS COMPONENTES DE UMA EQUIPE DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE Para que uma equipe esteja efetivamente bem capacitada para o atendimento de ocorrências de busca e resgate terrestre, necessário é que seus componentes conheçam dos seguintes assuntos: ✔ SCO (em especial em operações de maior envergadura). ✔ Relevo; ✔ Vegetação; ✔ Cartografia; ✔ Orientação; ✔ Navegação; ✔ Vestígios, sinais e indícios. ✔ Ações em ambientes elevados (em desnível); ✔ Transposição, deslocamento e resgates em ambientes secos de difícil acesso; ✔ Transposição, deslocamento e resgates em ambientes aquáticos. ✔ Atendimento pré-hospitalar; CBRT- 2016-1 - MP – Lição 2 3 Curso de Busca e Resgate Terrestre ✔ Manipulação e transporte de vítimas; ✔ Animais peçonhentos. ✔ Recursos materiais específicos; ✔ Gerenciamento de recursos materiais; ✔ Radiocomunicação. ✔ Sobrevivência em meio rural; ✔ Utilização de meios de fortuna; ✔ Noções da ação de aeronaves em operações de busca e resgate terrestre; ✔ Noções da ação de cães em operações de busca e resgate terrestre. Após a conclusão do curso cada componente adotará uma função específica na equipe. Entretanto todos devem desempenhar as funções realizadas pelos demais membros da equipe, até mesmo por que poderá assumir ou agregar uma outra função. 4) ATRIBUIÇÕES DE UMA EQUIPE DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE A seguir serão apresentadas as principais atribuições de cada membro da equipe. a) Comandante da equipe: Função absorvida pelo bombeiro mais graduado ou mais antigo da equipe, sendo responsável pelas as ações de comando, devendo entre outras atribuições: ✔ Liderar a equipe; ✔ Manter a equipe e seus materiais e equipamentos em sempre em condições de ser rapidamente reunida e deslocada para o teatro da operação; ✔ Estabelecer o comando (com todas as providências inerentes); ✔ Centralizar a coleta e o processamento das informações acerca da ocorrência, preenchendo o formulário de busca; ✔ Elaborar o plano de busca; ✔ Coordenar as ações específicas para a localização, o acesso, a estabilização e o transporte da vítima; ✔ Registrar as zonas delimitadas cuja busca já tenha sido efetuada; ✔ Decidir, conjuntamente com o comandante da operação caso não seja o próprio, ou com o comando da OBM da área, sobre a suspensão da operação. ✔ Manter ligação com o comando das aeronaves que também estejam atuando na operação; ✔ Manter ligação com o comando da equipe de busca canina que também esteja atuando na operação, caso a equipe não disponha de apoio canino próprio; ✔ Decidir, ouvido a sua equipe, pela necessidade de solicitar recursos adicionais. ✔ Será o responsável geral pela segurança da equipe; ✔ Coordenar as ações de desmobilização; ✔ Efetuar o encerramento da ocorrência/operação; CBRT- 2016-1 - MP – Lição 2 4Curso de Busca e Resgate Terrestre b) Navegador: Será o membro da equipe diretamente responsável pelas ações e providências relacionadas com a navegação e a busca, sendo dentre elas: ✔ Operar os equipamentos de orientação e navegação (bússola, GPS, etc); ✔ Definir e acompanhar o trajeto da equipe pelo terreno; ✔ Analisar, interpretar e registrar vestígios e sinais; ✔ Manter sempre em condições de uso os equipamentos e materiais inerentes à sua função, bem como transportá-los; ✔ Este membro da equipe, portanto, agrega as funções de homem-bússola e de homem-carta. c) Resgatistas 1 e 2: ✔ Serão os membros da equipe diretamente responsáveis pelas ações e providências relacionadas com o resgate propriamente dito, ou seja, do acesso da equipe até a vítima, do atendimento pré-hospitalar e da retirada da mesma até local seguro e de fácil acesso; ✔ Serão responsáveis também pelos deslocamentos da equipe nos locais de difícil acesso ou em meios aquáticos; ✔ Manterão sempre em condições de uso os equipamentos e materiais inerentes às suas funções, bem como transportá-los; ✔ Exercerão as funções de homem-ponto e homem-passo. d) Logística: ✔ Será o responsável pela comunicação da equipe e com a equipe. ✔ Será o responsável pelo suprimento de alimentação e de água para a equipe. ✔ Será o responsável por manter sempre em condições de uso os suprimentos, equipamentos e materiais de uso coletivo e não específicos aos demais membros, como por exemplo, a viatura e os meios de acampamento. ✔ Será, acima de tudo, o responsável pela coordenação de todos os meios e recursos materiais da equipe. Prepará-los, separá-los, acondicioná-los e providenciar o transporte dos suprimentos e equipamentos, através de lista de controle e checagem, em plena cooperação com os demais membros. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 2 5 A lista de controle e checagem é fundamental, a fim de evitar o esquecimento de algum item, bem como, de conferi-los na desmobilização. Curso de Busca e Resgate Terrestre 5) RESPONSABILIDADES DOS COMPONENTES DE UMA EQUIPE DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE Além das já definidas no item das atribuições, são responsabilidades dos componentes de uma equipe de busca e resgate terrestre: ✔ Conhecer e utilizar os equipamentos de proteção individual e coletiva; ✔ Conhecer e empregar as medidas de segurança individual e coletiva (inclusive as relativas a prevenção a incêndio florestal); ✔ Estar devidamente condicionado fisicamente; ✔ Realizar periodicamente treinamentos e simulados; ✔ Buscar o aprimoramento técnico; ✔ Manter-se sempre em condições de ser encontrado, a fim da realização da fase de acionamento da equipe; ✔ Deslocar-se imediatamente ao quartel quando acionado. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 2 6 Curso de Busca e Resgate Terrestre LIÇÃO 3 RECURSOS MATERIAIS OBJETIVOS Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1. Conhecer os recursos materiais disponíveis às equipes de busca e resgate terrestre; 2. Relacionar os recursos materiais mínimos para uma operação de busca e resgate terrestre. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 3 1 Curso de Busca e Resgate Terrestre RECURSOS MATERIAIS UTILIZADOS EM OPERAÇÕES DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE Diversos suprimentos, materiais e equipamentos serão necessários para o desenvolvimento de uma operação por uma equipe de busca e resgate terrestre, sendo que nesta lição relacionamos alguns dos mais comuns e importantes. Facão Ferramenta de corte imprescindível para Operações de Busca e Resgate Terrestre. O Ideal é a utilização de um facão que tenha um tamanho que possibilite a realização de cortes necessários, mas que não se torne um empecilho no seu transporte pela Equipe de Busca e Resgate. Faca Ferramenta muito utilizada para pequenos cortes, sempre deve estar a mão do Bombeiro para seu pronto emprego. Lanterna Equipamento de iluminação muito necessário para os trabalhos de Busca e Resgate Terrestre. O ideal é portar lanternas a prova d’água e que possuam um bom foco de iluminação. Sempre lembrar de portar pilhas reservas. A equipe deve dispor de pelo menos uma lanterna de grande alcance. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 3 2 http://shopping.terra.com.br/zion/product.asp?dept%5Fid=1003&pf%5Fid=wz%5Fkitlat&tpceid=JVPHFBMLV1MM9KP3FHVD4FVM6MFQ3QM2 Curso de Busca e Resgate Terrestre Barraca Destinada a proteção do durante o descanso, devendo ser a mais prática possível, de maneira a proporcionar o espaço necessário para a proteção completa do Bombeiro e, ao mesmo tempo, ocupar o mínimo espaço para seu transporte. Para este tipo de operação a barraca mais recomendada é a do tipo iglu. Saco de Dormir Para Operações mais prolongadas, este tipo de equipamento se faz necessário, pois a proteção térmica é importante para o Bombeiro durante as Operações. Entretanto cabe salientar que este tipo de material, quando utilizado, poderá ocupar um espaço considerável no seu transporte até a base. Comunicação (rádio ou celular) Equipamento de vital importância para o sucesso de uma Operação de Busca e Resgate Terrestre. Através de sua utilização é possível informar e ser informado do andamento das Buscas, bem como, acionar caso necessário, os recursos adicionais existentes a disposição. A bateria deste tipo de equipamento tem duração variável, o que requer sempre o porte de uma bateria extra pelo bombeiro. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 3 3 http://contaclick.webtraffic.com.br/contaclick.php?key=american_camper&posicao=56&url=http://www.mercadolivre.com.br/jm/pms?site=278887%5Eid=2021%5Eas_opt=/jm/item?site=MLB$$id=20943772 javascript:zoomImg() javascript:zoomImg() javascript:zoomImg() Curso de Busca e Resgate Terrestre A experiência tem mostrado que as dificuldades de comunicação tem sido o fator que mais prejudica as operações de busca e resgate terrestre, de forma que defende-se a utilização de repetidoras móveis e mais ainda comunicação por meio de telefone via satélite. Botas Este equipamento deve ser o mais confortável e resistente possível. Para o tipo de Operação a ser desempenhada as botas mais indicadas são aquelas utilizadas em montanhismo ou atividades similares. Na falta de uma bota adequada, é importante a utilização de perneiras, tanto para a proteção contra ofídios quanto para a proteção contra lesões. Luvas Destinam-se tanto as operações de resgate propriamente ditas, quanto à proteção das mãos durante os deslocamentos (lembrar que determinados tipos de vegetação podem causar perfurações e cortes profundos nas mãos). Capacetes Destina-se a proteção da cabeça contra quedas de nível ou choques da cabeça contra obstáculos ou destes com a cabeça. Deve ser um capacete leve, podendo ser o mesmo que se utiliza em resgates em altura. Óculos de proteção Destina-se a proteção dos olhos, principalmente, nos deslocamentos em áreas de mata fechada, com risco de lesão provocada por choques com galhos, espinhos ou folhas nos olhos. Deve ser leve e anatômico. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 3 4 Curso de Busca e Resgate Terrestre Cantil Para o transporte individual de água potável. A água pode também ser transportada em bolsas inseridas em mochilas específicas conhecidos como “camel back”. Mochila Deverá ser resistente, leve, impermeável e que comporte boa quantidade de materiais sem ser excessivamente grande de forma que acabe se tornando muito pesada. O ideal para operações de busca e resgate terrestre são mochilas de pelo menos 50 litros de capacidade. Bússola A bússola é um instrumentodestinado à medida de ângulos horizontais tendo como referencial o norte magnético (Azimute). Baseia-se no magnetismo natural do planeta, possuindo uma agulha imantada que tem a propriedade de possuir sempre uma de suas extremidades apontando para o norte magnético da terra. GPS Moderno equipamento que vem conquistando um importante espaço junto às equipes de Busca e Resgate, pois permite uma localização exata do ponto onde se está, ou do ponto onde se pretende acessar para a localização das vítimas. A orientação pelo GPS dependerá da potência do sinal recebido dos satélites. Dependendo da memória equipamento utilizado, o mesmo pode registrar até 300 (trezentas) coordenadas, o que permite a montagem de uma rota pelo próprio equipamento que garante o retorno até o ponto inicial. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 3 5 Curso de Busca e Resgate Terrestre Carta topográfica Carta topográfica é a representação, em escala, a partir de fotografias aéreas do terreno sobre um plano, localizando todos os acidentes naturais e artificiais da superfície terrestre de forma mensurável, mostrando suas posições horizontais e verticais. Roupas O Bombeiro sempre dever assegurar sua proteção frente às adversidades que possa ocorrer neste tipo de operação. Roupas resistentes e confortáveis são as mais indicadas para a utilização. Lembrete: “O excesso ou a Falta podem ocasionar problemas...”. Equipamento de salvamento em altura Este tipo de operação por suas características, principalmente, no que diz respeito ao acesso a vítima, normalmente requer o emprego de equipamentos de salvamento em Altura. Podemos citar como equipamentos do gênero: Cabo da vida, cabo de 50m, cabo de 100m, aparelho oito, mosquetão, cadeiras de resgate, ascensores, aparelhos morcegos, polias, macas de ribanceira, etc. Além destes materiais e equipamentos acima descritos ainda podemos citar: ✔ Capas de Chuva ✔ Sinalizadores ✔ Fósforo ou isqueiro ✔ Fogareiro ✔ Apito ✔ Megafone ✔ Material de APH ✔ Maca CBRT- 2016-1 - MP – Lição 3 6 http://www.trilhaecia.com.br/mapas/riobonito.jpg Curso de Busca e Resgate Terrestre ✔ Colete de cor chamativa ✔ Repelente ✔ Protetor solar ✔ Binóculo de longo alcance. ✔ Alimentação – Ração pronta individual Veículos utilizados em operações de busca e resgate terrestre Pela rusticidade natural que o serviço irá ser desenvolvido, os veículos recomendados para utilização, neste tipo de operação, são os veículos do tipo “pick up”, cabine dupla, com snorkel, tração nas 4 rodas, guincho elétrico e que garanta o acesso da Equipe de Resgate até pontos onde veículos convencionais não acessem. Se possível a viatura deverá dispor ainda de reservatório de água potável, gerador de energia elétrica, fogões de campanha, camas de campanha. De importância vital é a utilização de uma lista de checagem de materiais, equipamentos e suprimentos (modelo anexo), quando do atendimento de ocorrência de busca e resgate terrestre, a fim de evitar esquecer materiais necessários, bem como, conferi-los quando da desmobilização da ocorrência. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 3 7 SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA COORDENADORIA DE BUSCA TERRESTRE LISTA DE CHECAGEM DE MATERIAIS PARA BUSCA E RESGATE TERRESTRE DESTINAÇÃO (1) (1) Descrever para qual atividade o material está sendo retirado/solicitado. RETIRADA RETORNO DEVOLUÇÃO Observação Material Qtd Data Qtd Data Capacete Óculos Luva (par) Bota de cano longo Perneiras Capa de chuva Protetor solar Repelente Barraca Saco de dormir Isolante térmico Colchonete auto-inflável Lona Mochila Cantil Camel back Clorin Marmiteira de campanha Mini-fogareiro Isqueiro Faca Facão Ração fria Bússola GPS Bateria/pilha reserva GPS RETIRADA RETORNO DEVOLUÇÃO Observação Material Qtd Data Qtd Data Lanterna Bateria/pilha reserva lanterna Rádio HT Bateria reserva rádio Gerador Apito Maca de ribanceira Mosquetão Oito Cabo solteiro Cabo salvamento 50 m Cabo salvamento 100 m Polia Ascensor Cadeirinha Maca rígida completa Kit 1ºs socorros Carta topográfica Caneta Lápis/lapiseira Compasso Escalímetro Caneta tipo retroprojetor Sachê álcool gel Barbante Bloco para anotações Formulário de entrevista Roupa/calçado/fardamento reserva Material de higiene Papel higiênico Toalha superabsorvente Sinalizador Saco estanque RETIRADA RETORNO DEVOLUÇÃO Observação Material Qtd Data Qtd Data RESPONSÁVEL PELA RETIRADA CONFERÊNCIA DEVOLUÇÃO Nome: Mtcl: Assinatura: Nome: Mtcl: Assinatura: Curso de Busca e Resgate Terrestre LIÇÃO 4 NOÇÕES DE CARTOGRAFIA E SISTEMAS DE COORDENADAS OBJETIVOS Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1) Efetuar leituras de distâncias numa carta topográfica utilizando escala numérica e escala gráfica; 2) Identificar as três variações de norte utilizados no trabalho com carta topográfica; 3) Determinar a altitude real ou aproximada de um ponto qualquer de uma carta topográfica; 4) Identificar visualmente numa carta topográfica pontos de maior e de menor declividade; 5) Localizar numa carta topográfica pontos referentes às coordenadas planimétricas previamente fornecidas; 6) Determinar as coordenadas planimétricas de pontos quaisquer de uma carta topográfica. Imagem “The World (1772)” – Disponível em <http://www.flickr.com/photos/13964815@N00/page10/> Acesso em 19 Out 2011. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 1 http://www.flickr.com/photos/13964815@N00/page10/ Curso de Busca e Resgate Terrestre NOÇÕES DE CARTOGRAFIA INTRODUÇÃO1 O vocábulo CARTOGRAFIA se traduz, etimologicamente, como descrição de cartas, e foi introduzido em 1839, pelo segundo Visconde de Santarém - Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo Leitão, (1791 - 1856). A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas, ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, bem como, a sua utilização”. (Associação Cartográfica Internacional - 1996 ) Dentre os diversos tipos de representações cartográficas citamos os mapas e as cartas topográficas como as mais importantes na atividade de busca terrestre, sendo que podemos definir: 1) MAPA: Mapa é a representação sobre um plano, em escala, de parcelas da superfície terrestre ou de toda ela, mostrando as posições horizontais dos principais componentes naturais da superfície abrangida e as divisões político- administrativas. 2) CARTA TOPOGRÁFICA: Carta topográfica é a representação, em escala, a partir de fotografias aéreas, ou outros recursos, de parcelas menores de um terreno sobre um plano, localizando em detalhes e de forma mensurável, os acidentes naturais e artificiais da superfície terrestre, mostrando suas posições horizontais e verticais. 1 O texto realçado tem caráter meramente informativo. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 2 Curso de Busca e Resgate Terrestre 2.1) ESCALAS É uma relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no papel e a sua medida real, sendo representada de duas formas: 2.1.1) Escala Numérica: É a representação em forma de fração: E = d/D, onde: E = Escala d = medida na carta D = Medida no terreno Com base nas informações disponíveis chegar-se-á a escala utilizada. Exemplos: Determinada distância na carta é de 4 cm e no terreno a mediçãodo mesmo trecho foi de 100.000 cm: E = d/D E = 4cm/100.000cm E = 1cm/25.000cm ou simplesmente, E = 1/25.000 ou ainda E = 1:25.000 Determinada distância na carta é de 5 cm e no terreno a medição do mesmo trecho foi de 5 Km: Antes de tudo é necessário trabalharmos com apenas uma unidade, sendo que devemos transformar 5 km em centímetros. DICA : Para facilitar podemos utilizar a tabela de conversão de medidas, a qual visa transformar de maneira correta medidas de quilometro à milímetro, sendo ela: km hm dam m dm cm mm No exemplo acima se faz necessário transformar 5Km e centímetros, utilizando a tabela teremos: km hm dam m dm cm mm 5 0 0 0 0 0 CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 3 Curso de Busca e Resgate Terrestre Portanto teremos que 5 km corresponde a 500.000 cm e podemos voltar a nossa fórmula de escala: E = d/D E = 5cm/500.000cm E = 1cm/100.000cm ou simplesmente, E = 1/100.000 ou ainda E = 1:100.000 Uma escala de 1:25.000 significa que cada 1 cm na carta corresponde a 25.000 cm no terreno (ou 250m). Uma escala de 1:50.000 significa que 1 cm na carta corresponde a 50.000 cm no terreno (ou 500m). Uma escala de 1:100.000 significa que 1 cm na carta corresponde a 100.000 cm no terreno (ou 1000m). 2.1.2) Escala Gráfica: É a representação gráfica de várias distâncias no terreno sobre uma linha reta graduada. Este tipo de representação possuí um segmento à direita da referencia zero, a que se denomina de escala primária, e um outro segmento à esquerda do zero, chamado de escala de fracionamento, subdividida em sub-múltiplos da unidade escolhida. Como utilizar a escala gráfica (conforme explicações em sala de aula): 1° - Toma-se na carta a distância que se pretende medir (usar preferencialmente um compasso, ou uma régua); 2° - Transporta-se a distância medida para a escala gráfica; 3° - Lê-se o resultado. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 4 Curso de Busca e Resgate Terrestre Embora não se tenha o costume de utilizar a escala gráfica, ela é muito útil, visto que permite uma leitura mais direta (sem necessidade de muito cálculo) e sem a necessidade de outros meios de leitura, visto que até mesmo com um barbante é possível obtermos as distâncias que desejamos saber. O processo do barbante e escala gráfica, também facilita a leitura de distâncias de trechos sinuosos (como rios e estradas, por exemplo). Outra grande vantagem da escala gráfica é que permite a utilização da carta mesmo que ela tenha sido fotocopiada ou impressa em tamanhos maiores ou menores que o original. As cartas topográficas apresentam tanto a escala numérica quanto a escala gráfica. Vale salientar que quanto menor for o número denominador da fração maior será a escala, assim uma escala de 1:25.000 é maior que uma escala de 1:100.000. Quanto maior for a escala mais detalhes serão apresentados na carta topográfica, porém menor será a área abrangida pela carta. As aplicações das cartas topográficas variam de acordo com sua escala. As cartas topográficas utilizadas por equipes de busca e resgate, preferencialmente devem ser as de 1:10000, 1:25000 e 1:50000. Quanto maior a escala maior será a precisão, de forma que a carta topográfica de 1:10000 seria a ideal. Contudo, tais tipos de cartas são muito difíceis de se obter, sendo que as que mais facilmente se obtém são as de 1:100000. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 5 Curso de Busca e Resgate Terrestre 3) TIPOS DE NORTE A definição de “norte” como referencial, nos leva, inicialmente, a recapitulação dos pontos cardeais, pontos colaterais e pontos subcolaterais, indicados na “rosa dos ventos”: Imagem “Rosa dos Ventos” – Disponível em <http://www.marcospaiva.com.br/localizacao.htm> Acesso em 19 Out 2011. Representações dos pontos cardeais com as direções dadas em inglês, será: N (North), S (South), E (East) e W (West. Consideramos 3 diferentes tipos de “norte” para a utilização das cartas topográficas, sendo eles o norte verdadeiro ou geográfico, o norte magnético e o norte da quadrícula ou cartográfico. Norte verdadeiro ou geográfico: É aquele que se refere ao norte geográfico (direção do polo norte). Do local onde estamos traçando-se uma linha imaginária (meridiano local) até o polo norte obteremos uma direção para o norte geográfico da terra. Numa carta topográfica é representado somente pelas linhas verticais das bordas. Norte magnético: É aquele que é indicado pela força do campo magnético terrestre. O norte magnético é aquele que é apontado por uma bússola, não coincidindo com o norte geográfico, apontando para o polo magnético da terra. Norte da quadrícula ou cartográfico: É aquele que se refere ao norte cartográfico, sendo obtido pela direção das linhas verticais das quadrículas de uma carta topográfica. Uma carta topográfica é dotada de diversas linhas verticais e horizontais, cujo cruzamento forma uma quadrícula denominada de quadrícula UTM, de grande auxílio para determinar posições, distâncias e azimutes. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 6 Curso de Busca e Resgate Terrestre Esses três tipos de norte, numa carta topográfica estão graficamente demonstrados através do chamado diagrama de orientação ou do popular “pé- de-galinha”. O norte magnético é identificado pela sigla NM e/ou por uma linha com seta; O norte geográfico é identificado pela sigla NG e/ou por uma linha com uma estrela (representa a estrela polar); E o norte da quadrícula é identificado pela sigla NQ e/ou uma linha simples. 4) CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS: a) Informações gerais: Identificação alfanumérica da folha2: Para cartas de até 1:25.000 se compõem de Letra1+letra2+Numero1+Letra3+Letra4+Numero romano+Número2+Sigla, sendo que (exemplo): FOLHA SG-22-Z-D-V-4 Letra 1: Será N ou S, indicando se a carta é de região ao sul ou ao norte do Equador. S... Letra 2: Indica um intervalo de 4° de latitude a norte ou a sul do Equador, a cada letra, iniciando-se no A. ..G.. Número1: Indica o fuso horário que contem a folha. ...22... Letra 3: Será V, X, Y ou Z, sendo as subdivisões de uma carta de 1:1.000.000 em 04 cartas de 1:500.000. A Carta V é a do canto superior esquerdo e a seqüência obedece ao sentido horário. ...Z... Letra 4: Será A, B, C ou D, sendo agora as subdivisões de uma carta de 1:500.000 em 04 cartas de 1:250.000. A Carta A é a do canto superior esquerdo e a seqüência obedece ao sentido horário. ...D... 2 O texto realçado tem caráter meramente informativo. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 7 Curso de Busca e Resgate Terrestre Número romano: Será I, II, III, IV, V ou VI, sendo agora as subdivisões de uma carta de 1:250.000 em 06 cartas de 1:100.000. A Carta I é a do canto superior esquerdo e a sequência obedece ao sentido horário. ...V... Número 2: Será 1, 2, 3 ou 4, sendo agora as subdivisões de uma carta de 1:100.000 em 04 cartas de 1:50.000. A Carta 1 é a do canto superior esquerdo e a seqüência obedece ao sentido horário. ...4 Sigla: Será NO, NE, SO ou SE, sendo agora as subdivisões de uma carta de 1:50.000 em 04 cartas de 1:25.000. Nome da folha: É a identificação nominal da carta. Articulação da folha: Identifica as cartas adjacentes. Localização da folha no Estado: As cartas brasileiras trazem esta figura que identifica a localização da carta dentro do território de um Estado da Federação. b) Elementos de representação: Os elementos de representação de uma carta topográfica podem ser divididos em elementos de planimetria (plano) e de altimetria (altitude): b.1) Planimetria: A planimetria apresentada em carta topográfica subdivide-se em representações de elementos naturais e de elementos artificiais.Os elementos naturais são os relacionados com a hidrografia e a vegetação e os elementos artificiais são os que decorrem da ocupação humana, como o sistema viário, as construções e os limites políticos administrativos. Hidrografia: São os elementos que numa carta topográfica representam a presença de água, através da cor azul. Haverá na carta uma legenda que identificará as representações hidrográficas nela existentes. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 8 Curso de Busca e Resgate Terrestre Vegetação: São os elementos que numa carta topográfica representam a presença de cobertura vegetal natural ou cultivada, através da cor verde. Haverá na carta uma legenda que identificará as representações de vegetação nela existentes. Divisão administrativa: Identifica as divisões político- administrativas abrangidas pela carta. Localidades: São os elementos que numa carta topográfica representam as aglomerações humanas, através de tamanhos de letras associados à população da localidade (quanto maior a letra maior a população), apresentados em legenda. Sistema viário: São os elementos que numa carta topográfica representam as rodovias, estradas, caminhos, trilhas e ferrovias, apresentadas em legenda conforme sua importância e porte. Além das representações planimétricas apresentadas podem ser encontradas outras informações como linhas de comunicação e de energia elétrica, campos de pouso, linhas de limites territoriais, áreas especiais, etc. b.2) Altimetria: São os elementos que representam as informações relacionadas ao relevo (altitude). CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 9 Curso de Busca e Resgate Terrestre Curvas de nível: São linhas marrons imaginárias do terreno em que todos os pontos da referida linha tem a mesma altitude, tendo esta como referência o nível do mar, as quais têm por finalidade permitir que o usuário possa ter uma ideia aproximada do relevo da região representada, da sua altitude e declividade. As curvas de nível indicam se o terreno é plano, ondulado, montanhoso ou se o mesmo é íngreme ou de declive suave. Imagens disponíveis em <http://professoradegeografia.blogspot.com/2011/03/cartografia-linguagem-dos-mapas.html> Acesso em 19 Out 2011. As curvas de nível impressas com traço de maior espessura e acompanhadas do valor da altitude são denominadas de curvas de nível mestras, as quais são representadas a cada cinco curvas. Equidistância das curvas de nível: Equidistância é o espaçamento, ou seja, a distância vertical (desnível) entre as curvas de nível. Essa equidistância varia de acordo com a escala da carta com o relevo e com a precisão do levantamento. Imagem disponível em <http://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/curva-nivel.htm> Acesso em 19 Out 2011. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 10 Curso de Busca e Resgate Terrestre ESCALA EQUIDISTÂNCIA 1: 25.000 10 m 1: 50.000 20 m 1: 100.000 50 m 1: 250.000 100 m 1: 1.000.000 100 m Com base na informação da altitude existente na curva de nível mestra, acrescendo-se ou diminuindo a equidistância em metros conforme a escala da carta apresentada na tabela, saberemos a altitude de cada curva de nível. ✔ Importante: Equidistância não significa a distância entre uma curva de nível e outra, mas sim o desnível (diferença de altitude) existente entre ambas, de forma que quanto mais próxima uma linha de curva de nível da outra numa carta, mais íngreme ou mais inclinado será o terreno. Caso desejarmos obter em quantitativo numérico a inclinação (declividade) de uma parte qualquer do terreno, basta apanharmos a diferença de altitude entre as curvas de níveis consideradas, dividir o resultado pela distância entre as curvas de nível conforme apresentado na carta, e por fim multiplicar o resultado por 100, sendo o resultado expresso em percentual.3 Exemplo: Curva de nível 1 = 1000m Curva de nível 2 = 950m Distância entre ambas no ponto considerado = 800m I = {(1000-950)/800}x100 I = 6,25%, ou seja uma inclinação bem suave (significa que, em média, a cada 1m [100cm] a altitude aumenta em 6,25cm). Também é possível calcular a inclinação em Graus, aplicando o arco da tangente (tangente inversa) ao resultado da diferença entre as curvas de nível dividido pela distância entre os pontos considerados. Utilizando os mesmos dados do exemplo anterior: Curva de nível 1 = 1000m Curva de nível 2 = 950m Distância entre ambas no ponto considerado = 800m I = Arc tg {(1000-950)/800} I = Arc tg (50/800) I = Arc tg 0,625 I = 3º 34' 3 O texto realçado tem caráter meramente informativo. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 11 Curso de Busca e Resgate Terrestre Algumas cartas topográficas apresentam uma escala de declividade, o que torna bastante fácil sua leitura não necessitando cálculos matemáticos, bastando apenas comparar a distância entre as curvas de nível em apreciação com o grau que a mesma mais se aproxime na escala de declividade da carta topográfica. 5) SISTEMAS DE COORDENADAS Os sistemas de coordenadas são utilizados para expressar a posição (o endereço) de um ponto qualquer da superfície terrestre. 5.1) SISTEMA DE COORDENADAS PLANIMÉTRICAS Sistema de coordenadas que se utiliza de distancias em metros, podendo se estabelecer através dela a localização de um ponto qualquer da superfície terrestre com até 1 metro de precisão. É chamada também de coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator). Em UTM a terra é dividida em 60 fusos, onde cada um se estende por 6º de longitude. Os fusos são numerados de 1 (um) a 60 (sessenta) começando no fuso 180º W e continuando para Leste até 174º E.4 O quadriculado UTM está associado ao sistema de coordenadas plano- retangulares; Latitudes Limites: 80º Norte e Sul. Imagem (Dana 1995) Peter H. Dana, disponível em <http://www.personal.psu.edu/agb143/Geo482/Project %201/Project_1_Final_Report.html> Acesso em 19 Out 2011. 4 Texto realçado tem caráter meramente informativo. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 12 Curso de Busca e Resgate Terrestre Esse sistema é mais adequado às operações de busca e resgate terrestre com auxílio de carta topográfica, visto que permite uma leitura bem mais direta, sem a necessidade de muitos cálculos ou conversões. Lembrando das aulas de matemática básica, como poderemos definir a localização do ponto A da figura abaixo, sendo as unidades em metro: A localização do ponto A poderá ser definida como 2m no eixo horizontal X e 7m no eixo vertical Y, ou A = (2,7). A utilização das coordenadas UTM utiliza exatamente o mesmo princípio, sendo que ao invés dos eixos X e Y utilizaremos os eixos E (leste) e N (norte). As coordenadas UTM são, portanto, coordenadas retangulares e para memorização podemos utilizar o seguinte esquema: XY = EN = 67. A memorização EN significa que deve ser lida primeiro no sentido E (leste) ou da esquerda para a direita, e em seguida no sentido N (norte) ou de baixo para cima. Já a memorização 67 significa que no sentido E (leste) será composta de seis dígitos válidos, enquanto no sentido N (norte) de sete dígitos válidos. Na legenda das cartas topográficas haverá a informação do ponto de origem da quilometragem, tanto no sentido norte quanto no sentido leste.5 Exemplo: Na carta topográfica “Curitibanos” (SG-22-Z-C-I) temos a informação que a origem da quilometragem N é no Equador com o acréscimo de uma constante de 10000km e a origem da quilometragem E é 51º a W de Greenwich (que por coincidencia encontra-se na citada carta) com o acréscimo de uma constante de 500km. Essas informações nos permitem tambémsabermos qual a distância entre um determinado ponto e o Equador e do ponto para a coordenada 51º W Gr. 5 Texto realçado tem caráter meramente informativo. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 13 1 2 3 3 5 7 A Y X Curso de Busca e Resgate Terrestre 5.1.1) Localizando numa carta topográfica uma coordenada planimétrica (UTM) recebida: Tal processo será explicado através do seguinte roteiro-exemplo: Recebida as coordenadas 22J ________mE e UTM _________mN, localizar o ponto em questão em carta topográfica. Inicialmente há que se localizar o fuso 22 e a banda J apresentados, a fim de delimitar a zona e escolher a carta em que se encontra o ponto a ser localizado. No exemplo as coordenadas em questão estão na carta _________________, escala _____________, região de _________________. A fim de facilitar a obtenção das coordenadas UTM, é importante primeiro identificar (isolar) a quadrícula na qual se encontram as coordenadas buscadas ou o ponto dado. Encontrando a coordenada E (leste): 1° passo – Encontrar na carta a coordenada E (leste) imediatamente menor que a coordenada pretendida, que no caso será a coordenada ________mE. 2° passo – Obter a diferença entre ambas as coordenadas: ________ – ________ = _____mE. Ou seja, a primeira coordenada estará a _______m a leste (direita) da linha de coordenada ________mE pré-existente na carta. 3° passo – Com uso de régua e por conversão com escalas ou com um escalímetro, traçar uma linha reta a ______m da coordenada _________mE (ou um ponto para completar a linha reta quando tivermos a coordenada N). Encontrando a coordenada N (Norte): 1° passo – Encontrar na carta a coordenada N (norte) imediatamente menor que a coordenada pretendida, que no caso será a coordenada __________mN. 2° passo – Obter a diferença entre ambas as coordenadas: ________ - ________ = ______mN. Ou seja, a nossa segunda coordenada estará a ______m a norte (acima) da linha de coordenada __________mN pré-existente na carta. 3° passo – Com uso de régua e por conversão com escalas ou com um escalímetro, traçar uma linha reta a ______m da coordenada _________mN. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 14 Curso de Busca e Resgate Terrestre Localizando o ponto: O ponto procurado é aquele em que as duas retas obtidas se cruzarem, que no caso representa a ____________________________. 5.1.2) Determinando as coordenadas planimétricas (UTM) de um ponto qualquer de uma carta topográfica: Tal processo será explicado através do seguinte roteiro-exemplo, considerando como ponto a ser determinado as coordenadas, a(o) ____________________________ constante na carta _______________, escala 1:_________, região de ______________. Determinando a coordenada E (leste): 1° passo – Identificar na carta a coordenada E (leste) imediatamente menor que a coordenada do ponto pretendido, que no caso será a coordenada ________mE. 2° passo – Com uso de régua e por conversão com escalas ou com um escalímetro, medir na carta a distância em linha reta entre a coordenada _________mE e o ponto pretendido, o que dá _______m. 3º passo – Somar os ________m obtidos à coordenada utilizada como referência: ___m + ________m = _________mE. Determinando a coordenada N (norte): 1° passo – Identificar na carta a coordenada N (norte) imediatamente menor que a coordenada do ponto pretendido, que no caso será a coordenada _________mN. 2° passo – Com uso de régua e por conversão com escalas ou com um escalímetro, medir na carta a distância em linha reta entre a coordenada _________mN e o ponto pretendido, o que dá ______m. 3º passo – Somar os _______m obtidos à coordenada utilizada como referência: ____m + _________m = _________mN. Portanto, as coordenadas planimétricas (UTM) do __________________________ serão: 22 J ________mE e UTM _________mN. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 15 Curso de Busca e Resgate Terrestre 5.2) SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS6 O globo terrestre é subdivido em diversas linhas imaginárias de forma que possamos determinar um ponto qualquer do planeta, ainda que não tenhamos pontos de referência no terreno para tal. As linhas imaginárias dispostas na direção norte-sul são os meridianos, cujo meridiano inicial (0°) é o meridiano de “Greenwich”. Já as linhas na direção leste-oeste são os paralelos, cujo paralelo inicial (0°) é o paralelo do “Equador”. O cruzamento entre um paralelo e um meridiano nos indicará um ponto qualquer do globo terrestre, através da leitura de sua latitude e longitude. Latitude é a distância em graus entre o ponto considerado e o paralelo do “Equador”. O que estiver ao norte do Equador é dito como latitude Norte (N) ou latitude positiva, e que estiver ao sul do Equador terá latitude Sul (S) ou latitude negativa. Longitude é a distância em graus entre o ponto considerado e o meridiano de “Greenwich”. O que estiver a leste de Greenwich é dito como longitude Leste (E) ou longitude positiva, e o que estiver a oeste de Greenwich terá longitude (W) ou longitude negativa. Imagem disponível em <http://www.brasilescola.com/geografia/coordenadas-geograficas.htm> Acesso em 19 Out 2011. 6 O texto realçado tem caráter meramente informativo, visto que não é objetivo da lição o trabalho com coordenada geográfica. No entanto, caso haja tempo disponível, a critério do instrutor, poderão ser desenvolvidos os cálculos referentes as coordenadas geográficas, conforme passo a passo das páginas seguintes. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 16 Curso de Busca e Resgate Terrestre 5.2.1) Como encontrar numa carta topográfica uma coordenada geográfica recebida: Tal processo será explicado através do seguinte roteiro-exemplo: Recebida a coordenada: Latitude S __-°___’___”; Longitude W ___°___’___”, localizar o ponto em questão na carta topográfica, no caso a disponível é carta _____________, escala 1:___________, região de ______________. Encontrando a latitude: 1° passo - Observando a carta verifica-se que a latitude da mesma varia de S___°___’___” a S ___°___’___”. Também se verifica que entre essas duas latitudes, a carta apresenta-se subdividida de ___’ ___” em ___’___”. 2° passo - Com a finalidade de obter maior precisão converteremos essa diferença de ___’ ___” toda para segundos: ___’ x 60 + ___” = _____”. 3° passo - Com o uso de uma régua medimos a diferença entre S ___°___’___” e S ___°___’___”, que são as coordenadas entre as quais que a latitude que procuramos se encontra, usando a escala em mm para maior precisão. Efetuando a leitura obtemos ___ mm. Ou seja, a diferença de ___’ ____” (ou ___”) corresponde a uma diferença de ___ mm. 4° passo - Em seguida, diminuiremos da latitude procurada a latitude mais próxima e menor que for encontrada expressa na carta, no caso a latitude S ___°___’___”, transformando o resultado em segundos, para maior precisão : 5° passo - A partir daí efetuar uma regra de três simples. Se ___” equivalem a ___ mm, a quantos mm equivalerão ___”?: ___” ------- ___ mm ___” ------- X CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 17 ° ’ ” - ° ’ ” ° ’ ” X 60 ” + ” = ” Curso de Busca e Resgate Terrestre X = _____ mm 6° passo - Com uma régua medir o valor encontrado a partir da latitude mais próxima e menor encontrada na carta (no caso S ___°___’___”), marcando um ponto e traçando uma reta paralela aos paralelos da carta. Encontrando a longitude: 1° passo - Observando a carta verifica-se que a longitude da mesma varia de W___°___’___” a W ___°___’___”. Também se verifica que entre essas duas longitudes, a carta apresenta-se subdividida de ___’ ___”em ___’___”. 2° passo - Com a finalidade de obter maiorprecisão converteremos essa diferença de ___’ ___” toda para segundos: ___’ x 60 + ___” = _____”. 3° passo - Com o uso de uma régua medimos a diferença entre W ___°___’___” e W ___°___’___”, que são as coordenadas entre as quais que a longitude que procuramos se encontra, usando a escala em mm para maior precisão. Efetuando a leitura obtemos ___ mm. Ou seja, a diferença de ___’ ___”(ou ___”) corresponde a uma diferença de ___ mm. 4° passo - Em seguida, diminuiremos da longitude procurada a longitude mais próxima e menor que for encontrada expressa na carta, no caso a longitude W ___°___’___”, transformando o resultado em segundos, para maior precisão : 5° passo - A partir daí efetuar uma regra de três simples. Se ___” equivalem a ___ mm, a quantos mm equivalerão ___”: ___” ------- ___ mm ___” ------- X X = ____ mm CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 18 ° ’ ” - ° ’ ” ° ’ ” X 60 ” + ” = ” Curso de Busca e Resgate Terrestre 6° passo - Com uma régua medir o valor encontrado a partir da longitude mais próxima e menor encontrada na carta (no caso W ___°___’___”), marcando um ponto e traçando uma reta paralela aos meridianos da carta. Localizando o ponto: O ponto procurado é aquele em que as duas retas obtidas se cruzarem, no caso ______________________________________________. 5.2.2) Determinando as coordenadas geográficas de um ponto qualquer de uma carta: É o processo inverso do item anterior. Será explicado através do seguinte roteiro- exemplo: Determinar as coordenadas geográficas de _____________________________ , na carta _________________, escala _______________, região de _____________. Passo inicial: A partir da(o) ______________, traçar uma reta paralela aos paralelos da carta e uma outra reta paralela aos meridianos da carta. Encontrando a latitude: 1° passo - Verificar a distância, em mm, entre o ponto considerado e a latitude mais próxima e menor que conste da carta, no caso a latitude S ___°___’___”. Será obtido o valor de ___ mm. 2° passo - Sabendo que ___’ ___” corresponde a ____” e que equivale a ___ mm, efetua-se uma regra de três simples: ___ mm ------- ___” ___ mm ------- X” X = ___” 3° passo - Transformar o valor obtido de segundos para minuto: ___”/60 = ___’ ___” 4° passo - Somar o valor obtido (___’___”) à latitude mais próxima e menor: CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 19 ° ’ ” + ° ’ ” ° ’ ” Curso de Busca e Resgate Terrestre Encontrando a longitude: 1° passo - Verificar a distância, em mm, entre o ponto considerado e a longitude mais próxima e menor que conste da carta, no caso a longitude W ___°___’___”. Será obtido o valor de ___ mm. 2° passo - Sabendo que ___’ ___” corresponde a ___” e que equivale a ___ mm, efetua- se uma regra de três simples: ___ mm ------- ___” ___ mm ------- X” X = ___” 3° passo - Transformar o valor obtido de segundos para minuto: ___”/60 = ___’___” 4° passo - Somar o valor obtido (___’___”) à longitude mais próxima e menor: Assim, as coordenadas geográficas de ________________________ são: Latitude S ___°___’___”; Longitude W ___°___’___”. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 4 20 ° ’ ” + ° ’ ” ° ’ ” Curso de Busca e Resgate Terrestre LIÇÃO 5 BÚSSOLA: ORIENTAÇÃO E NAVEGAÇÃO CONTROLE DE DISTÂNCIAS PERCORRIDAS OBJETIVOS Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1. Navegar com a utilização de bússola; 2. Navegar com a utilização de bússola e carta topográfica. Imagem disponível em <http://www.northbrasil.com.br/northbrasil/NoticiaVisualizar.aspx?id=1256> Acesso em 19 Out 2011. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 5 1 Curso de Busca e Resgate Terrestre BÚSSOLA: ORIENTAÇÃO E NAVEGAÇÃO 1) DEFINIÇÃO Bússola é um instrumento destinado à medida de ângulos horizontais tendo como referencial o norte magnético. Baseia-se no magnetismo natural do planeta, possuindo uma agulha imantada que tem a propriedade de possuir sempre uma de suas extremidades apontando para o norte magnético da terra. 1.1) TIPOS DE BÚSSOLAS Existem diversos tipos de bússolas, sendo que as mais utilizadas em operações de busca e resgate terrestre são a bússola de orientação ou transferidora e a bússola de visada. A bússola de orientação, contudo, é muito mais útil, visto que permite trabalhar conjuntamente com cartas topográficas. 1.1.1) Bússola de visada: Embora possa ser utilizada em operações de busca e resgate terrestre, não permite trabalhar em conjunto com cartas topográficas, de forma que seu uso, portanto, é desaconselhável. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 5 2 Curso de Busca e Resgate Terrestre 1.1.2) Bússola de orientação ou bússola transferidora: Imagem disponível em <http://trekking.marionery.com/orientacao-com-bussola-e-mapa-parte-1/> Acesso em 19 Out 2011. A bússola de orientação ou transferidora é composta de um invólucro circular chamado de cápsula, colocado sobre uma placa base de acrílico transparente. Dentro dela existe uma peça metálica chamada de agulha, a qual se equilibra sobre um eixo que tem livre movimento. Como a agulha é magnetizada, ela sempre indicará para o norte magnético. A parte da agulha que interessa é a metade que é destacada em vermelho, por um N, uma seta, ou por outro meio de destaque. Em torno da cápsula deve haver anel giratório denominado limbo, devendo tal anel ser graduado. Dependendo do tamanho da bússola o limbo é graduado de grau em grau (muito raro) ou de dois em dois graus (mais comum) ou mais. Quanto maior o diâmetro do limbo, mais graus haverá entre as marcas. Normalmente a escala do limbo é em graus, esta escala vai de 0º a 360º, ou da marca "N" do limbo até ela de novo, ou seja, começando e terminando no mesmo ponto, denominando-se norte-do-limbo. Os valores lidos no limbo são chamados de azimutes magnéticos, que são valores angulares que iniciam na direção do norte magnético apontado pela agulha e vão até uma direção escolhida por nós, seja ele um pico, uma árvore, ou outro referencial qualquer. CBRT- 2016-1 - MP – Lição 5 3 Curso de Busca e Resgate Terrestre No fundo da cápsula é importante que exista uma série de linhas paralelas, sendo que as linhas mais externas servem para alinhar a bússola com as linhas de coordenadas de uma carta. Já as duas linhas centrais geralmente são mais espessas ou de outra cor ou ainda representada por uma seta. À faixa entre estas linhas internas chamamos de seta- guia ou portão. Na placa base da bússola, originando-se da cápsula existe uma outra seta apontando para extremidade desta placa que chamamos de linha-de-fé ou seta de rumo, que será a linha que apontaremos para o nosso “alvo”. Nessa placa base teremos também uma pequena régua em centímetros, e escalímetros nas laterais, em geral nas escalas 1:50.000 e 1:25.000. 1.2) CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO DE BÚSSOLAS Por se tratar de um equipamento, baseado no magnetismo natural do planeta, existe algumas medidas preventivas que devem ser respeitadas para que o equipamento funcione corretamente, não acarretando desvio de direção. Assim, considere sempre, para o bom funcionamento da bússola, um afastamento mínimo de: - 60 metros de redes de alta tensão (muito importante, a interferência é muito grande); - 20 metros de redes de baixa tensão; - 20 metros de veículos; - 20 metros de torres de telefonia; - 10 metros de cercas e redes de arame; - Que esteja afastada de aparelhos celulares; - Que esteja afastada de eletroeletrônicos
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